Brasília (DF) – O governo federal lança mão a cada dia de novos artifícios para tentar se manter no poder. Depois de transformar a Esplanada dos Ministérios em um ‘balcão de negócios’, trocando cargos em importantes pastas como a saúde e a educação por votos contrários ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o Palácio do Planalto agora mobiliza os ministérios para desengavetar propostas que criem um cenário positivo às vésperas da votação do impeachment na Câmara.
O problema é que o ‘pacotão do impeachment’ pode impactar ainda mais as já debilitadas contas públicas. Isso porque o governo estuda aumentar os gastos, remanejando recursos para elevar o orçamento de ministérios, Estados e municípios, flexibilizando exigências, a cobrança de dívidas, e aumentando investimentos – tudo para atender demandas de deputados em troca de votos favoráveis à presidente Dilma. O rombo nas contas públicas pode chegar a R$ 100 bilhões neste ano.
Para o deputado federal Vitor Lippi (PSDB-SP), o governo mais uma vez coloca os seus interesses à frente dos interesses do povo, já que planeja gastar mais para agradar aliados, em detrimento da já fragilizada economia brasileira.
“Esse governo está há treze anos no poder, e o que nós vemos é que eles conseguiram causar um desastre econômico e social no país sem precedentes, onde nós temos 10 milhões de desempregados, 7 mil novos desempregados por dia, tivemos o fechamento de 100 mil lojas no ano passado, e estamos com uma expectativa negativa de mais de 2 milhões de brasileiros que devem perder o emprego ainda nesse ano, segundo avaliações. Quer dizer, falar em agenda positiva agora, quando nós estamos em um mar de lama, de corrupção, com denúncias onde várias pessoas têm sido presas semanalmente por conta dos escândalos?”, questionou.
O parlamentar avaliou que o governo perdeu a sua credibilidade, por isso tenta, às vésperas da votação do impeachment, criar um factoide político.
“Esse governo já falou em muitas agendas positivas, e não cumpriu nenhuma. Falou no equilíbrio fiscal, e nunca houve um desequilíbrio fiscal tão grande na história do país. Falou em reduzir os ministérios para reduzir o número de cargos de comissão, mas não fez nada disso. É um governo totalmente desacreditado”, destacou.
Vitor Lippi acrescentou ainda que é o desespero em se manter à frente da Presidência da República que leva a gestão de Dilma Rousseff a lançar propostas infrutíferas e que não vão mudar o status quo da situação econômica e social, além do descrédito político do governo.
“São medidas demagógicas, oportunistas e que em nada vão impactar positivamente o cenário econômico e social, muito ao contrário. Trata-se de mais um discurso, onde o discurso e a prática não se encontram. Mais uma vez, o PT vai demonstrar a sua total incapacidade de cumprir aquilo a que se dispõe. Vai ser uma medida que vai desacreditar ainda mais esse governo que está aí”, concluiu o tucano.