PSDB – ES

Tiago Oliveira

“O que tinha que ser roubado já foi”, por Silvio Torres

silviotorres-199x300 (1)Esta frase, como todos sabem, é de Joana Havelange, filha do ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira e neta do ex-presidente da Fifa João Havelange. Não exatamente dela, mas um texto de autoria do jornalista e profissional de marketing Thiago Falcão, com o qual Joana deve concordar, uma vez que o postou em seu Instagram. Uma crítica às manifestações recentes contra a Copa por todo o País e mais do que isso, a triste sentença de que a corrupção existe e deve ser aceita no Brasil. Não adianta protestar.

Diretora do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo no Brasil, Joana Havelange, 33 anos, é formada em administração, com pós-graduação em marketing e ex-jogadora profissional de basquete nos Estados Unidos. É ainda fluente em inglês, francês e espanhol. E é de conhecimento de todos que um dirigente do COL recebe R$ 80 mil por mês mais prêmios. Um perfil que faz de Joana uma princesa do futebol brasileiro.Logo ela, parente de duas figuras envolvidas em denúncias de corrupção: seu pai e avô.

Pai esse que completou 25 anos como presidente da CBF e 16 anos do avô na Confederação Brasileira de Desportos, a CBD. Todos, ao lado de autoridades federais, estaduais e municipais, divulgavam o evento como a solução dos problemas brasileiros. Afinal, segundo suas promessas, o País seria outro depois da Copa.Teríamos um legado histórico incomparável nas áreas de infraestrutura, esportiva e de mobilidade, assim como turismo e segurança; sem falar no Pibão e nos milhões de novos empregos. E o melhor: tudo isso sem usar dinheiro público.

Não faltou quem tentasse abrir os olhos da sociedade e alertar (eu fui um deles) sobre os riscos de promover um evento de tamanha magnitude como a Copa sob o comando de um grupo restrito a parentes e amigos de Ricardo Teixeira, cuja história na CBF era publicamente reconhecida por malfeitos, desmandos e corrupção. Lula no auge de sua popularidade e inebriado por ela, deu carta branca ao cartola-mor do Brasil; apostou (Dilma ainda aposta) ser glorificado na realização da “Copa das Copas”.

Hoje sabemos a realidade: não adianta nem protestar, pois o que tinha que ser roubado já foi. Das obras prometidas, muitas sequer saíram do papel e outras tantas não ficarão prontas a tempo, apesar dos custos superfaturados, bancados sim com dinheiro público. Com custo total de R$ 25,6 bi, essa Copa ficará para a história do Mundial como a mais cara e que mais lucros dará à FIFA. O que nos resta é torcer pela seleção.

Mas existe esperança, Ricardo Teixeira e João Havelange já começaram a pagar por seus crimes. Ambos precisaram renunciar a seus cargos na CBF,FIFA e COI para se livrarem da justiça.Sim, se livraram da justiça, mas não comandam mais o futebol brasileiro nem poderão mais se beneficiar por meio da corrupção do esporte.

Enquanto isso, outros protagonistas desse reino em queda, como Lula, Ronaldo, Dilma, Jérôme Valcke e Aldo Rabelo atiram para todos os lados,até uns nos outros, na tentativa de se livrar da responsabilidade e apontar outros culpados pelo fracasso do sonho que prometeram e não conseguirão entregar ao povo brasileiro.

Não aprendemos a lição com os erros na organização e nos custos dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro em 2006,quando o governo federal bancou R$ 1,8 bi dos 3,7 bi gastos na preparação da competição. Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), o problema foram as falhas no processo de organização que acarretaram o aumento exagerado nos custos com o evento.Faltas que repetimos na organização da Copa de 2014.

Daqui a dois anos, sediaremos os Jogos Olímpicos. E já existem rumores de que o COI estaria em busca de outro país para sediar a competição, diante dos atrasos nos preparativos, que, claro, estão seguindo o mesmo modelo do Pan e da Copa. O dito padrão Brasil. Um padrão que se repete devido aos homens e mulheres despreparados a quem está entregue o comando do Brasil.

Agora só resta torcer. Pela seleção e nosso País, para que dê tudo certo. E mais do que torcer, votar corretamente para que a impunidade e corrupção do padrão “O que tinha que ser roubado já foi”, deixe de existir.

* Um dos fundadores do PSDB, Silvio Torres está em seu 5º mandato como deputado federal pelo partido por São Paulo. Foi secretário da habitação do governo Alckmin e relator da CPI CBF/Nike,é autor do livro de mesmo nome sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito.

Legado desastroso de Dilma na economia exigirá reformas e forte política de investimentos

Colnago: "Temos que colocar o trem nos trilhos"
Colnago: “Temos que colocar o trem nos trilhos”

O deputado César Colnago (ES) fez uma alerta para a caótica situação da economia brasileira. O tucano sugere um ajuste das contas públicas e estímulo aos investimentos para reverter o

cenário de baixo crescimento, juros elevados, inflação perto do teto da meta, modelo de incentivo ao consumo esgotado e elevado endividamento da população. O drama fica cada vez mais evidente com a divulgação de números que comprovam a inexistência de rumo no governo da presidente Dilma quando o assunto é economia.

“Temos que colocar o trem nos trilhos, pois ele está descarrilhado”, avaliou Colnago sobre recentes projeções para o ano. O mercado financeiro reduziu, pela segunda semana seguida, a previsão de crescimento da economia brasileira, que passou de 1,50% para 1,44%, informou o Banco Central nesta segunda-feira (9), por meio do Boletim Focus. Em relação à inflação, a estimativa continua em 6,47%, muito próxima ao teto, de 6,5%, e bem acima do centro da meta, de 4,5%.

Colnago avalia que falta visão estratégica ao governo. O parlamentar afirma que o governo preferiu adotar o estímulo ao consumo como único meio de fazer o país crescer. Funcionou em 2008 e 2009 devido à crise mundial, mas em seguida o modelo se esgotou e nenhuma medida foi tomada. Reformas não foram feitas e os investimentos minguaram.

Com tanto estímulo para que a população fosse às compras, os brasileiros se endividaram e chegaram a um limite que corrói fortemente seu poder aquisitivo. De acordo com o Banco Central, as famílias estão devendo R$ 1,3 trilhão somente às instituições financeiras. É um recorde correspondente a 26,1% do Produto Interno Bruto (PIB).

Nos últimos 12 meses, esse montante acumulou alta de 15,2%, o que demonstra o aperto no orçamento doméstico. Com tantas dívidas e preços elevados por causa da inflação, a população está cada vez mais pessimista em relação à economia: 36% das pessoas, segundo Pesquisa Datafolha, acreditam que 2015 será pior do que 2014.

 “O que se precisa fazer é o ajuste das contas públicas, controle e tolerância zero com a inflação, que está corroendo o poder de compra das famílias e, acima de tudo, ter um projeto de desenvolvimento com estímulo de investimentos, sejam privados ou públicos, para retomar o crescimento”, defende Colnago.

O deputado avalia que é impossível tirar o país de uma esteira de Pibinhos, ou seja, de baixo crescimento, só com o consumo. “O que se tem que fazer agora é usar parte dos recursos públicos em investimentos que agreguem valor às cadeias produtivas na geração de emprego e renda”, alerta.

Outro número que preocupa refere-se aos juros. Segundo estimativas do governo e do mercado financeiro, os gastos com juros devem ultrapassar a marca de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014. No ano, até abril, essa despesa representou 4,9% do PIB. Até mesmo o ex-presidente Lula, responsável por dar início ao estímulo obcecado pelo consumo, tem feito críticas publicamente à condução da economia.

“Realmente o modelo se esgotou e precisamos fazer diversas reformas, inclusive a tributária, para podermos retomar a competitividade e assim fazer crescer a economia”, concluiu Colnago.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola)

“Aperfeiçoando o Bolsa Família”, por Lúcia Vânia

lucia-vania-agencia-senado-300x199Continua repercutindo na mídia nacional a aprovação do Projeto PLS 458/2013, do Senador Aécio Neves, ocorrida na semana passada, na Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal. Tive o prazer de relatar essa matéria que mantém o pagamento do Bolsa Família por mais seis meses, para chefes de família que ultrapassarem a faixa de renda prevista pelo Programa.

Dentre as manifestações, estão articulistas dos grandes jornais do país, mas estão, também, notas dos que são contrários a essa aprovação, na tentativa de demonizar qualquer investida no Bolsa Família, ainda que para aperfeiçoá-lo.

Alguns insinuam que o projeto aprovado, por estender por seis meses o pagamento do benefício, poderia onerar os cofres públicos. Mas, conforme conclui o jornalista Reinaldo Azevedo, da revista Veja, “é exatamente o contrário. Hoje, constata-se, muita gente evita o emprego formal, com carteira assinada, porque teve o imediato desligamento do programa, sem saber se permanecerá ou não no emprego que conquistou. Havendo a garantia suplementar, a tendência é que haja mais formalização da mão de obra”.

Todos os Senadores que participaram das discussões e aprovaram o projeto, entenderam que ele não faz mudança no programa e visa tirar da informalidade o beneficiário que, empregado, pode ter a sua carteira assinada e, inclusive, passar a contribuir para a Previdência Social. A ideia é que havendo uma garantia suplementar, como conclui Reinaldo Azevedo, haja um índice maior de formalização de mão de obra.

Essa é a essência do que foi aprovado na Comissão de Assuntos Sociais.

A opinião pública deve saber, de uma vez por todas, que a Lei Orgânica de Assistência Social, que baliza as políticas públicas sociais em nosso país,  não é de autoria de partidos políticos. Originou-se de um movimento da sociedade brasileira que exigia, então, o cumprimento da Constituição de 88 no seu Art. 3º, que assim está expresso:

“Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

III. erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais”.

Faço essa lembrança para já falar do outro Projeto, também do Senador Aécio Neves, que também estou relatando, que faz com que o Bolsa Família seja uma política de Estado e não de governo.

A correta visão do Senador Aécio Neves, é a de que programa tão importante não pode ficar à mercê de casualidades, como as periódicas trocas de governos que, felizmente, ocorrem dentro do processo democrático.

Com essas propostas a população brasileira pode ficar tranquila, porque as mudanças de governo não atingirão o programa, que se incorpora às políticas públicas sociais fundamentais para consideráveis contingentes da população brasileira.

Assim como ocorreu no governo Fernando Henrique Cardoso, em que tive a tarefa de ser a secretária nacional de Assistência Social, quando implementamos a Lei Orgânica de Assistência Social, a Loas, certamente o nosso partido prima pela proposição de  políticas públicas sociais consequentes. É isso que estamos fazendo no Senado atualmente.

 

Lúcia Vânia é senadora pelo PSDB de Goiás, ouvidora-geral do Senado e jornalista

“Dilma, a campeã da mentira”, análise do ITV

dilma51Em tempo de Copa do Mundo, os povos costumam se irmanar. O sentimento de união tende a ser ainda mais forte quando o torneio acontece em países muito identificados com o esporte, como é o caso do Brasil. Mas ontem a presidente da República foi à televisão agredir os brasileiros que não comungam da visão rósea que seu governo busca propagar do Mundial.

Dilma Rousseff ocupou novamente uma cadeia nacional sob o pretexto de, segundo o Blog do Planalto, dizer que o Brasil “venceu os principais obstáculos e está preparado” para a Copa. Curiosa a razão do pronunciamento: fosse verdadeira, provavelmente a presidente não precisaria ir ao rádio e à TV para tentar convencer os brasileiros.

Basta andar nas ruas e ter olhos para ver que o Brasil que chega amanhã à Copa do Mundo não se parece nem um pouquinho com aquele que se projetava quando o país foi escolhido sede do torneio, em outubro de 2007 na Suíça. É abismal a distância entre o clima desalentado hoje reinante no país e o que a propaganda oficial vendeu em todos estes últimos anos.

Em seu pronunciamento, Dilma mirou a oposição, mas vilipendiou os brasileiros que ousam não compactuar com a mordaça com a qual o PT quer silenciar seus críticos e constranger os que não lhe dizem amém. Várias pesquisas de opinião mostram a desaprovação da nossa população à Copa ou a aspectos relacionados à promoção do torneio no Brasil.

Em abril, o Datafolha constatou que 55% dos brasileiros vêm mais prejuízos que benefícios na realização da Copa no país e só 36% acham o contrário. Outra pesquisa, feita pelo Ibope sob encomenda do Planalto, constata: em 11 das 12 cidades-sede os que enxergam mais prejuízos que benefícios são ampla maioria, conforme publica O Globo em sua edição de hoje.

Sim, os brasileiros esperavam bem mais da Copa, mas o governo que nos governa há 12 anos foi incapaz de cumprir suas responsabilidades. Há um mês, a Folha de S.Paulo fez extenso levantamento no qual constatou que somente 41% das 167 obras previstas relacionadas ao torneio foram realizadas.

Dilma tem razão quando diz que os estrangeiros não vão levar na bagagem os metrôs, os aeroportos e as obras de mobilidade associadas à Copa. Até porque elas não existem: só 10% ficaram prontas a tempo do Mundial.

O número de obras abandonadas também não cabe nos dedos das duas mãos, incluindo todos os cinco VLT (Veículos Leves sobre Trilhos) originalmente previstos. Corredores de ônibus, como o do Rio, e metrôs, como o de Salvador, estão sendo entregues incompletos.
Não é irrealista apenas a visão que Dilma apregoa sobre a Copa num espaço institucional que ela se especializou em desrespeitar. São falsas também boa parte das informações que ela destilou em seu pronunciamento – mais correto seria dizer que se tratou de um programa eleitoral – exibido ontem.

Dilma mente quando diz que “dobramos a capacidade dos aeroportos”. Melhoramos, é verdade, mas muito, muito menos: o aumento foi de 36%. Além disso, em 11 das 12 cidades-sede os aeroportos têm falhas, obras inacabadas, sujeira e desorganização, como mostrou a Folha na semana passada. Em Fortaleza, foi necessário erguer um terminal de lona; em Salvador, as obras foram simplesmente postergadas para depois da Copa.

Dilma afirmou que “estamos entregando, também, um moderno sistema de comunicação e transmissão que reúne o que há de mais avançado em tecnologia (…) em todas as 12 sedes”. Sabe-se, porém, que metade dos estádios não contará com redes sem fio, tornando a comunicação bem lenta, conforme admitiu o Sinditelebrasil na semana passada.

Mas a presidente exagera mesmo é quando coteja os gastos com estádios da Copa aos investimentos supostamente feitos em saúde e educação. Diz que estes são “212 vezes” maiores que o valor aplicado nas arenas. Para chegar a esta esdrúxula comparação, Dilma somou despesas de estados e municípios, mas foi bem mais longe e adicionou desde salários a gastos com cafezinho na conta.

Considerando apenas investimentos feitos pelo governo federal em saúde e educação desde 2011 até hoje, foram despendidos tão somente R$ 24,5 bilhões, conforme dados do Siafi levantados pela assessoria do DEM. Para chegar aos R$ 1,7 trilhão que a presidente afiança ter torrado nas duas áreas ao longo de seu governo é preciso muita ginástica…

Amanhã começa oficialmente a Copa do Mundo do Brasil. É tradição que chefes de governo locais deem boas-vindas aos esportistas e aos que acompanham a festa ao redor do mundo. A presidente brasileira preferiu o ambiente frio de um estúdio de TV para fazer seu pronunciamento. Lá pôde mentir à vontade, sem temer as vaias que, num estádio, certamente receberia.

Aécio Neves: “Seremos a mudança que o Brasil espera”

10-06-14-aecio-neves-convencao-psdb-mg-5688-300x194Em Belo Horizonte para participar da convenção estadual do PSDB, nesta segunda-feira (10), o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, celebrou a escolha do tucano Pimenta da Veiga para concorrer ao governo de Minas, com Dinis Pinheiro (PP) como vice e Antonio Anastasia como candidato ao Senado. A chapa será formada pelo PSDB e mais 19 partidos que integram o Movimento Todos por Minas.

“O Brasil quer Minas Gerais. O Brasil quer mudanças, e nós seremos a mudança que o Brasil espera”, afirmou. Além do PSDB, o Movimento Todos por Minas tem o apoio do DEM, PDT, PEN, PHS, PMN, PP, PPS, PR, PRP, PSC, PSD, PSDC, PSL, PTB, PTC, PTdoB, PTN, PV e Solidariedade.

Aplaudido por deputados, prefeitos, vereadores e milhares de militantes, Aécio declarou estar esperançoso por um tempo melhor, “de maior seriedade na vida pública e eficiência nas ações do governo”.

“Uma obra de governo é uma obra permanentemente contínua. Não temos o direito de interromper o trabalho de Anastasia e de Alberto Pinto Coelho. Minas precisa da seriedade e honradez de seus melhores quadros políticos e, hoje, eles estão aqui a oferecer-se para dar continuidade a mais uma etapa dessa trajetória”, disse.

Governo Dilma
Aécio Neves lamentou as declarações da presidente Dilma Rousseff, que participou de atos políticos, nesta terça, e trouxe novo recado pessimista aos brasileiros.

“Que triste ter uma presidente que encerra 11 anos de mandato sem ter uma palavra de esperança e de coragem para dizer aos brasileiros. Falou olhando no retrovisor da história, culpando governos de mais de dez anos atrás pelo descontrole inflacionário ou pelo pífio crescimento da economia”, avaliou.

Para Aécio, Dilma age “de forma acintosa para com os brasileiros” ao dizer que deixará para o futuro um legado de inflação controlada e crescimento contínuo da economia.

“Logo a presidente da República que permitiu o descontrole da inflação, que volta a atormentar a vida da trabalhadora e do trabalhador brasileiro. Logo a presidente que deixará como herança o terceiro pior ciclo de crescimento do Brasil em toda a nossa história republicana”, justificou.

Aposentadoria
O presidente nacional do PSDB classificou ainda como audaciosa a declaração dada pela presidente Dilma Rousseff, durante participação na convenção do Partido Democrático Trabalhista (PDT), ao se auto-intitular “invencível”.

“Invencível é a nossa coragem e determinação em mudar tudo isso que está aí. Não vou atacá-la, como tentou fazer em relação a nossa candidatura. A boa educação mineira só me orienta a desejar à presidente da República uma bela aposentadoria pelos próximos quatro anos”, declarou, sob fortes aplausos.

Disputa
Aécio reiterou ainda que, na disputa pela Presidência da República, não estão em jogo a vitória de um candidato, partido ou coligação.

“O que temos nas nossas mãos é uma oportunidade concreta de encerrar este ciclo perverso de governo, que tanto vem infelicitando a nação brasileira. A cada mentira e a cada infâmia espalhada pelo outro lado, eu responderei com a minha história de vida, e com uma verdade a cada momento. Isso nos diferenciará dos nossos adversários”, disse Aécio Neves.

Nota do PSDB à imprensa sobre pronunciamento de Dilma

 padrao_foto_logo (1)Ao negar-se a discursar na abertura da Copa e escolher a proteção e o silêncio da tela de TV, a presidente buscou uma forma de se esquivar do contato direto com os brasileiros, com o intuito de evitar a repetição das manifestações que ocorreram na Copa das Confederações.

Na rede oficial de rádio e TV convocada esta noite, a presidente ultrapassou ainda mais os limites na mistura do interesse público e dos interesses pessoal e partidários, algo que já se tornou sistemático em seu governo.

Mais uma vez lança mão de um instrumento de Estado, pago pelo contribuinte, para fazer acintosa e ilegal campanha eleitoral.

Mas dessa vez surpreendeu ao utilizar o pretexto da Copa do Mundo para criticar milhões de brasileiros que vêm legitimamente manifestando sua discordância com a forma como o governo encaminhou os preparativos do evento.

A tentativa de associar a seleção brasileira a um governo lembrou a ofensiva de propaganda do regime militar.

O pronunciamento da presidente foi um esforço para transformar em motivo de orgulho nacional obras inacabadas, gastos superfaturados e a absoluta falta de capacidade de gestão desse governo.

Mais uma vez, a presidente deixa claro que não entendeu a mensagem das ruas.

Torcemos todos pela seleção brasileira e por uma grande Copa do Mundo.

Ao trocar o contato direto com os brasileiros na abertura da Copa pelo conforto de mais uma rede oficial de rádio e TV, a presidente pode ter evitado um grande constrangimento, mas não evitará o julgamento das urnas.

“As boas-novas do Datafolha”, análise do ITV

urna-eletronica_1_0O detalhamento da mais recente pesquisa de intenção de votos feita pelo Datafolha sugere que a oposição tem uma pista livre para decolar nos próximos meses até a eleição de outubro. Tudo indica que o tempo do PT está chegando ao fim. Está se aproximando a hora da mudança. Ufa!

O resultado geral mais significativo é a persistente queda das intenções de voto na presidente Dilma Rousseff. Desde fevereiro, ela perdeu dez pontos e hoje tem 34%. As quedas mais acentuadas ocorreram no Norte e no Nordeste. Também não aconteceu a decantada decolagem que João Santana, no alto de toda a prepotência, previu em outubro do ano passado.

Num eventual segundo turno, a petista já sente o calor da aproximação de Aécio Neves. Na simulação feita no início deste mês, a diferença a favor da candidata-presidente é de apenas oito pontos percentuais: 46% a 38%. Há quatro meses, em fevereiro, na mesma simulação, Dilma tinha simplesmente o dobro das intenções de voto do tucano: 54% a 27%.

Em estados cruciais como São Paulo, que reúne 22% do eleitorado brasileiro, a presidente já está atrás de Aécio nas simulações de segundo turno (46% a 34%) e aparece tecnicamente empatada com ele na disputa em primeiro turno: 23% a 20%, segundo informa a Folha de S.Paulo em sua edição de hoje.

Ainda em relação a um cada vez mais certo segundo turno, Aécio vence Dilma nas regiões Sul e Sudeste enquanto no Centro-Oeste há rigoroso empate. A rejeição à candidata-presidente vem subindo e hoje já é a maior entre todos os candidatos (35%), enquanto a de Aécio é declinante e hoje encontra-se em 29%.

O caldo geral a favor da mudança continua engrossando: 74% dos entrevistados pelo Datafolha pedem um governo que tome atitudes diferentes do que faz a gestão Dilma. Para 21% dos entrevistados, Aécio é quem está mais preparado para fazer as transformações que o Brasil precisa – o percentual equivale ao dobro dos que pensavam assim em fevereiro. Dilma é apontada agora por 16%.

Todo o bom desempenho do senador tucano acontece a despeito do bombardeio propagandístico que o governo federal promove em rádios e televisões de todo o país tentando apropriar-se de realizações que, na maioria dos casos, nem dele são – como acontece em Minas e em São Paulo, para ficar apenas em alguns poucos exemplos.

As chances de Aécio ganham ainda maior relevância quando se sabe que, segundo o Datafolha, ele ainda é pouco conhecido pela população em geral. Enquanto 55% dos entrevistados dizem conhecer Dilma muito bem, apenas 19% afirmam o mesmo em relação ao ex-governador de Minas Gerais. Ou seja, à medida que começa a ser mais bem conhecido, Aécio sobe.

Do potencial de maior conhecimento do candidato do PSDB também pode depender a migração dos que hoje se mostram desalentados com as eleições e indicam disposição para votar branco, nulo ou abster-se em outubro. Nesta condição encontram-se 30% dos brasileiros, que ora se declaram sem  candidatos.

Os resultados do Datafolha – que ouviu 4.337 pessoas, mais que o dobro do usual – corroboram outras pesquisas de outros institutos. Ou seja, não são pontos fora da curva. A eleição, de fato, caminha para favorecer a escolha de um novo rumo para o Brasil. Não é por outra razão que o desespero ora campeia nas hostes petistas, a ponto de Lula deitar críticas, dia sim dia também, ao governo de sua pupila. Agora, Lula, é tarde.

Aécio: “A Federação no Brasil acabou”

aecio-campo-grande-16-300x200Campo Grande (MS) – O presidente nacional do PSDB e pré-candidato à Presidência da República, senador Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva nesta sexta-feira (6), em Campo Grande (MS), durante encontro com lideranças políticas. Aécio respondeu a perguntas sobre as eleições 2014, a pesquisa Datafolha, inflação, o pacto federativo, saúde, segurança pública, propostas sobre os ministérios e a carga tributária.

A seguir, trechos da entrevista.

Sobre baixo crescimento da economia e aumento da inflação:

Infelizmente há sim um pessimismo generalizado em relação aos nossos indicadores econômicos. Tivemos um crescimento noprimeiro trimestre de 0,2%. Não fosse o agronegócio – o Brasil tem que vir aqui nessa região, em especial nesse estado, agradecer e reverenciar o esforço daqueles que trabalham e produzem no campo – teríamos um crescimento negativo. O crescimento do agronegócio nesse primeiro trimestre foi 3,6%. Se não acontece isso, o crescimento teria sido negativo. Aliás, ao longo dos últimos anos, é o agronegócio que tem segurado minimamente o crescimento da economia brasileira. Costumo dizer que da porteira para dentro não há ninguém mais produtivo do que o brasileiro, em especial o brasileiro dessa região. O problema está da porteira para fora, quando faltam rodovias adequadas, duplicadas, quando faltam ferrovias construídas, quando faltam hidrovias, enfim, quando faltam portos competitivos. Aí quem perde, obviamente, é aquele que se esforça e que produz.

Vejo que, por outro lado, os resultados da economia, os últimos, não nos inspiram confiança nos próximos.  O Brasil foi o país, como disse, o país que menos cresceu na América do Sul ao longo desse período. A inflação de alimentos já está na casa de dois dígitoshá mais de ano, e é ela que pune aquele que mais precisa, porque quem ganho hoje até dois e meio salários mínimos consome, no mínimo, 30% da sua renda com alimentação e sabemos que a inflação de alimentos está muito mais alta que esses 6 e poucos por cento que ainda contêm preços controlados, como combustíveis, como energia, como transportes públicos. Acho que o Brasil vai precisar de um choque no Custo Brasil para garantir maior eficiência, maior produtividade, maior competitividade à quem produz, e uma vitória do PSDB gerará um ânimo novo, gerará um ambiente muito mais propício à retomada dos investimentos do que a permanência desse grupo que está aí no poder.

Sobre pesquisa Datafolha.

As pesquisas, sempre as vejo com muita cautela. Não posso deixar de perceber que a nossa proposta, a clareza da oposição que fazemos a tudo isso que está aí, reconhecendo inclusive os avanços quando eles ocorreram, vem permitindo que a nossa candidatura seja apontada, cada vez mais, como a da mudança. Essa mesma pesquisa à qual você se refere traz dois dados que, para mim, são mais relevantes do que o próprio indicador de intenções de votos. O primeiro deles, que consolida esse sentimento que outras pesquisas já mostraram, de que mais de 70% da população brasileira quer mudanças e mudanças profundas em relação a tudo que está aí. E essa pesquisa, no seu detalhe, mostra que a população percebe que, entre os candidatos colocados, aquele que tem as melhores condições, na visão da população, para fazer essas mudanças, é o candidato do PSDB. Esse é um dado que me alegra e me anima.

Sobre candidaturas do PSDB no MS e nacional

O meu sentimento é que há um vento mudancista chegando aqui também e Reinaldo (Azambuja) é quem encarna essa mudança. Porque mudar não pode ser uma palavra solta ao vento. Mudança tem que vir com consistência com planejamento, com projetos. O que o Reinaldo comandou, o PSDB e alguns outros partidos aliados, ao longo desses últimos meses e anos aqui no estado, começou em Campo Grande com aquele movimento Pensando Campo Grande e depois Pensando Mato Grosso do Sul, vou dizer para vocês, inspirou outros estados da Federação, porque possibilitou a esse grupo político que aqui está a construção já com alguma antecedência daquilo que outros têm sentido dificuldade de fazer, que é um projeto para o estado, que é uma radiografia, um diagnóstico de onde estão as potencialidades ainda não utilizadas na sua total dimensão, onde estão as dificuldades que precisam ser superadas.

Então, vejo que esse sentimento de mudança se confundirá com a candidatura de Reinaldo Azambuja e os candidatos que o acompanharão nessa caminhada. O nosso apoio será sempre no sentido de mostrar que há, entre o comando nacional da campanha e o projeto nacional que o PSDB conduzirá, uma absoluta identidade com o projeto do estado. E, na política, tudo que você não precisa explicar muito é bom. E a nossa aliança não precisa de explicação, é muito natural, muito convergente, muito homogênea. A minha convicção, que não vem de hoje, em razão de uma campanha eleitoral, em relação à importância do agronegócio nodesenvolvimento do país, vem do meu berço, de onde eu nasci. Sou do interior de Minas Gerais. Sou de uma família de pequenos produtores de café. Sei do esforço do homem do campo para sobreviver hoje, com o altíssimo Custo-Brasil, com essa escorchante carga tributária, com a incapacidade do Estado de oferecer competitividade, de garantir o escoamento da produção, de crédito efetivo, de investimentos em armazenagem – que é outro desafio que essa região, especificamente, vive. Falei aqui das obras de infraestrutura de rodovias, de ferrovias e de hidrovias.

Vou usar aqui uma figura de linguagem. Eu vejo o Mato Grosso do Sul, com as suas extraordinárias potencialidades, como um leão enjaulado. Com tudo para ir ao mundo, para avançar, para crescer, para se industrializar cada vez mais, gerando empregos cada vez de maior qualidade, mas enjaulado pela incapacidade do governo federal de oferecer a infraestrutura adequada que aqui se produz para que possa ser mais competitivo ainda do que é. Então, vamos romper com essas grades e permitir que o Mato Grosso do Sul vá para o mundo, se desenvolvendo, vendendo seus produtos cada vez mais valorizados, e, obviamente, gerando mais renda e mais desenvolvimento social no estado.

Sobre Pacto Federativo.

Sua pergunta é excepcional porque me permite fazer aqui uma síntese daquilo que é a base fundamental da nossa proposta para o Brasil. A Federação no Brasil acabou. O Brasil se transformou em um Estado unitário, onde apenas o governo central arrecada, retém recursos e apenas ele define o que fazer com esses recursos. Se voltarmos um pouco no tempo, Ruy Barbosa, quando da Proclamação da República, costumava dizer que o Império caíra não por ser Império, mas por não ter uma visão federalista do Brasil. E dizia ainda que ele era federalista antes sequer de ser republicano. Porque um país das dimensões do Brasil é ilógico, é irracional ser administrado da forma como vem sendo, com essa concentração crescente de recursos nas mãos da União. Faço justiça aqui. Isso não começou no governo do PT. Agravou-se no governo do PT. Mas vínhamos em um processo.

No Brasil, desde a República, essa concentração e desconcentração de receitas vêm funcionando quase como uma sanfona. No Império, a concentração era grande. Veio o primeiro período da República, há uma primeira desconcentração. De novo, na década de 1930, no primeiro governo ditatorial de Getúlio, há de novo uma concentração de receitas nas mãos da União, e ali se iniciou o processo de industrialização do país. Vem a Constituinte de 1946, há um novo momento de desconcentração de receitas, com os estados ganhando algumas prerrogativas de tributação. Vem o Golpe de 1964, de novo a concentração. Estou sendo aqui bem sintético, mas a Constituinte de 1988, da qual eu já participei, vem com um viés de desconcentração.

Mas o que ocorre logo após a década de 1980? O processo hiperinflacionário, no Brasil, levou o governo central a iniciar a cobrança muito vigorosa de contribuições. As contribuições são aqueles impostos que não são distribuídos, compartilhados com os estados e municípios. O contrato do Imposto de Renda, do IPI, que constituem as cestas do fundo de participação que é distribuído. Pare se ter uma ideia, em 1988, a soma das contribuições – só do governo federal – representavam 20% da soma do Imposto de Renda mais o IPI. Hoje, as contribuições representam mais de 100% da soma do Imposto de Renda com o IPI. E ainda com agravantes. O governo federal, quando faz essas bondades, quando faz essas isenções de IPI e Imposto de Renda para determinados setores da economia, faz com o chapéu alheio, faz com parte das receitas dos estados e municípios. Tenho um projeto que tramita no Senado Federal – e o governo do PT, o Palácio do Planalto e a base aliada do governo impedem que seja votado – que determina que desoneração pode ser um instrumento importante do governante. Se tem uma competição desigual de outro país sobre determinado setor da economia, que você não pode permitir que desempregue, que se fragilize, você pode fazer desoneração. Mas o meu projeto permite a desoneração na parcela de tributos do governo federal.

Baixo investimento federal em Saúde e segurança pública

Quando o governo do PT assumiu o governo, em 2003, 54% do conjunto dos investimentos em saúde pública vinha da União. Onze anos se passaram e hoje 45% apenas vêm da União. A União se empobreceu? Deixou de arrecadar? Está arrecadando menos? Ao contrário. Está arrecadando cada vez mais. E quem paga essa diferença? Os que menos têm. Os municípios, principalmente, no caso da saúde.

Na segurança, essa distorção, costumo dizer, é quase criminosa, porque 87% de tudo que se gasta em segurança pública no Brasil, hoje, vêm dos estados e de uma parcela pequena dos municípios. Apenas 13% da União. E a União é responsável pelo quê? Pelo tráfico das nossas fronteiras, – e aqui nós temos essa enorme fronteira desprotegida pelo tráfico de drogas e de armas – e não há uma política nacional de segurança pública.

Plano nacional de segurança pública

Vou apresentar ao Brasil um plano nacional de segurança pública onde haja o impedimento, a proibição dos contingenciamentos sucessivos que ocorrem hoje no Fundo Nacional de Segurança e no Fundo Penitenciário, porque o governo não gosta muito de falar a verdade, de enfrentar as questões com clareza.

Me lembro que, há alguns meses, o ministro da Justiça disse “as cadeias, as penitenciárias brasileiras são masmorras medievais”. Nos últimos três anos, desde que ele está no ministério – vou dizer apenas do que foi aprovado no orçamento, que já não é grande coisa –, do que foi aprovado no orçamento para o sistema penitenciário para avançarmos na direção de transformarmos os presídios brasileiros em espaços com o mínimo de dignidade humana, apenas 10,5% foram executados. O resto foi para superávit primário. Do uso dos recursos do Fundo Nacional de Segurança, pouco mais de 30% foram efetivado, o resto foi para superávit. O governo não tem a visão de que segurança pública é prioritária.

A discussão que estamos fazendo no Congresso, de revisão do Código Penal e do Código de Processos Penal, porque hoje o sujeito para ser preso, tendo um bom advogado, um razoável advogado, para ser preso no Brasil tem que fazer um esforço enorme. A verdade é essa. Quando tentamos recrudescer o Código Penal, quando nós tentamos fazer uma reforma no Código de Processos para que não haja essas chicanas permanentes que impeçam a punição, aí vem esse sentimento de impunidade prevalecendo, a bancada do PT votou permanentemente contra.

Refundar a Federação é um gesto não de interesse eleitoral ou político, mas de inteligência, de responsabilidade para com o Brasil. Governei o estado brasileiro que tem o maior número de municípios por oito anos. São 853 municípios, e aprendi muito cedo que o que o município puder fazer, é o município que tem que fazer. O estado deve fazer só aquilo que o município não puder fazer. E a União apenas aquilo que município e estado não puderem fazer. Vamos mudar essa lógica e refundar a Federação no Brasil.

Sobre corte de ministério e Custo Brasil

Falei inicialmente que vamos fazer uma guerra ao Custo Brasil. Um governo precisa também dar exemplos, sinalizar. Então, deixo aqui hoje em Campo Grande um compromisso para que eu seja cobrado. Em primeiro lugar, falando das sinalizações, dos exemplos.

Vamos acabar com metade desses ministérios que estão aí. É um acinte, uma vergonha um país como o Brasil ser administrado por 39 ministérios que não entregam, não apresentam serviços. O Estado brasileiro hoje foi aparelhado de uma forma, aí sim, que jamais antes se viu na história brasileira, em benefício da manutenção de um projeto de poder. Não é de um projeto de país, transformador de país. As agências reguladoras foram embora, viraram instrumento de nomeação de apaniguados, que as utilizaram para fazer negócios, as nossas empresas públicas também viraram instrumento da obtenção de vantagens parciais, pessoais e partidárias, como assistimos envergonhados e indignados o que está acontecendo com a Petrobras.

Me lembro que sofremos aquela campanha leviana, o termo é esse, de alguns dos nossos adversários de que íamos privatizar a Petrobras, privatizar Banco do Brasil, algo que jamais passou pela cabeça de nenhum de nós. Ao contrário. Defendemos as privatizações e as faríamos de novo no setor de telecomunicações, que foi essencial à universalização do acesso não apenas à telefonia, à informação que veio a partir do acesso à telefonia. Defendo a privatização do setor siderúrgico, que apresentava uma conta amarga, salgada para o governo pagar a cada final de ano. A privatização da Embraer foi essencial para ganharmos mercado, escala e qualidade tecnológica em várias partes do mundo.

Agora, a Petrobras, sabe o que eu vou fazer se vencer as eleições? Eu vou reestatizar a Petrobras, devolvê-la aos brasileiros. Vou tirar a Petrobras das garras desse grupo político que tomou conta da empresa e fez com que ela perdesse metade do seu valor em apenas quatro anos e se transformasse na empresa mais endividada de todo o mundo. A Petrobras era a 12ª maior empresa do mundo. Hoje é a centésima vigésima alguma coisa, e deixou de habitar as páginas econômicas e hoje está nas páginas policiais.

Apenas como alguns exemplos daquilo que pretendemos fazer para transformar o Estado brasileiro em instrumento de benefício, de melhoria da qualidade de vida das pessoas, e a questão tributária se incorpora nisso como algo absolutamente urgente.

Hoje, se gasta no Brasil mais de R$ 45 bilhões anualmente, o conjunto das nossas empresas, apenas para pagar tributos, para sustentar a máquina pagadora de tributos. Porque essa simplificação, que ordenará principalmente os impostos indiretos que existem hoje, esse emaranhado, esse cipoal de impostos indiretos, é que vai nos abrir espaço para que, a médio prazo, possamos avançar numa desoneração, numa diminuição horizontal da carga tributária. Hoje, os gastos correntes do governo federal, apenas nos primeiros três meses desse ano, cresceram em média 15%, enquanto as receitas cresceram 7%. Enquanto não racionalizarmos o Estado, os gastos públicos, qualificarmos esse gasto, enquanto o custo do Estado crescer em uma velocidade duas vezes maior do que crescem as receitas, teremos dificuldades para efetivamente diminuirmos a carga tributária.

Então, vamos fazer um esforço fiscal, com transparência. Vamos enfrentar a inflação no centro da meta, e não no teto da meta como vem acontecendo hoje. Não há imposto mais perverso para qualquer cidadão, principalmente aquele de mais baixa renda, do que o imposto inflacionário, e acredito que a nossa presença, a equipe extremamente qualificada que estamos montando, vai nos dar condições sim de enfrentarmos a questão econômica e, a médio prazo, garantir estabilidade, crescimento sustentável e, espero eu também, a redução da carga tributária para que possamos ser mais competitivos e termos uma política externa que avance em novos mercados com os produtos brasileiros.

“Os milagres de todos os dias”, por Aécio Neves

aecio-manaus-26a-barco-passeio-bandeira-2-300x200Na noite de sábado, fomos surpreendidos, Letícia e eu, com a chegadaantecipada de Julia e Bernardo, meus filhos caçulas. Apreensões à parte, sempre irremediáveis no coração dos pais e das mães, é como se o tempo tivesse parado de repente à nossa volta, como que reverenciando aquele que é o mais importante milagre humano –a vida que floresce e se renova todos os dias.

Tomado pela emoção de ser pai novamente, faço uma pausa nos temas,preocupações e reflexões que venho tratando nesse espaço, para dividir com cada um de vocês um sentimento muito especial. Dizem que quanto mais íntima a alegria ou a dor, mais universal ela é. É o nosso sentimento mais pessoal que nos conecta com toda a humanidade.

Como já havia acontecido comigo antes, com a minha filha Gabriela, os gêmeos trouxeram consigo o poder mágico e indescritível de fazer emergir o que há de mais essencial em cada um de nós, lembrando-nos de quem somos, de onde viemos e o significado maior de nossa jornada aqui.

Mesmo sem  saber, Julia e Bernardo tocam, de uma forma extraordinária, o coração de um pai mergulhado em diferentes universos e grandes desafios coletivos, que neste momento, se misturam à pessoal e intensa felicidade da suas chegadas.

Observando os nossos dois bebês, impossível não me emocionar com o precioso sentido do valor da família, resumido na imagem de minha mãe pedindo à Nossa Senhora –como um dia pediu pelos seus filhos– que receba e envolva os netos em seu manto protetor. Ou lembrar, com saudade, da voz do meu pai, contando casos e histórias, que pretendo um dia contar a eles ao redor da nossa mesa. Porque família é quem veio antes, quem está conosco e quem vem depois. Me tornei o homem que sou pelo exemplo que tive dos meus avós e de meus pais. Deles recebi valores que me esforcei para passar à Gabriela e que pretendo transmitir ao Bernardo e à Julia.

A presença dos meus filhos me rejuvenesce em esperança ao mesmo tempo em que fortalece o meu sentido de responsabilidadecom o mundo em que vivemos. E com o legado que cada um de nós está deixando para as novas gerações. Aumenta minha responsabilidade com a luta para que eles possam crescer em um Brasil melhor, mais honesto e que encha a todos nós de orgulho e de esperança. Quem vê o mundo com olhos de pai, o vê com mais cuidado. Mas também com mais vontade de lutar.

Em meio a tantos desafios e preocupações, o relógio da minha vida parou por alguns instantes. São esses pequenos milagres do cotidiano que nos revelam o que é essencial, verdadeiro e transformador. Tempo é dádiva. Vida é dádiva. É preciso fazer a nossa parte para merecê-los.

*Aécio Neves é senador (PSDB-MG) e presidente nacional do PSDB

**Artigo publicado na Folha de S. Paulo – 09-06-2014