PSDB – ES

Tiago Oliveira

“50 anos nesta noite”, análise do ITV

ditad.Cinquenta anos atrás, o Brasil mergulhou numa longa noite que durou 21 anos e só terminou depois de muita luta e resistência do povo brasileiro. A experiência vivida com a ditadura militar marca nossa história contemporânea e colabora para reforçar o compromisso de nossa gente com a democracia, valor mais caro para o progresso e a solidez de uma nação.

 Em 31 de março de 1964, o presidente João Goulart foi deposto, dando início a um período de privação das liberdades civis, cerceamento das manifestações políticas, agigantamento das atribuições do Estado e forte controle do governo sobre a atividade econômica. O fosso da desigualdade social também se agigantou.

 Superar a ditadura militar e restaurar o regime democrático no país exigiu uma luta cotidiana, travada dentro do sistema e fora dele. Muitos ficaram pelo caminho. Mas a crença no princípio essencial da democracia manteve as forças políticas ativas, persistindo e atuando para restaurá-la entre nós, o que acabou acontecendo em 1985 a partir da eleição de Tancredo Neves no colégio eleitoral.

 Nestes quase 30 anos desde então, o Brasil renovou sua profissão de fé na democracia, restaurou as liberdades, começou a resgatar sua dívida social e construiu um ambiente capaz de transformar nossa economia, orientada pelo mercado, numa das sete maiores do mundo. O caminho, porém, foi coalhado de percalços que se refletem ainda hoje.

 Nesta trajetória, o país ganhou uma Constituição cidadã que definiu os contornos do Estado de bem-estar social que construímos desde então e que, a cada passo, assegura vida mais digna a parcelas cada vez maiores da sociedade. Avanços progressivos vêm tornando o Brasil uma nação mais próspera e, ao mesmo tempo, mais justa.

 A superação do longo período de arbítrio também envolveu a reconstrução de um ambiente econômico mais saudável, mais previsível e competitivo. A ditadura militar não apenas nos cerceou as liberdades, como também nos legou um processo hiperinflacionário só debelado no governo Fernando Henrique, com o Plano Real, após várias tentativas infrutíferas.

A construção do Brasil que hoje somos também envolveu a redefinição do papel do Estado e sua modernização, abrindo áreas importantes à participação do capital privado, a reorganização das finanças públicas, a abertura e integração do país à economia globalizada. Trata-se, como é fácil perceber, de longo e persistente processo de avanços incrementais, construção coletiva, obra de muitos.

Alguns, porém, tentam se apropriar desta história que é de milhões e posar como únicos heróis da reconquista democrática. Tem gente que acha que o Brasil foi descoberto ontem, ou, mais precisamente, 11 anos e pouco atrás, numa atitude de desdém e desrespeito em relação aos muitos que participaram da longa e demorada construção do país que hoje temos.

Pior ainda é ver que equívocos cometidos pelos governos militares são hoje repetidos por quem parece não ter aprendido as lições da história. Na economia, receitas que falharam voltam a ser tentadas, para novamente fracassarem. É o caso das intervenções no mercado, das maquiagens contábeis, das tentativas de manipulação da inflação, da ressurreição de um Estado balofo e intervencionista, ensimesmado e fechado ao resto do mundo.

Hoje no comando do país, o PT, que tanto criticou o regime militar, e que tem entre seus líderes alguns dos que também resistiram à ditadura, hoje reproduz as mesmas estratégias do Brasil Grande. Tenta, da mesma forma, silenciar as críticas e embotar a percepção da população por meio de espessa propaganda ufanista.

Também, e de forma reiterada, afronta instituições, privilegia interesses corporativistas ao invés de respeitar direitos republicanos. Desvirtua a independência entre os poderes e subjuga a federação, afetando-lhes a legitimidade. Colabora, assim, para minar a confiança e, com ela, a crença dos cidadãos brasileiros num futuro mais justo, equilibrado e venturoso.

“Estamos nos aproximando de uma situação delicada. Uma coisa são as flutuações econômicas, outra coisa é a paralisação da administração e do sistema político. (…) Corremos riscos. Um deles é a perda da capacidade de olhar o futuro e tomar decisões. As demandas estão crescendo, o Estado não toma decisões, não entende que boa parte do que faz pode ser passado para o setor privado, e faltam lideranças. Eu diria que, hoje, não temos o que ensinar sobre democracia. Temos é que aprender”, sintetizou Fernando Henrique em entrevista a’OEstado de S. Paulo.

Uma nação que quer ser grande deve aprender as lições da história. Deve ter humildade para compreender que o futuro se constrói com árduo trabalho no presente e com respeito pelos que lutaram pelo bem comum no passado. O Brasil dos dias atuais não tem sido um país à altura daqueles que, com sua dedicação cotidiana, ajudaram a superar uma ditadura que nos afundou em duas décadas de trevas. Está na hora de a luz voltar a brilhar.

 

“Se falta o rumo, todas as escolhas são ruins”, por José Serra

Serra-Foto-Divulgacao3-300x200O presidente a ser eleito neste ano vai receber a pior herança econômica desde Itamar Franco, cuja posse foi em outubro de 1993 em razão da renúncia de Fernando Collor de Mello, que seria fatalmente colhido pelo impeachment. No baú de heranças negativas estará a falta de manobra na área externa diante de um ambiente econômico internacional pouco fulgurante para o Brasil e da acelerada desindustrialização, que causa pesados déficits na balança comercial. Também há a pressão fiscal: custeio em alta contínua, despesas crescentes com juros e subsídios selvagens à área energética, semiestagnação econômica, que freia o crescimento da arrecadação, e Estados em má situação orçamentária devida ao ano eleitoral de 2014.

Não haverá, é bem verdade, risco a curto prazo de calotes nas áreas externa ou fiscal, mas nem por isso as agências internacionais de risco, tão atrapalhadas quanto influentes, deixarão de atazanar as expectativas dos investidores em relação à economia brasileira.

O próximo presidente vai enfrentar ainda problemas agudos nas áreas de saúde e de segurança pública, e há a chaga social provocada pelas drogas. Essas três questões são as que mais afligem dois terços dos brasileiros.

Na economia, a inflação reprimida está à espreita. Tarifaços nas áreas de energia elétrica, combustíveis e transportes urbanos serão inevitáveis em 2014, a menos que se replique entre nós a desastrosa experiência do governo dos Kirchners, na Argentina, comprimindo preços, deteriorando a capacidade de cada um desses setores e expandindo ainda mais desabridamente os subsídios fiscais.

Um analista atento e desapaixonado, não precisa ser da oposição, concordará com a tese de que o pior cenário para enfrentar os problemas nacionais seria o sucesso da reeleição. Invertendo o ditado popular, quem pariu Mateus é o menos indicado para embalá-lo. Com a reeleição não daria para evitar uma deterioração rápida e forte das expectativas sociais e dos agentes econômicos. Não existiria, por exemplo, o voto de confiança de que todo novo governo dispõe para corrigir rumos.

A reeleição da atual presidente também reproduziria a baixa qualidade da gestão governamental, consequência do despreparo da equipe, uma das piores de todos os tempos. A presidente Dilma Rousseff ignorou e continua ignorando o bê-á-bá de qualquer manual de bom governo, segundo o qual ministros, secretários e presidentes de empresas públicas devem entender de sua área específica mais do que o presidente, governador ou prefeito. Ela nivelou a equipe por baixo e ignorou a prudência, que recomenda que se combine a delegação de funções com o exercício da liderança. Não fez nem uma coisa nem outra. Chefe de governo tem de definir prioridades, fortalecer os meios, antecipar-se aos acontecimentos, cobrar cronogramas, exercer o comando político e comunicar-se com clareza e coerência com a população. É tudo o que não existe hoje, quando o Brasil vive sob um governo que não sabe o que quer, transforma soluções em problemas, facilidades em dificuldades, e erra a mancheias. De fato, o foco principal da crise brasileira hoje em dia está no governo. O pesadelo dos agentes econômicos não reside tanto nos indicadores ruins sobre a economia, mas na possibilidade de o governo Dilma se prolongar por mais quatro anos.

Nenhum governo é imune a equívocos, maiores ou menores. Mas a singularidade dos governos do PT foi transformar o que deveria ser uma anomalia em método. O caso da Petrobrás é eloquente. Havia um sistema de concessões de exploração de petróleo que funcionava bem, expandindo a produção e entregando um enorme poder ao governo para extrair receitas. Mas deu-se nó em pingo d’água e criou-se para o pré-sal um novo método, de “partilha”, que tornou obrigatória a presença direta da empresa em cada poço, com um mínimo de 30%. Como ela não tem capacidade executiva nem recursos para tanto, isso complicou sua situação financeira e operacional, já agravada pelo represamento de seus preços como estratégia para reprimir a inflação.

A gestão incompetente, a falta de pulso do governo e o loteamento político desenfreado levaram também ao fracasso dos investimentos em refinarias. Em Pernambuco, a construção da Refinaria Abreu e Lima, orçada em US$ 2,5 bilhões, não sairá por menos US$ 20 bilhões e ficará pronta cinco anos depois do prazo. Outras duas, no Maranhão e no Ceará, mal saíram do papel. No Rio, a Comperj repete a rotina de atrasos, estouro absurdo do orçamento, etc. E há, como sabem os leitores, a pexotada da refinaria de Pasadena. Se faltaram à então ministra e conselheira Dilma Rousseff as informações adequadas para impedir, em 2006, a Petrobrás de fazer um negócio desastroso, ela dispunha, nos anos seguintes, de todos os dados de que precisava para cobrar responsabilidades: como conselheira, ministra e presidente. Os procedimentos em curso na Petrobrás, se aplicados à iniciativa privada, quebrariam qualquer empresa.

As consequências disso tudo são conhecidas: estagnação da produção nacional de petróleo e aumento de cinco vezes do volume importado de gasolina entre 2010 e 2013. Pelo conceito do custo de oportunidade, a perda da Petrobrás no acumulado de janeiro de 2003 a dezembro de 2013 foi de R$ 53,4 bilhões. Tornou-se a empresa de petróleo mais endividada do mundo e perdeu metade do seu valor de mercado.

Além da tragédia da Petrobrás, a era petista produziu outro grande estrago no setor de infraestrutura: desorganizou o sistema elétrico brasileiro. A distância entre o que a Presidência da República pensa que sabe sobre o setor e o que efetivamente sabe é avassaladora e se refletiu numa medida provisória, a MP 579, que não era necessária e serviu de gatilho do atual estrago: aumento alucinante dos subsídios ao setor, preços reprimidos e derrubada da Eletrobrás, cujo valor de mercado representa hoje menos de um sétimo do seu patrimônio líquido.

Para quem não sabe aonde vai todos os caminhos são bons. Quando, no entanto, quem está sem rumo comanda um país, aí todas as escolhas são ruins.

*Artigo do ex-governador de São Paulo, José Serra, publicado na edição de quinta-feira (27) do jornal O Estado de S. Paulo

“A noite dos mortos-vivos”, por Ademar Traiano

Ademar-Luiz-Traiano-Foto-Divulgacao-ALPR--300x195O governo Dilma Rousseff se parece, cada vez mais, com um filme de terror. Daqueles, tipo “A Noite dos Mortos-Vivos”, cheios de zumbis que andam, com os braços estendidos, desengonçados e assustadores pelas ruas, carregando sua maldição e sua desgraça.

O mais novo morto-vivo petista é a credibilidade internacional do Brasil. A agência de risco Standard & Poors, rebaixou a nota do Brasil de BBB para BBB-. Mais uma queda e o país perde o “grau de investimento” e nossos papéis caem para a categoria “junk” (“lixo”). A Petrobras, a Eletrobras e mais uma penca de bancos e empresas também tiveram suas notas rebaixadas.

A avaliação das agências de risco determina o quanto o Brasil vai pagar de juros para colocar seus papéis no mercado e influencia a decisão de investidores de aplicar seu dinheiro. O Brasil foi rebaixado devido à lambança nas contas públicas, a perspectiva de baixo crescimento, a piora no déficit nas transações com o exterior e, por último, mas nem por isso menos importante, pela decisão de Dilma de esconder esses desastres com ridículas maquiagens contábeis.

O morto-vivo mais vistoso do PT é a Petrobras, nossa maior estatal, que sofre horrores indizíveis submetida a incompetência e a corrupção petista. Entre os escândalos está a compra, por US$ 1,2 bilhão, de uma refinaria em Pasadena, no Texas, que o vendedor havia adquirido por módicos US$ 42,5 milhões.

A Petrobras também levou um “beiço” de US$ 20 bilhões de Hugo Chávez. O falecido caudilho venezuelano convenceu Lula a construir uma refinaria, a Abreu e Lima, em Pernambuco em parceria com a Venezuela. Chávez ficou de bancar metade da obra, mas nunca colocou um centavo de bolívar.

A estatal enfrenta ainda denúncias de propina na compra de plataformas de petróleo e teve diretores presos pela Polícia Federal. Por mais assustadores que sejam os escândalos de Pasadena e da Abreu e Lima eles ainda são modestos perto do conjunto da obra. A Petrobras está hoje muito mais morta do que viva.

Dilma obriga a Petrobras, que virou cabide de emprego dos ‘companheiros’, a vender combustíveis a preços defasados para segurar a inflação e a comprar equipamentos de fornecedores locais mais caros que no exterior.

A Petrobras é forçada ainda a importar gasolina e diesel, porque a autossuficiência nunca passou de uma bravata de Lula. Como vende aqui mais barato do que compra lá fora é uma das poucas petroleiras do planeta que perde dinheiro quando o preço do petróleo sobe.

Em 2009, a empresa estava em 12º lugar entre as maiores do mundo; há um ano, caiu para 48º lugar e, agora, em 2014, ocupa a 120º posição. Em apenas cinco anos a Petrobras perdeu 73% de seu valor de mercado. Vale hoje US$ 76,9 bilhões, menos de um terço dos US$ 286,5 bilhões que valia em 2008. Um terror.

Outro zumbi petista, que perambula por aí, em péssimo estado de conservação, é o conceito gerencial da presidente Dilma Rousseff. Vendida por Lula, o falastrão, como uma gerente insuperável e uma técnica incomparável, ela vai de fracasso em fracasso sem perder o entusiasmo pelo erro.

Dilma era a presidente do Conselho da Petrobras quando aconteceu o desastre de Pasadena. Nada fez para impedir o desastre da Abreu e Lima. Também é responsável pelas catástrofes que afetam nossa economia, pela inflação, pela opção fatal pelo populismo tarifário na energia elétrica, por espantar os investidores com seu mandonismo ridículo.

Outros zumbis que desfilam pelas ruas assustando as pessoas são os que representam o apodrecimento ético do PT. São os zumbis mais antigos de todos. Desde 2005, quando explodiu o mensalão, maior escândalo de corrupção da história da República, que eles andam dando sustos nos incautos. Os maiores símbolos dessa falência ética são os zumbis mensaleiros que cumprem pena na Papuda.

Os zumbis petistas têm dois aliados trapalhões. Um deles é o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, também conhecido como o maquiador-geral da República. Ele tenta fazer que os zumbis pareçam gente vendendo saúde. Até agora, não enganou ninguém.

No Senado, o trabalho de disfarçar o estado de putrefação dos zumbis petistas foi dado à pobre senadora Gleisi Hoffmann que, apesar de seus esforços loucos (brecou a redução da maioridade penal, atacou o ministro Joaquim Barbosa para defender os mensaleiros, disse que a crise da Petrobras não era tão grave assim…), não tem dado conta do recado. A cada intervenção de Gleisi a situação do governo só piora.

No final das contas, o grande zumbi que perambula pelas ruas do Brasil talvez seja o próprio petismo. E um zumbi, como se sabe, é uma criatura que já morreu, mas ainda não se deu conta disso.

*Ademar Traiano é deputado estadual pelo PSDB do Paraná e líder do governo na Assembleia Legislativa.

César Colnago apoia Forum Estadual de Carreiras Típicas de Estado

colnagonsnsnjsjsServidores de carreiras típicas de Estado estão se organizando no Espírito Santo para formar o Fórum Estadual de Carreiras Típicas de Estado, inspirado no já bem sucedido Fonacate (Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado), criado em 2007, em plena luta pela previdência pública integral.

Dez entidades de servidores públicos capixabas estiveram reunidas em um seminário  em Vitória, que contou com a presença dos palestrantes Roberto Kupski, presidente do Fonacate, além dos deputados federais João Dado (SDD), de São Paulo, e César Colnago (PSDB), do Espírito Santo.

Estavam presentes representantes da AFITES (Associação dos Auditores de Tributos Estaduais do ES), UNAFIST ( União dos Auditores Fiscais Tributários Do Município Serra), ASCONTROL (Associação dos Auditores de Controle Externo ES (TCEES), ASAGE (Associação dos Servidores da Auditoria Geral do Estado ES), ADEPES (Associação Defensores Públicos do Estado ES), , APROFISCO (Associação dos Auditores Fiscais Tributários de Vitoria), , ASSOMES (Associação dos Oficiais da Policia Militar ES), SINDAFS (Sindicato dos Auditores Fiscais do Município da Serra), SEFIM (Sindicato dos Auditores Fiscais Municipais), SINDELPO (Sindicato dos Delegados de Policia do Estado do Espirito Santo).

O Fórum Estadual quer seguir os mesmo propósitos do Fonacate que é trabalhar em conjunto e unir forças na defesa do serviço público de qualidade em atendimento aos interesses da sociedade, seguindo as determinações constitucionais por ela confiadas com exclusividade ao Estado.

Defender a ética, moralidade e a eficiência administrativa e fortalecer as carreiras típicas e ainda promover sua independência efetiva de atuação em relação aos poderes políticos e econômicos. Além de evidenciar para a população e para os próprios servidores públicos como as atividades exclusivas de Estado têm alcance social, econômico, politico e estratégico para o país e atendem aos principais valores da sociedade, protegendo-os.

As carreiras consideradas típicas de Estado são as relacionadas às atividades de Fiscalização Agropecuária, Tributária e de Relação de Trabalho, Arrecadação, Finanças e Controle, Gestão Pública, Segurança Pública, Diplomacia, Advocacia Pública, Defensoria Pública, Regulação Política Monetária, Planejamento e Orçamento Federal, Magistratura e Ministério Público.

César Colnago destacou a importância de articular as categorias para sensibilizar os deputados no Congresso Nacional, pois “a representação politica dos parlamentares não é para fazer negócios privados. O deputado cita como exemplo a Emenda nº 627, que afeta diretamente a natureza do trabalho do fisco por “acabar com a fiscalização e permitir que os ladrões dos cofres públicos soneguem à vontade. ”O congresso trata da coisa pública. Votar em projetos que modificam o funcionamento do Estado requer muita responsabilidade porque altera a qualidade do serviço público e afeta a vida das pessoas”.

Colnago recordou que no final da ditadura militar havia debate ideológico e político no Congresso e no país. “Hoje não. Muitos parlamentares são eleitos pelo dinheiro e não sabem o que fazem lá. Temos que fortalecer a democracia. A sociedade precisa pautar a reforma política porque o que está aí é para beneficiar somente os candidatos muito ricos e quem perde a representatividade é a população.”

Aécio Neves: “Queda de popularidade do governo Dilma é resultado do conjunto da obra”

aecio-pbO culpado pela queda de popularidade da presidente Dilma Rousseff, divulgada pela pesquisa CNI/Ibope nesta quinta-feira (27), é o conjunto da obra do governo federal. Esta é a avaliação do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, dada em entrevista coletiva no Senado. Segundo a pesquisa, o índice de aprovação da gestão petista desabou sete pontos percentuais desde a última apuração, em dezembro do ano passado. Foi de 43% para 36%.

“Esses indicadores que mostram uma queda da popularidade da presidente e do seu governo são resultado do conjunto da obra. Não é apenas Pasadena e a Petrobras. Certamente, todas essas denúncias impactam sim na consciência, na expectativa dos brasileiros, mas é o conjunto da obra”, afirmou.

Economia

O senador destacou que os brasileiros não estão satisfeitos com a maneira de governar da atual gestão, sobretudo no que diz respeito a políticas econômicas, de controle à inflação e ao desemprego.

“A equação que o PT nos lega é de inflação alta com crescimento baixo. A perda de credibilidade do Brasil ocorreu em uma velocidade estratosférica. No ponto de vista da infraestrutura, nós patinamos até aqui. Passamos dez anos vendo o PT demonizar a participação do setor privado, e o que ocorre hoje? Tudo parado, tudo no meio do caminho. O custo Brasil elevadíssimo, e o Brasil cada vez encolhendo mais a sua participação no comércio externo”, avaliou.

Aécio lembrou ainda que, há dez anos, o Brasil integrava o grupo de países emergentes mais promissores, os Brics, formados também por Rússia, Índia, China e África do Sul. Hoje, “há um temor enorme de que a má gestão da economia possa trazer problemas”.

Descontentamento

Para Aécio, o descontentamento da população com o rumo das políticas públicas desenvolvidas pela gestão petista fica bem claro nos resultados da pesquisa CNI/Ibope.

O índice de brasileiros que desaprovam as ações do governo superou os que aprovam em todas as nove áreas de atuação avaliadas – educação, saúde, combate ao desemprego, segurança pública, combate à fome e à pobreza, meio ambiente, impostos, combate à inflação e taxa de juros.

“Na área social, nem se fala. Patinamos na educação, nos últimos lugares nos rankings internacionais. Na saúde, a omissão do governo: hoje eles participam muito menos do que participavam há dez anos do conjunto do financiamento da saúde pública, de 54% para 46%. Na segurança pública, a omissão chega a ser criminosa. 87% de tudo o que se gasta em segurança pública vem dos estados e dos municípios. O governo federal não tem uma política nacional de segurança pública”, acentuou.

E completou: “Esses resultados são a ponta do iceberg. Eles começam a apontar para um governo que vive, a meu ver, os seus estertores. A culpa é do conjunto da obra”.

“Afunda, Dilma”, análise do Instituto Teotonio Vilela (ITV)

planalto-psdb-foto-george-gianni-300x200A insatisfação ampla, geral e irrestrita em relação ao desgoverno da presidente Dilma Rousseff  vai se espraiando entre os brasileiros, em todas as regiões, em todas as áreas de atuação. É um fracasso de cabo a rabo, percebido no dia a dia de uma gestão desnorteada e que agora começa a se refletir com mais intensidade nas pesquisas de opinião – e olha que elas ainda nem captaram a mais nova onda de escândalos, envolvendo as falcatruas na Petrobras…

A popularidade da presidente caiu sete pontos desde novembro, segundo levantamento patrocinado pela CNI e divulgado ontem pelo Ibope. Passou de 43% para 36%. Falta pouco para a aprovação ao governo Dilma voltar ao tamaninho que chegou a ter no auge das manifestações do ano passado e seu pior momento até agora.

Dos 32 pontos de popularidade que perdeu ao longo do primeiro semestre de 2013 até o auge das manifestações de rua, Dilma chegou a recuperar 12, conforme registrou o Ibope em novembro. Mesmo pouco, o alento durou quase nada. Com o que ela agora tornou a perder, resulta que a presidente reconquistou apenas cinco dos 32 pontos de sua popularidade avariada. Não parece exibir fôlego.

Ao mesmo tempo em que a aprovação cai, o percentual dos que avaliam a gestão da presidente como ruim ou péssima sobe com força. Hoje, este contingente é quatro vezes maior do que era há apenas um ano. Vale dizer: em março de 2013, 7% achavam o governo de Dilma ruim ou péssimo e agora este grupo soma 27%, já se aproximando dos 31% de julho do ano passado, ponto mais crítico da atual gestão.

Consideradas estas duas curvas, a presidente está hoje tão mal avaliada quanto estava logo depois que milhares de brasileiros protestaram nas ruas, no inverno de 2013. Com uma diferença: o saldo positivo era de 15 pontos em setembro último e agora é de apenas nove.

Não há um estouro de boiada de insatisfação, como aconteceu naquela ocasião, mas há um mal-estar cada vez mais disseminado.

Parece haver um duto drenando a popularidade de Dilma e transformando-a diretamente em repulsa. A antiga aprovação (ótimo+bom) está se convertendo em desaprovação (ruim+péssimo) numa viagem sem escala pelo patamar de avaliação regular, como costuma acontecer. Enquanto a aprovação caiu sete pontos, a desaprovação subiu também sete pontos, de 20% para 27% de novembro para cá. Regular apenas oscilou de 35% para 36%.

A insatisfação ainda é meio difusa. Mas ganha contornos claros quando se pergunta aos entrevistados como avaliam o governo em diferentes campos de atuação. E o que ocorre é que, pela primeira vez em 39 meses de governo, a presidente tem sua gestão reprovada em todas as nove áreas aferidas pela pesquisa. “O descontentamento aumentou mais notadamente com relação às políticas econômicas, refletindo a maior preocupação com relação à inflação e ao desemprego”, destacou o Ibope.

Para cada brasileiro que aprova a condução da economia pelo governo Dilma, três desaprovam, segundo O Globo. A proporção é bastante próxima disso no que se refere ao combate à inflação (71% de insatisfação) e maior ainda na política de juros (73%). Nesta seara, a presidente não terá nenhuma chance de refresco pela frente: ontem, o Banco Central sinalizou que conta com inflação maior, crescimento menor e, possivelmente, juros mais altos no horizonte.

A proporção se repete na saúde: 77% de desaprovação e somente 21% de aprovação, numa das insatisfações mais acachapantes entre todas as nove áreas pesquisadas – só não é maior que a relativa aos impostos. Está aí mais uma prova de que os brasileiros não se deixam enganar por coelhos tirados da cartola para ludibriar a população, como o programa Mais Médicos. O mesmo acontece na segurança: 76% a 22%. Na educação, para cada brasileiro que aprova, dois desaprovam.

Até áreas consideradas caras ao PT estão caindo de podre. A desaprovação já é maior também às políticas de combate à pobreza – núcleo estratégico do governo entre os mais pobres e maiores eleitores de Dilma – e de combate ao desemprego, com 57% desaprovando a atuação da presidente em relação ao assunto e 40% demonstrando satisfação – percentuais que eram inversos um ano atrás.

A repulsa à presidente Dilma também começa a se espraiar pelo interior do país, numa indicação de que a erosão na popularidade dela está mais para voçoroca. Em cidades com até 20 mil habitantes, o percentual dos que consideram a gestão atual ótima ou boa caiu de 59% para 44%. Foi a mais intensa queda entre os estratos pesquisados pelo Ibope.

A população brasileira quer mudar, como vêm mostrando todas as pesquisas de opinião de todos os institutos desde fins do ano passado. A novidade, porém, é que a mudança já está sendo associada a nomes. Segundo outra pesquisa do Ibope Inteligência, Aécio Neves é citado por 18% dos entrevistados como quem tem mais condições de fazer as transformações que o país necessita. Outros 13% apontam Marina Silva e 8%, Eduardo Campos. Com Dilma afundando, o caminho está aberto.

População cada vez mais insatisfeita: Aprovação do governo Dilma cai 7 pontos percentuais

dilminhaA aprovação do governo da presidente Dilma Rousseff caiu 7 pontos percentuais em março, na primeira queda desde julho do ano passado, mostrou pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quinta-feira (27/3). Segundo o levantamento, o índice de aprovação da gestão petista foi de 43% para 36%.

A queda da popularidade da presidente petista mostra a insatisfação com a atual gestão e, para o deputado federal César Colnago, a crescente reprovação é um reflexo dos desmandos do governo federal.

“A verdade sempre aparece. A presidente Dilma já começa a receber o troco por fazer tanta maldade com o povo brasileiro. Essa pesquisa mostra que praticamente dois terços da população não aprovam esse governo que finge que governa, sucateia o Brasil, está lotado de gente que gosta de malfeitos e ainda mente”, afirmou o parlamentar, que também é presidente do PSDB-ES.

Na avaliação do presidente do PSDB Jovem do Espírito Santo, Armando Fontoura, a tendência é que a popularidade caia ainda mais, tendo em vista os sucessivos escândalos de corrupção e outros desmandos do governo federal.

“Aparelhamento do Estado, decisões equivocadas e escândalos estão aí para todo mundo ver e a tendência é de quem essa desaprovação aumente ainda mais. As denúncias de má gestão derrubam esse grande mito que o PT inventou, rotulando a Dilma de grande gestora. De boa gestão o PT não tem nada”, afirmou.

O número de entrevistados que aprovam o método petista caiu de 56% para 51%. Já os que desaprovam subiu de 36% para 43%. O índice de confiança na presidente Dilma também sofreu quedas: de 52% para 48%.

De acordo com a pesquisa, o número de pessoas que consideram o governo Dilma ruim ou péssimo aumentou de 20% para 27% dos entrevistados. O CNI/Ibope apurou que a principal causa do descontentamento da população seria com relação às políticas econômicas que tratam de desemprego e inflação.

“Percebo que a população começa a acordar para essa farsa, que é o governo do PT. Essa sucessão de escândalos deixa claro que o governo acabou antes mesmo de acabar. O partido elegeu a presidente Dilma, que se juntou a um grupo político para assaltar o Estado e o resultado é esse: uma gestão de incompetência sem precedentes”, analisou o secretário-geral do PSDB-ES, Ruy Marcos Gonçalves.

Apesar da popularidade do governo ter sofrido quedas em todos os estratos da população avaliados, o impacto foi mais intenso entre os brasileiros que moram em municípios com até 20 mil habitantes. Nesses lugares, o percentual dos que consideram o governo ótimo ou bom recuou de 59% para 44%.

Foram entrevistadas 2.002 pessoas em 141 municípios, entre os dias 14 e 17 de março.

 

Aécio Neves: “A Petrobras foi violentada”

aecio-neves-belo-horizonte-Uma vitória em favor da transparência. O PSDB e a bancada de oposição no Senado, com o apoio de parlamentares da base aliada, reuniram 29 assinatura sem apoio à instalação da CPI da Petrobras. O número excede o quórum mínimo para a criação de uma comissão na casa, que é de 27 assinaturas.

Agora, a oposição seguirá na busca de mais deputados federais para a criação de uma comissão mista – na Câmara. Neste caso, são necessárias 171 assinaturas.

“Na semana que vem, vamos continuar colhendo assinaturas na Câmara para que ela seja uma CPMI, portanto, mista. Mas já temos CPI no Senado. E não alcançando o quórum na Câmara ela deverá ser instalada no Senado Federal. Faremos isso com responsabilidade, com serenidade. O que não podemos aceitar mais é essa terceirização de responsabilidades, é uma denúncia atrás da outra. A Petrobras foi violentada nas suas melhores tradições de correção, de seriedade, e foi aviltada no seu patrimônio”, explicou o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves.

Lideranças tucanas do Espírito Santo também comemoraram a conquista. “A CPI é um instrumento necessário para apurar irregularidades, ainda mais quando se trata dessa compra bilionária da refinaria. A Pátria foi lesada. Assistimos o governo federal depredar a Petrobras, que é patrimônio brasileiro”, analisou o presidente do PSDB de Vila Velha, Max Filho.

Para o presidente do PSDB Jovem do Espírito Santo, Armando Fontoura, conseguir instalar a CPI é uma prova que o governo federal não consegue dominar o Legislativo. “Mostra que, mesmo fazendo coação, não consegue dominar a todos. É mais uma vitória da ética que vai ao encontro do sentimento da população, que deseja o fim da corrupção. É dever do Congresso fiscalizar o Executivo r isso será feito”, afirmou.

O senador Aécio Neves definiu a Petrobras como “a maior das empresas brasileiras” e mencionou a desvalorização pela qual passa a empresa nos últimos anos: “quem investiu R$ 100 em ações da Petrobras hoje tem apenas R$ 37”.

“Polícia Federal, Procuradoria-Geral da República e também a Advocacia-Geral da União estão investigando o caso. Faltava a participação do Poder Legislativo. Agora não falta mais. Nós queremos investigar, queremos ouvir – não apenas acusações, mas também os argumentos daqueles que tomaram decisões danosas ao país”, acrescentou Aécio.

A CPI investigará denúncias de corrupção, superfaturamento e má-gestão na empresa – como o prejuízo bilionário com a compra da refinaria de Pasadena, a acusação de suborno por parte de funcionários da empresa holandesa SBM, os gastos excessivos com a refinaria de Abreu e Lima e o lançamento, ao mar, de plataformas ainda não aptas para operação.

Apoiam a CPI os partidos de oposição no Congresso (PSDB, DEM, PPS e Solidariedade), integrantes de PDT, PP, PMDB e do PSB – a adesão dos socialistas à proposta foi divulgada pelo líder do partido no Senado, Rodrigo Rollemberg (DF).

Os senadores que assinaram a CPI esperam, agora, a tramitação da proposta na Câmara, o que acontecerá nos próximos dias.