Com a inflação nas alturas e o desemprego crescendo a cada dia (1,5 milhão de pessoas com carteira assinada foram demitidas nos últimos 12 meses) as famílias brasileiras estão tendo dificuldade para manter suas contas em dia. O número de inadimplentes vem crescendo e o aumento dos preços controlados pelo governo ajudam a engrossar essa lista como, por exemplo, a gasolina e a energia elétrica. Juntas essas duas contas já tiraram R$ 121,4 bilhões da renda dos trabalhadores somente neste ano.
O aumento médio da gasolina foi de 17,6%, de acordo com cálculos do Banco Central. Como o combustível movimentou quase R$ 135 bilhões no ano passado, com a venda de mais de 44,3 bilhões de litros, o reajuste total foi de R$ 23,8 bilhões, conforme matéria publicada hoje (21) no jornal Correio Braziliense.
Já sobre a conta de luz, com aumento médio de 52,3%, R$ 97,6 bilhões a mais saíram do bolso dos brasileiros. Dados da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) apontam que os consumidores gastaram R$ 186,7 bilhões no ano passado com energia.
E não para por aí. Especialistas dizem que novos reajustes virão especialmente na eletricidade. Os próximos aumentos estão relacionados à decisão da presidente Dilma Rousseff de intervir, em 2012, nas tarifas de luz. A promessa da petista era de redução média de 20% na conta de luz. Para isso, baixou uma medida provisória, a 579, que acabou virando lei. O problema é que o país já enfrentava escassez de chuvas. Os reservatórios caminhavam para os menores níveis da história.
Como manobra para garantir a reeleição e garantir que as tarifas não subissem na véspera do pleito, Dilma obrigou o Tesouro Nacional a subsidiar os consumidores. Em vez de o governo arcar com os custos extras da energia, transferiu a conta para os consumidores. O mesmo foi feito com os combustíveis. A Petrobras, que já havia acumulado mais de R$ 60 bilhões em prejuízos com o represamento dos preços, passou a ter maior liberdade para aumentar os preços de seus produtos.
A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que a venda de combustíveis registrou queda recorde de 7,1% em agosto, de 8,5% em setembro e de 11,4% em outubro em relação a iguais meses de 2014. Dos R$ 3 em média cobrados pelo litro da gasolina em dezembro do ano passado, o preço médio saltou para quase R$ 3,60 em novembro de 2015, conforme levantamento da Agência Nacional de Petróleo (ANP).
Para os especialistas em economia a equação é simples: se os preços sobem e os rendimentos das famílias não acompanham, não há outra saída a não ser reduzir o consumo. O presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), Paulo Miranda Soares diz que, historicamente, as vendas de combustíveis estão atreladas ao movimento do Produto Interno Bruto (PIB). Para ele, se a economia vai vem as vendas também vão bem. “As dificuldades para o setor serão ainda maiores no ano que vem. O consumo de combustíveis vai recuar pelo segundo ano seguido”, alerta.
No caso da energia elétrica, o gerente de regulação da Safira Energia, Fabio Cúberos alerta que o rombo estimado com base nas projeções do Banco Central é otimista. Ele explica que cálculo do BC é apenas uma média. Muitas distribuidoras promoveram reajustes bem maiores do que 52%, resultado não só da crise hidrológica, mas também, do represamento provocado pela mudança do marco regulatório do setor de energia.
Sales assegura um reajuste de mais de 50% nas tarifas de energia. Segundo ele, 23% decorrem da Revisão Tarifária Extraordinária (RTE) concedida a todas as 63 distribuidoras do país em março; 17% são efeito da aplicação da bandeira vermelha o ano inteiro; e 12% se referem aos reajustes anuais das concessionárias. Segundo a avaliação do especialista, os erros de gestão do governo têm parcela de 11% no tarifaço de energia.
Da assessoria do PSDB Nacional
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