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Tiago Oliveira

Aécio pede mobilização e lembra trajetória de Tancredo em visita ao Espírito Santo

aecio-espirito-santo-3O candidato da Coligação Muda Brasil à Presidência da República, senador Aécio Neves, participou nesta quinta-feira (10) de um encontro político em Vila Velha, no Espírito Santo.  Aécio lembrou que há 30 anos, no Espírito Santo, o avô Tancredo Neves lançou as bases de sua campanha para as eleições presidenciais de 1985.

“Quando o Brasil estava perplexo pela derrota da emenda Dante de Oliveira (que permitiria a realização de eleições diretas), Tancredo escolheu as terras capixabas para anunciar um pacto pelo país. Passaram-se 30 anos e o destino nos permite estar aqui, juntos, para dizer a cada um dos brasileiros, na primeira semana da campanha eleitoral, que vamos resgatar o sonho de Tancredo e de milhões de brasileiros, de resgatar a capacidade de fazer o Brasil crescer”, afirmou Aécio.

Participaram do encontro o candidato ao governo do estado, Paulo Hartung (PMDB), seu candidato a vice, o deputado federal César Colnago (PSDB), o coordenador da campanha da coligação Muda Brasil, senador José Agripino Maia (DEM-RN), os ex-prefeitos de Vitória, Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), e de Vila Velha, Max Filho (PSDB), e o prefeito de Vila Velha, Rodney Miranda (DEM), além de representantes de partidos aliados.

Federação

Aécio Neves destacou a preocupação com a defesa dos princípios da federação. Ele criticou a centralização do PT no governo federal e lembrou que o Espírito Santo é um dos estados mais prejudicados pelo modelo petista.

“O governo do PT leva o Brasil a se transformar em um estado unitário. Apenas ao governo federal é possível definir prioridades, definir aquilo que é ou não relevante ao nosso futuro. A primeira das visões que deve orientar o novo governo é a visão clara da federação”, disse Aécio.

O senador afirmou que os avanços sociais e econômicos que o Espírito Santo obteve, nos últimos anos, vieram como resultado dos esforços dos próprios capixabas, e não de uma política de parcerias com o governo federal.

O candidato Paulo Hartung, que governou o Espírito Santo entre 2003 e 2010, foi definido por Aécio com “um dos mais completos homens públicos da nossa geração”.

O senador destacou ainda que o projeto apresentado por ele não deve ser interpretado como uma proposta única do PSDB, e sim como uma construção entre todos os brasileiros que se preocupam em mudar o modelo administrativo que o PT impôs ao país.

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Parcerias

Aécio lembrou que Minas Gerais e o Espírito Santo têm uma ligação das mais intensas, que é motivada tanto pela proximidade geográfica quanto por fatores como a produção industrial  dos dois estados.

“Estou em casa no Espírito Santo”, disse Aécio. “Não poderia ser em outro estado o início dessa caminhada. Venho de Minas Gerais para o Espírito Santo para fazer de mineiros e capixabas um só corpo, para dizer à nação: vamos vencer as eleições e vamos honrar a cada um de vocês”, acrescentou.

O candidato da Muda Brasil à Presidência pediu ainda o empenho dos militantes locais para a eleição de Paulo Hartung e destacou: “que Hartung seja o novo governador do Espírito Santo para selarmos em definitivo uma parceria com toda essa gente em favor de um Brasil novo”.

A coligação que tem Paulo Hartung candidato a governador e César Colnago a vice é composta por sete partidos: PSDB, PMDB, DEM, Solidariedade, PEN, PRP e Pros. A deputada federal Rose de Freitas (PMDB) é a candidata ao Senado pela chapa.

Em Vila Velha, foram entregues os primeiros materiais de campanha da Muda Brasil: adesivos que trazem o nome da coligação e de Aécio Neves.

Aécio diz que foi ao Espírito Santo para buscar inspiração

aecio em vitoria3O candidato da coligação Muda Brasil à Presidência da República, Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva nesta quinta-feira (10), em Vitória. Segundo ele, a visita à cidade inspira a proposta de “um audacioso projeto” para o Brasil.

A seguir, trechos da entrevista.

Quero iniciar essa minha campanha com o pé direito aqui, pelo Espírito Santo. Para nós, mineiros, estar no Espírito Santo é estar em casa. A grande verdade é que há 30 anos acompanhava o meu avô, o presidente Tancredo Neves, na sua caminhada pelo reencontro do Brasil com a democracia, com a liberdade. E foi aqui no Espírito Santo que ele lançou as bases da Nova República, que nada mais era do que a propósito de uma grande convergência nacional, para superarmos a inflação, resgatarmos a credibilidade do país, voltarmos a crescer, gerando empregos e oportunidades para a nossa agenda.

Trinta anos se passaram, mas a agenda de hoje não é muito diferente, e venho ao Espírito Santo 30 anos depois para dizer que o Brasil precisa de uma grande convergência, controlar a inflação, retomar a credibilidade para que possamos crescer mais, gerando educação, saúde e mais segurança para as pessoas. Eu não poderia iniciar essa caminhada sem vir ao Espírito Santo, pedir aqui a inspiração para que possamos apresentar ao Brasil um audacioso projeto, que permita aos brasileiros voltar a ter esperança no seu futuro.

“A derrota do jeitinho”, análise do ITV

torcedores2-300x199Jogos de futebol deveriam se limitar ao que se passa dentro de campo, entre as quatro linhas. Mas a exaustiva exploração que envolveu e envolve a realização da Copa do Mundo no Brasil autoriza analisar o que aconteceu ontem no Mineirão sob o aspecto das vinculações que cercam esporte e política. Na alegria e na tristeza.

A histórica derrota sofrida pela seleção pode servir como lição para que o Brasil se torne um país melhor. A vitória alemã representa o triunfo da técnica, da disciplina, do método e do rigor sobre o improviso, o descompromisso e a fé em que, no fim, tudo vai dar certo, porque, afinal de contas, Deus é brasileiro e conosco ninguém pode.

A Copa começou para o Brasil com um gol contra e terminou com a maior – em vários e diferentes aspectos – goleada da história do futebol mundial. Um vexame de proporções homéricas. Será que isso não nos diz algo sobre o que acontece quando abdicamos de fazer o que é certo apostando que, ainda assim, no fim nada vai dar errado?

Diz-se que a derrota de 1950 para o Uruguai foi uma tragédia que marcou a alma brasileira e impingiu-nos certo complexo de vira-latas. Quem sabe a humilhação de 2014, com o êxito da racionalidade germânica, não nos faça acordar para a premente necessidade de levarmos as coisas mais a sério e nos tornarmos, enfim, a grande nação que podemos chegar a ser?

O pior que pode acontecer agora é ignorar que o fiasco da seleção deve muito à forma com que os problemas são enfrentados no país. Improvisa-se um Bernard em campo, sem sequer testá-lo antes no time em um treino tático, achando-se que, assim, engana-se o técnico adversário e logra-se a vitória. Sem maiores esforços, sem sacrifícios. É o cúmulo da cultura da esperteza, que só nos afunda, mas não está presente apenas no esporte. Pelo contrário.

O marketing político tornou-se expert em apropriar-se de sentimentos desta natureza e insuflá-los. No caso específico da Copa, quantas vezes, ao longo de sete anos, não ouvimos autoridades federais dizendo que o “jeito brasileiro” de fazer as coisas seria um sucesso, como se organização, planejamento e método fossem atributos indesejáveis para uma nação tão criativa quanto a nossa?

Nos últimos dias, com oportunismo, cresceu o ímpeto do governo federal em associar-se aos belos espetáculos vistos dentro de campo por seleções tão improváveis quanto a da Costa Rica. A gestão petista sentiu-se autorizada a surfar na onda da satisfação do público com o que via nos gramados, como se, a cada lance genial de

Robben ou Müller, correspondesse uma obra de mobilidade urbana ou de infraestrutura realizada.
Ao longo de sete anos, a gestão petista tentou transformar a Copa num ativo político. Fez isso com mais ou menor ímpeto ao sabor dos humores que captava do público.

Tentou desvincular-se do torneio depois dos protestos de junho de 2013 da mesma forma que tenta agora dizer que não tem nada a ver com o fracasso de ontem. Aproximou seus palanques dos gramados enquanto o futebol encantava.

De fato, evidentemente, o governo não pode ser responsabilizado pelo futebolzinho que a seleção jogou no Mineirão. Mas precisa, sim, responder por tudo o mais que a Copa do Mundo deixou de entregar: desde as promessas frustradas até o desperdício de recursos públicos que certamente teriam sido melhor empregados em algo mais premente para a população do que elefantes brancos apelidados de arenas.

Houve, sim, bons resultados durante a Copa, a partir de esforço gigantesco e compartilhado de diversas instâncias de poder, assim como de empenho privado, compromissos coletivos e participações individuais. O brilho que cerca o torneio é obra coletiva, mas daí a dizer que, no fim das contas, foi tudo uma “belezura” vai imensa distância.

Na retórica oficial, criticar a má preparação, o desperdício de dinheiro público, os compromissos não honrados, as promessas negligenciadas foi sempre considerado crime de lesa-pátria, como torcida contra, como coisa de “urubus” e “pessimistas”. Jamais se encarou a crítica como legítima colaboração a fim de se produzir mais e melhores benefícios para a população.

O sucesso ocasional visto em vários aspectos da Copa – mas, repita-se, longe de ser um triunfo geral – só ressalta a constatação de que o país pode ir muito mais longe. Se fez bem durante 30 dias para não fazer feio para o mundo, por que não faz sempre assim para fazer bonito para os brasileiros?

Que a derrota das derrotas sofrida para a Alemanha seja um aprendizado. O país que precisamos construir não cabe em slogans bobocas como o que tenta nos convencer de uma “Copa das Copas” que, assim como o Brasil da propaganda oficial, nunca existiu.

“Pelo fim dos testes científicos em animais”, por Ricardo Tripoli

Ricardo-Tripoli-Foto-George-Gianni-PSDB-Há uma clara falta de sintonia entre a classe científica e a população brasileira em termos de proteção animal. E essa dissociação não se reflete nas propostas que tramitam no Congresso Nacional.Nas duas casas legislativas, há projetos de lei no sentido de acabar e punir os maus tratos cometidos em animais. A aprovação de matérias que aprimoram a legislação representa um ótimo começo nessa enxurrada de demandas, e cobranças, que presenciamos no dia-a-dia.

A busca por métodos alternativos em substituição ao uso de animais em experimentos científicos é uma demanda urgente e crescente. Inclusive, o tema foi debatido pela primeira vez na história do Parlamento. No último dia 03, houve audiência pública na Câmara Federal com a presença de especialistas e acadêmicos. Na ocasião, cientistas de áreas e linhas de atuação distintas, por mais tempo que tiveram, não conseguiram convencer sobre a real eficácia das pesquisas envolvendo animais. Muito embora eles entendam que os métodos substitutivos podem representar uma alternativa, imperam divergências anacrônicas.

Alguns participantes até divergiram quanto à substituição de animais por outras soluções alternativas. Mas houve consenso quando o assunto foi a total falta de investimentos que ampliem as pesquisas com métodos substitutivos nas áreas de ciência e tecnologia. E com razão. Infelizmente, não há políticas públicas efetivas e adequadas por parte do governo federal para o financiamento de pesquisa neste sentido. Políticas de investimentos são cruciais e determinam o caminho da inovação científica e tecnológica de um país.

Quem utiliza animais em testes científicos é quem acredita que depende deles em suas pesquisas. E para tentar compreender essa esquizofrenia, é necessária uma avaliação imparcial dos modelos de pesquisa existentes. Levando em consideração, inclusive, as novas tecnologias.

Inúmeros artigos científicos assinados por acadêmicos atentam para a revisão crítica desse modelo arcaico. Todos são unânimes em afirmar que animais não podem ser utilizados como meros tubos de ensaio.

O uso de animais em pesquisas é uma tradição démodé que insiste em se perpetuar nos ideais de alguns representantes da comunidade científica. Sua manutenção é um prejuízo enorme no desenvolvimento de novas alternativas.

Dados sobre pesquisas com animais realizadas hoje no país ainda são escassos, desconhecidos pelo próprio governo ou mantidos sob sigilo. Só um terço das instituições autorizadas têm suas pesquisas divulgadas oficialmente, e apenas 4% buscam alternativas a esses métodos.

Até mesmo dentro do governo essa prática retrógrada é questionada. No mês passado, por exemplo, um membro do Conselho Nacional de Controle da Experimentação Animal (CONCEA) declarou publicamente que 75% das pesquisas realizadas com animais no Brasil deveriam ir para a “lata do lixo”.

Diante disso, é leviano afirmar que animais foram responsáveis pelos avanços no campo da medicina humana. Não há evidências históricas claras e óbvias na relação de avanços nas condições de saúde humana e a experimentação animal.

Do ponto de vista prático, é sabido que os animais são cobaias ineficientes. Cerca de 92% dos “trabalhos” com vivissecção (dissecar o animal vivo) são irrelevantes. Após serem submetidos aos testes e os efeitos em seres humanos serem revelados, os resultados são selecionados e divulgados de maneira conveniente e parcial. Algo tendencioso e preocupante.

Os brasileiros também desaprovam os testes e são favoráveis às leis de proteção animal. Cerca de 95% da população concorda com medidas para punir quem maltrata animais. Outros 66% apoiam uma possível proibição nacional dos testes em animais.

Proteção animal e ciência devem andar juntas. O que se faz hoje no Brasil, em certos lugares, é crime. Verdadeiro holocausto contra os animais! É possível, sim, eliminar as pesquisas que sacrificam animais sem prejuízo à ciência.

Ricardo Tripoli é deputado federal do PSDB-SP

Aécio: “Faremos um projeto de governo do Brasil, não de um partido”

aecioneves-diretrizesRio de Janeiro (RJ) – O presidente nacional e candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves, afirmou nesta quinta-feira (3) que o programa de governo do partido será construído em parceria com a sociedade brasileira. Aécio se reuniu no fim da tarde no Rio de Janeiro com o coordenador do trabalho, o ex-governador de Minas Gerais Antonio Anastasia para acertar os últimos detalhes das diretrizes que serão apresentadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no próximo sábado (5).

“Vai ficar muito claro, a partir das diretrizes que serão apresentadas no sábado, que temos uma ideia do papel do estado, da nossa relação com o mundo e da forma de se organizar construir a máquina pública diferente daqueles que estão hoje no governo. Esse é o  início de uma ampla discussão, e iniciamos isso de forma consistente, responsável e respeitosa com o Brasil. Faremos um projeto de governo que seja do Brasil, não de um partido político ou coligação”, ressaltou o candidato do PSDB, que chegou à reunião acompanhado pela filha Gabriela.

As diretrizes que serão entregues ao TSE são resultado de meses de trabalho da equipe de especialistas coordenada por Anastasia. O documento contém propostas e sugestões para as áreas da cidadania, economia, sustentabilidade, educação, saúde, segurança, relações exteriores e eficiência governamental.

“O que nós queremos, a partir da apresentação dessas diretrizes, é que haja uma ampla discussão com diversos setores da sociedade brasileira para que possamos, no dia da eleição, ter uma proposta de retomada do crescimento, de controle da inflação, de ampliação dos direitos sociais, de qualificação do programas de transferências de renda, que possibilite ao Brasil crescer de forma mais sólida e distribuindo melhor sua riqueza do que ocorre hoje”, afirmou Aécio Neves.

O candidato do PSDB informou ainda que o documento finalizado hoje será disponibilizado em breve na internet para que a sociedade possa ajudar o partido na construção definitiva do programa de governo. “Os caminhos estão apontados.  Queremos que a sociedade brasileira participe conosco da elaboração das propostas. Essa é razão fundamental dessas diretrizes. Queremos mobilizar as pessoas para que participem dessas discussões. Vamos abrir um portal exclusivamente para receber contribuições a partir dessas bases apresentadas hoje, e ao longo da campanha, vamos ampliar a discussão sobre cada um desses temas”, adiantou o candidato tucano.

Princípios e reformas

As diretrizes do programa de governo do PSDB têm como princípios a descentralização, com foco em mais autonomia para estados e municípios, a transparência na ação governamental, a inovação, a simplicidade, para deixar o Estado mais ágil, e a confiança.

O material contempla praticamente todas as áreas de ação do governo federal, com destaque para ações em benefício da melhoria da qualidade de vida da população, adiantou Anastasia, coordenador do trabalho. “As diretrizes foram baseadas nas orientações iniciais que o senador Aécio passou a esse grupo. A primeira orientação foi de fato uma determinação firme da parte dele no sentido que o objetivo fundamental do governo dele será a preocupação com o bem estar das pessoas, com a melhoria da qualidade de vida do povo brasileiro”, ressaltou Anastasia.

O ex-governador de Minas também destacou que o documento aponta para a necessidade urgente de reformas. “O primeiro objetivo é a implementação de algumas reformas que são reformas nucleares no Brasil. A reforma dos serviços públicos, a reforma da segurança pública, a reforma tributária, a reforma política, e também uma ampla reforma da nossa infraestrutura, que lamentavelmente está, como nós todos sabemos, em uma situação muito negativa no Brasil hoje. Essas reformas, portanto, formam os pilares das diretrizes que se desdobram naturalmente pelas diversas áreas de ação do governo”, afirmou.

“Segundo turno à vista”, análise do ITV

Dilma-foto-George-Gianni-PSDB-300x199Nem com toda a propaganda oficial, nem com todo o clima de festa que cerca a época de Copa do Mundo, a presidente Dilma Rousseff consolidou suas chances de vitória nas eleições de outubro. O que a mais recente pesquisa de intenções de voto, divulgada ontem pelo Datafolha, atesta é que a disputa será decidida em dois turnos e, na segunda rodada, a oposição tem tudo para vencer.

Para começar, as intenções de voto na candidata-presidente empatam rigorosamente com as declaradas nos demais candidatos: 38% a 38%. No início de junho, Dilma tinha percentual menor (34%), mas os oponentes pontuavam bem menos (32%). Ou seja, neste último mês mais eleitores se inclinaram a ficar contra do que a favor da petista.

Dilma também tem contra si uma taxa de rejeição que é o dobro da de Aécio Neves: 32% a 16%. A proporção daqueles que dizem que não votarão na petista “de jeito nenhum” é ainda mais acachapante em determinados grupos: somam 51% entre os eleitores com ensino superior, 49% nos de renda acima de dez salários mínimos e 40% na região Sudeste. Se depender deles, Dilma já pode pedir o boné…

Em alguns segmentos de renda e região, Aécio já vence ou empata com a presidente. Entre os que ganham entre cinco e dez salários mínimos, o tucano tem 36% dos votos e a petista, 26%. Igual vantagem é registrada entre os que completaram o ensino superior, faixa em que Aécio ganhou sete pontos em um mês. No estrato acima de dez salários, há empate técnico entre os dois, situação que se repete nos estados do Sudeste.

Dá para delimitar claramente onde Dilma Rousseff concentra a maior parte de suas forças: a região Nordeste, as cidades de interior do país, os brasileiros que ganham menos de dois salários mínimos, as mulheres e os eleitores com apenas ensino fundamental completo.

Os números colhidos pelo Datafolha para um possível segundo turno evidenciam as reais chances de vitória da oposição. Hoje, a diferença entre Dilma e Aécio é de apenas sete pontos percentuais: 46% a 39%. Vale lembrar: há pouco mais de quatro meses, em fevereiro passado, a petista tinha o dobro das intenções de voto no tucano nesta mesma simulação.

Ainda sobre o segundo turno, Aécio já empataria com Dilma entre os jovens, entre aqueles com escolaridade até o ensino médio, nas regiões metropolitanas e na faixa de renda entre dois e cinco salários mínimos. E venceria a petista entre os brasileiros com ensino superior, com renda acima de cinco salários, nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste e nos municípios com mais de 200 mil habitantes.

Por enquanto, apenas um terço dos eleitores manifesta “grande interesse” pelas eleições. Ou seja, a decisão do voto ainda está sendo postergada, com os brasileiros à espera de conhecer melhor as alternativas que têm ao que já está aí há 12 anos e já é muito bem conhecido.

A oposição tem uma avenida pela frente para decolar. Enquanto 50% dizem “conhecer muito bem” a presidente, apenas 16% manifestam a mesma posição em relação a Aécio Neves. Assim, o início da propaganda eleitoral, com exibição equânime dos candidatos, tende a favorecer quem é menos conhecido e não quem já está aí, massivamente vendida todos os dias pela propaganda oficial, há anos.

Os resultados do Datafolha se juntam aos de outros institutos de pesquisa e apontam, todos, numa única direção: o país ruma para uma eleição em que os cidadãos optarão pela mudança, abrindo nova fase de prosperidade e de desenvolvimento para os brasileiros. A campanha que ora começa será valiosa para aclarar os novos caminhos que se abrem, dando aos eleitores as melhores condições de fazer as escolhas que o Brasil precisa.

“O dever da tolerância”, por José Aníbal

jose-anibal-sorocaba-07-12-13-300x200Escrevi semanalmente neste blog, sempre às quartas-feiras, desde 12 de março de 2013. Neste período pude experimentar a tal “cachaça” de que falam os jornalistas. Escrever é tão estimulante quanto ler. Principalmente numa democracia como a nossa, vibrante, anárquica, cheia de excessos e lacunas.

Desde então, reservei as noites de quarta para espiar como o artigo se saiu e os comentários que os leitores do Noblat deixaram para mim. Falar sobre o cotidiano do país assim, com assiduidade, posicionamento e exposto ao contraditório (e ao ataque), não é fácil. Habituados a certa inviolabilidade, políticos raramente têm a possibilidade de saber o que dizem e o que pensam de suas ideias. Muitos não querem nem saber.

O mais interessante, no entanto, é observar que há no noticiário um nervo oculto que, por algum motivo, desperta o interesse de todo tipo de gente, interfere nas percepções coletivas e causa nas pessoas a necessidade de falar – o que sai daí tem sentidos dos mais variados. A utopia democrática é juntar essa diversidade com absoluta tolerância de uns para com os outros. Espaços como este blog, onde a praticamos, precisam ser preservados.

Foi justo no aperfeiçoamento democrático e no dever da tolerância onde Dilma, ao meu ver, mais deixou a desejar como presidente da República – mais do que pelo evidente populismo que marca seu governo ou no desleixo com a coisa pública. Dilma deu guarida aos guerrilheiros do achincalhe político, aos sequestradores de reputação, aos que usam o Estado para perseguir, intimidar e difamar adversários. Justo ela.

Como é de conhecimento público, o enredo que imputa a mim desvios que jamais cometi foi forjado dentro do Ministério da Justiça. Arranjado por um deputado petista, o documento apócrifo foi vazado com a chancela do Cade e plantado na Polícia Federal, clandestinamente, pelo ministro José Eduardo Cardozo. O protocolo de entrada do documento na PF não existe. O PT tentou sujar meu nome e usou a estrutura do Estado para espalhar o boato. Semana passada, a oitiva, voluntária, das testemunhas, desmoralizou as calúnias do bandido delator protegido pelos petistas.

Não é de se estranhar que os mesmos que sustentam, acobertam e tiram proveito político dessas desonras defendem ardorosamente o “controle social” da mídia e produzem listas negras de jornalistas. A imprensa comprada, obviamente, os idolatra. Dilma, vértice desta edificação, contribuiu, com sua permissividade, para corrosão dos costumes políticos que ora observamos. Não construiu instituições nem reforçou os anteparos democráticos. Não foi estadista.

Quanto a mim, continuo entusiasta da democracia pois, entre outras vantagens, ela se encarrega da própria depuração. Para isso, é fundamental que, mesmo discordando, todos sejam livres para falar. A verdade e justiça são irreprimíveis. Basta que não nos intimidemos. Agradeço ao Noblat e aos leitores pela generosidade da troca democrática. Tanto os que gostaram como os demais. Que bom que vocês leram. Eu li o que vocês escreveram.

*José Aníbal é deputado federal (PSDB-SP)

**Artigo publicado no Blog do Noblat – 02-07-2014