O empresário Shinko Nakandakari recebeu propina de R$ 5 milhões, paga por uma empreiteira, passando-se por representante da diretoria da Serviços e Engenharia da Petrobras, dirigida, na época, por um indicado do PT. As informações são do jornal Folha de S. Paulo desta segunda-feira (24).
De acordo com a reportagem, o relato foi feito à Polícia Federal pelo presidente da divisão industrial da Galvão Engenharia, Erton Fonseca. Ele disse ter feito o pagamento a Shinko Nakandari – o sobrenome correto do executivo é Nakandakari. A Galvão Engenharia teria provas do pagamento, que serão apresentadas em breve à Justiça.
O deputado federal Domingos Sávio (PSDB-MG) afirmou que fica cada vez mais evidente que o PT teme o resultado das investigações. “É indignante a postura como o partido [PT] reage a tudo isso. O governo é responsável por nomear ministros e presidentes das empresas públicas. Como é possível não saber o que está acontecendo?”, questionou.
Para o tucano, o mais importante é que, “apesar de tudo, o combate massivo da oposição tem dado resultado. “Podemos acompanhar em qualquer noticiário. É preciso, porém, que continuemos com a verdadeira guerra contra a corrupção, dando sequência ao trabalho da CPMI, para que todos os envolvidos sejam devidamente punidos”.
Ainda segundo a reportagem, o executivo da Galvão, que está preso, disse que Shinko atuava junto com o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, que já fez uma delação premiada e prometeu devolver à União US$ 97 milhões obtidos ilegalmente do esquema.
A Folha apurou também que Erton Fonseca disse à Polícia Federal que Shinko desempenhou, em relação aos contratos da diretoria de Serviços sob a gestão de Duque, um papel semelhante ao do doleiro Alberto Youssef nas obras tocadas pela diretoria de Abastecimento da estatal, então chefiada por Paulo Roberto.