O Estado brasileiro foi o último do continente americano a decretar o fim da escravatura. O atraso na tentativa de fazer com que brancos e negros tivessem as mesmas condições sociais e econômicas é refletido até hoje. Vemos negros ganhando menores salários, sendo as maiores vítimas de violência e tendo menos oportunidades profissionais. Isso, resumindo, porque a situação do negro é pior em todos os aspectos, infelizmente.
Por um tempo, a política de Estado baseou-se no racismo, pensando que a única forma de trazer prosperidade ao povo brasileiro fosse com o branqueamento da população. Quando este absurdo conceito caiu por terra – formalmente isso aconteceu em 1988 com a nova constituição – também não foram criadas políticas eficientes para que os negros melhorassem suas condições de vida.
A situação das comunidades quilombolas é um claro exemplo disso. Para quem não conhece, os quilombolas são grupos étnico-raciais que têm trajetória histórica própria, são dotados de relações territoriais particulares e sua ancestralidade negra é relacionada à escravização. Essas comunidades possuem direito de propriedade de suas terras consagrado desde a constituição federal de 1988 e, segundo levantamento da Fundação Cultural Palmares (FCP), há 3.524 comunidades quilombolas no Brasil.
O problema é a situação em que se encontram. Relatório divulgado pelo próprio governo federal reforça a visão de que ainda existe um longo caminho para que este povo viva com dignidade. Das 80 mil famílias quilombolas do Cadastro Único, 74% ainda viviam em situação de extrema pobreza, conforme dados apontados pelo programa Brasil Quilombola, lançado em 2013 pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir).
Aécio Neves, enquanto governador de MG, fez o que pôde. Criou o programa de alfabetização “Cidadão Nota Dez”, que formou e remunerou professores quilombolas para alfabetizar integrantes da própria comunidade, assegurando que a cultura quilombola permanecesse preservada.
Também foram realizados mutirões para erradicação do sub-registro civil e emissão de documentação civil básica como certidão de nascimento, casamento, carteira de trabalho, identidade e CPF. Ainda foi diagnosticada a situação sócia, econômica e cultural em 40 comunidades.
Vimos que o problema do racismo, no Brasil, foi reconhecido por Fernando Henrique Cardoso a partir de 1995, o que desencadeou projetos e ações do governo federal visando a igualdade racial. Mas também sabemos que evoluímos pouco desde então. Com o PT, tivemos um Estado gastador e pouco eficiente, bom de propaganda, mas ruim de serviço. Se a política de promoção da igualdade racial fosse realmente boa, como eles mesmos dizem, a violência em relação aos negros não teria aumentado 29,8% entre 2002 e 2010.
Os negros do Brasil clamam por um governante sério na Presidência da República, que se comprometa a trabalhar de forma inteligente pela causa. Pelos pobres, pelos afrodescendentes, pela real melhoria de vida destas pessoas. Por conhecê-lo e saber de sua competência, Aécio é, sem dúvidas, o nome certo para realizar as mudanças que almejamos.