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“20 anos do Plano Real”, análise do ITV

realeNesta semana, completam-se 20 anos de uma verdadeira revolução. Em 27 de fevereiro de 1994 foi editada a medida provisória que criou a URV (Unidade Real de Valor) e deu o primeiro passo para que o Brasil voltasse efetivamente a ter uma moeda forte. Começava ali uma história de sucesso: o Plano Real. A data será comemorada hoje no Congresso em sessão solene com a presença do presidente Fernando Henrique Cardoso.

 Quando o Plano Real veio à luz, o Brasil vivia um ambiente de desesperança, desilusão e preocupação. Há anos sucediam-se tentativas de debelar um processo de corrosão do poder de compra dos salários que, àquela altura, já descambara para uma hiperinflação. Visto de hoje, parece inacreditável que o país tenha conseguido suportar e sobreviver àquela situação.

 Em 1993, a inflação brasileira chegara a 2.477%. No início de 1994, já girava em torno de 43% mensais. Trocando em miúdos, isso significa que o Brasil tinha uma inflação diária de 1,2%. Se fossemos anualizar o percentual, resultaria numa inflação de 7.260% em 12 meses. Tudo isso deve parecer inacreditável para quem não viveu aquele processo…

 O dinheiro derretia na mão das pessoas, que tinham que correr para gastar seus salários antes que já não conseguissem comprar quase nada. Os mais prejudicados eram os mais pobres, uma vez que não contavam com as alternativas de indexação de que as classes mais ricas, que tinham conta em banco e aplicações financeiras, dispunham. Estabilizar a moeda era, portanto, também ação de larguíssimo alcance social.

 O processo rumo à estabilização foi conduzido pelo então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso. Ele fora escalado pelo presidente Itamar Franco, em maio de 1993, com a meta de acabar com a hiperinflação, que simplesmente dizimava todas as chances de sucesso do país, e organizar a vida econômica do país. Algo que, àquela altura, soava simplesmente impossível.

 O Plano Real foi concebido sob a premissa da transparência e do diálogo franco com a sociedade. Nada de congelamento de preços, pacotaços ou medidas tomadas de surpresa. Tudo bem distinto das seis tentativas anteriores de estabilização vividas pelo país desde a redemocratização; todas fragorosamente fracassadas, levando a população a se frustrar, mas nunca a perder a esperança.

 O plano seguiu adiante até que, em 1° de julho daquele ano, o país passou a contar com uma nova moeda. Nascia ali o real, nosso oitavo padrão monetário em 50 anos. Para se ter ideia da fúria da inflação e seu poder destrutivo, durante estas cinco décadas 18 zeros foram cortados de nossa moeda. Superar este histórico de decepção era um desafio e tanto.

 Nestes últimos 20 anos, o país registrou inflação média anual de 8%. Uma vitória e tanto se comparada ao caos que assolava o Brasil até 1994. Mas, ainda assim, um nível elevado, que demanda atenção e cuidado de governantes comprometidos com o bem-estar dos brasileiros. Para êxito completo, nosso nível de preços precisaria baixar mais, garantindo a tranquilidade que a população precisa e melhores condições para a retomada do desenvolvimento sustentável.

É preocupante que, duas décadas depois, a inflação ainda esteja em pauta e ainda assuste os brasileiros. Ano após ano, os preços têm subido bem acima da meta fixada pela política monetária. Hoje, ao invés de perseguir os 4,5% fixados pelo Conselho Monetário Nacional, o governo parece ter se satisfeito em conviver com algo na faixa de 6% anuais. Mais preocupante é que instrumentos artificiais e estratégias que já se revelaram fracassadas no passado são agora usadas para evitar um descontrole maior de preços.

Os 20 anos de início da estratégia vitoriosa do real permitem celebrar uma verdadeira revolução institucional que reconfigurou o Brasil, e que suplantou em muito a mera mudança de moeda. A estabilidade monetária restituiu às pessoas referências de valor que a inflação corroera. Mais que isso, descortinou a possibilidade de o brasileiro voltar a sonhar com o futuro – e de planejar como chegar lá.

Este mesmo espírito pode mover e entusiasmar os brasileiros que hoje querem voltar a ter esperança num país melhor. O Plano Real demonstrou ser possível triunfar nas piores condições, sob condições que alguns julgavam insuperáveis – vale recordar que, na ocasião, o próprio PT apostou nisso. A estabilização tornou-se, assim, a maior conquista da sociedade brasileira na história recente.

Hoje, o Brasil tem desafios tão ou mais dramáticos que os de duas décadas atrás. Mas o sucesso da nova moeda, alcançado por uma brilhante equipe liderada por Fernando Henrique, comprova que o país tem plenas condições de superar a desesperança, a falta de credibilidade e de confiança que hoje acometem pessoas e desestimulam empresas. Basta dispor de um governo que alie ética, competência e vontade de fazer, como tivemos 20 anos atrás.

Discurso de Aécio Neves na cerimônia do Plano Real

aecio-plano-real-20-anos-4-300x200O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, discursou, em sessão solene do Congresso Nacional em homenagem aos 20 anos do lançamento do Plano Real nesta terça-feira (25).

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso está presente, assim como integrantes da equipe que elaborou e implantou o Real.

A solenidade foi solicitada pelo senador Aécio Neves e pelos deputados federais Mendes Thame (SP) e Luiz Carlos Hauly (PR), ambos do PSDB.

Abaixo discurso do senador Aécio Neves.

Senhoras e senhores,
Caríssimo presidente e amigo, Fernando Henrique Cardoso.

Esta Casa, que já teve o privilégio de por tantas vezes ouvi-lo em debates memoráveis, seja como líder do PMDB, depois como líder e fundador do PSDB, o recebe hoje em um ato de celebração.

Celebração que, acredito, reúne também, simbolicamente, todos os brasileiros.

Acredito que se aqui pudessem estar, cada um dos cidadãos deste país daria o seu próprio testemunho:

Nenhuma outra reforma econômica na nossa história recente foi mais transformadora do Brasil que o Plano Real, que este ano alcança duas décadas.

Certamente por isso uma presença tão expressiva nesse plenário de lideranças municipais, ex-parlamentares e cidadãos brasileiros.

Nunca é demais, mesmo que superficialmente, lembrar o cenário crítico que prevalecia até então.

Em abril de 90, a inflação acumulada em 12 meses era de 6.821%, recorde até hoje absoluto em nossa história.

Foram mais de 10 anos de inflação acima do patamar de 100%. A média da década alcançou inacreditáveis 694%.

Digo isso porque para as novas gerações que nos ouvem – e que não vivenciaram a ruína da hiperinflação brasileira – parece uma realidade absurda, impossível de ser associada ao país que somos hoje.

Naquele tempo, o grave desarranjo econômico agravava ainda mais a crônica pobreza existente; tornava mais aguda e destrutiva a desigualdade, solapando qualquer perspectiva de crescimento e uma mais justa distribuição das riquezas nacionais.

Além do caos econômico, uma gravíssima crise política tomava o seu curso.

Esta era a nossa circunstância, a nossa conjuntura, naqueles anos, que tisnava o promissor caminho do país do futuro…

Até o advento do Plano Real, seis diferentes planos foram levados a cabo para estabilizar a economia brasileira, desde meados da década de 80.

Todos falharam.

E alguns, é bom lembrarmos, comprometeram ainda mais as condições básicas para a tão sonhada estabilização.

Com o mineiro Itamar Franco, a quem homenageio hoje e reverencio sua memória, viramos esta página da nossa história.

E uma nova história se iniciou.

Em uma atitude extremamente política corajosa e em tudo surpreendente para o ambiente da época, Itamar convoca Fernando Henrique Cardoso — então Ministro das Relações Exteriores — para o Ministério da Fazenda.

A aposta do presidente não se baseava nas razões técnicas ou econômicas.

O gesto político foi outro. De outra dimensão.

Itamar alçou à posição central do comando da economia um brasileiro, na inteireza do que essa expressão possa significar, um gigante para os desafios que se colocavam à sua frente.

Um homem público extremamente preparado, experiente, confiável, com vida pública inatacável e portador de incomparável competência e credibilidade.

E o principal: com ele, acrescentamos à luta daquele momento uma profunda compreensão sobre as mazelas do Brasil.

Fernando Henrique foi o líder capaz de reunir inteligências, convocar sacrifícios e esforços, e fazer o país convergir para a trincheira da nossa principal batalha a ser travada, contra o inimigo mais insidioso – a hiperinflação, que anulava o nosso presente e roubava o nosso futuro.

Especialistas testados e com grande capacidade de formulação, alguns deles aqui hoje presentes, aceitaram o desafio e inauguraram a difícil jornada em direção à estabilidade econômica.

Precisamente duas décadas atrás, em 27 de fevereiro de 1994, era editada a medida provisória n° 434, que instituía a URV (Unidade Real de Valor), o primeiro passo para que o Brasil voltasse efetivamente a ter uma moeda forte.

Precederam a nova moeda medidas preparatórias importantes, acompanhadas de ajustes, diálogo e grande compromisso com a transparência.

Eu próprio me lembro como líder do seu partido, presidente, as inúmeras, as centenas de vezes que Vossa Excelência aqui esteve não no plenário apenas, mas em reuniões menores, em gabinetes de lideranças, em gabinetes individuais, para dizer que aquela era uma oportunidade que não tínhamos o direito de perder.

Como o processo hiperinflacionário transformara os orçamentos públicos em peças de ficção para trazê-los de volta à realidade era preciso fazer um duro ajuste nas contas públicas.

Assim foi feito.

A estratégia incluiu um programa de austeridade fiscal, o Plano de Ação Imediata, e a criação do Fundo Social de Emergência, com corte significativo de gastos públicos, além do combate à evasão de impostos e um maior rigor na rolagem das dívidas dos estados.

O novo plano foi, assim, concebido de maneira original, evitando erros cometidos nas inúmeras tentativas anteriores.

Não houve congelamento de preços, não houve pacotaços, nem surpresas.

O Plano Real fez da descrença nos planos econômicos e na suposta fragilidade política de um governo de transição sua maior força.

Compartilhou e dividiu com todos a sequência dos passos que seriam dados.

Abdicou de intervir nas relações contratuais e assumiu claramente a incapacidade momentânea do Estado em assegurar a cada um a justa remuneração e os preços relativos.

Depositou sua crença na força reorganizadora e mobilizadora da economia de mercado.

Uma nova pedagogia voltada para a construção de mercados saudáveis e de um ambiente de preços livres e estáveis foi contagiando os brasileiros, com o condão da previsibilidade, as relações econômicas.

A nova moeda entrou em circulação no dia 1° de julho daquele ano, sob o agouro de pescadores de águas turvas que preferiam classificar o plano de estabilização como “estelionato eleitoral”.

Era o oitavo padrão monetário brasileiro em 50 anos, durante os quais 18 zeros foram cortados de nossa moeda…

Como teríamos eleições presidenciais dentro de alguns meses, o recado dos nossos adversários era claro: não lhes interessava o sucesso do plano. Essa é a verdade.

Eles não se dispuseram, um instante sequer, a abstrair os interesses eleitorais, para emprestar apoio à iniciativa, à luta por um futuro melhor para todos os brasileiros.

Pelo contrário: sonhavam em capitalizar nas urnas o agravamento do caos para apresentar-se ao país com o figurino salvacionista.

Mais complexo ainda foi, mais adiante, conduzir a economia em meio às graves crises internacionais havidas no final da década, como a asiática e a russa, que nos exigiu ainda mais coragem e sacrifícios.

Vieram, em seguida, outros desafios: a reestruturação da dívida dos estados, as privatizações, o fim de monopólios estatais e a abertura do Brasil para uma maior integração com o mundo.

A revolução silenciosa, progressiva, chegaria depois, em 2000, com a edição da Lei de Responsabilidade Fiscal aprovada apesar da raivosa e violenta oposição do Partido dos Trabalhadores, assim como ocorreu nas conquistas anteriores.

Junto com ela, acrescentamos o tripé que por anos deu suporte à nossa economia, com o sistema de metas de inflação e o regime de câmbio flutuante e um confiável superávit primário.

Vistas em conjunto, estas medidas mostram como a feição do país foi completamente redesenhada nestas últimas décadas.

Senhoras e senhores,

Somos hoje um outro país, e certamente um país muito melhor.

A estabilidade da moeda restituiu às pessoas referências de valor que a inflação corroera. Mais que isso, descortinou a possibilidade de o brasileiro voltar a sonhar com o futuro – e de planejar como chegar lá.

Lembrar e comemorar o aniversário de 20 anos do Plano Real é demonstrar, com as evidências históricas, o que o nosso país já foi capaz de fazer diante de um quadro de desesperança e de desorganização completa da vida cotidiana das pessoas e das empresas.

É assim que devemos tratar a atual safra de maus resultados e olhar para o futuro.

Vejam os senhores:

Em 2011, primeiro ano do governo da atual presidente, em toda a América Latina o Brasil só cresceu mais que El Salvador.

Em 2012, superou apenas o Paraguai.

Em 2013, pelas estimativas da Cepal, na América do Sul, nosso país só se saiu melhor que Venezuela.

E, em 2014, também pela previsão da Cepal, o Brasil só deve mais uma vez crescer mais que a Venezuela, entre todos os países latino-americanos.

A verdade é que os doze anos de governo do PT levaram o Brasil a estar hoje, mais uma vez, mergulhado num ambiente de desesperança e descrença no futuro.

Até a valiosa estabilidade da nossa moeda vem sendo colocada em risco, sob ataques sorrateiros daqueles que sempre foram seus mais aguerridos adversários.

Formulações ideológicas interferem no ambiente econômico, desvirtuam nossa política externa, afastam-nos do resto do mundo e colaboraram para levar o país a retrocessos impensáveis a esta altura da história.

Ganha corpo uma crescente hostilidade entre o governo e o setor privado, que só prejudica o próprio país e, mais especificamente, os cidadãos brasileiros.

Neste roldão, vão-se nossas maiores e melhores empresas públicas, sucumbe o BNDES, humilha-se a Petrobras, debilitam-se as contas públicas, soterradas sob maquiagens e malabarismos.

A desindustrialização faz o país retroceder e drena o dinamismo da nossa economia.

É flagrante o desequilíbrio do balanço de transações correntes.

A equivocada diplomacia ideológica petista nos leva à vergonhosa omissão quando crises se agravam no nosso entorno, agora na vizinha Venezuela.

A comunidade internacional nos vê cada vez com maior desconfiança.

De tijolo sólido, viramos hoje frágil economia.

No ritmo atual, nosso PIB per capita demorará mais de 60 anos para dobrar. Como exemplo, a China fará com que seu PIB dobre em menos de uma década.

A verdade é que o Brasil tornou-se um país onde é cada vez mais caro produzir, gerar emprego, investir.

Precisamos reconquistar a competitividade, aumentar a produtividade de nossas empresas e de nossa mão-de-obra.

A produtividade média da economia brasileira cresceu desde 2011, nesse governo, apenas 0,4% ao ano. Absolutamente nada.

Nos oito anos anteriores – em função da força do agronegócio, mas em especial em razão das reformas estruturais por que passou a economia brasileira até meados da década passada – a produtividade brasileira havia crescido 2% ao ano.

Ou seja, houve um enorme mergulho também neste indicador.

É forçoso registrar: quem suceder o atual governo governará em anos difíceis até o Brasil recuperar o tempo perdido, reconquistar a confiança e reanimar o entusiasmo de sua gente num futuro melhor.

Mas este futuro melhor virá, estejam certos.

É chegada a hora de reconstruir um ambiente econômico saudável, com fundamentos sólidos que permitam a recuperação desta confiança e da credibilidade brasileira. Um ambiente onde haja juros padrão BNDES para toda a economia e não apenas para os escolhidos da vez.

Que abra espaço para atuação da livre iniciativa e do investimento privado e promova o melhor funcionamento de uma economia de mercado mais produtiva e capaz de mobilizar o capital que o país precisa para acelerar seu crescimento e beneficiar todos os brasileiros.

É fundamental recuperar a capacidade de regulação do Estado nacional e assegurar um ambiente propício à competição, garantindo a necessária segurança jurídica para a realização dos negócios.

O país precisa fortalecer os órgãos de controle e fiscalização e resgatar a autonomia das agências reguladoras, livrando-as da captura por interesses privados, impondo a melhoria da qualidade na prestação dos serviços e resguardando o interesse dos cidadãos enquanto consumidores.

O BNDES e a Petrobras, com a excelência que caracteriza suas trajetórias, precisam ser novamente colocados a serviço de todos os brasileiros e não das causas de um partido.

E o principal:

Temos o dever de continuar a luta determinada para resgatar a enorme dívida social que o país ainda tem com milhões de cidadãos e garantir às novas gerações as condições para viver num Brasil mais justo, democrático e desenvolvido, onde riquezas que pertencem a todos estejam realmente a serviço de todos.

Um país em que o conhecimento, a renda e as oportunidades sejam distribuídos com justiça. Enfim, um país que olhe seu futuro com mais esperança e menos sobressaltos.

Queremos oferecer aos brasileiros uma alternativa que reconstrua a confiança no país, como fez o Plano Real há duas décadas.

Queremos mobilizar os brasileiros de todos os cantos para acreditar e defender as instituições da democracia, e os pilares da liberdade, sob o primado da ética, da cidadania e da transparência.

É urgente abrir espaços para que a sociedade restaure a fé nas possibilidades de seu próprio crescimento e ascensão social em ambiente de segurança, participação e respeito.

Precisamos de um novo choque de esperança e confiança, como aquele que o Plano Real produziu 20 anos atrás.

O Brasil, senhoras e senhores, não pode mais se omitir no enfrentamento da tragédia da violência que se abate sobre todo o país, matando jovens e mulheres em níveis apenas comparáveis a países em conflito armado aberto no mundo, sob a visão contemplativa do governo federal.

Não podemos continuar convivendo com carências agudas e insuficiências de toda ordem nos serviços públicos básicos de saúde, educação, segurança e transporte nas cidades brasileiras e suas periferias.

Precisamos nos livrar do estigma da desigualdade de oportunidades que condena as novas gerações a permanecer na pobreza, enquanto convivemos com o endêmico analfabetismo funcional.

E, por fim, mas não menos relevante: é vital recuperar, como tem dito sempre o presidente Fernando Henrique, o entusiasmo da nossa gente. E em especial dos mais jovens, e a participação da cidadania na vida política, para pôr fim ao vale-tudo sem escrúpulos em que a política brasileira foi transformada.

O Brasil precisa de mudança e os brasileiros vêm dizendo isso.

O Brasil Precisa derrotar nas urnas a mentira e os pactos de conveniência…

Precisamos libertar o Estado brasileiro das amarras dos condomínios de poder que o capturaram.

Precisamos recuperar a confiança nas instituições, restaurar o protagonismo da cidadania e resgatar a perspectiva de prosperidade para todos os brasileiros.

Se já realizamos esta transformação uma vez, quando tudo parecia absolutamente impossível, temos condições de fazê-la novamente. Em favor do povo brasileiro e dos seus sonhos, que são os nossos sonhos.

Em favor do povo brasileiro e das suas grandes esperanças. Que são as nossas esperanças.

Não fugiremos a nossa responsabilidade.

Estamos prontos para retomar o nosso destino e começar a escrever, junto com os brasileiros, novas e belas páginas de nossa história.

Muito obrigado!

Tucanos capixabas destacam a importância do Plano Real para o País

real (1)Em meio a um cenário de hiperinflação que castigava o bolso dos brasileiros e a estabilidade econômica, com uma desvalorização que chegou a 1000% (em 1992), o Plano Real foi implantado no Brasil e, finalmente, devolveu à população a credibilidade nos planos econômicos.

No dia 1º de julho de 1994, o Real passou a ser a moeda oficial brasileira. Ao assumir o Ministério da Fazenda, um ano antes, Fernando Henrique Cardoso tratou a redução da inflação como prioridade e essa conquista já comemora 20 anos.

Hoje (25/2)  aconteceu no plenário do Senado, em Brasília, uma sessão solene comemorativa pelas duas décadas do Real, que contou com a presença do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, presidente do PSDB, o senador Aécio Neves, e vários outros parlamentares tucanos. O presidente do PSDB-ES, deputado federal César Colnago, e o ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas também estiveram no evento.

“O Plano Real por si só, traduz com muita precisão o sentimento que se tem quando voltamos ao tempo e comparamos a economia brasileira anterior à nova moeda. Depois de vários planos econômicos e quando se enfrentava uma inflação superior 1000% ao ano era difícil dizer que o dinheiro que se tinha era de fato realidade, uma vez que a hiperinflação transformava as moedas em pó. Foi o maior legado deixado pela Era FHC aos seus sucessores  que, infelizmente, não tiveram competência e seriedade e hoje temos de volta o dragão da inflação por conta de uma da economia estagnada e sem rumo”, ressaltou César Colnago.

O tucano Luiz Paulo Vellozo Lucas, ex-prefeito de Vitória e ex-deputado federal, contou que há 20 anos disputou a sua primeira eleição motivado pelo Plano Real. “Me motivou a entrar na política. Na época, fiquei como primeiro suplente e depois fui convidado para ser Secretário de Acompanhamento Econômico no governo federal, onde fiquei por um ano. Fiquei conhecido pela imprensa como o último ‘xerife dos preços’. Depois, os outros titulares nem ficaram conhecidos, porque, com o Plano Real, a economia estabilizou”, contou.

 

Plano Real: Sessão solene no Senado para comemorar 20 anos

sessaosenadoreal-300x199Por solicitação do presidente nacional do PSDB,  senador Aécio Neves, e dos deputados federais Antônio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP) e Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) o Plano Real será comemorado com uma sessão solene no Congresso Nacional nesta terça-feira (25) às 11h. A sessão ocorrerá no plenário do Senado.

Participarão da sessão o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e integrantes da equipe que elaborou e implantou o Real, como o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco e Elena Landau.

O Plano Real é apontado, por especialistas, como a medida econômica mais ampla efetivada no país com o objetivo de controlar a hiperinflação. Em 1994, para a elaboração do projeto foram utilizados instrumentos econômicos e políticos para a redução da inflação – que superou a marca de 40% ao mês em junho de 1994.  O programa foi elaborado por uma equipe de especialistas sob o comando de Fernando Henrique Cardoso.

Para especialistas, o Plano Real foi o programa de estabilização econômica mais eficaz da história, reduzindo a inflação, ampliando o poder de compra da população, e remodelando os setores econômicos nacionais.

As principais medidas do plano foram a desindexação da economia, definindo que o ajuste e reajuste de preços e que os valores passariam a ser anualizados e obedeceriam às planilhas de custo de produção, além disso houve políticas de privatizações,  equilíbrio fiscal, abertura econômica, contingenciamento e medidas monetárias restritivas.

Segurança pública é destaque em encontro tucano

O procurador Antônio Ferreira Pinto, ex-secretário de Segurança de São Paulo, foi o palestrante do evento
O procurador Antônio Ferreira Pinto, ex-secretário de Segurança de São Paulo, foi o palestrante do evento

Segurança pública foi o tema do primeiro encontro temático que o PSDB-ES que aconteceu na última sexta-feira em Vitória. Para falar sobre o assunto, o partido convidou o ex-secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto, que ministrou a palestra “Segurança, direito de todos. Dever do Estado”.

Cerca de 80 pessoas compareceram ao encontro tucano, que aconteceu no Auditório 1 da Assembleia Legislativa do ES. Militantes, pré-candidatos, estudantes e autoridades policiais marcaram presença no evento e, após a palestra, puderam fazer perguntas e fazer suas considerações sobre segurança pública.

O trabalho eficiente da polícia técnico-científica e a unificação das polícias foram assuntos abordados pelo palestrante, que falou da experiência bem sucedida quando esteve à frente da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.

“A Polícia técnico-científica foi aprimorada com equipamentos de última geração, os retratos-falados são muito mais eficientes, o que facilita a identificação dos criminosos. A nossa polícia é muito bem equipada,  se não tivesse gestão e planejamento, São Paulo iria perder para o crime porque o número de ocorrências é grande”, analisou.

O presidente do PSDB-ES, deputado federal César Colnago, elogiou a palestra do procurador. “Antônio Ferreira nos falou de sua bela experiência colocando questões muito importantes. São Paulo evoluiu muito na segurança, aqui também temos que evoluir”, afirmou.

Para o ex-prefeito de Colatina Guerino Balestrassi, o debate foi instigante. “Tivemos relatos de experiências exitosas, inovações no modelo de gestão e muitas preocupações relacionadas à segurança. É um debate muito importante, pois no Brasil as estatísticas são de guerra e isso gera um sentimento de insegurança e abandono e é isso que precisa ser resolvido”.

Amigo de longa data do procurador Antônio Ferreira Pinto, o tucano Luiz Sérgio Aurich (coronel Aurich) falou da importância de levar esse tema para ser discutido com a sociedade. “Segundo pesquisas, mais de 40% das pessoas priorizam a segurança pública. E o canal para essa discussão tão importante com a sociedade tem que ser a política”, ressaltou.

“O Brasil quer mudança”, análise do ITV

ITVPesquisas de opinião divulgadas neste fim de semana revelam qual o humor atual da população brasileira em relação ao governo. Em síntese, continua muito forte o sentimento de mudança, a aprovação da gestão Dilma Rousseff está, na melhor das hipóteses, estacionada e as esperanças quanto ao futuro não são nada positivas.

 No sábado, em pesquisa publicada por O Estado de S. Paulo, o Ibope mostrou que a aprovação ao governo Dilma – ou seja, o percentual de quem considera sua gestão ótima ou boa – caiu quatro pontos e encontra-se hoje em 39%. Está, portanto, bem abaixo do recorde de 63%, verificado em março de 2013.

 Na outra ponta, ainda segundo o Ibope, hoje o percentual dos que avaliam o governo Dilma como ruim ou péssimo subiu também quatro pontos, para 24%. A máxima neste indicador também ocorreu em julho do ano passado, com 31%.

No rescaldo das movimentações de rua, a popularidade da presidente caiu à metade e desceu a 31% em julho de 2013. Resumo da ópera: passados sete meses desde os protestos, Dilma recuperou apenas oito dos 32 pontos que chegou a perder.

 O Datafolha, em pesquisa publicada ontem pela Folha de S.Paulo, também captou a mesma alta na taxa dos que consideram o governo Dilma ruim ou péssimo: a desaprovação passou de 17% em novembro para 21% agora. Ótimo e bom ficaram estacionados em 41%.

 Os movimentos ao longo dos meses são muito parecidos com os do Ibope. No Datafolha, Dilma desceu dos 65% de aprovação recorde em março para 30% no finzinho de junho do ano passado. Ou seja, nestes últimos sete meses recuperou somente 11 dos 35 pontos que perdeu desde as manifestações de rua.

Cotejadas, as duas pesquisas parecem indicar que Dilma encontra-se hoje estacionada no que pode ser o seu teto, na casa em torno dos 40% de aprovação. Interessante notar que os pontos recuperados pela presidente o foram logo após as manifestações. Desde então, houve apenas um soluço positivo – que alguns analistas chamam de “efeito Papai Noel”, em razão do clima positivo que marca as festas de fim de ano – em dezembro do ano passado e, agora, nova queda ou estagnação na aprovação.

Um primeiro aspecto a considerar é que se frustrou a previsão feita pelos gurus do marketing presidencial que disseram que, em quatro meses, Dilma estaria de volta ao patamar recorde que exibira antes das manifestações. “Ocorrerá uma antropofagia de anões. Eles vão se comer, lá embaixo, e ela, sobranceira, vai planar no Olimpo”, disse João Santana em outubro passado.

A opinião dos brasileiros também revela quão desesperançada a população está com o governo atual. O Datafolha esmiuçou o humor dos entrevistados quanto ao futuro e captou desejo de mudança em 67% deles. Apenas 26% afirmam que querem que as ações do governo continuem como estão – nem Lula as suporta mais, como mostra a Folha hoje…

A perspectiva econômica é a que inspira mais pessimismo na população. Os que não creem em melhora na sua própria situação nos próximos meses já são maioria (51% acham que continuam como estão ou pioram). Em relação à condição da economia brasileira como um todo, 27% acham que vai piorar e apenas 34% apostam que vai melhorar.

Nada menos que 59% dos entrevistados pelo Datafolha acreditam que a inflação vai aumentar, com reflexos diretos no poder de compra dos salários, que tende a cair para 31% dos entrevistados. Já 39% dos 2.614 ouvidos pelo Datafolha também creem que o desemprego no país vai aumentar.

Tais números indicam que o desalento também já vai se espraiando pela população. É o contrário do propagandeado pelo marketing oficial, segundo o qual “a economia vai mal, mas o povo vai bem”. Não surpreende que esta insatisfação ainda não se reflita nas pesquisas de intenção de voto para presidente. Afinal, o que temos hoje é apenas uma presidente candidata em campanha explícita que seus concorrentes só poderão fazer a partir de junho.

 

“Democracia à deriva”, por Aécio Neves

Coletiva do presidente nacional do PSDB, senador Aécio NevesO Brasil perdeu mais uma oportunidade histórica de se colocar à altura de seu papel de liderança no continente.  Com a crise política, econômica e social na Venezuela e a escalada crescente da violência e a ameaça real à estabilidade institucional do país, esperava-se  do governo brasileiro uma ação diplomática pró-ativa e firme, coerente com a tradição centenária do Itamaraty, pautada no respeito aos direitos humanos, à defesa da liberdade e da democracia.

Ao assinar as notas do Mercosul e do Unasul que emprestam respaldo ao presidente Nicolás Maduro, o Brasil ignora as respostas que o governo venezuelano tem dado às manifestações de protesto, com flagrante repressão contra toda e qualquer oposição ao regime e o cerceamento ostensivo à liberdade de expressão. Soma-se à vocação autoritária do chavismo uma grave instabilidade econômica, com a maior inflação da América Latina (57%) e a menor taxa de crescimento (1,1%). Arruinado pela má gestão, o país expõe seus cidadãos a uma rotina de escassez de alimentos e de energia.

No lugar de oferecer colaboração institucional para a promoção do diálogo entre as forças políticas em conflito, o Brasil submete sua política externa às conveniências ideológicas, deixando de representar os interesses permanentes do Estado brasileiro para defender o ideário do governo de plantão.

Longe de ser um fato isolado, a posição se inscreve no rol de desacertos desde que o governo impôs à atuação da Chancelaria o viés partidário.

Nunca é demais lembrar episódios como a aceitação dócil da expropriação das refinarias da Petrobras em Santa Cruz, em 2006; a deportação dos boxeadores cubanos nos Jogos Pan-Americanos de 2007 e o tratamento dado ao senador boliviano exilado na Embaixada em La Paz. Onde está a coerência com a atitude adotada na crise paraguaia, em que foi invocada a cláusula democrática do Mercosul? Por afinidades ideológicas, o Brasil está deixando de assumir suas responsabilidades internacionais também na questão dos direitos humanos.

A partidarização da política externa tem consequências também na política de comércio exterior. As crises na Venezuela e na Argentina, pela passividade da reação do Itamaraty, estão trazendo prejuízos à credibilidade do governo brasileiro e às empresas nacionais que encontram barreiras para exportar e grandes dificuldades para receber seus pagamentos.

O mundo desconfia do Brasil, e não é à toa. Pouco adianta a presidente da República reafirmar no concerto internacional a posição do Brasil como país aberto, democrático, que respeita as regras internacionais, se, na prática, damos guarida a governos autoritários que desprezam a democracia e o Estado de Direito.

Aécio: “É hora de mudar o Brasil de verdade”

aecio-neves-santos_13-300x199O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou nessaquinta-feira (20), em Santos (SP), que é hora de mudar o Brasil de verdade e que mais quatro anos de governo petista farão muito mal ao país. O tucano criticou a omissão da administração federal diante do aumento da criminalidade, o baixo investimento da gestão Dilma na saúde pública e os resultados ruins da educação brasileira em indicadores internacionais.

Aécio se encontrou, na cidade, com lideranças tucanas e de outros partidos. O senador ironizou o investimento feito pelo governo Dilma no Porto de Mariel, em Cuba. O tucano cobrou mais ações federais em infraestrutura, em especial para o Porto de Santos.

“Em seu último ano de mandato Dilma inaugurou sua grande obra. Pena que não foi no Brasil, foi em Cuba”, afirmou Aécio Neves em entrevista coletiva.

Ao lado de Aécio estavam o senador Aloysio Nunes, líder do PSDB no Senado, o deputado federal Duarte Nogueira, presidente do partido em São Paulo, o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado Samuel Moreira, o secretário estadual de Meio Ambiente, Bruno Covas, o prefeito de Botucatu, João Cury, e o presidente do Partido Solidariedade, deputado federal Paulinho da Força (SP).

Em seu discurso, Aécio contestou atos do governo federal. “Não é o Brasil que nós queremos. O Brasil está hoje no final da fila. E, se nós não reagirmos rapidamente, as principais conquistas que nos trouxeram até aqui, grande parte construídas no governo do PSDB, se perderão pela incompetência do PT. Estamos aqui para evitar que isso ocorra”, ressaltou Aécio Neves.

O encontro com as lideranças da Baixada Santista foi o último da agenda do presidente do PSDB em Santos. Antes, o senador se reuniu com o prefeito da cidade, Paulo Alexandre Barbosa, e percorreu algumas ruas do centro antigo, onde parou para conversar com moradores e fazer um lanche no tradicional Café Carioca.

Aécio lembrou que Santos foi decisiva na fundação do PSDB, porque foi nela que Mario Covas iniciou sua trajetória política. “Foi Mario Covas quem nos liderou no Congresso Nacional para que nós tivéssemos um partido longe das benesses do poder e próximo do pulsar das ruas. É esse sentimento que faz com que nós nos encontremos aqui hoje”, lembrou o presidente do PSDB.

Entrevista do presidente nacional do PSDB no Recife

aecio-neves-sorocaba-91-300x200O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu nesta sexta-feira (21) entrevista coletiva durante visita ao Recife (PE). Nela, o tucano respondeu a perguntas sobre  a reunião com lideranças do PSDB e do DEM, economia, eleições 2014, o partido presidido por ele e o PSB. A seguir, trechos da entrevista.
Sobre o encontro com lideranças do PSDB e do DEM em Pernambuco.

Falamos de política, Brasil e Pernambuco. Houve uma antecipação muito grande do processo eleitoral desde o ano passado, por ação do próprio governo. Fiz um relato aqui da situação do Brasil, tenho muita confiança de que estamos vivendo no Brasil o encerramento de um ciclo. O governo do PT falhou na condução da economia, a herança que vamos receber é de um crescimento pífio, inflação alta, descontrole das contas públicas e uma perda crescente da credibilidade do Brasil, que impacta inclusive nos investimentos que seriam absolutamente necessários para que pudéssemos estar crescendo a níveis melhores. O governo falhou na gestão do estado da infraestrutura.

Hoje, o Brasil se tornou em um grande cemitério de obras inacabadas por toda parte, inclusive aqui no estado, como [a refinaria] Abreu e Lima, a transposição do São Francisco, a Transnordestina, as hidrovias da região central. Porque o PT demonizou, na verdade, por mais de dez anos as parcerias com o setor privado, seja concessões, seja PPP. Considerava isso quase um crime de lesa-pátria. Ao final, se curva a essas parcerias, mas faz isso longe do tempo, com atraso enorme. Tenho dito sempre que o aprendizado do PT tem custado muito caro ao Brasil. Perdemos competitividade externa, o Brasil é hoje um país muito pouco competitivo. O governo do PT optou por um alinhamento ideológico, inclusive na região, com resultados muito ruins para o Brasil em todas as áreas. Somos a sétima economia do mundo, mas apenas o 25º país exportador, porque o Brasil não está conectado nas cadeias globais de produção, por uma visão equivocada do governo, e exatamente pelo custo Brasil e ausência de investimentos planejados em infraestrutura.

No campo social, a criminalidade cresce no Brasil inteiro com uma omissão permanente do governo federal, uma omissão quase que criminosa do governo federal. 87% de tudo que se gasta em segurança pública no Brasil hoje vêm de estados e municípios, apenas 13% da União, que tem a responsabilidade do controle de fronteiras, tráfico de drogas, que está na matriz principal do aumento da criminalidade, tráfico de armas, tudo isso é responsabilidade do governo federal, que concentra mais de 60% da arrecadação e participa com 13% do investimento em segurança. Na saúde, uma outra tragédia nacional, há onze anos, em 2002, quando deixamos o governo, 56% do conjunto de investimento em saúde pública eram da União. Hoje, são 45%. Quem paga a conta? Municípios, principalmente, e estados, em parte. Precisamos fazer um esforço para a refundação da Federação no Brasil.

O PSDB está se preparando para esse grande debate, um debate nacional. Não é o projeto de um partido político, estamos discutindo o projeto de um país. Mais quatro anos de governo do PT farão imensamente mal ao Brasil. então, vim aqui me reunir com os companheiros de Pernambuco, faço uma visita de caráter pessoal ao governador Eduardo e estamos andando pelo Brasil. Ontem, tivemos mais um evento grande no interior de São Paulo, na Baixada Santista. Fizemos o lançamento da pré-candidatura do PSDB ao governo do meu estado, de Minas Gerais. Queremos isso, um debate franco, amplo, sobre todas as questões e estamos preparados para debater com o governo em cada um dos campos onde esse debate for necessário.

Sobre a situação econômica do país

Todos os indicadores econômicos são preocupantes. O Brasil comemora muito hoje os índices de desemprego, que são baixos. Isso é muito positivo, mas não podemos perder de vista que o Brasil está se transformando no país no pleno emprego de dois salários mínimos. Onde isso vai nos levar? Temos que planejar investimentos em inovação, em competitividade para recuperarmos o poder da indústria brasileira, indústria de manufaturados. Voltamos a ser o que éramos na década de 50 do século passado: exportador de commodities, de matéria prima. Então, o governo comemora esses indicadores de empregabilidade que não são suficientes para o Brasil dar um salto na vida das pessoas. Então, esta é uma discussão que vamos tratar.

A deterioração dos indicadores econômicos é clara. O governo usa de artifícios que já se estabeleceu chamar de contabilidade criativa para mascarar o seu fracasso. O resultado da balança comercial é o pior em 13 anos. E só foi positivo por que exportaram, entre aspas, plataformas de petróleo que nunca saíram do Brasil. Cerca de R$ 7 bilhões contabilizados como exportação para um saldo final de US$ 2,5 bilhões. A nossa dívida bruta vem aumentando fortemente. O BNDES é hoje uma grande caixa preta que privilegia alguns amigos do rei ou da rainha em detrimento do conjunto da economia. A Petrobras hoje é empresa não financeira mais endividada do mundo. Ela perdeu simplesmente 85% do seu valor de mercado em quatro anos. Isso não é brincadeira. A Eletrobras que era uma empresa superavitária, depois do intervencionismo irresponsável do governo comandado pela presidente da República hoje é uma empresa que precisa ir ao BNDES para obter recurso para capital de giro. Esse populismo do governo tem trazido danos enormes ao Brasil.

Então, em todas as áreas, o governo deve ao Brasil. O que quero dizer hoje como presidente do maior partido de oposição é que estamos prontos para o enfrentamento, vamos fazer isso em altíssimo nível, mas vamos ter oportunidade de dizer aos brasileiros que o PT precisa encerrar esse ciclo para iniciarmos outro que seja ético do ponto de vista do comportamento e eficiente do ponto da gestão pública.

Sobre a relação com o PSB nacionalmente

Desde o início dessa discussão, vamos chamar, eleitoral, no início do ano passado, sempre estimulamos que outras forças políticas pudessem entrar no jogo. O próprio governador Eduardo, a própria Marina, nós, inclusive, congressualmente, atuamos juntos com o PSB para impedir as manobras do PT para inviabilizar o partido da Marina, que acabou não se realizado, não se viabilizando. O PT, na verdade, é que sempre quis uma polarização. O PT fez o que pode fazer para inviabilizar a candidatura de Eduardo, sufocando alguns dos seus aliados e conseguindo, no caso do Ceará, especificamente, atrair para o seu campo, e tentou inviabilizar de todas as formas o partido da Marina.

Vejo como positiva a vinda para o campo oposicionista de atores políticos que em um passado não muito remoto atuavam no campo governista. O próprio governador Eduardo, a própria ex-ministra Marina. Então, acho que é positivo para o debate essa candidatura, a candidatura do Eduardo, como a candidatura do Randolfe que se apresenta também, através do PSOL.

Nós do PSDB não tememos essa discussão. E eu acho que todos que se colocarem na disputa, naturalmente, terão discurso de oposição ao governo, porque se fosse de apoio ao governo estariam apoiando a atual candidata. Então, acho que o caminho natural é uma migração desse discurso, que antes era de apoio ao governo para um discurso oposicionista.

O que pretendo manter em relação ao governador Eduardo é uma relação de absoluto respeito, tenho com ele uma relação pessoal que já beira os 30 anos. Acho, repito, positiva para o debate a sua candidatura. E vamos fazer em altíssimo nível. Ele tem toda a condição de ser competitivo, de chegar lá em condições de competitividade.

Agora, eu posso dizer que tenho uma expectativa que possamos, em um eventual segundo turno, estarmos juntos. Porque ambos temos em comum o sentimento de que o governo do PT faz muito mal ao Brasil.

Sobre alianças regionais com o PSB

Essas alianças estaduais seguem uma lógica de muita naturalidade. Não é algo imposto. “Vamos fazer uma aliança aqui.” Mas onde estivemos juntos durante dez anos não há porque não estarmos juntos agora na campanha eleitoral, a começar pelo meu estado onde há uma aliança, e ontem o PSB de Minas Gerais esteve presente no ato de lançamento da pré-candidatura do PSDB declarando ali o seu apoio. Acho que a convivência harmoniosa entre nós existirá no Brasil inteiro, mas calculo que talvez em oito a dez estados o palanque pode ser o mesmo.

Sobre uma possível aliança com o PSB em Pernambuco

O governador Eduardo está fazendo o que deve fazer, construindo aqui o seu palanque. A decisão do PSDB será tomada pela instância estadual do partido, em razão também das suas prioridades do ponto de vista de eleições de parlamentares. Não vou influenciar nessa decisão. E acho absolutamente natural que o governador lance o seu candidato, como eu ontem. O que posso dizer é que em Minas, ontem, o PSB formalizou o apoio à pré-candidatura do PSDB.

Vejo que tem setores aqui do PSDB – não quero avançar o sinal, porque não tomaram essa decisão formal –, mas existem setores do PSDB que tem aqui uma relação com o governador Eduardo. Não haverá da nossa parte qualquer impedimento ou qualquer ação da direção nacional que impeça essa manifestação do partido. Tenho aqui um extraordinário companheiro, queria frisar isso, que está se recuperando de problemas de saúde que é o Sérgio Guerra, que vai estar comandando este processo como sempre fez. O Sérgio é uma das lideranças nacionais mais importantes do PSDB, meu companheiro de direção partidária, preside o Instituto Teotônio Vilela, eu presido o partido, e estamos afinadíssimos. E o Sérgio, que esperamos possa estar se recuperando rapidamente, vai saber conduzir da melhor forma, ao lado dos nossos deputados, esse processo.

Colnago apresenta projeto para acabar com restrição de acesso à mamografia no SUS

cesar-colnago-foto-alexssandro-loyola-300x200O deputado federal César Colnago (PSDB-ES) criticou a portaria do Ministério da Saúde que prioriza os exames de mamografia para mulheres na rede pública apenas a partir dos 50 anos. O tucano apresentou Projeto de Decreto legislativo (PDC) no intuito de sustar a decisão do governo que diminui os repasses para a realização de mamografias ao excluir o direito à mamografia bilateral para mulheres entre 40 e 49 anos.

Em plenário, Colnago manifestou sua indignação com a portaria editada ainda na gestão do ex-ministro Alexandre Padilha. Conforme ressaltou, a decisão vai contra a legislação, que garante o acesso a esse tipo de exames por parte de mulheres a partir dos 40 anos. O tucano lembra que, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia,25% dos casos de câncer de mama no Brasil são detectados em mulheres entre 40 e 50 anos.

“Imaginem quantas mulheres condenadas à morte, quantas mulheres não terão o diagnóstico precoce para salvar suas vidas?”, alertou o deputado, que é médico. Para ele, o ato foi agressivo e desrespeitoso com as mulheres. “Por isso, entrei com um projeto de decreto legislativo para que possamos rever essa portaria, rever essa posição do governo, porque ela é sem pé e sem cabeça”, afirmou, ao lembrar que com a atitude o governo pretende “reduzir gastos”.

Do Portal do PSDB na Câmara