
O futuro do programa “Mais Médicos” deve passar por algumas alterações. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo nesta quinta-feira (21), o ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou que a situação do programa é “provisória”, uma vez que na organização dos serviços de saúde cabe aos municípios a responsabilidade de contratar os médicos, e não ao governo federal.
Segundo o ministro, há 2.500 municípios no país atendidos somente por médicos cadastrados no programa. Barros lembra ainda que o pacto federativo determina que é de competência dos municípios a execução do sistema de atenção básica de saúde.
As afirmações do ministro contrariam a posição de representantes do governo da presidente afastada Dilma Rousseff, para os quais o “Mais Médicos” seria permanente. O deputado federal Geraldo Resende (PSDB-MS) ressalta que o atendimento médico em municípios distantes é um problema que ainda persiste e que precisa de uma solução definitiva.
“Para solucionar a questão dos médicos nos municípios do Brasil, nós precisamos resgatar um projeto que está em andamento na Câmara, que é a criação de plano de carreira de estado para os médicos brasileiros, para que eles possam, a partir de uma ascensão funcional, e após ir para pequenos municípios, chegar às cidades maiores.”
Ricardo Barros também fez um pedido ao governo de Cuba e à Organização Pan-Americana de Saúde, responsáveis pela vinda dos médicos cubanos ao Brasil, para que os estrangeiros que já estão mais vinculados às comunidades possam ter o contrato prorrogado.
Em um provável novo edital, o ministro também espera que os mais de 11 mil médicos cubanos no Brasil sejam substituídos, aos poucos, por profissionais brasileiros. O deputado Geraldo Resende ressalta a importância do “Mais Médicos”, mas alerta que o país precisa reconhecer a importância da formação de uma carreira médica brasileira.
“Hoje o programa se expandiu e, apesar das várias críticas – inclusive inicialmente com o repasse de recursos pequenos aos médicos com os quais foram feitos convênios direto com o governo cubano –, houve essa grande avalanche de profissionais que tem um impacto no primeiro momento, que dá a sensação de ter a presença médica nos mais diferentes rincões do país. Mas, enquanto isso, vamos ficar nessas políticas criadas pontualmente, que não têm uma resposta efetiva. Para mim só vai ter médico no interior a partir da implantação de uma carreira de estado para a área médica”, afirmou.
Na entrevista, Barros também destacou a importância de criar carreiras de médico locais, seguindo dessa forma o modelo descentralizado do sistema de saúde.
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*Da assessoria do PSDB Nacional
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