A prática petista de defender os seus investigados e condenados, em detrimento das provas apresentadas pela Justiça e dos brasileiros prejudicados por seus esquemas de corrupção, se repetiu mais uma vez nesta segunda-feira (26), quando a presidente do partido, senadora Gleisi Hoffmann (PR), criticou a condenação do ex-ministro Antonio Palocci a 12 anos de prisão. O petista teve a sua sentença determinada pelo juiz federal Sergio Moro, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
As informações são de reportagem publicada pelo jornal Valor Econômico. Em nota, Gleisi Hoffmann afirma que a condenação de Palocci teve como única base a palavra de delatores que desejam reduzir suas próprias penas. “Mais uma vez estamos diante de uma condenação que tem como base apenas as palavras de delatores, que se utilizam de subterfúgios para incriminar quem quer seja, desde que tenham suas penas reduzidas”, disse a petista.
A nota ignorou que Palocci teve a prisão decretada pelo recebimento de propina em troca de sua atuação a favor do Grupo Odebrecht no governo federal, entre 2006 e 2013. Na mesma sentença, também foi condenado o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.
O deputado federal Izalci Lucas (PSDB-DF) avaliou que o Partido dos Trabalhadores mostra a sua incoerência ao defender réus condenados pela Justiça, ao mesmo tempo em que continua a se apresentar como um defensor dos brasileiros.
“Eles têm uma desculpa para cada fato. Inventam qualquer coisa, o que serve só para eles não serve para os outros. São totalmente incoerentes e defendem o indefensável. Fica até difícil de avaliar cada manifestação deles porque, na prática, não existe critério. Só são contra aquilo que é contra eles”, considerou o tucano.
Incoerência
Exemplos da incoerência petista não faltam. Em outra nota, o partido reafirmou acreditar na inocência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acusado de ter recebido vantagens indevidas, entre elas um apartamento tríplex no Guarujá (SP), como propina em troca de contratos da construtora OAS com a Petrobras. A resposta do partido seguiu a mesma: dizer que o objetivo de uma eventual condenação de Lula seria afastá-lo das eleições de 2018.
“Não aceitaremos vereditos baseados em indícios falsos e especulações partidarizadas, conforme possibilidade que já vem sendo aventada pela imprensa, e que contrariem até documentos oficiais de órgãos públicos que atestam que o ex-presidente nunca foi proprietário de tal imóvel”, apontou o texto.
A nota reforçou ainda que a militância está atenta e mobilizada, pronta para dar uma “resposta adequada” a uma eventual condenação de Lula.
‘Resposta adequada’
O deputado Izalci Lucas questionou o que seria uma “resposta adequada” da militância petista. Isso porque, em mais uma estratégia de blindagem do ex-presidente Lula, o presidente do PT no Rio de Janeiro, Washington Quaquá, divulgou uma nota em que prega o “confronto popular aberto nas ruas” caso o petista seja condenado por Moro.
“Queremos, a partir do Rio de Janeiro, dizer em alto e bom som: condenar Lula sem provas é acabar de vez com a democracia! Se fizerem isso, se preparem! Não haverá mais respeito a nenhuma instituição e esse será o caminho para o confronto popular aberto nas ruas do Rio e do Brasil!”, ameaçou o presidente do PT-RJ.
Para Izalci, as declarações são mais um exemplo da postura antirrepublicana adotada pelo PT, que incita os seus militantes a promoverem o caos na ordem pública.
“Isso é desobediência civil. Na prática, eles não respeitam decisão judicial, só quando é para os outros. Quando é para eles, é ilegal, ou não querem cumprir. Lei não se discute, você tem que cumprir. Pode recorrer, mas não se discute como eles estão fazendo. Tentam tumultuar o processo para denegrir a imagem do Judiciário, para distorcer os fatos. Tudo isso para livrar o Lula da prisão”, completou o parlamentar.
Leia AQUI a reportagem do jornal Valor Econômico.