Em crise, governo Dilma faz corte adicional de R$ 21 bilhões no orçamento

Sem receitas suficientes para fechar as contas do ano, o governo será obrigado a realizar um corte adicional de R$ 21 bilhões no Orçamento de 2016. A tesourada acontece em meio a uma crise política, risco de impeachment da presidente Dilma Rousseff e recessão econômica.

O deputado federal Eduardo Cury (PSDB-SP) aponta a falta de planejamento do governo federal como motivo para os cortes no Orçamento. O tucano também ressaltou a falta de credibilidade na gestão petista.

“O governo não tem credibilidade nenhuma mais para fazer previsões do previsões sobre comportamento do Orçamento, comportamento da receita, e de seus gastos. Porque o governo não tem planejamento, o governo mente para a sociedade, e logicamente faz com que a economia não possa andar. Então, o que nós estamos vendo, é mais um sinal de desgoverno, da falta de confiança que a sociedade não terá no governo enquanto permanecer essa situação. Representa na verdade, mais recessão”, afirmou.

Segundo o relatório do governo, o contingenciamento foi resultado de uma frustração de R$ 20 bilhões nas receitas e de um aumento de R$ 1 bilhão nas despesas. No documento, a equipe econômica reviu as projeções para o comportamento do PIB e para a inflação. A estimativa de recessão passou de 2,94% para 3,05%. Já a previsão para o IPCA subiu de 7,10% para 7,44%.

O ministro do Planejamento, Valdir Simão não veio a público explicar os cortes, que só serão detalhados em um decreto que será publicado até o fim do mês de março. Para o deputado Eduardo Cury, essa falta de diálogo com a sociedade o pode agravar ainda mais a situação.

“A notícia dos cortes já é negativa. Agora o ministro não tem coragem de dizer aonde ele vai cortar. Isso é muito ruim porque a máquina pública e a sociedade não podem se planejar porque o governo não diz aonde é que ele vai fazer os cortes. E mais grave que isso, isso sinaliza que provavelmente esses cortes serão em áreas muito sensíveis para as pessoas, principalmente a população mais pobre.”