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Racismo estrutural e o caso da ministra Vera Lúcia: quando o preconceito desafia a democracia

Por Dora Gomes

O recente caso de racismo dirigido à ministra Vera Lúcia, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), trouxe à tona uma questão alarmante e persistente: o racismo estrutural que permeia a sociedade brasileira. Este incidente serve como um lembrete contundente de que, mesmo diante de conquistas profissionais e sociais significativas, a cor da pele ainda é um alvo de preconceito e discriminação.

O racismo estrutural no Brasil é um fenômeno enraizado que se manifesta em diversas esferas da vida, desde a educação até o mercado de trabalho. Ele não é apenas uma questão de atitudes individuais, mas sim um sistema complexo que perpetua desigualdades e marginaliza pessoas negras.

Esse tipo de racismo não se limita a insultos ou agressões diretas; ele se infiltra nas estruturas sociais e institucionais, criando barreiras que dificultam o acesso de pessoas negras em diversos espaços. A mensagem que isso transmite é clara: não importa quão bem-sucedido você seja, a sua cor de pele pode ser um fator determinante para o preconceito que você enfrenta.

É fundamental que a sociedade brasileira reconheça e combata esse fenômeno. Precisamos não apenas denunciar os atos de racismo, mas também entender suas raízes e como eles se manifestam em nosso cotidiano. A educação desempenha um papel crucial nesse processo.

As lições aprendidas com a situação da ministra são valiosas. Elas nos lembram que o combate ao racismo deve ser uma prioridade coletiva, envolvendo todos os setores da sociedade. É necessário criar um ambiente onde a diversidade seja não apenas aceita, mas celebrada, onde pessoas negras possam alcançar seu pleno potencial sem serem constantemente lembradas de suas diferenças.

O racismo é uma questão que afeta a todos nós. Ao lutarmos contra essa injustiça, não apenas apoiamos as vítimas, mas também trabalhamos pela construção de uma sociedade mais justa e igualitária. A ascensão de pessoas negras deve ser vista como um triunfo coletivo, e não como uma exceção que provoca reações hostis. É hora de dar voz e espaço a essas narrativas, promovendo um Brasil onde a cor da pele não determine o valor de uma vida.

* Dora Gomes é presidente do Instituto É POSSÍVEL, ativista na defesa pela liderança feminina, igualdade racial e empreendedorismo.

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