Inadimplência alcança 30% da população e ameaça grandes empresas

O número de brasileiros com dívidas em atraso não para de crescer. A inadimplência já atinge 30% da população, segundo dados do SPC Brasil e da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas. Só em março deste ano foram contabilizadas quase 59 milhões de pessoas com o nome sujo. E a deterioração das condições econômicas atinge também grandes empresas, que estão na beira do abismo. Sob o risco de sofrerem calotes, bancos brasileiros buscam meios de evitar que essas companhias deixem de pagar suas dívidas.Para o deputado federal Vanderlei Macris (PSDB-SP) o desfecho da crise depende de uma solução política urgente.

“Evidente que a economia se mostra paralisada diante de tamanha crise que o Brasil vive, praticada por um governo incompetente, que não soube conduzir a economia de maneira adequada. Não é difícil a gente imaginar que empresas começam a fechar, a ter dificuldades cada vez maiores e é uma tendência que vai se avolumar se a gente não tiver uma solução política para o país”, disse.

No ano passado, houve mais de 1.300 pedidos de recuperação judicial, medida usada por empresas para evitar a falência por meio da reorganização dos negócios. O movimento foi impulsionado especialmente por instituições citadas na Operação Lava Jato que, diante das revelações de corrupção, podem ter dificuldades em quitar as dívidas. Dessa forma, a crise econômica, na opinião de Macris, também se estende para o campo ético.

“E toda essa crise não só ética, moral, mas também econômica, precisa de um desfecho. E não há outro nesse momento que não o impeachment”, acrescentou o tucano.

Apesar do quadro delicado, a equipe econômica do governo tem sido resistente em tomar medidas de resgate, como liberação de recursos compulsórios e revisão de exigências de valores contra calotes.