PSDB – ES

Tiago Oliveira

“O país em recessão explica a degringolada da candidatura Dilma”, por Alberto Goldman

golO país já está em recessão. Não é crescimento medíocre. Não é estagnação. É recuo mesmo. Recessão. Fazia tempo que não se ouvia essa palavra no nosso país.

O resultado do primeiro trimestre de 2014 havia sido levemente positivo, de 0,2% no PIB. A previsão para o segundo trimestre é de retração do PIB em torno de 0,4%. A expectativa para o terceiro trimestre também é negativa. Ainda que haja resultados positivos no quarto trimestre, o resultado final do ano se aproxima de 0%. O fato é que hoje já estamos em recessão.

O que tem forçado as revisões para baixo é, sobretudo, o mau momento da indústria. Um dos principais motores do crescimento, o setor desabou e continua a apontar para quedas intensas nos próximos meses. Beneficiada pelos pacotes fiscais lançados pelo governo — isenções de tributos como o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a compra de carros, máquinas de lavar e até móveis para a casa —, a indústria havia ganho sobrevida. A realidade só bateu à porta das fábricas quando o consumo em disparada incentivou empresários a remarcarem preços. A consequência foi uma escalada da inflação que engoliu a renda das famílias e levou a prejuízos para toda a economia. A produção industrial quase estagnada e o desempenho ruim do mercado de trabalho em junho — o pior resultado em 16 anos — sinalizam que a economia enfrenta um período de retração que se transforma em recessão. Os empresários pararam de investir o que derruba o PIB. O setor de serviços que vinha se comportando de maneira ainda positiva, mostra sinais de desaceleração. Nada nos faz crer que os próximos meses sejam diferentes. O processo de retração deve continuar. Em suma o futuro é preocupante.

Esse quadro econômico explica os resultados das pesquisas eleitorais que estamos conhecendo. A queda de Dilma nas intenções de voto e na avaliação de seu governo é lenta, mas gradual e inexorável antes mesmo do conhecimento mais aprofundado que se tem dos seus adversários, o que só será possível após o início efetivo da campanha nos grandes meios de comunicação. No momento as pesquisas indicam intenção de voto em Dilma e contra ela. E essa segunda opção já é majoritária. Entre ela e a soma dos outros, vence um outro. E é só o começo.

*Alberto Goldman é um dos vice-presidentes do PSDB
*Artigo publicado no Blog do Goldman – 06-07-14

Guerino Balestrassi lança candidatura em Colatina

SAM_8245O tucano Guerino Balestrassi, que disputa uma vaga de deputado federal, lançou sua candidatura no último sábado, dia 19. O local escolhido não podia ser outro: Colatina, sua cidade natal e onde foi prefeito por duas gestões.

O encontro contou com as presenças do candidato a governo do Estado Paulo Hartung (PMDB) e seu vice, César Colnago (PSDB), que iniciaram a campanha no município, junto com Guerino.

A agenda do dia começou com um encontro com lideranças religiosas da região, no Plenotel. No local, pastores realizaram um momento de oração pela campanha dos candidatos que ali se iniciava.

Em seguida, os candidatos caminharam pela feira livre de Colatina, onde conversaram com moradores e comerciantes, que receberam muito bem os visitantes e se recordaram das ações de Guerino e Hartung  durante suas gestões na Prefeitura e governo do Estado. Militantes e outros candidatos da chapa proporcional também participaram do ato de rua.

O evento de lançamento da candidatura de Guerino aconteceu na Associação Banestes de Colatina. Cerca de 700 pessoas compareceram ao local. A candidata ao Senado Rose de Freitas e a deputada estadual Luzia Toledo também estavam presentes.

Sem esconder a emoção ao ver tantos amigos e conterrâneos, Guerino destacou a necessidade de mudanças. “É preciso debater o Estado  e construir um novo modelo de desenvolvimento. Decidi ser candidato a deputado federal porque percebo como Paulo Hartung é importante para o Espírito Santo. Foi o melhor governador que o Estado já teve”, afirmou.

Candidata ao Senado, a deputada federal Rose de Freitas destacou o comprometimento de Guerino como homem público. “Guerino é um exemplo de homem público, um cidadão que nos chama para uma luta ainda maior. Nesse lugar que estou saindo, a Câmara Federal, precisamos de parlamentares comprometidos com o trabalho. E não botei o adesivo de Guerino à toa. Foi pra dizer que voto em você”, ressaltou Rose.

Nota à imprensa sobre reportagem da Folha de São Paulo

destaque_nota-300x200Com relação à reportagem “Governo de Minas fez aeroporto em terra de tio de Aécio”, publicada na Folha de S.Paulo em 20 de Julho de 2014, a Coligação Muda Brasil lamenta os equívocos contidos no texto e esclarece que:

Ao contrario do que foi publicado,

  • “o Governo do Estado não construiu aeroporto em terra de tio de Aécio”. O aeroporto foi construído em área pertencente ao Estado, não havendo portanto o investimento publico em área privada afirmado no título da reportagem.
  • De forma incompreensível, o ex-proprietário da área é tratado na reportagem como dono do terreno.
  • Não se trata também de construção de um novo aeroporto, mas de melhorias realizadas em pista de pouso que existia há mais de 20 anos no local, realizadas por meio do ProAero, programa criado no governo Aécio Neves e que garantiu investimentos em inúmeros aeroportos do Estado.
  • O senador Aécio Neves não é proprietário da fazenda da Mata, no município de Cláudio, em Minas Gerais. O imóvel é de propriedade do espólio da avó da Aécio, Risoleta Neves —portanto, pertence aos três filhos dela. A fazenda está há cinco gerações na família. A bisavó do senador nasceu no local.

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  • A documentação para homologação do aeroporto foi enviada à Anac em 22 de julho de 2011. Assim como vários outros aeroportos no Estado, aguarda a conclusão do processo.
  • Todos os aeroportos do país pertencem à Secretaria Nacional de Aviação Civil. Em maio de 2014, a Secretaria assinou convênio com o governo de Minas transferindo a jurisdição do aeroporto para o Estado.

    Não houve nenhum tipo de favorecimento na implantação das melhorias na pista de pouso de Cláudio como insinua a reportagem. O ex-proprietário não concordou com as bases da desapropriação definidas pelo Estado e luta até hoje na Justiça contra elas. Até hoje ele não recebeu nenhum centavo.

    Todas as atitudes do governo de Minas Gerais referentes ao aeroporto de Cláudio se deram dentro da mais absoluta transparência e lisura.

    É também lamentável que a reportagem não tenha registrado que aeroportos locais (que não possuem voos comerciais) ou pistas de pouso fechadas são prática comum em aeroportos públicos, no interior do país, como forma de evitar invasões e danos na pista que possam oferecer riscos à segurança dos usuários. Ao ignorar esse fato, a reportagem deu a entender que o acesso à pista feito de forma controlada no município de Cláudio constitui algum tipo de exceção.

    Leia mais
    Em 2003, o governo do Estado lançou o Programa Aeroportuário de Minas Gerais (ProAero-MG), com objetivo de fortalecer a infraestrutura dos aeroportos públicos do Estado.

    Nos últimos anos, o Governo do Estado de Minas Gerais tem investido na construção e em melhoramentos de aeroportos em todo o território mineiro. Esses aeroportos são classificados nas categorias “regional” e “local”.

    O aeroporto do município de Cláudio (MG) pertence à última categoria, de forma similar a cerca de 85% dos aeroportos públicos do Estado.

    Os aeroportos regionais recebem investimentos de apoio à aviação comercial. Os aeroportos locais têm como objetivo apoiar a aviação de pequeno porte, com a finalidade principal de atendimento a ações nas áreas de segurança e saúde e de apoio a atividades econômicas locais.

    Cláudio é um próspero município da região centro-oeste de Minas Gerais. A cidade é conhecida por seu grande pólo de fundições e metalúrgica, considerado um dos maiores do Brasil e da América Latina. Destacam-se a produção de móveis em alumínio, peças de ferro fundido e outros. Mais de 100 empresas do setor atuam na cidade. Apenas em 2014, foram formalizados junto ao Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (INDI) novos investimentos da ordem de R$ 1 bilhão no município.

    O programa ProAero previu um aeroporto local de pequeno porte no município.

    A escolha da área se deu por critérios técnicos, não tendo interferido na decisão o fato do proprietário à época ser ou não ser parente do então governador. Já havia no terreno em questão uma pista de pouso construída há 20 anos, o que tornaria a obra muito mais barata. Prevaleceu exclusivamente o interesse público.

    Em outra hipótese, o Estado teria buscado uma outra solução mais cara para os cofres públicos apenas para evitar que a obra fosse feita em terreno cujo proprietário tivesse laços de parentesco com o então governador. Nessa hipótese, os agentes públicos poderiam, inclusive, ser acusados de improbidade administrativa, pois teriam deixado de pensar na melhor solução para o erário público apenas para não contrariar os interesses particulares de um parente do governador que não queria ter sua área desapropriada.

    O ex-proprietário do terreno não concordou com as bases da desapropriação definidas pelo Estado e luta até hoje na justiça contra elas.

    O governo estadual agiu com rigor e seguiu todos os trâmites legais para garantir a melhor solução para o Estado. Prova disso é que os interesses de um parente do governador na época foram contrariados para que prevalecesse o interesse público.

    O aeroporto do município de Cláudio (MG) é de uso público e, assim como outros, aguarda a conclusão do processo de homologação junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), cujo início se deu em 22 de julho de 2011.

    No país, todos os aeroportos estão subordinados à Secretaria Nacional de Aviação Civil. Em maio de 2014, a Secretaria transferiu a jurisidição do aeroporto ao Estado de Minas Gerais.

“Seleção de fracassos”, análise do ITV

torcida_em_jogo_brasil_x_alemanha_-_jefferson_bernardes_-_vipcomm-300x200Não faz nem uma semana que acabou. Mas o estado de estupor que marcou os dias de Copa do Mundo no Brasil já voltou a dar lugar à constatação cotidiana de que viver no país está cada vez mais difícil. Acumulam-se indicadores ruins, numa seleção de fracassos digna de Luiz Felipe Scolari.

A mistura é intragável e pode ser sintetizada numa espécie de 7 x 1 econômico: inflação caminhando para a casa dos 7% ao ano e crescimento econômico minguando para perto de 1%, marca só vista na história recente do país durante o mandato, encurtado pela corrupção, de Fernando Collor de Mello.

Até agora, o governo se dizia protegido das críticas, sob a alegação de que o mercado de trabalho continuava intacto. O argumento já não serve mais. O ritmo de geração de empregos no país cai mês após mês, anotando recordes negativos que remontam a padrões de épocas de crise no século passado.

Assim foi, novamente, em junho. Segundo o Caged, foram criadas apenas 25,4 mil novas vagas de trabalho, no pior resultado para o mês desde 1998. Na comparação com junho de 2013, a queda beira 80%. Só a indústria, cada vez mais enferrujada, fechou 28,5 mil postos no mês; a construção civil, 12 mil e o comércio, 7 mil.

Até na comparação de Dilma Rousseff com ela mesma, o resultado é negativo: o ritmo atual de abertura de empregos representa apenas metade do que foi nos três primeiros anos da atual gestão. O que já era ruim piorou bastante. O semestre fecha com a criação de 588 mil vagas, a menor marca para o período desde 2008.

Outros resultados conhecidos recentemente sugerem que o Brasil está tão paradão quanto esteve a zaga da seleção de Felipão nos jogos decisivos da Copa. Antes dinâmico, o setor de serviços já não cresce. Da indústria, nem é necessário falar, embora o poço em que o setor submerge pareça cada vez mais profundo.

Quando os resultados do PIB brasileiro no segundo trimestre vierem a público pelo IBGE, no fim de agosto, é possível que a economia nacional seja diagnosticada como tecnicamente em recessão. Já se dá quase como certo que haverá queda no indicador entre abril e junho, levando junto, estatisticamente, o primeiro trimestre.

Calculada em termos per capita, a soma das riquezas nacionais deve ficar estagnada em 2014. Na média, segundo a MB Associados, o avanço deste indicador durante o governo Dilma deverá ser de mero 0,8% ao ano. No ritmo atual, levaríamos 87 anos para dobrar nossa renda média, algo que a China, onde a média atual é de 7,1% anuais, conseguiria o mesmo resultado em apenas uma década.

Os demais indicadores econômicos de junho – e também os de julho – devem vir ainda mais fracos, porque o país praticamente parou – e, em muitos aspectos, foi intencionalmente parado pelo governo, com feriados e medidas afins – para a Copa do Mundo. Estima-se que a indústria tenha caído 8,6% em junho e 6,5% em julho sobre os mesmos meses de 2013, segundo O Globo.

Em muitos aspectos – como na indústria, que hoje produz tanto quanto em 2008 – estamos hoje piores do que estávamos cinco anos atrás, quando o governo petista começou a implantar sua decantada “nova matriz econômica”, que vem nos conduzindo solenemente para o brejo.

Para completar o quadro, os resultados fiscais estão, para usar termo caro à presidente da República, “uma belezura”. O déficit de maio foi o maior registrado no mês em toda a história das contas públicas do país: R$ 11 bilhões. A marca dos cinco primeiros meses do ano é a pior desde 2002.

Mas a debacle não acontece só na economia. Até em áreas em que éramos considerados excelência mundial no passado agora pioramos. É o que está acontecendo, por exemplo, com a disseminação da aids no país: entre 2005 e 2013, o Brasil registrou aumento de 11% do número de infecções por HIV, enquanto no mundo houve queda de 27,6% no mesmo período.

Tinha razão a presidente da República quando afirmou, em julho do ano passado, que seu governo tem “padrão Felipão”. Assim como o agora ex-técnico levou o escrete canarinho a uma Copa catastrófica, a petista está conduzindo o país a um beco sem saída. As pesquisas de intenção de voto recém-publicadas nos dão alívio: tal como Scolari, está chegando o momento de Dilma Rousseff pedir o boné.

*
Nota aos leitores

A circulação desta publicação será temporariamente suspensa a partir da próxima segunda-feira, 21/7. Voltaremos a circular normalmente a partir do dia 4/8.

Projeto do vereador Luiz Emanuel proíbe plantio de espécies venenosas em canteiros de vias públicas de Vitória

luAprovado em plenário, por 10 votos, projeto de lei do vereador de Vitória Luiz Emanuel que proíbe o plantio de espécies venenosas em canteiros de vias públicas e parques públicos da capital.

A medida parece óbvia, mas não era o que estava acontecendo na cidade. Por meio de pesquisa do biólogo Marco Bravo, o vereador denunciou no plenário da Câmara que vários canteiros de Vitória estavam abarrotados de plantas venenosas tais como alamandas, aroeiras e azaléias.

A lei proíbe ainda a comercialização dessas espécies, permitindo o manuseio apenas em estabelecimentos de pesquisa e universidades.

A lei agora vai ser apreciada pelo prefeito da cidade, que deverá aprová-la e mandar retirar as plantas remanescentes das vias públicas.

Muitas delas podem causar intoxicação leve, mas algumas podem ser fatais se ingeridas ou entrarem em contato com a mucosa humana ou animal.

“Nosso papel é de fiscalizar a cidade e ajudar na administração dos espaços públicos. Esperamos agora que a lei seja cumprida e os canteiros humanizados”, afirma o vereador Luiz Emanuel.

Paulo Hartug e César Colnago lançam candidatura em Colatina junto com Balestrassi

guerino-phNeste sábado, dia 17, o candidato a governo do Estado Paulo Hartung e seu vice, César Colnago, iniciam a campanha no município de Colatina, junto com o lançamento da candidatura do tucano Guerino Balestrassi a deputado federal.

O encontro será às 10 horas, na Associação Banestes da cidade.

Guerino Balestrassi é ex-prefeito de Colatina, cidade que governou por duas gestões.

Antes do evento, o grupo participa de algumas atividades, como um café da manhã com lideranças religiosas, caminhada pela feira da cidade e uma sessão de fotos com candidatos a deputados estaduais da região.

“O fato de Paulo Hartung iniciar sua campanha em Colatina é muito significativo e fortalece nossa candidatura. Além disso, tenho uma pauta muito bem definida das ações onde poderei trabalhar e melhorar aqui no Estado, como a questão do municipalismo, da sustentabilidade, do empreendedorismo e outras”, afirmou Guerino.

Datafolha mostra empate técnico no segundo turno entre Aécio e Dilma

Aécio Neves – 20 Anos do Plano Real – 01/07/14Pesquisa divulgada pelo instituto Datafolha nesta quinta-feira (17/7) indicou empate técnico no segundo turno da eleição presidencial entre o candidato da coligação Muda Brasil, Aécio Neves, e a presidente Dilma Roussef, candidata pelo PT. O resultado consolida a tendência de crescimento de Aécio nas últimas pesquisas.

A intenção de votos de Aécio no segundo turno subiu para 40%, ante 39% registrados na pesquisa divulgada em 3 de julho, enquanto Dilma recuou de 46% para 44%, de acordo com o levantamento encomendado pela TV Globo e pelo jornal Folha de S.Paulo.

No primeiro turno, Aécio manteve o mesmo percentual da pesquisa anterior, de 20%. Dilma recuou de 38%, no levantamento anterior, para 36%.

Os entrevistados também responderam sobre o desempenho do governo federal. A avaliação de ótimo e bom caiu de 35%, na primeira semana de julho, para 32%, agora. Entre os que acham o governo atual ruim e péssimo, houve um crescimento de 26% para 29%. O percentual de eleitores que consideram o governo regular se manteve em 38%.

O Datafolha ouviu 5.377 pessoas entre os dias 15 e 16 de julho. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.

“Inglório campeonato”, análise do ITV

moedasSem surpresa, o Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu ontem manter a taxa básica de juros em 11% ao ano. É o suficiente para conservar o Brasil na inglória condição de país que pratica a mais alta taxa real entre todas as economias do planeta. Este campeonato ninguém gostaria de conquistar.

 Foi a segunda vez consecutiva que a Selic foi mantida nos patamares atuais. O BC sinalizou, porém, que pode alterar seu comportamento na reunião prevista para o comecinho de setembro. A decisão de ontem, segundo comunicado oficial emitido após a reunião, limita-se apenas a “este momento”.

 A próxima decisão acontecerá poucos dias depois de o IBGE divulgar os resultados do PIB no segundo trimestre, que muitos não descartam que poderá ser negativo – de acordo com a prévia do BC divulgada nesta manhã, o crescimento acumulado em abril e maio foi nulo. Segundo analistas, há duas hipóteses para quando setembro vier: aumento dos juros em função de novas altas da inflação ou redução da taxa em razão do esfriamento da economia.

 De todo modo, a manutenção dos juros nos patamares atuais consolida o Brasil como a pátria dos juros altos, título que reconquistamos no fim do ano passado e parece que ainda vamos conservar por muito tempo. Segundo levantamento feito pela consultoria Moneyou, a taxa brasileira está em 4,2%, já descontada a inflação projetada para os próximos 12 meses.

 Curiosamente, as três posições seguintes são ocupadas por parceiros brasileiros nos Brics: China (3,4%), Índia (2,3%) e Rússia (1,5%). Para este clube, não há banco de fomento ou fundo de socorro que dê jeito… Das 40 economias acompanhadas pela Moneyou, o Brasil está entre as 16 que praticam taxas positivas. Nas demais, o juro nominal é mais baixo que a inflação projetada.

 Esta ingrata condição joga por terra mais uma das promessas da presidente Dilma Rousseff. Em 30 de abril de 2012, ela ocupoucadeia nacional de rádio e televisão para prometer a redução dos juros. Jogou os bancos públicos na cruzada, apostando que forçaria o resto do sistema bancário a acompanhá-los.

 Como Dilma é uma economista apenas bissexta, seus fundamentos não batem com a realidade. Juro não cai à base de voluntarismo, ainda mais num país em que o governo não só não controla como aumenta seus gastos, como ocorre na gestão petista.

 O resultado é que, depois de nove altas consecutivas entre abril de 2013 e abril de 2014, tanto a Selic quanto as taxas das demais linhas de crédito têm hoje juros mais elevados do que no início do mandato da presidente, como ilustrou a Folha de S.Paulo no sábado.

 O juro alto é o remédio amargo que sobrou para os formuladores da nossa política monetária em função da inflação persistentemente alta no país – turbinada também pelo tarifaço previsto para a energia. Os prognósticos quanto aos índices de preços e ao aumento da carestia continuam sombrios, solapando a confiança de consumidores e empresários, de indústria e comércio.

 O temor é disseminado. Pesquisa encomendada pela Fiesp e divulgada hoje por O Globo mostra que 69% da população brasileira considera que houve grandes aumentos de preços nos últimos seis meses. 73% das pessoas ouvidas avaliam que a política econômica do governo é a responsável pela elevação dos preços.

 A realidade é que o Brasil vê-se hoje aprisionado na armadilha do baixo crescimento e da inflação elevada, temperada também pelos juros altos. Este coquetel indigesto só tem como ser superado por uma política econômica responsável que trate as contas públicas com zelo e transparência, empreenda firme esforço para reduzir a dívida pública e não transija no combate à carestia. Menos que isso é só pantomima ensaiada para pôr na propaganda de TV.

“Lições da Copa”, por Elias Gomes

eliasgomes-300x225Recebi de muitas pessoas queridas uma versão de que a derrota da seleção brasileira (quarta colocada na “Copa das Copas”) estaria debitada a uma negociata com a Fifa, que faz todos os dias, e há muitos anos, muitas e escandalosas negociatas. Mas, ao meu ver, não é por aí…

Essa história de que a seleção se vendeu não tem o menor cabimento, seria uma operação de riscos ilimitados e, inevitavelmente, seria desmascarada.

O que é grave é que essa história nos tira o foco da questão: no Brasil se faz as coisas na base da esperteza, da improvisação, da falta de ética. Isto pode até dar certo algumas vezes, mas nunca a vida inteira. Nada é para sempre. Um dia a casa cai.

O que precisamos discutir é uma nova ética, ou melhor, uma atitude ética no futebol, nos negócios, na política, na relação entre as pessoas e, mais do que entre as pessoas, uma relação ética com a natureza, com o mundo.

Agir assim, com esperteza, nos influencia demasiadamente para baixo, para o oportunismo.

Seja no futebol, na economia, na educação, na política, no desenvolvimento do País, precisamos refletir sobre uma atitude mais responsável, solidária, profissional no melhor sentido, mas, sobretudo, humana e fraterna, que não combina com atalhos que podem nos levar a “ganhos” imediatos, mas com grande prejuízo a médio e longo prazo. São atitudes insustentáveis!

Nós todos precisamos aproveitar este momento e tirar lições valiosas que nos conduzam a uma nova atitude.

Precisamos fazer, todos nós brasileiros, a crítica certa, mas, sobretudo, uma profunda autocrítica.

Por este caminho que estamos trilhando não iremos muito longe, ou teremos que percorrer um longo caminho para um dia chegar lá!

Abaixo a arrogância, a cartolagem, a politicagem, a esperteza de que se tem que levar vantagem em tudo.

Este tipo de Brasil é o Brasil que não dá certo. Um Brasil que acerta, precisa ser reinventado com nova consciência e atitudes!

*Elias Gomes (PSDB) é prefeito de Jaboatão dos Guararapes-PE

**O artigo foi publicado no Blog de Jamildo