Em entrevista ao jornal Valor Econômico desta segunda-feira (21), o governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), afirmou que a crise política, econômica e ética que atinge o país é mais profunda e “é uma crise da sociedade”. Para o tucano, o momento é uma oportunidade “ímpar” de o Brasil repensar o país que quer ser.
“O país está mergulhado em uma das mais graves crises da sua história, que mistura ingredientes que não são simples de serem apartados sem se imaginar soluções parciais, porque o que se tem é um ingrediente econômico sério, um ingrediente político sério e um ingrediente ético sério. Estamos vivendo uma séria crise política no Brasil, mas acho que é muito mais grave que isso”, disse.
“Fala-se muito, neste quadro, que a crise é momento de renascimento. O novo sai do ventre do velho. É verdade, mas não acontece por acaso”, acredita. “Se tivermos a coragem de abandonar algo de que sempre nos vangloriamos, que é a esperteza, e resolvermos tentar ser um pouco mais sábios, acho que poderemos construir o que estamos precisando”, completou.
Economista e um dos fundadores do PSDB, Jatene está em seu terceiro mandato. Em 2002, derrotou a candidata do PT, Maria do Carmo e, em 2010, Ana Julia Carepa, candidata à reeleição pelo PT, nas campanhas eleitorais para o governo do estado. Em 2014, venceu Helder Barbalho (PMDB).
Ao Valor, Jatene disse que houve “uma lamentável sequência de atos inconsequentes” nos últimos dias, na cena política. “É extremamente preocupante. Temos uma nação perplexa diante da revelação permanente, a cada dia, de fatos que abalam a República”, disse. “E um destes personagens, que é um personagem especial nisso tudo e que certamente tem uma montanha de coisas a dizer e explicar, você apanha e coloca no ministério?”, questiona o tucano se referindo ao ex-presidente Lula ser nomeado ministro da Casa Civil.
O tucano classificou de “insensatez” pegar alguém nesse momento, vivendo tudo isso, e fazer com que assuma um cargo na República “que tem o papel de construir um ambiente de pacificação e não de conflito”. Segundo o governador, o país vive a “marcha da insensatez” e predomina na esfera institucional. “As relações institucionais têm que ter outro caráter. Não entendo o ato de governar desta forma, em que te digo algo e você retruca imediatamente assim ou assado. As coisas não podem ter este rumo”, disse Jatene, criticando que pela dimensão territorial, populacional e econômica do país é “muito difícil que se trate as coisas como se fossem uma extensão das necessidades particulares deste ou daquele grupo, ou daquela pessoa”.
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