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Inflação não dará trégua até 2019

Inflacao-Agencia-BrasilInflação alta e recessão profunda. Essa é a previsão para o próximo ano, segundo especialistas da área econômica.  O Banco Central (BC) viu, pela primeira vez, as projeções de inflação do mercado para 2016 superarem o teto da meta, de 6,5%. Dados do boletim Focus apontam que a mediana das expectativas de analistas de mercado para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegou a 6,64% e que o PIB sofrerá queda de 2,01% no próximo ano.

Caso essas previsões se concretizem, a economia do país completará dois anos de retração profunda e inflação alta. As projeções dos analistas para o PIB de 2015 apontaram um encolhimento de 3,2% e uma alta do IPCA de 10,33%, conforme matéria publicada nesta terça-feira (24) pelo jornal Correio Braziliense.

Os analistas ainda estimaram que inflação não dará trégua até o fim do governo Dilma Rousseff. Analistas apontaram que a carestia atingirá 5,1% em 2017, 5% em 2018 e só chegará ao centro da meta, de 4,5%, em 2019. A Taxa Básica de Juros (Selic) não ficou fora dessa. A estimativa para o mesmo período é de que ela não deve ficar inferior à dois dígitos. Os analistas consultados pela autoridade monetária projetaram que a Selic terminará o ano em 14,25% e diminuirá para 13,75% em 2016.

Para o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, a deterioração do PIB e o aumento do IPCA estão ligados à crise política, ao encarecimento do dólar e aos aumentos nominais da renda dos trabalhadores. Ele acrescentou a disputa entre governo e parlamentares prejudica a aprovação de medidas para reequilibrar as contas públicas.

O professor da Universidade de Brasília (UnB) e também economista Newton Marques, segue a mesma linha de pensamento e diz enquanto o governo for refém do Congresso Nacional para aprovar o ajuste fiscal, as expectativas dos analistas continuarão a piorar.

 

Tragédias, por Luiz Paulo Vellozo Lucas

Luiz-Paulo-Foto-George-Gianni-PSDB-2A lista de tragédias que assistimos nesse breve período do século XXI deixa a quase todos nós atônitos. São terremotos, maremotos, tsunamis, ataques terroristas e outros mais.

Como não lembrar do Haiti e a devastação sofrida pelo país em 2010 com seus 250 mil mortos, 1,5 milhão de desabrigados e um grau de destruição – num país já muito pobre e instável – inaudito. Nesse terremoto, inclusive, perdemos a grande brasileira Zilda Arns.

Como não lembrar o terremoto, seguido de tsunami, que varreu o Japão em 2011 e, não bastasse, ainda provocou grande acidente nuclear.

Como não lembrar o terremoto, também seguido de tsunami, que no dia de Natal de 2004, abalou o Oceano Índico e castigou as suas regiões costeiras provocando mais de 230 mil mortes, além de imensa destruição.

Nos ataques terroristas podemos lembrar dos mais conhecidos, EUA em 2001, Espanha em 2004, Londres em 2005, Paris em janeiro de 2015 e agora em novembro. Mas não deveríamos esquecer, entre tantos outros, o assassinato de duas mil pessoas na cidade de Baga (Nigéria) pelos terroristas do Boko Haram.

Na lista das tragédias não podemos deixar de lembrar a mais recente que começou em Mariana (MG) e já atinge o Espírito Santo. A devastação humana, ambiental e física provocada pelo rompimento da barragem da Samarco ainda não teve toda a sua dimensão avaliada. Estamos, apenas, no início da compreensão das consequências da situação. Nesse momento, devemos, por certo buscar aliviar a situação dos milhares de afetados – direta ou indiretamente – pela tragédia, descobrir como tão grave acidente pode acontecer e tomar as providências para a punição dos culpados e para que fatos como esse não ocorram novamente.

Tragédias são tragédias, em qualquer tempo ou lugar, não é uma questão de quantidade. É uma questão de como se deu o evento e das consequências que provocou, da dor e destruição que causou.

Nessa lista de alguns eventos traumáticos do século XXI – que com certeza está incompleta, não sendo nem de longe meu objetivos apontar as “tragédias mais trágicas”, seja qual critério for usado – queria apenas lembrar que são muitos os eventos, mais próximos ou distantes de nós, que por diversas razões nos tocam mais ou menos profundamente, mas devemos em todas, penso eu, mostrar a característica que nos faz muito humanos que é a solidariedade.

Difícil num momento como esse poupar adjetivos. A dor das pessoas e famílias vitimadas por essas tragédias, como humanos que somos, se transforma em nossa dor. A estupidez dos atos terroristas bate também em nossa cara, cidadãos do mundo que somos. A força da destruição humana e ambiental em Mariana choca nossos sentidos, brasileiros que somos. A necessidade de responder aos atos se torna também nossa, defensores da vida, da civilização, da democracia e das liberdades que somos.

Luiz Paulo Vellozo Lucas, ex-presidente nacional do Instituto Teotônio Vilela e dirigente do PSDB ES

“Mulher preta”, por Aécio Neves

aecio-neves-foto-george-gianni-2-300x200Publicado na Folha de S. Paulo – 23/11/2015

Em razão do Dia da Consciência Negra, abro hoje a coluna para a desembargadora baiana Luislinda Valois, uma aguerrida brasileira na luta pela igualdade racial:

“A mulher preta brasileira é uma criatura eminentemente resiliente. Eu sou.

É uma mulher apequenada pelo desemprego, pela falta de moradia, pela fome que assola o seu habitat. Que mesmo tendo frequentado escola e universidade, e de lá saído graduada para uma profissão, não é outra mulher. É a mulher preta que sofre o assedio moral, a violência e a discriminação na sala de aula, no médico, no metrô, no escritório.

*Clique aqui para ler o artigo na íntegra.

PSDB e ITV discutem caminhos para o meio ambiente e a sustentabilidade em São Paulo

img_6813São Paulo (SP) – O PSDB e o Instituto Teotônio Vilela (ITV) promoveram, nesta segunda-feira (23/11) na capital paulista, o seminário “Caminhos para o Brasil – Meio Ambiente e Sustentabilidade. O evento, que integra as comemorações de 20 anos do ITV, contou com a participação do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, do presidente do ITV, José Aníbal, e do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso.

Além dos palestrantes e de diversas lideranças do setor ambiental, também participaram das discussões o governador de São Paulo Geraldo Alckmin, o ex-deputado Eduardo Jorge, que foi candidato à presidência da República pelo PV, os senadores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e Antonio Imbassahy (PSDB-BA), o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues e o ex-ministro do Meio Ambiente José Carlos Carvalho.

O presidente do ITV, José Aníbal, avaliou que os seminários promovidos pelo instituto têm o propósito de conversar com a sociedade, não só com os partidos políticos. “Estamos fazendo uma jornada de reflexão. Precisamos pensar o Brasil e o mundo”, afirmou.

Ele lembrou um artigo escrito pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que estabelecia a questão ambiental como a maior ameaça para o planeta. “O terrorismo não destruirá a nossa civilização, mas o aquecimento global pode”, considerou Aníbal.

Para o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, o governo federal deve tratar a questão sustentável acima das tensões políticas. “Esse é sim um tema que deve unir o Brasil”, disse. Ele lembrou a tragédia social e ambiental causada pelo rompimento de duas barragens em Mariana (MG), que danificou ecossistemas e deixou milhares de pessoas sem casa e sem água.

“O que nós estamos vendo nessas áreas é uma tragédia cotidiana. Além dos problemas ambientais, o problema social é também de enorme dimensão. Um novo ciclo econômico deveria ser iniciado para substituir a atividade de mineração nessas regiões”, destacou.

Matriz energética

Já o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fez um alerta: as políticas energéticas brasileiras precisam de uma revisão. O” Brasil apostou muito da sua matriz energética no combustível fóssil, enquanto outros países marcharam em outra direção, mais sustentável”, disse.

Para ele, o Brasil precisa de um desenvolvimento que seja compatível com o meio ambiente e a natureza. “O país não conseguirá dar um passo definitivo nessa questão se não houver bastante pressão da sociedade”, salientou.

As boas iniciativas no setor também foram lembradas, pelo governador de São Paulo Geraldo Alckmin. Ele destacou políticas desenvolvidas pelo Estado, como um protocolo que será apresentado na Conferência sobre o Clima de Paris, a COP 21, em que grandes empresas se comprometem a reduzir as emissões de gás de efeito estufa. São Paulo foi o primeiro estado no país a implantar um programa de trabalho com as mudanças climáticas, o Proclima.

 

“Sim, estão postas as condições para o impeachment”, por Bruno Araújo

22570182380_de25ea8754_kHá elementos de sobra para que a presidente Dilma Rousseff sofra um processo de impeachment. No caso brasileiro, para um presidente ser democraticamente removido do cargo são exigidos no mínimo três requisitos: a vontade popular, a falta de condições políticas e, finalmente, a existência de grave desrespeito à legislação em vigor. Esses elementos já estavam presentes em 1992, ano do impeachment do presidente Collor, e se repetem atualmente.

Em primeiro lugar, de acordo com as últimas pesquisas, chega a 60% o percentual de brasileiros que exige o afastamento da presidente. Revoltaram-se com as mentiras de campanha e sentem na pele a crise econômica e social provocada pelo seu governo. Em segundo lugar, está a frágil sustentação política. Mesmo com todo o “toma lá da cá” e uma relação essencialmente fisiológica com o Legislativo, a presidente não tem base de apoio suficiente para liderar as mudanças que o Brasil precisa.

Por fim, a questão da desobediência da lei. Sob o comando de Dilma, o Brasil foi vítima da maior fraude contábil de sua história: as pedaladas fiscais. Como concluiu o Tribunal de Contas da União, a gestão petista tentou esconder um rombo nas contas públicas na ordem de R$ 50 bilhões. Bancos públicos emprestaram recursos ao seu controlador, o governo, infringindo frontalmente a legislação. Além disso, sem autorização do Congresso, a presidente assinou decretos de suplementação orçamentária para ampliar os gastos – o que é uma afronta à Constituição Federal.

Com as finanças adulteradas, mantiveram o país funcionando artificialmente até vencerem as eleições. Agora, com o rombo descoberto, todos nós pagamos a conta da crise. O déficit chega a R$ 120 bilhões este ano. Não obstante tudo isso, a Justiça Federal de Curitiba informa que milhões de Reais desviados da Petrobras abasteceram “oficialmente” a campanha da presidente.

O governo nem nega a ocorrência das pedaladas. Apenas se refugia em interpretações enviesadas da Constituição no sentido de que a presidente não poderia ser punida por crimes cometidos no seu primeiro mandato. Essa interpretação valeria para antes do instituto da reeleição e não no atual momento. Por esta visão equivocada, pode-se praticar ilícitos no primeiro mandato com o objetivo de alcançar a reeleição, e a posse no segundo mandato blindaria o eleito de qualquer investigação. Não é esse o propósito da lei.

Mas os delitos da presidente continuaram no segundo mandato. Neste ano, permaneceram as operações de empréstimos ilegais, as pedaladas, bem como novos decretos de suplementação orçamentária sem autorização, sobrepondo o Congresso Nacional.

Como se vê, os elementos e comprovações para que ocorra o impeachment de Dilma são mais que suficientes. A partir da percepção de ilegitimidade dos brasileiros em relação ao seu segundo mandato, e com o agravamento da crise política e econômica, o seu afastamento seria a melhor solução para retomar a esperança e a auto-estima da população.

Secretário-geral do PSDB, Silvio Torres, cumpre agenda no Espírito Santo com vistas à 2016

silviotorresCom 702 prefeituras no Brasil, tucanos almejam dobrar a meta e estados são fundamentais para o projeto

De olho nas eleições municipais de 2016, o secretário-geral do PSDB, deputado Silvio Torres (SP), chega hoje (23) ao Espírito Santo, para definir estratégias e os preparativos das candidaturas dos tucanos capixabas. 

“Essa viagem tem como objetivo discutir ações específicas para o fortalecimento da sigla no Espírito Santo, com uma forte estratégia de interiorização e de crescimento. Somos o partido que mais cresce em filiações no Brasil e precisamos corresponder de forma concreta, com propostas claras para tirar o país dessa crise e dar uma resposta à população que confia no PSDB”, destaca.

Ao lado do deputado federal Max Filho e do presidente do diretório, Jarbas Ribeiro de Assis, o secretário-geral participa, às 19:30h, de uma reunião com representantes dos diretórios do estado, em Vila Velha. A pauta será o cenário político e planejamento de cada município para o próximo ano.

Para o presidente Estadual Jarbas Ribeiro de Assis Junior “a vinda do Silvio ao Espírito Santo demonstra a importância do fortalecimento das candidaturas nos municípios capixabas. Teremos 40 pré-candidaturas e esperamos eleger pelo menos 16 prefeitos e 100 vereadores”destacou Jarbas.

A Executiva Nacional do PSDB espera concluir, em dezembro, o relatório que definirá as estratégias nas eleições municipais de 2016 em 273 municípios do Brasil, com mais de 100 mil eleitores ou emissoras de TV geradoras.

Informações adicionais:

Rafael Aquino
Assessoria de Comunicação PSDB ES

Amandda Souza
Assessoria de imprensa Deputado federal Silvio Torres

 

O Negro e o Inconsciente Nacional, por Ruy Marcos Gonçalves

 

IMG_0176Mais um dia 20 de novembro e multiplicaram-se as manifestações contra o racismo e a discriminação. Vindas de todos os lados e matizes ideológicos ou não, o tema é sempre tratado com muito “cuidado” entre brasileiros impregnados pela tese da democracia racial.

Ao longo de séculos, depois de um período escravocrata dos mais sanguinários do mundo, sempre foi possível ver a sociedade a partir de seus líderes, resignadamente se furtarem a debater a discriminação racial, ao passo que ficava cada vez mais evidente a exclusão do negro.

Quando falo de exclusão, é bom que se diga que o termo é muito mais amplo que possa parecer. Estamos aqui falando de acesso ao poder. Ocupação de espaços de comando. Representação política. Presença nas universidades. Enfim, percebe-se que o negro está ausente das posições de mando e comando nesse país onde ele representa cerca de 57% da população.

Mas não vou aqui repetir números já batidos como assassinato de mulheres em sua maioria negras, que o ES conhece muito bem ou então da população carcerária majoritariamente negra e mesmo do assassinato de jovens em sua maioria também negros. Quero chamar a atenção para as doces formas usadas pela sociedade brasileira na tentativa de minimizar e mesmo esconder, na maior parte das vezes quase que inconscientemente, a discriminação racial tão presente entre nós.

Referir-se a um indivíduo a partir da descrição de sua raça, no caso do negro, sempre foi evitado. Absurdamente, a sociedade passou a buscar “eufemismos” para substituir aquela palavra que entendiam, desqualificavam o indivíduo. Em lugar do uso da palavra negro, termos como moreno, marronzinho, de cor, queimado de praia, moreninho, escurinho e outras do gênero passaram a ser usadas.

Neste dia da Consciência Negra – 20 de Novembro – mais que lutar contra o racismo e a discriminação, precisamos provocar a reflexão de todos os brasileiros. Precisamos sair desta postura tipo avestruz onde colocar a cabeça no buraco parece ser a melhor forma de fugir da tempestade de areia. Evitar o debate não elimina a existência do conflito, muito menos da pratica excludente onde o afrodescendente é a principal vítima.

Políticas afirmativas compensatórias. Este certamente é o caminho para que mudanças possam ocorrer. A principal delas na Educação onde nossas crianças precisam aprender a viver e conviver com os diferentes. E isso começa com a eliminação de conceitos ultrapassados por seu equívoco histórico. Recontar a história brasileira sob a ótica do negro pode ser o começo. Isso poderia trazer algumas surpresas como a descoberta de um Machado de Assis negro, de um Duque de Caxias não tão herói assim e a eliminação de nosso vocabulário de palavras como denegrir.

Que venha o debate e com ele a ação. Mudar é preciso!

Ruy Marcos Gonçalves é membro da Executiva Estadual do PSDB

 

 

Vereador Cimá Fubá realiza evento de prestação de contas neste sábado (21)

cima recortado- pO vereador Jocimar Rodrigues Santana, Cimá Fubá, do município de Marilândia realiza neste sábado (21), a partir das 8:30 horas, evento de prestação de contas de seu mandato. Autoridades, lideranças, militantes, e filiados confirmaram presença no encontro.

Cima está em seu primeiro mandato em Marilândia, ocupa o cargo de 1° secretario na mesa diretora, e é o presidente municipal do PSDB, além de ser secretario da juventude tucana na região noroeste.

Evangélico, a prestação de contas do vereador tem como tema “Até aqui nos ajudou o Senhor”. Cimá comemora a experiência positiva constituída com uma atuação propositiva, visitando comunidades e entidade. Por suas indicações, mais de R$ 900 mil reais de recursos investidos na cidade e mais de R$ 2,5 milhões solicitados para deputados estaduais, federais e senadores para que disponibilizem emendas parlamentares para investimentos e compra de equipamentos para a cidade.

Com voz ativa na Câmara Municipal de Marilândia, Cimá é autor de 19 projetos de leis, 33 indicações ao poder executivo. Na ocasião, será apresentado informativo de sua atuação no município.

Serviço

Prestação de Contas Vereador Cimá Fubá

Data: 21 de novembro (sábado)
Local: Câmara de Vereadores de Marilândia
Horário: 08:30 horas

“A centenária luta dos negros: é preciso continuar”, por Juvenal Araújo

juvenal-araujo-tucanafro-300x200“Negro não nasceu pra ser escravo, negro não nasceu pra ter senhor”! Ouvi essa frase como refrão marcante de uma música em uma roda de capoeira. A primeira vez que a ouvi, era Fuzileiro Naval do 1º Distrito Naval da Marinha, situado na Praça Mauá, no Rio de Janeiro. As rodas de capoeira sempre me fascinaram. Primeiro, porque enfrenta as leis da física e os limites do corpo com a performance malabares dos seus jogadores, ritmicamente marcadas; e segundo — e para mim o mais importante — porque é a perpetuação, centenas de anos depois, da primeira manifestação de luta e resistência contra a escravidão e subjulgo dos negros. Agora em novembro, mês da Consciência Negra, período em que seguimentos organizados da sociedade se propõe refletir a situação do racismo no país, veremos que a situação do negro remonta muito da violência do período imperial, quando não nos era reconhecida a condição humana, animalizam-nos, e nossa vida não tinha muito valor.

E é recorrendo a um clichê, o que diz que “frente aos fatos não há argumentos”, que exemplifico com números o genocídio (emprego o termo sem medo de incorrer em arroubos retóricos) a qual comunidade negra brasileira está submetida.

Começando pela pesquisa mais recente, a do aumento do número de homicídio de mulheres negras. No documento, registra-se com todas as letras que “as taxas de homicídios da população branca tendem, historicamente, a cair enquanto aumentam as taxas de mortalidade entre os negros”. Assim, ao analisar a violência contra as mulheres, mostra que o número de homicídios de mulheres brancas caiu de 1.747 vítimas, em 2003, para 1.576, em 2013. Uma queda de 9,8% no total de homicídios do período.

Já os homicídios de mulheres negras, entretanto, aumentaram 54,2% no mesmo período, passando de 1.864 para 2.875 vítimas.

O estudo foi elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), com o apoio três entidades da Organização das Nações Unidas (ONU).

Paralelamente, o Mapa da Violência Contra Jovens 2015,— ainda que em sua versão preliminar — já mostra números “genocídios” contra os jovens negros. Na faixa de 0 a 17 anos de idade, morreram vítimas de homicídio 1.127 “crianças e adolescentes brancos, e 4.064 negros”. Nesse total, ao refinar a análise, com a idade entre 16 e 17 anos, foram mortos 703 brancos (62,4%), e 2.737 negros (67,3%).

Fazendo a equivalência desses números a grupos de 100 mil habitantes, quando observasse os adolescentes de 16 e 17 anos, a taxa de homicídios de brancos foi de 24,2 por 100 mil. Já a taxa de adolescentes negros foi de 66,3 em 100 mil. “A vitimização, neste caso, foi de 173,6%. Proporcionalmente, morreram quase três vezes mais negros que brancos”, assinala o estudo.

Pra realçar ainda mais esse “quadro macabro”, a Pesquisa de Violência por Morte Matadas por Arma de Fogo, ressalta “que em todas as categorias de raça/cor, os homicídios são a forma quase exclusiva de utilização das Armas de Fogo”. Para os negros, porém, esse fato adquire sua máxima expressão: 95,6% de suas vítimas de bala foram assassinados, fato que se repete em maior número entre os jovens negros.

Entre os 28.946 negros mortos por arma de fogo, em 2012, 95,6% foram por homicídio. Suicídios e acidentes também entram na classificação de morte por armas de fogo.

A população branca, cujas mortes por arma de fogo totalizaram no mesmo período 10.632 — quase um terço do total de negros menor — 90,9% foi por homicídio. Em suma, morreram duas vezes e meia mais negros do que brancos por arma de fogo.

Esse drama foi constatado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Violência Contra Jovens Negros e Pobres. Presidida por um parlamentar do PT, o seu relatório final, entregue no dia 15 de julho, em nada sensibilizou a presidente Dilma Rousseff, quando anunciou, em outubro, o rebaixamento do status ministerial da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR),
A remoção do status de ministério da SEPPIR, simbólico para 97 milhões de brasileiros que se declararam pardos ou negros, foi o ponto alto do desmonte do Programa de Enfrentamento ao Racismo e Promoção da Igualdade Racial. Nos últimos anos houve uma redução sistemática do orçamento destinado à Seppir. Em 2012, foram orçados 105,5 milhões. Em 2013 o valor caiu para R$ 76,1 milhões e, em 2014, desceu para R$ 64,8 milhões. Seguindo a mesma lógica, e potencializado pelos cortes orçamentários feitos pelo governo, a SEPPIR, para 2015, teve apenas R$ 28 milhões.

Após a subordinação do Seppir a outro ministério, a imprensa apurou que o governo federal gastará em 2016 mais com cafezinho nos ministérios e na Presidência da República, que com o Programa de Enfrentamento ao Racismo e Promoção da Igualdade Racial. Serão gastos até 2016 cerca de R$ 81,4 milhões em contratos com o cafezinho.

Assim, consciência, enquanto percepção dos estímulos a sua volta e que confirmam a existência humana, é o que todos devem ter com relação ao negro brasileiro.

Max Filho denuncia manobra para proteger empresas responsáveis pelo desastre no Rio Doce

maxO deputado Max Filho denunciou, nesta quinta-feira (19/11), em pronunciamento no Plenário da Câmara, que o Decreto 8.572, editado no último dia 13 pela presidente Dilma Rousseff, abre brechas para livrar a Vale e a Samarco de responsabilidade pelo desastre ambiental provocado pelo rompimento de duas barreiras de contenção no município de Mariana, em Minas.

“Quero aqui fazer repúdio a um decreto da presidente Dilma que tratou o assunto como desastre natural, abrindo brechas jurídicas às empresas que provocaram desastre ambiental no Rio Doce e toda a região do Vale do Rio Doce”, afirmou.

Com esse decreto, a presidente da República alterou o Decreto 5.113, de 2004, para considerar “como natural o desastre decorrente do rompimento ou colapso de barragens que ocasione movimento de massa, com danos a unidades residenciais”.

Para Max Filho, o acidente de Mariana, que inundou o Rio Doce de lama com metais pesados, “não foi uma fatalidade”. Ele lembrou que, em 1984, o poeta Carlos Drumond de Andrade já denunciava os efeitos perversos da mineração Vale, num poema intitulado “Lira Itabirana”.

“Estamos diante do maior desastre ambiental, consequência de crime ambiental cometido contra a nação brasileira”, disse Max Filho. Como rompimento das barragens, a lama desceu pelo Rio Doce, causando uma total devastação ao longo de seu leito. A enxurrada venenosa deve chegar ao Oceano Atlântico nos próximos dias, o que aumenta a apreensão com a possibilidade de ampliação do desastre ambiental. No Rio Doce, a lama matou peixes e destruiu a vida de espécies aquáticas.

Com a contaminação do rio, o fornecimento de água nas cidades vizinhas ao Rio Doce teve que ser suspenso, num grave transtorno para a população. Max Filho fez um apelo ao governo para que mantenha a população informada sobre a qualidade da água.