O Fundo Monetário Internacional (FMI) piorou a perspectiva de queda da economia brasileira em 2016 e não prevê mais retomada do crescimento no ano seguinte – agora, a expectativa para 2017 é de evolução zero, contra a expansão de 2,3% esperada anteriormente. Analistas acreditam que a piora da economia brasileira deve refletir sobre a economia global.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve sofrer uma contração de 3,5% este ano. A expectativa em outubro era de contração de 1%. O desempenho da economia brasileira fica abaixo do de América Latina e Caribe, cujas expectativas são de recuo de 0,3% do PIB em 2016 e crescimento de 1,6% no ano seguinte.
O deputado federal Rogério Marinho (PSDB-RN) destacou que, com três anos consecutivos de queda do PIB, o Brasil bate um recorde equivalente ao registrado em um momento histórico. “A última vez que aconteceu um episódio similar foi na década de 30 com a queda da bolsa de Nova Iorque”, relembra.
Segundo Marinho, o que o FMI projeta não pode ser levado em consideração enquanto o atual governo se mantiver – a realidade pode ser ainda mais severa. “Se o governo da presidente Dilma Rousseff continuar e se o impeachment não for estabelecido, a situação pode piorar. Dilma na verdade prefere ser a Ministra da Fazenda, a presidente do Banco Central, a ministra de Minas e Energia, a ministra do Planejamento…Esse centralismo democrático, que é uma característica do PT, tem propiciado ao pais um triste espetáculo”, lamenta.
O deputado tucano caracteriza as perspectivas para o futuro como “sombrias” e afirma que os problemas no Brasil vão além da crise econômica. “O Brasil está com a sua economia desestruturada em função do excesso de intervenções equivocadas que ocorreram ao longo do tempo no tecido econômico nacional”, explica.
O parlamentar acrescenta que a crise foi agravada pela falta de competência e de “perfil técnico” de alguns personagens relevantes para a economia brasileira. “A principal qualificação exigida para cargos importantes era apenas o fato de terem militado num movimento sindical e terem afinidade política e ideológica com o governo do PT. Essa situação de aparelhamento, de fisiologismo, de se apropriar da máquina pública em função de um projeto de revolução bolivariana está fazendo com que o pais como um todo pague um preço muito pesado”, afirma.
Marinho conclui dizendo que o país entrou em um processo econômico que não é muito favorável para os conjuntos das economias mundiais e que o Brasil tem um destaque negativo extremamente agudo. “A situação é grave e merece realce pelos seus aspectos negativos. Passado o terremoto, eu espero que venha a reconstrução e que ela aconteça o mais rápido possível. Nós da oposição estamos engajados para que o processo e impeachment já instalado na Câmara e no Congresso tenha êxito”.
O FMI atribui as más previsões a recessão causada pela incerteza política e contínuas repercussões das investigações em torno da Petrobras. Segundo o fundo, a economia brasileira pesou sobre as estimativas para o crescimento global, que foram reduzidas em 0,2 ponto percentual tanto para 2016 quanto para 2017, respectivamente, para expansão de 3,4% e 3,6% (em outubro, estimativas eram de alta de 3,6% em 2016 e 3,8% em 2017).