PSDB – ES

Tiago Oliveira

“Sem relevantes serviços prestados”, análise do ITV

petrobras-sede1-foto-divulgacao--300x169Mais um dirigente da Petrobras foi obrigado a afastar-se da empresa envolto em grossa suspeita de corrupção. Mais uma vez, a saída acontece a pedido. O padrão se repete: quando alguém é flagrado em tenebrosas transações, o governo petista estende-lhe o tapete vermelho. Demitir jamais.

Citado na Operação Lava Jato, Sérgio Machado apresentou ontem pedido de licença da presidência da Transpetro, cargo que ocupava desde que o PT chegou ao poder. A licença deve converter-se em saída definitiva, tão logo os holofotes se virem para algum outro escândalo.

Machado foi docemente constrangido a deixar o cargo que ocupa há quase 12 anos depois que a empresa que audita as contas da Petrobras negou-se a assinar o balanço relativo ao terceiro trimestre da estatal enquanto o nome do presidente da subsidiária não fosse retirado de lá. Parece um vexame, e é.

Na sexta-feira, a reunião do conselho de administração da Petrobras foi interrompida depois que a PricewaterhouseCoopers apresentou a ressalva. Machado é acusado de repassar R$ 500 mil em dinheiro vivo a Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, como parte do esquema que pode ter desviado R$ 10 bilhões da companhia. Como a SEC, xerife do mercado americano, investiga o caso, os auditores redobraram os cuidados.

A saída do presidente da Transpetro emula o padrão verificado quando Costa deixou a Petrobras. A renúncia do ex-diretor foi saudada em ata da reunião do conselho de administração por “relevantes serviços prestados”. Contra todas as evidências, Dilma Rousseff jura até hoje que foi ela quem o demitiu. Fará o mesmo com Machado?

O nome de Sérgio Machado já aparecera em denúncias de fraudes em licitações, como a que contratou 20 comboios para transportar etanol na hidrovia Tietê-Paraná. Realizada há dois anos, não entregou nem uma peça até hoje, embora tenha consumido R$ 22 milhões. É alvo de investigação do Ministério Público.

Pior é que os escândalos na Petrobras e em suas subsidiárias continuam pipocando. O próximo deve envolver a compra de duas refinarias no Paraná, num episódio que ficou conhecido como “mini Pasadena”. As duas unidades valiam pouco menos de R$ 200 milhões, mas a estatal pagou R$ 255 milhões por metade delas, num padrão bem parecido com o que adotou na aquisição feita nos EUA, como revela hoje o Valor Econômico.

Durante a campanha eleitoral, a candidata oficial repetiu que, sempre que se viu diante de malfeitos, demitiu os envolvidos. Mentira. A saída de Sérgio Machado da Transpetro é mais um exemplo de que os corruptos só deixam o governo petista por conta própria ou quando alguma instituição externa assim exige. Se dependesse do PT, continuariam sãos e salvos.

Sergio Majeski: “Represento mudança na prática e não apenas no discurso”

majesCom uma experiência de quase 30 anos na área da Educação, o professor Sergio Majeski se prepara para um novo desafio: representar o Espírito Santo na Assembleia Legislativa a partir de janeiro de 2015. Majeski é um dos deputados estaduais do PSDB eleitos no pleito deste ano.

A vitória nas urnas de Sergio Majeski, que se filiou ao PSDB-ES no ano passado, mostra a confiança dos capixabas nas novas lideranças que despontam no cenário político.

O fato de nunca ter exercido um cargo político, para ele, é um fator positivo. “A sociedade está farta de políticos profissionais e quanto mais gente nova e bem intencionada, melhor”.

 

Com uma atuação de quase 30 anos na área de Educação, acredita que sua formação e experiência nesse segmento irão contribuir com o exercício do seu mandato na Assembleia Legislativa?

Professor Sergio Majeski: A minha grande causa ou plataforma é a educação e com quase 30 anos de experiência como educador, além de ser mestre em educação, tenho certeza que tudo isso contribuirá muito para o sucesso do meu trabalho e para ampliar o debate sobre as questões educacionais com os demais membros da AL

 

Na sua avaliação, o fato de nunca ter exercido um cargo político é um fator positivo, levando em conta que sua chegada na Ales, de certa forma, representa o novo?

– Acho muito positivo. A sociedade está farta de políticos profissionais e quanto mais gente nova e bem intencionada, melhor. Eu represento uma nova política, a minha história e até mesmo a forma com que fiz a minha campanha já são indicativos de que represento mudança na prática e não apenas no discurso, como tem ocorrido muitas vezes.

 

Educação é um tema muito abrangente e serve de bandeira para muitas campanhas eleitorais, dada a sua grande importância. Como educador, já deu muitas contribuições. E como parlamentar, que melhorias pretende conquistar para os capixabas nessa área?

– A educação tem sido prioridade apenas em discursos de campanha, passadas as eleições ninguém coloca a educação em primeiro plano.

Os problemas educacionais são complexos. Nos últimos anos o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB)  do ES tem sido pífio, inclusive o do ensino médio diminuiu ao invés de aumentar, e o dos últimos anos do ensino fundamental não atingiu a meta. Assim é necessário atacar uma série de problemas que vão da formação e remuneração dos profissionais a infraestrutura das escolas. Sei que não é tarefa fácil, mas não é possível mais postergar a questão educacional.  O ES assim como o Brasil estão atrasados na questão educacional e estamos pagando um preço alto por isso.

E vale ressaltar que é necessário que a sociedade também coloque a educação como prioridade e passe a cobrar mais dos poderes constituídos.

 

O que o levou a disputar uma vaga na Assembleia Legislativa?

– Assim como a maioria dos cidadãos, cansado de tantos desmandos na política estadual e nacional. Acredito que posso fazer um bom trabalho em prol da sociedade, além disso, nós que temos compromisso com a educação e uma história pautada na ética, na moral e no compromisso, precisamos nos levantar do lugar comum, arregaçar as mangas e ir a luta. Não podemos ficar sentados, apenas reclamando de tudo e de todos, enquanto os mesmo parasitas de sempre avançam e se perpetuam no poder.

 

O que os capixabas podem esperar do deputado estadual Sérgio Majeski?

– Muito trabalho e seriedade em prol da sociedade, especialmente no que tange à educação e a moralização das instituições públicas.

 

Sobre o cenário político nacional, acredita que o governo federal será mais cobrado fiscalizado, levando em conta que mais de 50 milhões de brasileiros votaram pela não continuidade do PT no poder?

– Acredito que sim, mas os partidos de oposição, especialmente o PSDB, precisam fazer um trabalho para manter unida essa oposição e fazê-la crescer.  Acho que esse é também um bom momento para a renovação dos partidos e para atrair mais jovens para formar uma militância. A sociedade está muito cansada e enojada com a política nacional e estadual, uma das provas disso é o grande número de abstenções, votos brancos e nulos nas últimas eleições, assim os partidos precisam urgentemente se renovarem e dar demonstrações concretas de que não se nivelam por baixo.

 

“Diálogo ou novas imposturas?”, por Fernando Henrique Cardoso

fhcEm uma democracia não cabe às oposições, como ao povo em geral, senão aceitar o resultado das urnas. Mas nem por isso devemos calar sobre o como se conseguiu vencer, nem sobre o por que se perdeu. Os resultados eleitorais mostram que a aprovação ao atual governo apenas roçou um pouco acima da metade dos votos. Ainda que a vitória se desse por 80% ou 90% deles, embora o respeito à decisão devesse ser idêntico ao que se tem hoje com a escassa maioria obtida pelo lulopetismo, nem por isso os críticos deveriam calar-se.

É bom retomar logo a ofensiva na agenda e nos debates políticos. Para começar, não se pode aceitar passivamente que a “desconstrução” do adversário, a propaganda negativa à custa de calúnias e deturpações de fatos, seja instrumento da luta democrática. Foi o que aconteceu, primeiro com Marina Silva, em seguida com Aécio Neves. O vale-tudo na política não é compatível com a legitimidade democrática do voto. Marina, de lutadora popular e mulher de visão e princípios, foi transformada em porta-bandeira do capital financeiro, o que não é somente falso, mas inescrupuloso. Aécio, que milita há 30 anos na política, governou Minas duas vezes com excelente aprovação popular, presidiu a Câmara e é senador, foi reduzido a playboy, farrista contumaz e “candidato dos ricos”.

Até eu, que nem candidato era, fui sistematicamente atacado pelo PT, como se tivesse “quebrado” o Brasil três vezes (quando, como ministro da Fazenda, ajudei o país a sair da moratória), como se tivesse deixado a Presidência com a economia corroída pela inflação (como se não fôssemos eu e minha equipe os autores do Plano Real, que a reduziu de 900% ao ano para um dígito), como se os 12% de inflação em 2002 fossem responsabilidade de meu governo (quando se deveram ao temor de eventuais desmandos de Lula e do PT). Não me refiro à língua solta de Lula, que diz o que quer quando lhe convém, mas ao fato de a própria presidenta e sua campanha terem endossado que o PSDB arruinou o Banco do Brasil e a Caixa, quando os repôs em sadias condições de funcionamento. E assim por diante, num rosário de mentiras e distorções, insinuando terem sido postos embaixo do tapete vários “escândalos”, como o “da Pasta Rosa” ou o “do Sivam”, ou “da compra de votos” da minha reeleição etc., factoides construídos com matéria falsa, levantada pelo PT, submetida a CPIs, investigações várias e julgamentos que deram em nada por falta de veracidade nas acusações.

Mas isso não é o mais grave. Mais grave ainda é ver a reeleita colocando-se como campeã da moralidade pública. Entretanto, não respondeu à pergunta de Aécio Neves sobre se era ou não solidária com seus companheiros que estão presos na Papuda. Calou ainda diante da afirmação feita no processo sobre o Petrolão de que o tesoureiro do PT, senhor Vaccari, era quem recolhia propinas para seu partido.
Havendo suspeitas, vá lá que não se condene antes do julgamento, mas até prova do contrário deve-se afastar o indiciado, como fez Itamar Franco com um ministro, e eu fiz com auxiliares, inocentados depois no caso Sivam. Então por que manter o tesoureiro do PT no Conselho de Itaipu?

Pior. A propaganda incentivada pela liderança maior do PT inventou uma batalha dos “pobres contra os ricos”. Eu não sabia que metade do eleitorado brasileiro, que votou em Aécio, é composta por ricos… É difícil acreditar na boa-fé do argumento quando se sabe que 70% dos eleitores do candidato do PSDB, segundo o Datafolha, compunham-se de pessoas que ganham até três salários mínimos. A propaganda falaciosa, no caso, não está defendendo uma classe da exploração de outra, mas enganando uma parte do eleitorado em benefício dos seus autores. Isso não é política de esquerda nem de direita, é má-fé política para a manutenção do poder a qualquer custo. Igual embuste foi a insinuação de que a oposição é “contra os nordestinos”, como se não houvesse nordestinos líderes do PSDB, assim como eleitores do partido no Nordeste.

Também houve erros da oposição. Quem está na oposição precisa bradar suas razões e persistir na convicção, apontar os defeitos do adversário até que o eleitorado aceite sua visão. Para isso precisa organizar-se melhor e enraizar-se nos movimentos da sociedade. Felizmente, desta vez, Aécio Neves foi firme na defesa de seus pontos de vista e, sem perder a compostura, retrucou os adversários à altura, firmando-se como um verdadeiro líder.

Diante do apelo ao diálogo da candidata eleita, devemos responder com desconfiança: primeiro, mostre que não será leniente com a corrupção. Deixe que os mais poderosos e próximos (ministros, aliados ou grandes líderes) respondam pelas acusações. Que se os julgue, antes de condenar, mas que não se obstruam os procedimentos investigatórios e legais (Lula tentou postergar a decisão do STF sobre o mensalão o quanto pôde). Que primeiro a reeleita se comprometa com o tipo de reforma política que deseja e esclareça melhor o sentido da “consulta popular” a que se refere (plebiscito ou referendo?). Que se debata, sim, na sociedade civil e no Congresso, mas que se explicite o que ela entende por reforma política. Do mesmo modo, que tome as medidas econômicas para vermos em que rumo irá o seu governo.

Só se pode confiar em quem demonstra com fatos a sinceridade de seus propósitos. Depois de uma campanha de infâmias, fica difícil crer que o diálogo proposto não seja manipulação. Só o tempo poderá restabelecer a confiança, se houver mudança real de comportamento. A confiança é como um vaso de cristal, uma pequena rachadura danifica a peça inteira.

*Publicado no jornal O Globo – (02/11)

“Clima ruim”, análise do ITV

Seca-Foto-George-Gianni-PSDB--300x199A ocorrência de eventos extremos torna imperativas ações para fazer frente às mudanças climáticas. Grande parte do Brasil experimenta hoje a desagradável convivência com uma seca de proporções históricas que, ao mesmo tempo em que assusta, ainda não foi objeto de medidas à altura da sua gravidade por parte do poder público.

As evidências do momento preocupante que o clima planetário hoje atravessa se apresentam com força no Brasil. O nível de chuvas continua muito abaixo da média histórica. As usinas de geração de energia estão no menor nível em 20 anos. O abastecimento de água está comprometido em dezenas de municípios.

Ao mesmo tempo, a devastação da floresta amazônica avança: no último ano, aumentou 29%, depois de quatro anos de queda. As medições mais recentes mostram que a destruição continua, e num ritmo ainda mais acelerado. Mas, ao invés de agir, o governo federal preferiu esconder as estatísticas…

O alerta é global. Ontem o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática) divulgou conclusões que deverão balizar a reunião mundial sobre o clima a se realizar em dezembro no Peru – dando sequência ao encontro anterior, realizado em Copenhague em 2009. As conclusões são assustadoras.

Os estudiosos estimaram cenários com as chances de a temperatura do planeta aumentar até 2° C até o fim deste século. Se os combustíveis fósseis continuarem como base para a produção de energia no mundo, a probabilidade de isso acontecer é de 66%. Se confirmada a previsão, as consequências serão bem piores que a seca que hoje nos esturrica.

Como remédio, os cientistas sugerem aumento expressivo do uso de fontes renováveis para a geração de energia, que precisaria ser quadruplicado nos próximos 35 anos a fim de mitigar o aumento das emissões de gases de efeito estufa. Os custos disso são estimados em 0,06% do PIB mundial, uma ninharia frente ao que pode acontecer se nada for feito.

O mais preocupante é que, nos últimos anos, o Brasil tem estado na contramão da agenda da sustentabilidade. Tanto na matriz energética – a participação de fontes sujas (térmicas) simplesmente triplicou – quanto nos incentivos à utilização de combustíveis não renováveis, os sinais emitidos pelos formuladores de políticas públicas no país têm sido opostos ao esperado.

Os alertas sobre os efeitos das mudanças climáticas se acumulam, e as evidências de que não agir terá consequências cada vez mais danosas também. Nunca antes a sociedade brasileira esteve tão pronta a adotar novas atitudes para evitar que o pior aconteça. São assuntos que, tal como acontece com outros tantos no país, não podem continuar a ser varridos para debaixo do tapete.

Dilma amarga dura derrota na Câmara com derrubada de decreto autoritário

unnamed2-300x200A presidente Dilma Rousseff sofreu derrota emblemática na Câmara na noite da última terça-feira (28), apenas dois dias após ser reeleita. Após inúmeras tentativas de partidos aliados ao governo de postergar uma decisão, o plenário aprovou o projeto (PDC 1491/14), que anula o decreto presidencial dos conselhos populares. A oposição considera que o decreto acabaria com prerrogativas do Congresso Nacional. Desde o início da votação, o PT lançou mão de vários requerimentos, mas não teve sucesso.

O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (PSDB-BA), disse que a Política Nacional de Participação Social pretende inverter a lógica da democracia representativa. “Com esse decreto, a presidente Dilma quer que a escolha dos representantes do povo seja feita pelo governo do PT”, afirmou.

O projeto, de autoria do líder do DEM, deputado federal Mendonça Filho (PSDB-PE), obteve apoio da oposição e de partidos da base, como PMDB e PP. Para o deputado federal Vanderlei Macris (PSDB- SP), a medida é inconstitucional e tira as prerrogativas do Legislativo. “Entendemos que a presidente exorbitou do poder de regulamentação”, alertou.

O deputado federal Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP) defendeu o projeto que derruba o decreto. “É importante que cada deputado leia o texto antes de votar. Ele diz que os órgãos públicos deverão considerar as instâncias de participação social para a formulação, execução, monitoramento e avaliação de seus programas e políticas públicas”, frisou o tucano.

“Ou seja, são esses órgãos da democracia direta que vão dar a última palavra, e isso não está entre os mecanismos de democracia direta previstos na própria Constituição”, completou. O mais grave do projeto, acredita Mendes Thame, é a forma como os integrantes dos conselhos seriam escolhidos. O decreto cria um sistema de participação e os integrantes de cada instância, assim como a forma de participação, seriam definidos pelo secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho.

Patrimônio genético 

Líderes partidários, ambientalistas e representantes do agronegócio se reúnem nesta quarta-feira (29), às 13h30, na liderança do governo para tentar um acordo que permita o avanço das negociações sobre o projeto que cria novas regras para pesquisa e exploração do patrimônio genético de plantas e animais e de conhecimentos tradicionais associados (PL 7735/14). A intenção é chegar a um consenso para votar a matéria em plenário ainda nesta semana.

*Do PSDB na Câmara 

“Pior do que está, fica”, análise do ITV

ITVDilma Rousseff terminará seu primeiro mandato exibindo, em praticamente todas as áreas, indicadores piores do que recebeu. Trata-se de feito único desde que o país reencontrou o caminho da estabilidade monetária e da responsabilidade fiscal.

O rol de promessas não cumpridas é extenso. Começa pela inflação, passa pelos juros e culmina com contas públicas em pandarecos. Nem a geração de empregos – que o PT usa como marca do “sucesso” de sua política econômica – resistiu.

Com a alta da Selic determinada anteontem pelo Banco Central, a taxa básica já está em 11,25% ao ano. Um novo aumento deve ocorrer na reunião do Copom marcada para início de dezembro, elevando o juro brasileiro em mais meio ponto percentual, campeão absoluto no ranking mundial da usura.

Desta maneira, Dilma descumpre uma de suas mais caras promessas: a de baixar a taxa real a 2% ao ano. Usando seus peculiares conhecimentos de teoria econômica, a presidente tentou fazer isso na marra, mas fracassou redondamente. Não só não conseguiu reduzir os juros, como terminará os quatro anos com taxa mais alta do que recebeu.

Sua política também alimentou a inflação. Em nenhum dos 45 meses de seu mandato decorridos até agora, a petista conseguiu cumprir a meta de inflação de 4,5% ao ano. A taxa acumulada em 12 meses esteve sempre acima deste patamar e em 13 ocasiões estourou o limite máximo de tolerância – como acontece com os 6,75% atuais.

Os resultados fiscais são outro fiasco. Hoje pela manhã foram conhecidos os números do Tesouro relativos a setembro, trazendo o primeiro déficit acumulado nos nove primeiros meses do ano desde 1997. O rombo até setembro é de R$ 15,7 bilhões.

Apenas no mês passado, as despesas superaram as receitas em R$ 20,4 bilhões, uma enormidade nunca antes vista neste país. Foi o pior resultado já observado na série histórica, pior até do que o verificado em setembro de 2008, quando o país mergulhou em séria crise econômica.

Para completar, também no mercado de trabalho a situação degringolou com Dilma. Nos nove primeiro meses da atual gestão, em 2011, foram geradas 2,08 milhões de novas vagas, número que caiu agora para apenas 904 mil no acumulado entre janeiro e setembro deste ano. A indústria continua a pôr trabalhadores em férias e as montadoras ampliam as licenças a seus empregados.

No fim de seus quatro primeiros anos de governo, Dilma Rousseff está numa encruzilhada: perseverar no caminho que produziu esta penca de maus resultados ou trair tudo o que disse e prometeu na campanha eleitoral e mudar totalmente os rumos de uma política fracassada. O risco é ficar pior do que já está.

“A vida – e a luta – continuam. Sem trégua”, por Alberto Goldman

alberto-goldman-foto-george-gianni-psdbDilma quer diálogo. Com quem e para que?

De nossa parte, alguma vez recusamos qualquer diálogo? O que ela quer? Em uma Democracia o diálogo se dá entre partidos no Congresso Nacional. O governo propõe e lá discutimos. Lá e fora, desde que de forma transparente, não há problema.

Ela quer um plebiscito para a reforma política. Um plebiscito deve fazer uma pergunta precisa, para ser respondida sim ou não. Uma reforma política tem vários itens. Não existe reforma política com um item só. Não seria reforma. O que ela quer perguntar?

Uma reforma política é um conjunto de mudanças que aborda vários aspectos. Ela tem que ser um conjunto homogêneo que forma um todo coerente. Esse todo coerente só pode ser formulado por um projeto de lei, ou inclusive por emendas constitucionais que concluem por novas leis e dispositivos constitucionais. Aí não cabe um plebiscito. É um referendo, previsto na Constituição.

Amanhã vai dizer que nós não quisemos ouvir o povo, duvidam? É mais uma jogada de marketing. Ela continua sendo dirigida pelo João Santana.

Preliminar: tudo tem que ser esclarecido

Tem de haver uma preliminar. A vitória de Dilma é, no mínimo, de legitimidade duvidosa. Antes de propor o diálogo deve responder a várias questões. Onde foi parar o dinheiro desviado da Petrobrás? Ela e o PT usufruíram dele? O desvio foi confessado. Eu disse houve uma confissão, não uma denúncia. É muito diferente. O tesoureiro do partido, João Vaccari, já foi investigado? E o uso dos Correios durante a campanha que foram instrumento de entrega de panfletos de Dilma e deixaram de entregar a correspondência do PSDB? Isso para citar apenas dois casos escandalosos.

Não bastou a campanha terrorista? A cada momento recebemos mais informações de pessoas que votaram sob efeito do terror, como se tivessem uma arma apontada para a cabeça: se não votar na Dilma vai perder o bolsa família; vai perder a inscrição na fila para a casa própria; vai perder o lugar no ProUni; vai perder o financiamento escolar; vai perder este ou aquele benefício que o governo lhe dá. E quer que a tratemos como Madre Tereza de Calcutá? Ora, pois!

Dilma não apenas fez o diabo, como anunciara. Vendeu sua alma a ele.

*Do blog do Goldman

Nota à imprensa

destaque_nota-300x200Foi com muita ansiedade que a nação brasileira aguardou o anúncio do resultado da eleição presidencial, em segundo turno, no último dia 26 de outubro. Enquanto aguardava, em todos os cantos deste país começaram a ser apresentadas denúncias sobre fatos ocorridos durante a votação, principalmente com relação à própria totalização dos votos.

Temos absoluta confiança de que o Tribunal Superior Eleitoral – TSE cumpriu seu papel, garantindo a segurança do processo eleitoral. Todavia, com a introdução do voto eletrônico, as formas de fiscalização, auditagem dos sistemas de captação dos votos e de totalização têm se mostrado ineficientes para tranquilizar os eleitores quanto a não intervenção de terceiros nos sistemas informatizados.

Diante deste quadro de desconfiança por parte considerável da população brasileira, o Partido da Social Democracia Brasileira – PSDB decidiu apresentar ao TSE, no dia de hoje (30/10), um pedido de auditoria especial, por meio de uma comissão formada por pessoas indicadas pelos partidos políticos, objetivando a fiscalização dos sistemas de todo o processo eleitoral, iniciando-se com a captação do sufrágio, até a final conclusão da totalização dos votos.

Este pedido objetiva, acima de tudo, manter a confiança dos cidadãos brasileiros em suas Instituições e na nossa democracia, pois é este o elemento indispensável para que a legitimidade dos poderes constituídos seja preservada.

Reiteramos nossa confiança na Justiça Eleitoral. Portanto, o que pretendemos com essa medida judicial é garantir que todo e qualquer cidadão também possa ter a certeza de que nossos representantes políticos são, de fato, aqueles que foram escolhidos pelo titular da soberania nacional: o povo brasileiro.

Diretório Nacional do PSDB