Um discurso feito pela presidente Dilma Rousseff em 2010 – quando a petista ainda era ministra da Casa Civil – está sendo usado pela Procuradoria Geral da República (PGR) para embasar um inquérito que investiga possíveis fraudes na licitação para construção do Estaleiro Rio Tietê, em Araçatuba, São Paulo.
Segundo informações de matéria do jornal O Globo desta segunda-feira (01), no dia 10 de março de 2010, durante participação em uma feira empresarial na cidade paulista, Dilma afirmou: “Aqui para Araçatuba é uma grande vantagem você ter um estaleiro produzindo barcaça. Fazer barcaça aqui em Araçatuba é estratégico”.
O discurso de Dilma aconteceu um dia antes de as empresas serem convidadas a participar da licitação, quando não havia qualquer tipo de exigência sobre a localização do estaleiro. De acordo com denúncia do Ministro Público Federal (MPF) paulista, a negociação, conduzida pela Transpetro, teria beneficiado não só o consórcio vencedor, como também o município de Araçatuba, cujo prefeito era o petista Cido Sério.
Para o deputado federal Izalci Lucas (PSDB-DF), o fato de Dilma ter citado a cidade antes de a licitação sequer ter sido aberta revela que a petista já sabia da negociação. “Em março de 2010, Dilma era presidente do Conselho de Administração da Petrobras e ministra da Casa Civil, então ela sabia de todas as decisões envolvendo a Petrobras e a Transpetro, que tinham pessoas escolhidas a dedo pelo Lula e pelo José Dirceu. Ela dizer que não viu, que não sabia, é furada. Ela já sabia não só disso como de quase tudo que acontecia”, avaliou o parlamentar.
Na denúncia feita pelo MPF de São Paulo, o procurador Paulo de Tarso Garcia Astolphi afirmou que a área para a construção do estaleiro foi arrendada em março de 2010, mais de seis meses antes de o ganhador da licitação ser conhecido. Além disso, Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras e delator da Lava-Jato, afirmou ter recebido R$ 1,4 milhão de propina de empresas do consórcio vencedor do certame como forma de “agrado”. Ele recebeu o valor em espécie das mãos do lobista Fernando Soares, popularmente conhecido como Fernando Baiano.
Ainda de acordo com a reportagem do jornal O Globo, Costa estava presente ao evento em que Dilma fez o discurso. O contrato de licitação foi assinado por um executivo ligado ao Grupo Pragmática, cujo dono é um dos genros do ex-diretor da Petrobras.
*Do PSDB Nacional
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