A atual crise econômica e financeira vem refletindo fortemente no mercado de trabalho e acabando com as ofertas de emprego em todo o Brasil. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), só em fevereiro deste ano mais de 104 mil vagas de empregos formais foram fechadas. Este é o pior registro para o mês desde o início da série histórica do Ministério do Trabalho, em 1992.
A notícia foi destaque nos grandes jornais locais e nacionais nesta quarta-feira (23), mostrando que a crise está forte, inclusive nos setores em que ela demorou a aparecer, como serviços e comércio. O presidente regional do PSDB no Distrito Federal, deputado Izalci, atribui esse resultado à má gestão do governo federal. “Eles estão quebrando o país, perdendo o controle da inflação, acabando com as ofertas de emprego. O brasileiros estão pagando por uma irresponsabilidade e pela incompetência do governo”, comentou.
Em entrevista ao Correio Braziliense, o especialista em mercado de trabalho, Rodolfo Peres Torelly, alertou que se no próximo mês o índice de emprego for negativo novamente, o Brasil estará caminhando para um série inteira negativa. Ele lembrou que o último mês em que foi apresentado resultado positivo foi em março do ano passado.
Na mesma reportagem, o professor de Economia da Universidade de Brasília (UnB), Carlos Alberto Ramos, contou que não tem dúvidas de que março ficará no vermelho e o mercado ainda vai piorar. “Com a recessão se aprofundando, a tendência é de que as empresas demitam. No ano passado a crise não estava tão disseminada como agora”, explicou.
Com o aumento da dispensa de trabalhadores, o desemprego cresceu de 7,6% em janeiro e 8,2% em fevereiro nas seis maiores regiões metropolitanas do país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa é a maior desde maio de 2009. Os dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) ficaram acima do esperado por especialistas, que previam um aumento para 8,1% no mês.
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