PSDB – ES

Alessandro Broedel defende gestão profissionalizada em Sooretama

alessandro
Na voto o deputado estadual Marcos Mansur, o vice-governador César Colnago, o pré-candidato a prefeito em Sooretama Alessandro Broedel e o deputado federal Max Filho

Em entrevista ao jornal Correio do Estado, o pré-candidato tucano a prefeito aponta erros e defende soluções para Sooretama sair da estagnação social e econômica.
Confira a íntegra: 

Aos 42 anos, o empresário Alessandro Broedel concorre pela segunda vez a Prefeitura de Sooretama pelo PSDB. Traz na bagagem os 5.283 votos obtidos no pleito de 2012 e a certeza de que tem o melhor projeto de mudança e desenvolvimento para o município onde nasceu e onde vive com a família. Para vencer as eleições de outubro, Broedel não pretende usar velhas praticas políticas. Vai usar os argumentos de quem conhece a realidade do município que tem uma receita de R$ 66 milhões por ano, mas que pouco investe na melhoria da qualidade de vida da população. Como empresário tem a experiência de quem sabe agregar uma equipe técnica competente com planejamento e foco para garantir o avanço para o município que completa 20 anos de administração publica, mas que ainda não conquistou sua independência no que se refere aos serviços públicos.

 

Por que o senhor está se candidatando pela segunda vez a Prefeitura de Sooretama?

Vemos que o município tem um grande potencial em todas as áreas, agrícola, industrial, no agroturismo, mas está totalmente abandonado e sendo dirigido por uma administração que nunca fez com que a coisa acontecesse realmente em Sooretama. É um município que possui muitas oportunidades, mas não as alavancou ainda. Observamos a indignação da população. Vemos as coisas acontecendo em Linhares, Jaguaré, São Mateus e Sooretama que vive o mesmo cenário, que está dentro da área da Sudene, porém não explora seu potencial.

O senhor fala em indignação da população. Mas é esta população que pela terceira vez elege o mesmo prefeito.

A política toma rumos inesperados em muitas vezes, mas não devemos perder a esperança, pois uma pequena diferença de votos elege um político num município que não possui segundo turno, sendo assim, há uma quantia significativa de eleitores não apoiam tal candidato.

Esta política de venda de votos parece ser uma pratica habitual em Sooretama. Como o senhor pretende enfrentar isto no processo eleitoral?

Nosso trabalho é pautado na justiça e respeito à democracia. Acreditamos no que há de melhor nas pessoas e juntos faremos uma bela campanha e por consequência uma boa gestão se o povo assim escolher.

Em nível nacional, este perfil da venda de votos é resultado da falta de educação da população. É isto que ocorre em Sooretama?

Sooretama, possui um corpo docente altamente qualificado. O que falta é estrutura para trabalhar e apoio aos profissionais. Quando estes professores vêem para Linhares eles conseguem realizar um trabalho bem melhor em função dos recursos que são oferecidos. O salário do professor é baixíssimo e  ele ainda tira o pouco que ganha para comprar material didático porque o município não investe nesta área.

Enquanto apresenta este quadro de baixo salário e falta de infraestrutura na educação, Sooretama está com mais de 51% de sua receita comprometida o que representa não poder mais fazer gastos. Como solucionar esta equação?

Falta planejamento. Dinheiro tem. Falta fazer adequação de seu uso. O passo fundamental é colocar as pessoas certas no lugar certo. É preciso criar uma estrutura. Hoje o secretariado não é técnico, é político. Para se ter uma boa administração é preciso criar uma equipe técnica, competente e compromissada. Hoje temos uma receita anual de R$ 66 milhões, mas não há planejamento de gastos. O que entra, sai na base do “achismo”. Com uma equipe técnica vamos poder captar mais recursos do governo do Estado e Federal para tocar os projetos do município. Sabemos que precisamos dos recursos de fora e sabemos que Sooretama precisa de credibilidade para buscar estes recursos. Com recursos próprios, o município se mantém se fizer ajustes nos gastos públicos. Mas para buscar o desenvolvimento, será preciso recorrer a recursos de fora.

Como empresário, o que o senhor vai levar para a administração publica?

A primeira coisa é planejamento. Não se chega a lugar nenhum sem saber seu objetivo. Qual o objetivo da administração publica? É ter uma saúde, uma educação de qualidade? É ter uma política de geração de emprego e renda? Temos que ter estes objetivos definidos e traçar metas para que eles sejam cumpridos, não dá para não ter um único foco, levo também a capacidade de agregar bons profissionais. Como empresário tenho o perfil de trabalhar com profissionais técnicos como engenheiros, administradores, gente da área da saúde, da economia e de comunicação. Estes profissionais vão gerenciar baseados nos indicadores que nos dão a realidade de nosso município.

E estas serão suas prioridades? Educação, Saúde e Geração de Emprego e Renda?

Serão Saúde, Educação, Geração de Emprego e Renda e solução para a crise hídrica.

Como gerar emprego e renda?

Sooretama está dentro da área da Sudene. É um município cortado pela BR 101, estes são grandes atrativos para as empresas. Temos que tornar visíveis nossos potenciais, mostrar isto para as federações das indústrias dos Estados e atrair empresas de forma inteligente. O próximo passo é se antecipar, ou seja, antes da empresa se instalar, queremos saber o perfil do colaborador que ela vai precisar para que possamos capacitar nossa população, desta forma, quando a empresa estiver pronta para ser inaugurada, nossa população estará apta a trabalhar para eles. Não podemos deixar que aconteça como aconteceu com a Itatiaia. A chegada da fábrica gerou uma expectativa muito grande de 1,2 mil empregos. Mas quem estava no poder público não teve a competência de qualificar a população. O resultado é que a empresa  contratou gente de Linhares, Vitória, Ubá… precisamos e vamos oferecer incentivos para novas empresas se instalarem no município. Em nosso projeto temos a criação de espaços públicos de desenvolvimento de oficinas para geração de renda e de iniciativas em economia solidária; queremos regularizar o trabalho precário ou informal. Vamos promover estudos para identificar novos mercados produtivos, visando o desenvolvimento do processo agrícola, industrial e comercial do município. Também caberá a nossa administração investir em programas de capacitação dos micro, pequenos e médios empresários em todas as áreas. Também vamos organizar a administração para oferecer informação e acompanhamento online de oferta e procura de emprego. Enfim, temos muitas propostas para discutir com a comunidade.

Sooretama vai fazer 22 anos de emancipação política. Ao longo deste período ainda não houve uma administração que tornasse o município verdadeiramente independente de Linhares.

Sim, hoje vemos nossa população precisando ir para Linhares tratar da saúde, estudar e até se empregar. E os mesmo incentivos Linhares possui, Sooretama também tem. O que falta é uma equipe de gestores competentes para atrair empresas. Hoje o desenvolvimento passa por Sooretama, ele precisa parar em Sooretama.

Na semana passada, foi refeito o Mapa do Turismo do Espírito Santo e Sooretama não é citada. Como o senhor vê isto e o que fazer para reverter este quadro?

Isto aconteceu por falta de investimento. Temos um município com 52% coberto de Mata Atlântica, temos a Lagoa Juparanã e enquanto o turismo na Região Sul aproveita um ciclo de aproximadamente dois meses e meio de frio, aqui o ciclo poderia durar os nove meses calor intenso e ainda somos cortados pela BR 101, o que é logisticamente interessante. Temos um potencial enorme para explorar o agro e o ecoturismo.

A Reserva Biológica de Sooretama não está prevista para exploração turística como ocorre com a Reserva da Vale que tem uma estrutura própria para isto. Como poderia ser trabalhado o eco turismo na reserva?

A Rebio pode colocar Sooretama no cenário do turismo, mas falta contrapartida do município. Temos que fazer um trabalho conjunto entre os governos municipal, estadual e federal. Em Sooretama tem um o Instituto Bionativa que trabalha em parceira com a Universidade Federal do Rio de Janeiro. Eles tem toda uma infraestrutura montada que começou com o plantio de mudas para ser distribuída para os agricultores, mas por falta de apoio do município teve seu trabalho paralisado. Enfim, em Sooretama hoje não temos nada de política nesta área. Mas temos o mais importante que é o potencial. Nossos agricultores precisam de ajuda para descobrirem o caminho para desenvolver o agroturismo. Se o município oferecer o suporte técnico, isto pode acontecer.

Hoje a economia de Sooretama depende da agricultura. Mas falta água para a irrigação. Falta também para consumo humano na região urbana. Como o senhor pretende solucionar esta questão?

Temos a crise hídrica no campo porque no passado não houve investimentos em barragens que devem ser construídas em consonância com as leis ambientais e hoje pagamos caro por isto. Agora temos que fazer isto. A hora é de fazer as barragens, fazer parceria com as cooperativas para a produção de mudas e ensinar nosso produtor a produzir água e usá-la de forma racional. Vamos promover projetos em escolas, ginásios esportivos, clubes poliesportivos e até mesmo nos hospitais, sobre o uso consciente da água. Queremos estimular o uso de cisternas para captação de toda água de chuva. Teremos rigor no controle do consumo de água dos locais públicos e vamos preservar e intensificar as áreas verdes no Município. Pensamos em incentivar mais o uso consciente da água e geração de resíduos entre muitas outras ideias que serão discutidas com a comunidade. Para área urbana, temos a Lagoa Juparanã para captação de água, todavia, também deve haver capacidade de tratamento. Esta é a realidade de Sooretama, temos água da Lagoa Juparanã e recursos que vieram do governo federal para fazer a captação desta água, mas nada foi feito. Então o problema da crise hídrica de Sooretama não passa pela falta de água, mas sim por crise de gestão, precisamos de pessoas competentes que administrem isto.

Como resolver a questão da Saúde? O município não tem hospital e os postos de saúde não funcionam a contento.

Tudo é muito precário e dependente de Linhares. Em Sooretama é proibido ficar doente depois das 5h da tarde ou nos finais de semana. Temos visitado alguns municípios do Estado que tem exemplos muito interessantes de solução para a Saúde. É o caso de Santa Leopoldina que tem um hospital gerido por uma fundação que conta com recursos dos governos estadual e municipal. Enfim, queremos garantir e melhorar o acesso da população a serviços de qualidade, com o aprimoramento da política de atenção básica, ampliação do horário de atendimento de Unidades Básicas de Saúde, com um terceiro turno, e  vislumbramos realizar mutirões periódicos para consultas e cirurgias eletivas, bem como estudar a implantação de um hospital nos mesmos moldes de Santa Leopoldina.

E a questão da educação. Como resolver?

Todos os aspectos negativos de Sooretama passam por quem está à frente das pastas. Precisamos colocar as pessoas certas nos lugares certos e investir de forma adequada os recursos públicos. O problema está na gestão do município não na falta de recursos. Hoje observamos que o desempenho dos professores que estão em Sooretama e vão para outros municípios é bem maior. Temos um excelente corpo docente, mas que não tem infraestrutura para trabalhar. São profissionais empenhados que tiram recursos do próprio bolso para comprar um material para dar uma aula, mas que não encontra apoio no poder publico. Queremos uma gestão participativa. Precisamos ouvir estas pessoas.

Como vocês estão trabalhando para evitar que ocorra a divisão de votos que culminou na perda de sua eleição em 2012?

A vontade de mudança em Sooretama é um desejo de todos. Nós temos este projeto de mudança. Contamos com o apoio do governador, do vice-governador e dos partidos que querem a mudança em Sooretama. Estamos com o PMDB, PTN, PMN, PT. Estes são os maiores partidos que estão com a gente. Mas o mais importante é termos o apoio da sociedade. Venho de uma família tradicional do município e tenho recebido bastante apoio das pessoas que querem mudança, que querem dar um novo horizonte para o município.

De que forma pretende convencer o eleitor a votar no senhor?

Quero conquistar o eleitor por aquilo que podemos fazer pelo município. Vamos apresentar nosso projeto. Temos uma proposta que prioriza a participação população. O município não é feito de somente de prefeito e vereadores. Quem tem que ajudar a tomar decisões é a população. É a população que sabe os problemas reais que enfrenta. Faremos reuniões freqüentes nas comunidades para discutir os projetos, as obras. Eles têm que falar sobre suas demandas, seu potencial, suas prioridades.  Queremos promover discussões democráticas com a sociedade para identificarmos as necessidades das pessoas e depois oferecer o melhor para elas. Não adianta fazer uma quadra de esporte que se a comunidade precisa de uma creche.

Qual a realidade de Sooretama hoje?

Encomendamos pesquisas sobre isto e hoje temos dados financeiros, econômicos e sociais do município que estão sendo estudados todas as noites por um grupo formado por mim e técnicos de várias áreas. Hoje analisamos, por exemplo, o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) e vemos que se ele está baixo não é por conta de professores ruins, mas porque eles não tem estrutura para dar aulas de qualidade. Como se ensina matemática se não tiver um quadro para escrever, uma carteira para o aluno sentar? É muito difícil. Todas estas questões estão sendo estudadas por minha equipe. Queremos entender cada dado. Quando falamos de agroturismo precisamos conversar com o agricultor que perdeu o café por falta de água. Ele vai plantar o café de novo sem apoio, sem novas perspectivas? Estamos levantando o debate. Falamos em uma agricultura sustentável.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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