PSDB – DF

Campanha aborda grave problema social

Ao_mguLZ9BO503W95XvVq9daB3FNH-fjoKgz4S2FV1DA Izalci destacou na Câmara que o tema escolhido pela igreja católica este ano traduz drama vivido por brasileiros: a cada dois minutos uma criança morre por não ter acesso a água potável

O deputado federal Izalci presidiu hoje pela manhã a sessão solene em homenagem a Campanha da Fraternidade 2016, na Câmara dos Deputados. Este ano o foco é o saneamento básico, o desenvolvimento, a saúde integral e a qualidade de vida. Com o tema “Casa comum, nossa responsabilidade”, a ação é desenvolvida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Segundo Izalci, o assunto é oportuno e urgente, pois o Brasil passa por momentos difíceis em sua conjuntura politica, social e econômica. “Estamos mergulhados em uma crise profunda, que prejudica principalmente os mais necessitados, retirando-lhes poder aquisitivo, saúde, educação e segurança”, avalia.

VERGONHA

Reportagens dos grandes jornais brasileiros estamparam nas últimas semanas os números do atraso que o Brasil ainda vive quando o assunto é saneamento básico. Cerca de 42% da população não possui sistema de esgoto tratado e não terão nos próximos 20 anos, de acordo com o Governo do Distrito Federal.

Em seu discurso durante a solenidade, o deputado Izalci acrescentou mais dados desse quadro, que representa uma tragédia nacional. “A cada dois minutos e meio uma criança morre por não ter acesso a água potável, rede de esgoto e higiene. Mais de 82% dos brasileiros não têm acesso a água tratada e mais de 100 milhões não possuem coleta de esgoto”, informou.

Também presente na audiência, o líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), afirmou que a Igreja Católica não pode se calar e nem se omitir diante da atual crise moral. “Os brasileiros esperam e confiam no farol da igreja, em meio à desesperança que se abate no país”, declarou.

A falta de saneamento adequado tem trazido impactos diretos na saúde da população. Como destacou Imbassahy, o Brasil enfrenta hoje uma explosão de casos de dengue, alta incidência de zika, atrelada ao aumento de casos de microcefalia, e também de febre chicungunya. “Todas essas doenças são causadas por um mesmo mosquito, o Aedes aegypti, que, mesmo depois de décadas, o Brasil ainda não conseguiu erradicar”, alertou Imbassahy.AqD3sOPguwiCZBthXiqG1ZbEXAYsceAF3t3p4lrlrN7f

O bispo auxiliar de Brasília, Dom Valdir Mamede destacou o caráter ecumênico da Campanha este ano. “As igrejas se uniram para propor reflexões e
ações diante da grave situação sanitária no Brasil”, explicou. Segundo Dom Valdir, a reflexão acerca do saneamento deve ocorrer sobre a ótica da justiça e dos direitos fundamentais da pessoa. “O déficit e a ausência dos serviços de saneamento básico são um atentado contra a dignidade humana e contra a Casa Comum”, advertiu.

A Campanha da Fraternidade é promovida pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) do qual fazem parte a Igreja Católica Apostólica Romana, por meio da CNBB, Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Episcopal Anglicana do Brasil, Presbiteriana Unida do Brasil e Sirian Ortodoxa de Antioquia. Também estão integradas à campanha a Aliança de Batistas do Brasil, a Visão Mundial e o Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular (Ceseep).

 

Leia o discurso na íntegra

A cada quatro anos, a Campanha da Fraternidade é realizada de forma ecumênica com o objetivo de fortalecer os espaços de convivência entre as diferentes Igrejas para um trabalho conjunto em favor do bem comum. Esta Campanha da Fraternidade Ecumênica é um incentivo para irmos ao encontro de todas as pessoas – católicas, evangélicas, espíritas, de outras religiões e até mesmo não crentes – para juntos agirmos pelo cuidado com a nossa Casa Comum. É este o tema desta Campanha “Casa comum, nossa responsabilidade”, tendo como lema bíblico “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (AMÓS,5,24 ).

A fundamentação do lema alerta para um desenvolvimento econômico sem igualdade e sem justiça. O tema da campanha é oportuno e urgente. Ele aponta para o perigo de um caos social e de rompimento das relações afetivas.  Amós fala também do culto ao vazio com louvores e oferendas a Deus, mas sem a prática da justiça.

A justiça exigida por Deus é aquela que garante os direitos essenciais para a vida humana e a preservação do planeta e suas espécies.  É preciso cuidar da natureza e, assim, cuidar de todos.

Senhoras e senhores, o Brasil passa por momentos difíceis em sua conjuntura política, social e econômica. Estamos mergulhados em uma crise profunda que prejudica principalmente os mais necessitados, retirando-lhes poder aquisitivo, saúde, educação e segurança. Para que a ultrapassemos é preciso que façamos um esforço de união e atuemos coletivamente em favor de nossa Casa Comum.

Todos aqui estão acompanhando a epidemia do Zika Virus. Todos aqui sabem que a falta de saneamento básico e o descaso com a saúde pública são as principais causas da proliferação do mosquito “aedes aegypti” que há anos deixou de ser combatido em nossos bairros e cidades. Quem não se lembra das visitas dos agentes da vigilância em nossas casas e dos carros de fumacê em nossas ruas? Pois é, eles sumiram. Assim como sumiram também os projetos e recursos para saneamento básico em todos os estados do Brasil.

Para que se tenha uma ideia do tamanho do problema que enfrentamos, a cada dois minutos e meio uma criança morre por não ter acesso à água potável, rede de esgoto e higiene; mais de 82% dos brasileiros não tem acesso a agua tratada; mais de 100 milhões de brasileiros não possuem coleta de esgoto e apenas 39% têm acesso a esgoto tratado; cerca de cinco piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento são jogados na natureza todos os dias; 58% da população nas áreas rurais usam água sem nenhum tipo de tratamento. Somente 5,2% dos domicílios rurais possuem sistema de coleta de esgoto e 28% possuem fossa séptica. Sem falar que é inaceitável que o Brasil, com 12% da água doce do mundo, tenha que passar por crises hídricas como a que vivemos no ano passado. O risco de desabastecimento é pura falta de gestão. O Brasil é campeão mundial em desperdício de água.

Por isso, senhoras e senhores, a Campanha da Fraternidade deste ano nos chega como um bálsamo a nos guiar em um trabalho constante e unido de transformação em nossa Casa Comum. É nossa responsabilidade obrigar o poder público a fazer a sua parte, mas é também nossa responsabilidade o cuidado com a natureza que nos rodeia e de uns para com os outros.  O que Deus quer de nós é que sejamos jardineiros da vida.

O escritor Mário Quintana disse certa vez que “o que mata um jardim não é o abandono. O que mata um jardim é esse olhar de quem por ele passa indiferente. … E assim é com a vida, você mata os sonhos que finge não ver.”

Não sejamos indiferentes, sejamos jardineiros de nossa Casa Comum com justiça e dignidade para todos. É essa a nossa mais importante missão.

Obrigado

 

 

*Com informações do PSDB na Câmara

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(61) 3340-4145

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