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Tiago Oliveira

Proposta pela oposição, CPI dos fundos de pensão começa os trabalhos em agosto

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Brasília – A CPI que vai investigar denúncias de irregularidades nos fundos de pensão da Caixa (Funcef), Correios (Postalis), Petrobras (Petros) e Banco do Brasil (Previ) vai ser instalada em agosto, na volta aos trabalhos depois do recesso legislativo. Como um dos autores do requerimento, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) será um dos membros titulares do colegiado. A senadora Ana Amélia (PP-RS) também subscreveu o pedido.

A comissão solicitada pela oposição teve seus últimos nomes indicados pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) nesta quinta-feira (16) – mais de dois meses depois da leitura do requerimento de criação da comissão. Além de Aloysio, o PSDB terá o senador Antônio Anastasia (PSDB-MG) como titular e o também tucano Paulo Bauer (SC) na vaga de suplente.

Os demais integrantes da CPI são os petistas Humberto Costa (PE), José Pimentel (CE) e Gleisi Hoffmann (PR); os peemedebistas João Alberto Souza (MA) e Sandra Braga (AM); o PSD indicou Otto Alencar (BA) e Sérgio Petecão (AC); pelo PSB, Lídice da Mata (BA) será titular e João Capiberibe (AP), suplente.

Os demais indicados são Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Fernando Collor (PTB-AL), como titulares, e Blairo Maggi (PR-MT), na suplência.

Histórico

O primeiro pedido da criação da CPI dos fundos de Pensão foi feito por Aloysio Nunes e Ana Amélia e lido no Plenário do Senado, com 32 apoiamentos de senadores, no dia 8 de abril. Só que, em menos de 24 horas, a bancada do PSB e o senador Ivo Cassol (PP-RO) retiraram as assinaturas, e a CPI foi arquivada por não ter o número mínimo de 27 rubricas.

Um novo pedido foi apresentado pelo líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), e desta vez o requerimento obteve o necessário, tendo sido lido em 6 de maio. A oposição então começou uma nova luta: a das indicações dos membros do governo, com cobranças feitas em plenário por Aloysio Nunes e pelo presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG).

*Da assessoria do senador

“Virando o jogo”, por Otavio Leite

otavio-leite-foto-george-gianni-psdb-15-Certamente, todos concordamos que o trágico placar de 7 a 1, há um ano, para Alemanha, foi o “fundo do poço” do futebol brasileiro. Ali, as vísceras de uma estrutura anacrônica e carcomida por desmandos, irresponsabilidades gerenciais e corrupção foram expostas literalmente. Ao menos, o episódio chamou gravemente a atenção, passando a exigir severas providências.

A rigor, não haverá seleção brasileira competitiva sem clubes de futebol fortes. Refiro-me não apenas aos das séries A, B, C, D, como também aos mais de 530 outros clubes que participam de campeonatos regionais e de onde afloram talentos e profissionais. A verdade é que eles vivem, em ampla maioria, uma espécie de caos financeiro, retroalimentado pela ausência de práticas administrativas modernas e transparentes. Eis a espiral viciada que explica a precária performance do nosso futebol.

A LRFE — Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte —, título com que denominei a MP do Futebol (671), recém-aprovada no Congresso, é, seguramente, o início de um novo tempo na organização do esporte principal da nação.

A saída do “atoleiro financeiro”, mediante parcelamento das dívidas em parâmetros aproximados aos Refis já havidos, exigirá rigorosas contrapartidas dos clubes. O que é inédito no país. A começar pela comprovação — a cada início de campeonato — de estar em dia com as parcelas pretéritas e tributos correntes, bem como com os salários e direitos de imagem dos atletas e funcionários. O descumprimento desse pressuposto implicará o rebaixamento para divisão inferior (regra prevista na LRFE e que constará dos Regulamentos das Competições). Sem contar as obrigações adicionais: balanço padronizado, para evitar alquimias contábeis; restrição à antecipação de receitas, fonte de gastos absurdos; além da redução compulsória de déficits financeiros.

É importante mencionar, ainda, que ficará muito clara a tipificação da chamada “Gestão Temerária” quando o dirigente, entre outras medidas, adotar, em proveito próprio ou de parente, benesses que coloquem o patrimônio do clube em risco, ou mesmo cercear o direito de informação dos sócios, implicando seu afastamento e inelegibilidade por dez anos, independentemente das sanções civis e penais.

Trata-se de um conjunto de medidas de boas práticas administrativas e fiscais que darão solidez ao sistema. De tal forma que ninguém gastará mais do que pode. Esse é o ponto básico. As fantasias e delírios de dirigentes em contratações e salários irreais, que geram dívidas astronômicas, não mais serão possíveis, sob pena de graves consequências.

Vale ressaltar que, do ponto de vista da oxigenação política, um grande ganho será a limitação de quatro anos nos mandatos de clubes, federações e, inclusive, para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), permitida apenas uma reeleição. Afasta-se assim a perversa perpetuação no poder.

Outro ponto a ser destacado será a ampliação do colégio eleitoral da CBF, incluindo, pelo menos, os 20 clubes da série B do Campeonato Brasileiro. Óbvio, mais democracia, sempre.

Para Montesquieu, as leis decorrem da realidade social e da história concreta de cada sociedade. O texto final aprovado, que contém quase tudo que propus, expressa um novo contexto do futebol no Brasil.

Na verdade, os tempos presentes exigem seriedade e competência para superação das crises, em especial o drama que, há muito, afeta a nossa paixão maior: 7×1, nunca mais!

Deputado federal (PSDB-RJ) e foi relator da MP do Futebol. Artigo publicado em O Globo, em 20/07/2015

Nota do PSDB Nacional sobre o quadro político no país

facebook-logo-psdbO PSDB Nacional divulgou nota oficial, no último sábado (18), na qual se pronuncia sobre o cenário político do país. Confira abaixo a íntegra:

O PSDB acompanha com preocupação o agravamento do quadro político no país. Continuaremos atentos ao nosso papel de defender as nossas instituições para que elas cumpram suas funções constitucionais. Todas as denúncias têm que ser investigadas, respeitado o amplo direito de defesa.
Presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves

“Metas nunca cumpridas”, análise do ITV

unnamedHá um traço que acompanha o governo Dilma desde seu primeiro dia: jamais entrega o que promete. O histórico de frustrações vai do crescimento do PIB até a produção de petróleo, chegando aos objetivos fiscais, agora novamente em vias de serem revistos. Como acreditar em qualquer compromisso que este governo diz assumir?

A austeridade fiscal deveria marcar o segundo mandato da presidente, ou pelo menos o seu início. Mas a miragem não durou seis meses. Desde maio, começaram as discussões sobre a possível mudança – para menor – das metas de superávit fiscal deste e dos próximos anos. Tudo indica que, dentro de mais alguns dias ou semanas, elas irão ser reduzidas.

Desde o início, a meta fixada para este ano (1,2% do PIB) era considerada irrealizável por analistas. A realidade comprovou: o saldo fiscal conquistado no primeiro semestre deve ter ficado próximo de zero, para uma meta de R$ 66 bilhões no ano.

A recessão mais profunda na qual o país mergulhou tornou-a ainda mais difícil de ser alcançada. A economia já derreteu 2,7% até maio, de acordo com o Banco Central, e as receitas com tributos caem quase 3% no ano.

Uma das alternativas em discussão é a adoção de uma banda para o resultado fiscal. O superávit poderia oscilar em torno de um ponto definido, para mais ou para menos, como acontece com a inflação.

Assim como acontece com a inflação, a tendência de um governo leniente como é o caso da gestão da presidente Dilma sempre será aninhar-se nos patamares mais cômodos – mais altos no caso dos preços, mais baixos no caso fiscal.

Ruma, portanto, para produzir resultados incapazes de trazer qualquer expectativa de mudança à balbúrdia fiscal que se tornou norma na administração petista. Neste cenário, aumentam as chances de o Brasil ver-se rebaixado à condição de mau pagador, vendo encarecer seu crédito internacional.

Estas idas e vindas ilustram, de fato, a incapacidade do atual governo de planejar, traçar objetivos e alcançá-los. Tome-se quaisquer áreas de atuação pública e verifique-se se Dilma entregou o que prometeu. Nada, rigorosamente nada, foi cumprido conforme os compromissos: da inflação ao emprego, do crescimento ao ajuste fiscal.

A Petrobras, por exemplo, jamais produziu petróleo nos níveis traçados em seus planos de negócio. O PAC há muito deixou de entregar a miríade de promessas que alardeava. O PIB brasileiro, que deveria avançar até 5% segundo as projeções traçadas pela presidente e sua equipe em 2011, tem hoje um dos piores desempenhos do mundo.

Para complicar, a provável mudança na meta fiscal expõe a divisão interna entre facções do governo petista, numa hora em que o que se esperava era um mínimo de consenso. É o retrato de um governo que não inspira credibilidade e não exibe capacidade de execução. Um governo à beira do precipício.

“Qual crise?”, por Aécio Neves

18-03-15-aecio-neves_1No país das múltiplas crises, já não se sabe qual é a pior e a mais danosa: a que alcança o cotidiano dos cidadãos ou a que compromete o futuro do país?

São, como se sabe, crises diferentes, ainda que de certa forma complementares e com a mesma gênese, o mesmo ponto de partida.

Presidente nacional do PSDB.

 

 

Artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo, em 20/07/2015.

Confira a íntegra aqui

“Lula, a sua hora chegou”, análise do ITV

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Luiz Inácio Lula da Silva é, desde o último dia 8, alvo de investigação criminal aberta pela Procuradoria da República no Distrito Federal. Chegou a hora de o ex-presidente responder pelo balcão de negócios que, com sua ascensão à presidência da República, o PT armou no poder e transformou o governo federal num antro de corrupção.

Lula é investigado por crime de tráfico de influência, sob a suspeita de ter ajudado a Odebrecht, uma das principais envolvidas no escândalo da Operação Lava-Jato, a obter contratos no exterior financiados com dinheiro do BNDES. O Código Penal estipula pena de dois a cinco anos de reclusão para quem for condenado.

A abertura de investigação já é um passo adiante na apuração sobre a atuação do petista. Em maio, diante de suspeitas publicadas na imprensa, a Procuradoria havia solicitado informações a diversos órgãos e agora, com o que recebeu como resposta, resolveu transformar o procedimento preliminar numa investigação criminal formal. Lula, sua batata está assando…

O ex-presidente voou nas asas da Odebrecht para diversos destinos ao redor do mundo. Entre os já sabidos estão Cuba, Venezuela, República Dominicana, Angola e Panamá – justamente aqueles melhor aquinhoados com os empréstimos camaradas do BNDES nos últimos anos. Entre início de 2011 e fim de 2014, há 38 registros de saída de Lula do país.

O total de dinheiro emprestado pelo BNDES para obras da Odebrecht fora do Brasil soma R$ 31,3 bilhões, segundo a Folha de S.Paulo. As operações do banco ligadas à empresa no exterior atingem US$ 9,5 bilhões. Pelo visto, o investimento da empreiteira na contratação da mãozinha do ex-presidente compensou…

Em companhia de Lula nas viagens estava Alexandrino Alencar, ex-diretor da Odebrecht hoje preso sob a acusação de movimentar pagamentos de propinas no exterior. Na investigação aberta pela Procuradoria, o petista pode ter seu sigilo quebrado e ser alvo de busca e apreensão. Há muito mais a elucidar.

No início de junho, já haviam vindo a público pagamentos feitos pela Camargo Correa ao Instituto Lula e à empresa do ex-presidente, a LILS. Documentos apreendidos pela Lava-Jato registram repasses de R$ 4,5 milhões a título de “bônus eleitorais”, “contribuições e doações”. O petista também é alvo de mais duas investigações da mesma Procuradoria no DF relacionadas ao mensalão. Lula tem muito a esclarecer perante a Justiça.

O estado atual de degradação em que o país foi posto tem as nove digitais – e muito mais – de Luiz Inácio Lula da Silva. Que as investigações da Procuradoria da República avancem e ganhem em breve, também, o auxílio da tão aguardada CPI que a oposição tenta criar no Congresso para descobrir como e onde, afinal de contas, foram parar os bilhões de reais dos brasileiros que o BNDES movimentou de forma suspeita nos últimos anos a mando de Lula e do PT.

Aécio: Projeto de repatriação tem virtudes, mas precisa de aprimoramentos para evitar legalização de dinheiro do crime

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Em discurso no Senado, nesta quinta-feira (16), o senador Aécio Neves defendeu o adiamento, para depois do recesso parlamentar, da votação do projeto de lei que permite a repatriação de valores mantidos por brasileiros no exterior sem a devida declaração à Receita Federal. Para Aécio, o projeto tem virtudes, mas precisa ser debatido com profundidade pelos senadores e pela sociedade para que possa ser aprimorado antes de entrar em votação.

A preocupação do senador Aécio e de outras lideranças do PSDB é que o projeto de lei, uma vez aprovado, seja usado para regularizar recursos oriundos de corrupção e do crime organizado. O texto em discussão não é claro em relação aos mecanismos que serão utilizados pelo governo para diferenciar valores sonegados de dinheiro fruto de atividades ilícitas, como o narcotráfico.

“O que estamos fazendo é o procedimento que se espera de nós. Acho que o projeto tem, virtudes, tem alguns problemas que podemos corrigir e nada mais natural que nesse período que separará a data de hoje do início da votação efetiva do mérito, vamos poder melhorá-lo. É o papel do Congresso Nacional. Algumas propostas já estão surgindo. Não se trata de vencer ou derrotar alguém, mas quem estabelece a pauta do Senado da República é o Senado da República. Com todo o respeito que temos pessoalmente pelo ministro Levy, não cabe a ele definir o cronograma de votações dessa Casa. Quero aqui também compreender que o líder do governo tem claro as suas responsabilidades, mas saberá respeitar também esta posição construtiva das oposições”, ponderou Aécio Neves.

O projeto de lei permite a repatriação de recursos mantidos no exterior mediante o pagamento de um imposto de 35% sobre o total repatriado, mas isenta a Receita Federal de verificar a origem do dinheiro. “A incidência do Imposto independe da verificação pela Receita Federal do Brasil sobre a origem dos ativos objeto de regularização”, diz o §11 do art. 6º da proposta.

“Não estamos de antemão negando méritos do projeto, mas queremos discuti-lo e corrigir equívocos já apontados ontem pelo senador Cássio que na verdade permitirão que a sociedade brasileira compreenda de forma mais clara aquilo que estamos fazendo. Portanto, também saúdo esse entendimento aguardando que a palavra do líder do governo também possa vir a ser nessa direção”, ressaltou.

Tucanos defenderão na reforma política fixar limite para financiamento privado de campanhas eleitorais e o fim das doações a candidatos

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Na primeira reunião da nova Executiva Nacional do PSDB, eleita no início de julho, o presidente do partido, senador Aécio Neves, defendeu, nesta terça-feira (14/07), mudanças no financiamento das campanhas eleitorais. De acordo com o senador, o partido vai propor no Congresso a aprovação do financiamento misto das campanhas, com a fixação de um limite por empresa, e a restrição de doações apenas a partidos políticos, e não mais a candidatos em separado.

“Defenderemos o financiamento misto das campanhas eleitorais. Me preocupa um caminho que se aventa e que pode restabelecer o caixa dois no Brasil, no momento em que se impede o financiamento privado. Vamos estabelecer limites e maior transparência para esse financiamento privado, que poderá ser dado apenas a partidos políticos até 2% do faturamento de cada empresa e no máximo 1/4 desse valor para determinado partido. Não há como uma empresa financiar apenas um partido político. De todas as propostas em discussão, essa nos pareceu até aqui a mais equilibrada, e é essa que estaremos defendendo a partir de agora”, afirmou o senador Aécio Neves em entrevista à imprensa.

Na reunião, os novos integrantes da Executiva fizeram uma avaliação da atual conjuntura política do país. Segundo o senador, o partido seguirá defendendo o papel das instituições na investigação de escândalos de corrupção.

“Se há algo hoje no Brasil que funciona de forma efetiva são as nossas instituições, que devem, obviamente, com serenidade e equilíbrio, fazer o seu trabalho. Sempre seremos guardiões das instituições, seja em relação a esses episódios que ocorrem hoje e em relação a todos os outros que estão por vir”, ressaltou o presidente tucano.

Aécio Neves rebateu ainda a estratégia política do PT de acusar a oposição de golpista.

“Vejo em setores do PT uma preocupação exagerada com a ação do PSDB, e quero reiterar aqui: não se preocupem com o PSDB, preocupem-se em defender-se, em dar explicações ao TCU, ao TSE em relação a eventuais delitos que a partir das denúncias podem ter ocorrido. Repito que vamos nos manter sempre absolutamente nos limites da Constituição”, reiterou o senador Aécio Neves.

“Tudo por dinheiro”, análise do Instituto Teotônio Vilela (ITV)

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A atual política econômica está fracassando no principal objetivo a que se propôs: recuperar o equilíbrio nas contas públicas para restaurar a credibilidade do país. Na tentativa desesperada de impedir que a meta fiscal traçada para este ano vá para o brejo mais cedo do que se poderia imaginar, a equipe da presidente Dilma está raspando todos os tachos que encontra pela frente para levantar dinheiro. Vale tudo, ou quase tudo.

A meta de superávit para este e o próximo ano tornaram-se objetivo de disputa renhida dentro do governo. Uns querem mantê-la, mesmo com todas as evidências de que a gestão petista, mais uma vez, fracassará no intento; outros defendem abrandá-la, sob alegação de que o arrocho vai acabar matando o paciente. Ambos concordam que, até agora, a gestão Dilma passou longe do objetivo de recuperar solidez para o país.

Até maio, último resultado disponível, apenas 12% da meta traçada para o ano – um superávit de R$ 66 bilhões – foi alcançada. Com a economia derretendo, a arrecadação despencando e os gastos correntes mantidos intocados, não é minimamente crível que o quadro se reverta naturalmente até dezembro. Assim, a saída tem sido lançar mão de todo dinheiro que possa estar ao alcance do governo.

A mais nova proposta sacada da algibeira é a que busca repatriar recursos que foram enviados por brasileiros para o exterior em decorrência de evasão de divisas, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. Estima-se que até R$ 150 bilhões poderiam ser obtidos assim. O governo garante que as regras só permitirão que sejam regularizados recursos lícitos, mas sabe-se lá se, depois da anistia, onde passar um boi sadio não virá uma boiada cheia de carrapatos…

Na xepa do momento também entra a venda da folha de pagamentos da União para bancos, a cobrança de bônus na relicitação de usinas expropriadas em decorrência da MP 579 e, cereja do bolo, o aumento dos impostos cobrados de prestadores de serviços, que correm risco de serem superonerados com a nova sistemática do PIS-Cofins. A venda de ativos da Petrobras na bacia das almas também ajuda a levantar mais algum dinheirinho.

Para engordar o superávit fiscal deste ano, vale, ainda, improvisar, aprovando a tapa no Senado o projeto que aumenta as alíquotas incidentes sobre a folha de salários, com a promessa de, logo logo, voltar a alterar as regras e abrandar as condições para mais alguns setores – escolhidos por uma comissão especial de parlamentares, sabe-se lá com quais critérios.

As iniciativas da presidente e sua equipe para recuperar a economia e recolocar o país no prumo recendem improviso e não inspiram confiança. Também não denotam persistência, não exibem consistência e parecem balançar ao sabor dos ventos. Em clima de liquidação, vale tudo por mais alguns trocados, logo consumidos da mão para a boca. Provavelmente, em vão.