Tucanos acreditam que votação na Comissão sinaliza queda de Dilma no plenário

A votação da comissão especial do impeachment realizada na noite desta segunda-feira (12) entrou para a história ao aprovar o relatório pela abertura do processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados. E assim como aconteceu em 24 de setembro de 1992, quando a decisão na Comissão sinalizava um passo para a queda do então presidente Fernando Collor, parlamentares do PSDB acreditam que a história se repetirá e a cassação da petista será aprovada pelo Plenário.

O deputado federal Jutahy Magalhães Jr. (PSDB-BA) afirma que a Oposição conseguirá reunir os 342 votos necessários para aprovar a admissibilidade no domingo (17) e encaminhar o processo ao Senado. “Ontem, na Comissão Especial votei favorável ao impeachment, junto a todos deputados do PSDB. Demos sete votos para a aprovação no comissão. Já demos dois passos importantes. O primeiro foi a aprovação do relatório muito consistente do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) com uma votação muito além do que o governo imaginava. O governo acreditava que, na pior das hipóteses, eles teriam 31 a 32 votos e só tiveram 27. O [segundo] é que o clima e o vento são favoráveis àqueles que defendem o impeachment e estou confiante que vamos conquistar os 342 votos no domingo para o bem do Brasil”.

Para o deputado federal Nilson Leitão (PSDB-MT), a pressão popular nos deputados indecisos ou que votaram contra o impeachment na Comissão também fará diferença no plenário.

“Hoje temos mais informações, as redes sociais e tudo isso influencia muito na vida do parlamentar. Alguns deputados apenas cumpriram o compromisso de lealdade da presidente. Mesmo sendo favoráveis ao impeachment, eles votaram a favor da presidente da República. Alguns destes que votaram não na Comissão vão votar sim no plenário e não tenho dúvida que o placar será bem mais elastic”, declarou o tucano que também é membro da Comissão do Impeachment.

A deputada federal Shéridan (PSDB-RR) ressalta que, como na era Collor, o país clama por mudanças e por moralidade e acredita na aprovação do afastamento da presidente Dilma. “A aprovação do parecer pela admissibilidade do processo de impeachment, ocorrida ontem, nos mostra que a história se repete sim. Assim como no impeachment do presidente Collor, a comissão especial teve papel essencial ao fundamentar todas as irregularidades e refletir o anseio não só dos parlamentares mas, principalmente, do povo brasileiro. A tendência é a de que o plenário confirme essa decisão. Sabemos que teremos de lutar por cada voto a favor do impeachment, mas não fugiremos à luta e não nos omitiremos jamais. A chance de sairmos vitoriosos é grande”, resumiu.