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Entrevista do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves

aecio-neves-foto-george-gianni-5Entrevista do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves

Brasília – 14-07-15

 Assuntos: reunião da Executiva, operação Lava Jato, financiamento de partidos, Joaquim Levy, Petrobras.

 


 

Alguma decisão da Executiva hoje?

 

Fizemos hoje a primeira reunião da nova Executiva Nacional. Dentre várias questões que foram tratadas, a primeira delas obviamente diz respeito ao momento que passa o país e a política brasileira, e reafirmamos conjuntamente o nosso respeito e nosso apoio às instituições. Se há algo hoje no Brasil que funciona de forma efetiva são as nossas instituições, que devem obviamente, com serenidade e equilíbrio, fazer o seu trabalho. Sempre seremos guardiões das instituições, seja em relação a esses episódios que ocorrem hoje e em relação a todos os outros que estão por vir. Vejo em setores do PT uma preocupação exagerada com a ação do PSDB, e quero reiterar aqui: não se preocupem com o PSDB, preocupem-se em defender-se, em dar explicações ao TCU, ao TSE em relação a eventuais delitos que a partir das denúncias podem ter ocorrido. Repito que vamos nos manter sempre absolutamente nos limites da Constituição.

 

E discutimos questões relativas à reforma política, e do nosso ponto de vista no que diz respeito ao financiamento das campanhas eleitorais, que é um tema que vai ser votado hoje na Câmara dos Deputados. Defenderemos o financiamento misto das campanhas eleitorais. Me preocupa um caminho que se aventa que pode restabelecer o caixa dois no Brasil, no momento em que se impede o financiamento privado. Vamos estabelecer limites e transparências para esse financiamento privado, que poderá ser dado apenas a partidos político até 2% do faturamento de cada empresa e no máximo 1/4 desse valor para determinado partido. Não há como uma empresa financiar apenas um partido político. De todas as propostas em discussão, essa nos pareceu até aqui a mais equilibrada, e é essa que estaremos defendendo a partir de agora.

Sobre a Operação Lava Jato. Isso preocupa o PSDB?

 

O PSDB respeita as instituições e vai sempre preservá-las. Há realmente um clima de perplexidade por parte de setores da vida pública nacional, mas acho que a partir desse momento nada pode obstacular, nada pode impedir que as investigações avancem. Sempre é recomendado prudência, mas o que estamos vendo são desdobramentos de investigações que já vinham ocorrendo lá atrás. Sempre que as instituições estiverem de alguma forma atacadas, cabe ao PSDB agir para defendê-las. E vamos com muita cautela aguardar os desdobramentos dessas buscas e apreensões. Não ocorreram, segundo estamos informados, prisões ainda hoje, mas vamos acompanhar muito de perto o que ocorre em relação a elas.

 

Sobre repatriação de recursos

 

Uma outra questão relevante para essa semana diz respeito à proposta do governo que busca repatriar recursos que estão no exterior hoje, que por alguma razão não foram aqui taxados, não pagaram seus impostos. Recebi ontem à noite um telefonema do ministro Joaquim Levy e conversei com ele sobre esse tema. Acho que não há condições de que essa proposta, assinada pelo senador Randolfe e relatada pelo senador Delcídio, seja votada essa semana, como gostaria o governo. É algo complexo. Temos que examinar de forma clara o que ocorreu em outros países que tomaram essa decisão. E o que me parece mais relevante: como temos mecanismos que possam permitir diferenciação entre recursos de alguma forma lícitos e aqueles que são fruto por exemplo, de tráfico de droga ou de corrupção? Portanto, é uma proposta complexa e não estamos açodados para votá-la.

 

O governo pede pressa em razão da necessidade de constituição de fundos que possam possibilitar a aprovação do projeto de unificação do ICMS, mas eu quero aqui afirmar, depois da nossa reunião da Executiva de que da nossa parte nós não permitiremos a quebra do interstício. E mesmo que a maioria aprove a urgência para esse projeto, nós não permitiremos que ele seja votado essa semana, para que possa ser discutido em profundidade. Seus efeitos eventualmente positivos, que são aqueles que o governo alega e argumenta porque serão a única forma de constituir esses fundos, mas também temos que analisar os eventuais efeitos nocivos, ao misturar-se tudo, inclusive que seja repatriado dinheiro fruto do crime, o que não é obviamente aceitável.

O sr. perguntou isso ao ministro?

 

O que ele diz é que os próprios bancos têm mecanismos para essa identificação. Eu tenho dúvida se tem efetivamente esse mecanismo.

 

Não estamos fechando as portas de forma definitiva. Mas não é plausível, e eu disse isso a ele, que via muitas dificuldades que essa matéria pudesse ser votada essa semana com todo esse açodamento.

 

Na verdade, é de novo o governo do improviso. As dificuldades em que esse governo mergulhou em razão dos seus equívocos fazem com que a todo momento surja aí uma novidade, ou uma solução maravilhosa e criativa para resolver todos os problemas fiscais do governo. Não é assim. Essas questões dizem respeito a tratados internacionais e é precioso que sejam discutidas em profundidade, seus eventuais benefícios, mas também os danos que possam causar. Portanto, a posição do PSDB hoje é de cautela, de não dar urgência para que essa matéria seja votada.

 

Sobre decisões do governo, Gaspetro e Petrobras.

 

São decisões absolutamente questionáveis, precisa ser discutida em profundidade. Esses anúncios sucessivos, por exemplo, de vendas de ativos da Petrobras, aqueles que eram tratados como intocáveis até pouquíssimo tempo atrás pelo PT são hoje aceitáveis. Fala-se em vender 49% da Gaspetro sem qualquer estudo sobre o que isso impacta no futuro no fornecimento de gás para o desenvolvimento do país, na venda por exemplo, de uma parcela, ou até mesmo na totalidade da BR distribuidora, agora fala-se na Transpetro, então são soluções absolutamente afoitas, sem qualquer tipo de planejamento. Um governo que quer dispor do patrimônio da população brasileira na bacia das almas. Essa é a grande verdade.

A incompetência foi tamanha que para diminuir o endividamento da Petrobras, que é o maior entre todas as empresas financeiras do mundo, começa a entregar a parcela desse patrimônio na bacia das almas. Não vamos permitir que isso ocorra dessa forma. Cada uma dessas discussões tem que ser feitas à luz do dia e não na calada da noite. A cada dia estamos assistindo dirigentes da Petrobras anunciarem comitês para estabelecer ou para definir algumas vendas de determinados ativos sem a necessária e adequada discussão. Portanto, nós vamos estar muito atentos para que isso não ocorra nessa e em outras áreas, como por exemplo, a área de energia.

Estatuto da Criança e do Adolescente é o que garante matrícula a crianças de todo o país, diz Rita Camata

rita-camata-george-gianni-04091-300x200O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completou 25 anos. A lei, que estabelece direitos e obrigações aos jovens, mudou a relação entre o país e sua população com menos de 18 anos. A ex-deputada federal Rita Camata foi a relatora do Estatuto e destaca as conquistas que o texto trouxe à sociedade. Para a tucana, a norma é responsável por avanços que vão além do que se costuma pensar em relação para o ECA.

“A lei trouxe a todas as mulheres brasileiras o direito ao acompanhamento pré-natal, a vacinação gratuita às crianças, por exemplo. E também regras claras para adoção e o combate à violência e abuso sexual”, diz.

A tucana destaca também que outros benefícios, como acesso à profissionalização e à alimentação, são previstos pela lei. “Se hoje já se garante matrícula a todas as crianças no país é graças ao ECA”, aponta.

Segurança
A ex-deputada ressalta que nenhum artigo do ECA faz referência à “proteção a infratores”, contestando assim uma visão comum sobre a norma.

“Existe uma grande confusão sobre idade de inimputabilidade penal”, diz a tucana. Camata explica que o ECA tem normas gerais para a infância e a adolescência – incluídas, aí, as questões sociais e legais.

A tucana enfatiza que o poder público, ao longo dos últimos anos, não conseguiu garantir aos jovens brasileiros as oportunidades de desenvolvimento necessárias.

Rita Camata foi deputada federal por cinco mandatos. Atualmente, é integrante da Executiva Nacional do PSDB.

Ministro terá que explicar encontro secreto em Portugal, alertam tucanos que integram CPI

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Para Izalci, a conversa entre os chefes dos poderes Executivo e Judiciário, com a participação do ministro da Justiça, precisa ser passada a limpo.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, terá que explicar aos deputados da CPI da Petrobras as razões que motivaram um encontro extraoficial entre ele, a presidente Dilma Rousseff e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, na semana passada, em Portugal. O assunto será um dos temas a serem abordados na quarta-feira (15) pelos parlamentares do PSDB que integram o colegiado durante a oitiva com Cardozo marcada para as 14h30.

De acordo com os deputados Izalci (DF) eAntonio Imbassahy (BA), o ministro terá a oportunidade de dizer por que os chefes de dois poderes da República escolheram outro país para fazerem uma reunião que não constava da agenda de nenhum deles e ainda com a participação do titular da Justiça.

“O Planalto tentou manter sigilo, mas a reunião foi descoberta”, destacou Imbassahy, ao lembrar, em seu Facebook, que Cardozo afirmou à imprensa que o encontro foi casual e o assunto tratado foi aumento dos salários do Judiciário. “Não acreditamos em coincidência”, afirmou Izalci nesta segunda-feira (13). Para ele, a Operação Lava Jato e o risco de cassação do mandato da presidente da República podem ter sido a pauta da reunião. “Ela tinha essa escala em Portugal, dizem que aproveitaram para ver a questão do aumento do Judiciário, mas com essas pendências todas no TSE e no Supremo, com certeza trataram deste assunto. É o que queremos saber”, avisou o tucano.

Há alguns dias o governo tem alertado que recorrerá ao Supremo caso o Tribunal de Contas da União (TCU) rejeite as contas do governo Dilma referentes ao exercício de 2014. Além disso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) analisa a prestação de contas da campanha da petista. Uma ação movida pela oposição pode ainda levar a cassação da diplomação da presidente por abuso de poder e outros crimes eleitorais. “Por isso precisamos aproveitar para questionar o ministro da Justiça sobre essa reunião em Portugal”, reiterou Izalci.

Agenda – O deputado destaca que Cardozo terá ainda que prestar esclarecimento sobre o grampo encontrado na cela do doleiro Alberto Youssef na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. O tucano destaca que a agenda da CPI possui outras importantes oitivas marcadas para esta semana. Hoje (14), a partir das 9h30, a comissão colherá os depoimentos de Stael Fernanda Janene, viúva do ex-deputado José Janene; Shinji Tsuchiya, presidente da Mitsui & Co. e J. W. Kim, presidente da Samsung.  Na quinta-feira serão ouvidos Luis Inácio Adams, advogado-geral da União, e Waldir Moyses Simão, ministro da Controladoria Geral da União.

PSDB na Câmara

Colnago inaugura reforma de escola em Vargem Alta para 600 alunos

IMG-20150710-WA0008O vice-governador do Estado, César Colnago, inaugurou sexta-feira (10) as obras de reforma e de ampliação da Escola “Alzira Gomes” no município de Vargem Alta realizadas em parceria com a prefeitura local para atender 600 alunos de um a dez anos.
De acordo com o vice-governador apesar do governo está executando um ajuste fiscal visando o reequilíbrio das contas públicas estaduais, “a educação é a prioridade número 1 da atual administração com vistas a livrar crianças e jovens da exclusão”, assinalou.
No mesmo dia, César Colnago visitou as comunidades de Prosperidade e de Jaciguá, onde vistoriou, respectivamente, as obras de construção do campo de futebol – realizadas com recursos estaduais e por emenda parlamentar federal de Colnago – e conheceu o projeto Comunidade Terapêutica AMME Reviver.
Durante sua visita em Vargem Alta, César Colnago ouviu reivindicações do prefeito João Bosco Dias (Bosquinho) sobre a execução das obras no município que ainda não foram concluídas.
O prefeito Bosquinho enfatizou ainda junto ao vice-governador a importância do Governo do Estado disponibilizar o Colégio Salesiano em Jaciguá, cujas instalações pertencem ao Estado, para abrigar a extensão do curso de Medicina, que será instalado em Cachoeiro de Itapemirim.
Assessoria de imprensa da Vice-Governadoria do ES

Aécio: Governo Dilma entregou aos brasileiros bilhete de entrada para um país em queda livre

aecio-neves-foto-george-gianni-2-300x200 (1)A velha cantilena usada de forma estridente pelo governo petista sempre que se sente acuado já não surte efeito. Mais uma vez, o grito de guerra de um hipotético complô contra o partido está em curso. A estratégia tem uso recorrente. Em momentos distintos, já foi usada para atacar a mídia, as elites intelectuais, os protestos de rua e por aí afora.

Nesse raciocínio, tudo o que contraria os interesses do PT é golpe. No atual contexto, a imprensa divulga os escândalos do petrolão? Trata-se da imprensa golpista. O TCU analisa as contas do governo Dilma? Para o PT é golpe. O TSE investiga se houve recursos de propina na campanha da presidente? Golpe de inconformados, dizem os petistas. A Polícia Federal e o Ministério Público cumprem com independência suas funções? Golpe, dizem eles. Milhões de pessoas ocupam as ruas com críticas ao governo? Trata-se de golpistas de direita, analisa o partido. Ninguém escapa, somos todos golpistas – menos os iluminados do PT.

Para eles, os outros são sempre os culpados de todos os males. Os outros tramam dia e noite para tirar o PT do poder. Não cola mais. Os brasileiros não aceitam mais o engodo.

Clique aqui para ler o artigo na íntegra.

*Artigo publicado na Folha de S. Paulo – 13/07/15

César Colnago se reúne com representantes do Movimento Negro Capixaba

SAM_6046Representantes de diversas entidades capixabas de promoção da igualdade racial foram recebidos, nesta quinta-feira (9), pelo vice-governador, César Colnago. Dentre os assuntos discutidos, a Marcha das Mulheres Negras e o fortalecimento da Gerência da Igualdade Racial.

A Marcha das Mulheres Negras acontece no dia 18 de novembro, em Brasília, com participantes de todo o Brasil. No Estado, o Núcleo impulsor da Marcha das Mulheres Negras do Espírito Santo se mobiliza para marcar presença no ato com bastante representatividade.

O fortalecimento da Gerência da Igualdade Racial foi outro tema discutido na reunião. Como coordenador da área social do Governo, o vice-governador reiterou o compromisso de atuar na interlocução com os movimentos sociais.

“Nossa interlocução será permanente. Os debates contribuem para que as políticas públicas sejam o mais abrangentes possível. Políticas que ultrapassem as barreiras da desigualdade e da exclusão. E é fundamental se reunir com lideranças que protagonizam diversas lutas em favor da igualdade racial e social”, afirmou César Colnago.

Assessoria de Imprensa Vice-governadoria

Nota Conselho de Ética e Disciplina PSDB Espírito Santo

logo-600x400O Conselho de Ética e Disciplina do PSDB ES realizou nesta quinta (09), sorteio entre seus membros para definir o relator do processo disciplinar 01/2015.

O advogado Daniel Calazans de Faria será o responsável pelas providências relativas ao andamento e instrução do processo.

O relator notificará o filiado para apresentar defesa no prazo de 10 (dez) dias.

Pronunciamento do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves

aecio-neves-foto-george-gianni-1“Não fazemos aqui pré-julgamentos, mas eu quero dizer a Vossa Excelência, presidente Dilma, que ninguém, absolutamente ninguém neste país, inclusive a senhora presidente da República, está acima das instituições. E é por isso que nós cumpriremos o nosso papel, dentro dos preceitos constitucionais, para garantir que, apesar do desastre que tem sido o seu governo, o Brasil possa encontrar um futuro de reconciliação com a esperança, com o desenvolvimento, e principalmente com a verdade”, diz Aécio Neves, em pronunciamento hoje (09) no Senado Federal.

Segue íntegra:

Não gostaria de ter a necessidade de fazê-lo, mas sou obrigado pelas funções que tenho hoje – a vir a esta tribuna para responder diretamente à senhora presidente da República, que, há pouco, na Rússia, me brinda com considerações mais uma vez absolutamente distantes da realidade. É curioso vermos a presidente da República em um momento grave como este por que passa a economia brasileira, – e todos torcemos para que haja uma integração maior dos Brics e isso possa de alguma forma favorecer a recuperação da economia brasileira – mas o que ouvimos é algo absolutamente fora do sentido. Aliás, me perdoem, como têm sido algumas das últimas declarações da presidente da República. Diz a presidente da República, na Rússia, em um momento em que deveria estar defendendo os interesses do Brasil. Diz ela: “Quem é golpista mostra na prática as tentativas”.

Vou tentar traduzir porque nem sempre é fácil fazê-lo. Abro aspas para a senhora presidente da República: “Quem coloca como já tendo tido uma decisão – e ela se refere aos tribunais – está cometendo um desserviço para a instituição, para o TCU e o TSE porque não há nenhuma garantia que qualquer senador da República, diz ela, muito menos o senhor Aécio Neves possa prejulgar quem quer que seja ou definir o que uma instituição vai fazer ou não”.

Eu tive oportunidade de vir a esta tribuna no dia de ontem, dizer aquilo que disse na Convenção, que tenho dito em todos os instantes, em todos estes últimos meses: Devemos ser guardiões da Constituição e defensores das nossas instituições. Em momento algum, houve qualquer prejulgamento e, na verdade, não sei se por não ter lido – e aí eu dou a ela o direito da dúvida, e mal informada, a presidente busca criar um factoide a partir de algo que não é real, que não é verdadeiro.

E leio exatamente a partir das notas taquigráficas da sessão de ontem algo que se coloca na direção oposta àquilo que a presidente da República acaba de dizer. Quem coloca como já tendo tido uma decisão dos tribunais está cometendo um desserviço para o Tribunal de Contas e o TSE, porque não há nenhuma garantia – repito o que disse a presidente – que qualquer senador da República, muito menos o senhor Aécio Neves possa prejulgar quem quer que seja ou definir o que uma instituição deve fazer ou não. Passo a ler aqui o que disse ontem, senhor presidente. Disse eu: “Vamos permitir – acho até que a senhora presidente da República é capaz de compreender o que eu disse, se eu disser aqui de forma clara e devagar – que o Tribunal de Contas – repito o que disse na sessão de ontem – cumpra com sua função constitucional. Ele pode tanto aprovar quanto reprovar as contas da presidente da República, disse eu. Não há um julgamento feito ainda, até porque houve abertura de um tempo maior para que a presidente possa se defender, disse eu ainda.

Por outro lado, os tribunais, como o Tribunal Superior Eleitoral, estão ali também cumprindo com o seu papel, e cabe à oposição ser a guardiã das nossas instituições, para que não aconteça aquilo que querem alguns membros do Partido dos Trabalhadores, que é submeter essas instituições, pilares fundamentais da democracia, à conveniência do governo de plantão, como fizeram alguns deputados essa semana, dizendo que a Polícia Federal tem que se subordinar ao governo federal, porque o governo federal foi eleito.

Senhoras e senhores senadores, é absolutamente inacreditável a desconexão da presidente da República com a realidade, e o que eu percebo é uma presidente que, mesmo saindo do Brasil, se sente acuada, perseguida pelos fatos, pela incerteza em relação ao seu próprio futuro. Não somos nós da oposição que vamos definir o que vai acontecer com o futuro da presidente da República, depende muito mais dela, e depende em especial do povo brasileiro. O que não permitiremos é que as nossas instituições, instituições de Estado, e não de governo, como o Tribunal de Contas, como o Tribunal Superior Eleitoral e a própria Polícia Federal, sejam de alguma forma constrangidas pela ação do seu governo.

Não desejo mal à presidente da República. De forma alguma. Talvez o cumprimento do seu mandato constitucional fosse para o Brasil uma saída mais tranquila, mais adequada, mas os fatos que se sucedem é que geram essa grande incerteza – não apenas nos agentes políticos – mas na sociedade brasileira como um todo. A presidente, mais uma vez, perdeu uma belíssima oportunidade para talvez responder aquilo que está hoje nos jornais, e é algo extremamente grave: as declarações e depoimento de um ex-diretor do Ipea, o senhor Herton Araujo, que disse de forma muito clara: “recebi a notícia de que eu não podia falar com a imprensa por causa da lei eleitoral”.

Ele se refere à demissão que pediu às vésperas do 2. turno da eleição porque, como diretor do IPEA, como servidor do IPEA, foi impedido de divulgar os números que o IPEA havia levantado. E diz ele que recebeu o e-mail de um diretor do órgão dizendo o seguinte: “Herton. Acho que nesse período de eleição o que é terra vira mar, e o que é mar vira terra”. Talvez, aludindo àquela expressão que se tornou famosa no Brasil, de que numa eleição se faz o diabo, inclusive esconder, escamotear dados oficiais.

Isso aconteceu com o IPEA; isso aconteceu com o IBGE, e vamos nos lembrar da grave crise que levou ao pedido de demissão de dois dos seus diretores, que depois reviram a posição exatamente porque também o IBGE era, ali, impedido de mostrar números que interessavam à sociedade brasileira. Os do IPEA, mostravam que a pobreza tinha aumentado. Mas os brasileiros não puderam saber disso porque o servidor foi impedido de dividir com a sociedade brasileira os dados oficiais do próprio governo.

Perdeu a oportunidade, a presidente, de dizer, por exemplo, o que acha do bloqueio feito pelo Ministério Público dos bens dos executivos do Postalis, o fundo de pensão dos Correios, nomeados por ela, e acusados de irregularidades que levaram a perdas substantivas deste fundo, e infelizmente não apenas dele.

Perdeu a oportunidade, a presidente da República, de comentar os dados de hoje do IBGE, que, através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios ( PNAD), mostra que a taxa de desemprego chegou a 8,1% neste trimestre. A taxa de desocupação atingiu o maior patamar da série de toda a PNAD contínua. Essa mesma que foi, também na campanha, houve sobre ela tentativa de que não fosse divulgada. O número de desocupados no Brasil atingiu 8 milhões e 157 mil pessoas, o maior valor de toda a história da PNAD contínua. Perdeu também a oportunidade, a presidente da República, de comentar os dados da Confederação Nacional da Indústria que mostram, vejam bem senhoras e senhores senadores, que 50% das indústrias brasileiras demitiram nos últimos seis meses. Mostram que a redução da produção das indústrias atingiu 60% dos trabalhadores, e o maior percentual no setor automotivo, onde 73% das empresas demitiram. E boa parte deles dizem que continuarão a demitir.

Portanto, perdeu a oportunidade a presidente da República de comentar qual a sua parcela de responsabilidade para que o índice de inflação alcançasse uma meta ou um patamar jamais alcançado nos últimos 20 anos para esse período.

O índice oficial atingiu 0,79% nesse mês de junho; a alta acumulada nos últimos 12 meses chega a 8,89%.

É disso que a presidente da República deveria falar. Olhar para os brasileiros e dizer que errou. Que fracassou. Que falhou. E hoje nós temos desemprego recorde, inflação saindo de controle, desaquecimento de toda a economia, juros na estratosfera. Não, senhoras e senhores, isso não é obra da oposição. A oposição não é golpista. E eu desafio a presidente da República a demonstrar em qual momento, em que instante, eu, como presidente do PSDB, dei qualquer declaração que não fosse de respeito à Constituição, que não fosse de respeito à soberania e independência das nossas instituições.

Presidente Dilma, Vossa Excelência terá a oportunidade de se defender, de apresentar as suas razões pelo descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, como aponta o relatório do ministro Nardes, ou em relação à utilização de dinheiro de propina na campanha eleitoral, como afirma o delator Ricardo Pessoa. Não fazemos aqui pré-julgamentos; mas eu quero dizer a Vossa Excelência: ninguém, absolutamente ninguém neste país, inclusive a senhora presidente da República, está acima das instituições. E é por isso que nós cumpriremos o nosso papel, dentro dos preceitos constitucionais, para garantir que, apesar do desastre que tem sido o seu governo, o Brasil possa encontrar um futuro de reconciliação com a esperança, com o desenvolvimento, e principalmente com a verdade dita por seus governantes. Muito obrigado.

Pronunciamento após aparte do senador Cássio Cunha Lima.

O que me preocupa efetivamente é a instabilidade por que passa a presidente da República, talvez acostumada com o que acontece na campanha eleitoral, falta mais uma vez com a verdade para acusar a oposição. Não há nenhuma tentativa da oposição de fazer qualquer prejulgamento. Isso está claro em todas as nossas declarações.

É triste ver a presidente da República sair do Brasil e, perante outros chefes de Estado, faltar com a verdade. Quero tranquilizá-la. O PSDB estará atento vigilante, mas sempre em todos os instantes, respeitando as regras da democracia. A democracia que aí está foi uma conquista de todos nós. E ela pressupõe instituições sólidas, instituições fortes, instituições independentes que devem fazer o seu trabalho sem qualquer tipo de pressão.

Portanto, mais uma vez, quero repelir de forma mais veemente possível, as insinuações da presidente da República com base em informações falsas, e sugiro a ela que economize as suas energias com a oposição. Não a levará a absolutamente nada. Concentre suas forças e suas energias para defender-se das inúmeras acusações que sobre ela recaem em razão daquilo que ela e seu partido fizeram, e não que a oposição efetivamente tenha denunciado. Desejo a ela, como brasileiro, que ela possa enfrentar essas dificuldades, mas sugiro que as enfrente com serenidade e, em especial, com respeito ao contraditório.

 

FMI prevê que PIB brasileiro deve cair 1,5% em 2015

slide-bolsaO Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou semana passada sua projeção para a economia brasileira – queda de 1,5% no PIB em 2015. A estimativa anterior do fundo era de retração de 1%. Pela quinta vez consecutiva o FMI revê para baixo suas expectativas para o PIB de 2015: em abril de 2014, o indicador estava em 2,7% positivos.

As informações estão em reportagem do portal G1.

Um dos fatores citados pelo FMI para estimar a retração brasileira é o impacto, no Brasil, da redução dos preços nas commodities.

Na contramão do esperado para o Brasil, o FMI espera aquecimento na economia dos países desenvolvidos. A expectativa é que o PIB do bloco tenha crescimento de 2,1%.

O Golpe da Inflação, análise do ITV

varejao-300x169Havia quase 20 anos a inflação registrada num único mês não era tão alta no Brasil. Tratada durante anos com leniência pelo governo Dilma, a carestia foi subindo de escala no país até chegar a níveis insuportáveis como os atuais. Os preços estão pela hora da morte.

Em mais uma das diabruras produzidas pelo governo do PT, o índice oficial de inflação atingiu 0,79% em junho, o maior percentual para o mês desde 1996. Segundo o IBGE, a alta acumulada em 12 meses chega agora a 8,89%, maior patamar nesta base de medição desde o fim de 2003.

A inflação acumulada em apenas metade do ano já está pertinho do limite superior admitido para o ano todo, segundo a política monetária em vigor: são 6,17%, para um teto de 6,5%. Nos seis primeiros meses de 2014, havia sido 3,75%; em todo o ano passado, foi a 6,41%. Em tudo, ficou mais difícil viver no país nestes últimos meses.

A alta dos preços é generalizada. De cada 100 produtos, 68 ficaram mais caros no mês passado. Preços como o da cebola, que subiu 148% desde janeiro, ou o da energia, com alta acumulada de 58% ao longo dos últimos 12 meses, estão de chorar.

O pouco alívio identificado por analistas repousa sobre a inflação dos serviços, que continua alta, mas subindo menos. Ainda assim, isto se deve à maior dificuldade das pessoas para consumir, por causa do dinheiro mais curto. Em compensação, a possível alta do dólar em consequência da crise que ameaça arrastar a China tende a manter os preços mais altos.

As apostas predominantes são de que os índices de preços subirão mais de 9% até o fim do ano. Para os mais pobres, esta já é a inflação que está lhes corroendo o bolso atualmente. O índice que mede a inflação da baixa renda (IPC-C1) acumula alta de 9,52% nos últimos 12 meses, segundo a FGV.

Em cidades como Curitiba, a inflação oficial já voltou a ser de dois dígitos, algo que era comum até que o Plano Real derrotou a carestia, mas há muitos anos não se via no país. Na capital paranaense, o índice acumulado em 12 meses alcançou 10,2% em junho.

Na notória entrevista concedida à Folha de S.Paulo na segunda-feira, a presidente Dilma se disse disposta a “fazer o diabo” para segurar a recessão e consertar a economia. Se for isso mesmo, estamos fritos. Da última vez que invocou o capeta, ela assaltou os cofres públicos e protagonizou a maior empulhação eleitoral da história para obter a reeleição.

Resta esperar que as iniciativas da presidente – sempre eivadas de enorme improviso e, não raro, embaladas em equívocos – não tornem ainda mais difícil a vida dos brasileiros, já torturados pela inflação, pelo desemprego e pela total ausência de perspectiva para a retomada do crescimento. São os golpes que o governo do PT desfere na população.