“Dilma ri na cara dos estudantes e da sociedade”, diz presidente da Juventude do PSDB sobre evento no Planalto

Como já vem se tornando rotina, a presidente Dilma Rousseff utilizou, nesta terça-feira (12), um evento oficial no Palácio do Planalto para desqualificar o processo de impeachment e chamar os seus opositores de golpistas. Durante o evento, chamado Encontro da Educação pela Democracia, diversos representantes da educação, como a União Nacional dos Estudantes (UNE), também discursaram contra um possível afastamento da petista.

O presidente nacional da Juventude do PSDB, Henrique Vale, criticou a postura da entidade que deveria defender os interesses dos estudantes. Segundo ele, a atitude da UNE revela subserviência ao governo. “Desde que eu entrei na universidade, em 2011, a UNE nunca representou os estudantes. Na verdade, são gestões que pretendem única e exclusivamente dominar fisiologicamente a estrutura e se mostrar o máximo submissas à liderança do governo federal, em troca das benesses que eles recebem”, apontou.

Vale atacou ainda os rumos da educação durante o governo Dilma. Apesar de ter como lema “Pátria Educadora”, a gestão da petista vem sendo marcada por retrocessos na área. No ano passado, por exemplo, R$ 10,5 bilhões foram cortados do Ministério da Educação. Além disso, programas que foram bandeiras de Dilma durante a eleição, como o Pronatec e o Fies, vêm recebendo cada vez menos recursos do governo federal.

“Dilma está rindo da cara da sociedade e da cara dos estudantes quando faz um evento da educação em sua própria defesa, pegando os seus militantes submissos para bradar inverdades dentro do Palácio do Planalto enquanto a gente está vendo, de forma sequencial, vários estudantes que não conseguem renovar os seus contratos no Fies, o corte de verbas, a Universidade em total estado de precariedade, atrasos de bolsas. A gestão da educação no governo federal é um verdadeiro desastre”, analisou Vale.

Além da UNE e da própria presidente, o ministro da Educação, Aloízio Mercadante, também usou o evento para chamar de golpistas os defensores do impedimento da presidente. Para Henrique Vale, a forma como o petista assumiu a pasta, após ter deixado a Casa Civil, mostra que ele não tem interesse em desenvolver a educação no Brasil.

“Ele é mandado embora da Casa Civil por incapacidade política e o governo federal enxerga o Ministério da Educação como um prêmio de consolação para ele. É uma pessoa que, tanto pela história como pela gestão, comprovadamente não tem interesse nenhum em melhorar a educação do país, e já deveria ter caído, aliás, com essas últimas delações que ocorreram”, avaliou, em referência à fala do senador Delcídio do Amaral (MS) que sugeriu que Mercadante havia determinado a ‘compra do silêncio’ do parlamentar.