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“O petróleo e as moedas imaginárias”, por José Serra

serraO traço mais preocupante do governo Dilma não é o de cometer erros em série: é o de querer preservá-los com a paixão que um entomologista dedica à sua coleção de besouros mortos. Confirma esse juízo a declaração do ministro da Educação, feita por vídeo no Facebook, de que meu projeto sobre o pré-sal retiraria recursos da área.

A Petrobrás foi quase arruinada pelas administrações petistas, apesar da competência de seus técnicos, da sua liderança na exploração em águas profundas e da notável riqueza contida no pré-sal. No duelo titânico que infelicitou a empresa, a péssima gestão conseguiu superar as lambanças. As perdas com o controle oportunista de preços e os projetos aloprados das novas refinarias chegam a R$ 140 bilhões. Como eu disse no plenário do Senado: recuperar a Petrobras é hoje uma tarefa patriótica.

A dívida da companhia é de R$ 340 por barril de petróleo produzido, enquanto a média das grandes petroleiras mundiais é de R$ 60. Entre 1997 e 2010, sob o regime de concessão introduzido no governo FHC, a produção da Petrobras cresceu 2,5 vezes, de 800 mil para 2 milhões de barris/dia. Desde 2010, quando foi aprovado o regime de partilha, o aumento foi de pífios 18%, apesar de a companhia ter recebido a maior capitalização da história e ter contraído uma dívida equivalente a 5 vezes a sua geração anual de caixa, índice insustentável pelos padrões internacionais. À atual diretoria não restou senão promover imensos cortes nos investimentos e reduzir em 1/3 a meta de produção para 2020!

É triste que o óleo do pré-sal continue adormecido por mais algumas eras geológicas, enquanto o desemprego e o subemprego avançam em ritmo galopante no Brasil. Em anos recentes, a indústria do petróleo respondia por 13% do PIB! Imagine-se o efeito devastador da crise do setor nos estados e municípios diretamente ligados à extração do produto.

Por isso tudo, para ajudar a recuperação da Petrobras, atrair investimentos para o pré-sal e reanimar um foco poderoso de dinamização do conjunto da economia, apresentei um PL, projeto de lei, logo no início do meu mandato. Sua configuração é singela: remove a obrigatoriedade – só isso – de a Petrobras ser a operadora única do pré-sal e bancar no mínimo 30% de todos os investimentos nessa área. São encargos que a empresa não suporta no estado em que foi deixada pelos governos Lula-Dilma.

Mas o fato é que dirigentes petistas mostraram uma vontade primitiva de atacar o projeto, de forma radical. Afirmaram até que o PL alteraria os critérios de conteúdo nacional dos insumos e equipamentos da industria de petróleo bem como o modelo de partilha e as regras de distribuição de royalties, do Fundo Social e da parcela destinada à educação! Tudo falso! A maior densidade de mentiras já proferidas por centímetro escrito de um projeto de lei.

Mais ainda: omitiram que o PL não retira da companhia a faculdade de participar, quando e como quiser, da exploração do pré-sal. Livra-a, portanto, de um ônus sem lhe retirar qualquer bônus. Bônus? Claro que sim: permanece inalterado o art. 12 da Lei nº 12.351, que dá ao chefe do Executivo a prerrogativa de conceder à companhia – sem licitação e por decreto – a exploração integral de qualquer campo, se for do interesse nacional. Se um novo Kuwait for descoberto hoje no pré-sal, a exploração poderá ser concedida amanhã, diretamente à Petrobras.

O governo escamoteia também o fato de que outra empresa estatal, a Pré-Sal Petróleo S/A, tem presença obrigatória em todos os consórcios. Essa empresa deve, entre outras atribuições: “avaliar, técnica e economicamente, os planos de exploração e monitorar e auditar a execução de projetos de exploração e dos custos e investimentos relacionados aos contratos de partilha de produção”. Alguém acha isso pouco? Lembre então do peso da ANP – Agência Nacional do Petróleo, que permanece intacto.

O último espantalho foi brandido – vejam só – pelo Ministro da Educação. Se nada sabia sobre o tema, cabia estudá-lo antes de lecionar a respeito. Alegou, sem qualquer fundamento técnico, que o meu projeto “faz com que 75% dos royalties que iam para educação deixem de ir para este tão nobre fim”. É mesmo? Como? O único campo do pré-sal já licitado pelo método da partilha é o de Libra, cujo operador único é a Petrobrás, dentro das regras atuais. Mas como ela não terá nenhuma condição de investir em novos campos nos próximos anos, não teremos aumentos de produção nem , por consequência, de royalities e outras receitas para a área social.

Circula ainda uma versão pretensamente sofisticada desses disparates. Afirma-se que o custo de produção da Petrobras é sempre mais baixo do que o das outras petroleiras. Por isso, a parcela da educação no Fundo Social seria maior se a exploração ficasse exclusivamente com a nossa estatal, já que a receita do Fundo depende do saldo entre valor e custo da produção. Mesmo que essa diferença de custos fosse empiricamente verificável, o que não é o caso, o argumento não faria sentido, pois se baseia em uma produção que não existirá, dada a incapacidade atual da Petrobras de participar de novos leilões. O aumento no ritmo da exploração só pode se dar com mudança na lei, ou seja, se o meu PL for aprovado.

Sabe o leitor que a diretoria da empresa cogita vender 1/4 de sua participação no próprio consórcio de Libra, que será reduzida de 40% para 30%? E que, na mesma direção, diminuiu a estimativa de produção para 2020 em 500 milhões de barris? Isso, sim, vai comprometer as transferências à educação, por reduzir os royalties e o dinheiro do Fundo Social!

Enquanto o governo e seu ministro anseiam por dotar a educação com receitas imaginárias de petróleo, as verbas reais destinadas ao Ensino vão sendo cortadas. O que me faz repetir o alerta do economista italiano Vilfredo Pareto ao filósofo Benedetto Croce: “é preciso distinguir uma moeda de ouro de uma moeda imaginária; e se alguém afirmasse que não há diferença, proporia uma simples troca: eu lhe dou moedas imaginárias em troca de moedas de ouro”.

Senador (PSDB-SP). Artigo publicado na edição desta quinta-feira (23), nos jornais O Estado de S. Paulo e O Globo

“Eles não sabem o que fazem”, análise do ITV

dilma-foto-george-gianni-psdb-300x200Durou pouco a fantasia de que a gestão petista passaria a ser mais cuidadosa na gestão do dinheiro público. Não foram necessários nem sete meses para que as metas fiscais deste e dos próximos anos fossem abandonadas pelo caminho. A sensação deixada pelas mudanças anunciadas ontem é de um governo que não tem a mais pálida ideia do que está fazendo, de um governo que não honra compromissos.

O governo cortou a meta de superávit a ser perseguida neste ano a quase um décimo do que era: caiu de 1,1% do PIB para 0,15%. Mas nem isso está assegurado. Numa ressurreição da alquimia fiscal que vigorou nos últimos anos, a gestão petista também quer aval para, caso novas medidas arrecadatórias se frustrem, poder fechar a contabilidade no vermelho. E a presidente Dilma ainda quer que as contas de quem cuida de orçamento público com tal zelo sejam aprovadas pelo TCU…

Em termos mais concretos, o governo antes prometia economizar R$ 66 bilhões para reduzir a dívida pública. Agora diz que só consegue alcançar R$ 8,7 bilhões, mas, dependendo do que conseguir fazer na economia, pode até mesmo fechar o ano com um déficit de R$ 17,7 bilhões. Na realidade, hoje a meta de verdade é o rombo. Se qualquer dona de casa fizer conta assim, não põe comida na mesa dos filhos.

As metas dos próximos anos também foram desidratadas (para 0,7% em 2016 e 1,3% em 2017). Com isso, a dívida pública, que já havia subido mais de dez pontos do PIB com Dilma, vai continuar aumentando – e se tornará a maior entre os emergentes, perto de 70% do PIB. Na melhor das hipóteses, o país estará sempre a um passo de perder o grau de investimento.

O relaxamento das metas fiscais não veio sozinho. O governo também manteve a marcha do arrocho e cortou mais R$ 8,6 bilhões do Orçamento da União deste ano. Todos os ministérios serão atingidos, mas, se prevalecer o que ocorreu no início do ano, as áreas sociais devem ser novamente as mais afetadas pela tesoura.

Joaquim Levy sofreu mais uma derrota na luta interna. A anterior fora em maio na definição dos cortes orçamentários, que vieram abaixo do que ele pretendia. Com isso, o sopro de renovação que o ministro da Fazenda poderia representar se dissipou. Prepondera a equipe econômica que patrocinou a “nova matriz” que afundou o Brasil no atoleiro da recessão (oficialmente, o governo já admite queda de 1,5%), da inflação alta e da ineficiência.

As decisões anunciadas ontem permitem prever que o arrocho não passará tão cedo e a recessão será ainda mais prolongada. A penúria não será de curto prazo e a recuperação da economia é apenas miragem distante no horizonte dos brasileiros. É como se o segundo governo da presidente se apagasse um pouco mais, e bem antes da hora.

Lançamento do Pensar Vix reuniu aproximadamente 100 pessoas em São Pedro

IMG_20150727_195207184O lançamento do projeto Pensar Vix foi um sucesso, afirmam os organizadores. A reunião que aconteceu nesta segunda (27) na região de São Pedro atraiu pouco mais de 100 pessoas.

A abertura ficou por conta do presidente do diretório Wesley Goggi, que de forma breve e sucinta apresentou o projeto que pode ser resumido na frase estampada no banner: longe das benesses oficiais mas perto do pulsar das ruas nasce o novo partido.

A população presente não se fez de rogada e participou ativamente no debate. Várias lideranças comunitárias expuseram suas opiniões tanto quanto para sua região como para a cidade de Vitória.

O debate seguiu de forma tão dinâmica e descontraída que em determinado momento teve até o funk da desfiadeira na apresentação de uma das lideranças comunitárias.

Não faltaram críticas ao atual prefeito, Luciano Rezende e, claro, sobraram elogios saudosos ao atual presidente do BANDES, Luiz Paulo Vellozo Lucas, que estava presente atento a cada manifestação.

Para o encerramento do debate, Luiz Paulo foi quem proferiu a fala. De forma objetiva, parabenizou a iniciativa da atual executiva do diretório de Vitória pela atuação inédita na capital. Foi a primeira vez que ao invés de especialistas levarem soluções prontas, foram os próprios políticos que sentaram para escutar e aprender com a população.

DE VOLTA AO NINHO TUCANO

Quem esteve presente no evento e realizou uma fala bastante entusiasta foi a vereadora Neuza de Oliveira, a Neuzinha. Neuzinha garantiu estar apaixonada pelo projeto Pensar Vix e anunciou aos moradores que esta de volta ao PSDB.

Assessoria de Imprensa PSDB Vitória

“Até quando?”, por Solange Jurema

unnamed2A pesquisa CNA/MDA divulgada nesta terça-feira (21/07) é reveladora da baixíssima popularidade e isolamento político que vive a atual presidente da República, Dilma Rousseff: apenas 7,7% da população a apoiam e 62,8% são a favor do processo de impeachment.

Esses números se assemelham aos de pesquisas de outros institutos nacionais como o Ibope (9% de apoio, em junho) e da Datafolha (10% de apoio também em junho). Ou seja, não há como argumentar sobre os dados levantados pela CNA/MDA e nem pensar em acusar a “elite branca” articulada com a “mídia retrógrada” pela penosa realidade vivida pelo governo Dilma e, infelizmente, pelo país.
Nunca antes nesse Brasil se conviveu com um quadro politico, administrativo e econômico tão desalentador como nos dias de hoje, o que nos remete a uma pergunta incômoda, mas necessária: até quando?

Até quando a população resistirá a conviver com uma estagflação (inflação somada à recessão econômica, pior quadro que um país pode enfrentar), que elimina os empregos dos trabalhadores e corrói o poder de compra da população, com os preços alimentícios subindo a patamares estratosféricos – vide o quilo da carne, da batata e do tomate.

Até quando esse governo se sustentará politicamente sem o indispensável e obrigatório apoio de seu próprio partido, o PT, ou de sua aparente base aliada, que lhe nega os votos necessários para aprovar, sem alterações, as medidas provisórias que compõem o ajuste fiscal conduzido pelo ministro da Fazenda e combatido pelo seu colega de Planejamento?

Até quando a crise institucional entre o Poder Executivo, o governo de Dilma Rousseff e o Congresso Nacional e seus presidentes, que mesmo sendo de um partido da base aliada atazanam a sua vida?

Até quando a população ficará assistindo a todos esses desmandos, a todo esse escândalo de corrupção patrocinado pelo PT e desvendado na Operação Lava Jato?

Não se pode afirmar ainda, com toda a segurança, que o governo Dilma Rousseff está mesmo no fundo do poço. Mas que está próximo disso nenhum agente econômico, nenhum padeiro, nenhum taxista em nenhuma esquina desse imenso país desconhece isso.

O que torna a situação mais grave é que se passaram apenas seis meses de um governo que ainda tem três anos e meio de mandato conquistado nas urnas, à base da mentira, de falsas promessas.

O Brasil precisa de tranquilidade institucional.

O Brasil precisa de uma politica econômica consistente.

O Brasil precisa de um rumo.

O tecido social está esgarçado e a manifestação prevista para o dia 16 de agosto pode ser o mote para novos tempos.

A espera está longa e difícil para os brasileiros.

Por isso, cabe repetir a pergunta: Até quando?

Presidente do Secretariado Nacional da Mulher/PSDB

Deputados criticam postura dúbia do governo em relação à recém-criada CPI

BNDES-INT1Os deputados Betinho Gomes (PE) e Luiz Carlos Hauly (PR) criticaram o discurso dúbio do governo federal em relação à Comissão Parlamentar de Inquérito que irá investigar irregularidades em contratos do BNDES.

O presidente do banco de fomento, Luciano Coutinho, afirmou não haver motivos para se preocupar com a CPI. Já integrantes da equipe da presidente Dilma deixaram vazar a informação de que o governo teme que a instalação do colegiado paralise as atividades da instituição e da economia nacional.

“Esse discurso dúbio não tem cabimento na atual situação, sobretudo, porque a população brasileira tem o direito de saber como é que está sendo aplicado um recurso público, que está sendo utilizado pelo BNDES nos investimentos e empréstimos feitos a empresas nacionais e as que foram beneficiadas com projetos no exterior para expandir os seus negócios”, argumenta Betinho, que foi indicado pelo PSDB para ser titular na comissão.

O deputado afirma que a economia do país já está paralisada e não é a CPI – que sequer começou a trabalhar – a responsável por isso. O parlamentar afirma que o grande responsável pela economia estar nessa situação delicada é o próprio PT, por conta de uma gestão temerária e por decisões erradas tomadas ao longo dos últimos 12 anos.

O Partido dos Trabalhadores, argumenta o tucano, não teve o cuidado com o equilíbrio fiscal das contas públicas, gastou o que não podia, criando uma ilusão para a população brasileira. “Criaram uma bolha econômica que acabou estourando e o povo está pagando caro por isso”, sentencia o congressista.

Com a mesma opinião, Hauly diz que a economia está paralisada devido à incompetência e irresponsabilidade do governo do PT. Na avaliação do tucano, o temor em que a investigação aconteça tem outra motivação.  Os governistas, de acordo com ele, sabem que as irregularidades existem e que há muito a ser descoberto.

“O BNDES tem sido instrumento dessa política desastrada do governo. Temos visto financiamentos esdrúxulos que têm sido concedidos para grandes grupos econômicos e outros países. Há um conluio que já foi visto na CPI [da Petrobras] e tudo passa pelo banco também”, alerta.

Para Hauly está claro que as ações de Dilma e de Lula na Presidência da República levaram o país a uma terrível situação. “É um dos momentos mais difíceis da história republicana brasileira”.

Do PSDB na Câmara, com informações da assessoria do deputado Betinho Gomes

Leia mais sobre o assunto na coluna de Míriam Leitão – CPI do BNDES – publicada na edição desta quarta-feira (22), no jornal O Globo. Acesse aqui.

Nota do PSDB Nacional – Revisão do superávit primário

logo-600x400-300x200A revisão para baixo da meta do superávit primário é mais uma prova da incapacidade do governo de cumprir com os compromissos assumidos e decorre de inúmeros e repetidos erros na condução da política econômica nos últimos anos. A medida já era esperada e demonstra que, ao contrário do que havia sido divulgado pelo governo federal, o ajuste ainda é incerto e não será rápido. O cenário para os próximos anos é de um ajuste fiscal difícil e que exigirá um aumento do superávit primário ao longo dos próximos três anos.

Se antes havia a expectativa de crescimento do PIB de 1% este ano, a expectativa agora é de uma queda de 2% e de crescimento “zero” ou negativo em 2016. A queda do PIB se transforma em perda de arrecadação. Segundo a Receita Federal, no primeiro semestre deste ano, a arrecadação de receitas federais teve queda real de R$ 18,3 bilhões, diminuição de 3% em relação ao primeiro semestre do ano passado.

Do lado da despesa, o que se cortou foi investimento público, cortes temporários, sem nenhum ajuste estrutural. Adicionalmente, as despesas de custeio no primeiro semestre deste ano continuaram crescendo muito acima do PIB porque o governo não teve a coragem de fechar um único ministério e ainda está pagando contas atrasadas da primeira gestão da presidente Dilma.

O que mais preocupa na revisão para baixo da meta de superávit primário, de hoje, não é o ano de 2015, mas se o governo terá condições políticas para aumentar o resultado primário a partir do próximo ano e fazer uma economia fiscal (superávit primário) que seja suficiente para evitar um crescimento excessivo da dívida pública até 2018.

Depois de mais de seis meses, tem-se a impressão de que se avançou quase nada e a responsabilidade desse desastre ocorrido com o Brasil é do governo do PT que gastou ao longo dos últimos anos além do crescimento da economia, adiou o pagamento de despesas e “fez o diabo” para vencer as eleições. Se o governo tivesse tomado as medidas corretas no tempo certo, não estaríamos passando por uma recessão, com aumento do desemprego e ainda com um elevado risco de desequilíbrio fiscal. Se o governo tivesse agido com responsabilidade com o país, os brasileiros não estariam hoje tendo que pagar a conta dos erros do PT.

Senador Aécio Neves
Presidente nacional do PSDB

“Black Friday na Petrobras”, por José Aníbal

Plenário Ulisses Guimarães Sessão Ordinária Grande Expediente   - Dep. José Aníbal Foto: Saulo Cruz 02.03.2010

Publicado no Blog do Noblat – 22/07/15

A informação de que a Petrobras considera vender parte do campo de Libra, no pré-sal, caiu como um soco no estômago do brasileiro. Lula e Dilma arrasaram a empresa. Como numa Black Friday, a estatal tenta vender apressadamente ativos importantes para tapar os rombos da gestão temerária e da ladroagem. É um saldão do tipo “o gerente enlouqueceu”.

A lista que vem sendo aventada é extensa: mais de 20 usinas termelétricas, milhares de postos de gasolina BR, redes de gasodutos da Gaspetro (entre eles o Brasil-Bolívia), embarcações da Transpetro, fábricas de fertilizantes, participações em usinas petroquímicas e de biocombustíveis, operações no Golfo do México e, principalmente, campos de exploração no pré e no pós-sal.

No início do ano, falava-se em arrecadar 13 bilhões de dólares. Agora, já se fala em 57 bilhões de dólares até 2018. É um desmonte. É uma amputação da Petrobras. E justo no momento em que o mercado internacional de petróleo vive seu período de menor rentabilidade, de modo que os ativos da empresa devem ser vendidos a preço de banana. Vão entregar e barato.

Entre os campos, o único no pós-sal é o de Tartaruga Verde e Mestiça, na Bacia de Campos. O resto, tudo no pré-sal: Júpiter, Carcará, Pão de Açúcar, Leme e Sagitário, além de Libra, o mais valioso de todos, na Bacia de Santos, onde se estimam reservas monumentais entre 8 e 12 bilhões de barris. Depois de tanta bravata política, o governo vai entregar o filé mignon do pré-sal.

Concluída a lipoaspiração no plano de investimento, que minguou os aportes da Petrobras ao mesmo patamar de sete anos atrás, a estatal deve também começar a demitir funcionários. Enxugar a base da empresa é a palavra da vez. Querem cortar até 30% dos custos operacionais. Claro, fazem isso sorrateiramente. Falam em “otimização de custos de pessoal”.

Depois que uma explosão seguida de incêndio levou a pique a plataforma P-36, em 2001, quando 11 petroleiros perderam suas vidas, o PT rapidamente denunciou um plano deliberado de sucateamento da empresa por parte do governo tucano. A estratégia, segundo eles, era sucatear para entregar barato. O que teriam a dizer agora essas pessoas? Aliás, onde elas estão? Por que silenciam?

Ver a Petrobras vendendo o almoço para pagar a janta fere os brios do povo brasileiro. A derrocada seria apenas mais uma história de infortúnio empresarial, se ela não fosse o símbolo da soberania e da força de todo um país. Quantos milhares de empregos o PT destruiu ao fragilizar a Petrobras? Apenas no Comperj foram 35 mil! Quantas oportunidades foram desviadas do nosso futuro? E, principalmente, quem será responsabilizado por isso?

*José Aníbal é presidente nacional do Instituto Teotônio Vilela e senador suplente pelo PSDB-SP. Foi deputado federal e presidente nacional do PSDB.

“Poço sem fundo”, análise do Instituto Teotônio Vilela

dilma-3Nunca antes na história, uma presidente da República foi tão rejeitada pelos brasileiros. Um misto de decepção, desalento e desconfiança ronda o humor da população, diante dos rumos que o PT vem imprimindo ao país. Falta pouco para Dilma Rousseff tornar-se unanimidade, que hoje ampla maioria já preferiria ver pelas costas.

A nova rodada da pesquisa feita pelo instituto MDA sob encomenda da CNT revela que apenas 7,7% aprovam o governo atual. É a mais baixa taxa já aferida pelo instituto, cuja série começa em 1998. Na ponta contrária, nada menos que 71% consideram a gestão de Dilma ruim ou péssima. A desaprovação pessoal à presidente abrange 80% dos brasileiros.

O governo luta para carimbar críticas e o descontentamento com a atual administração como “golpismo” de quem quer se ver livre da presidente antes da hora. Mas basta percorrer as ruas para aferir o sentimento vívido de desaprovação às práticas correntes e de clamor pela responsabilização de quem levou o país para o atual beco em que se encontra.

Segundo o MDA, praticamente dois de cada três brasileiros são favoráveis ao impeachment da presidente – em março eram 60%; hoje são 63%. Não se trata de opinião ao léu. A pesquisa mostra que, para 44%, a mistura de corrupção na Petrobras, manipulação das contas públicas e irregularidades nas contas de campanha dariam motivo suficiente para o afastamento de Dilma do cargo.

Não há sinal de melhora no horizonte para a petista. Quase 85% da população – ou seja, quase nove em cada dez – considera que ela “não está sabendo lidar com a crise econômica”. Cada vez mais, os principais temores dos brasileiros são a perda do emprego, o aumento do custo de vida e as dívidas a pagar.

Os novos cortes orçamentários que o governo deve anunciar hoje, segundo os jornais desta quarta-feira, tendem a potencializar o arrocho e aumentar a penúria da população. Além disso, a revisão da meta fiscal reforça a sensação de um governo oscilante, incapaz de alcançar objetivos a que se propõe.

A pesquisa também desnuda a erosão da popularidade do tutor da atual presidente. Assim como Dilma, Lula também é visto como culpado pela corrupção na Petrobras. Numa eventual disputa pela presidência da República, o petista seria derrotado num segundo turno pelos três tucanos que já disputaram o cargo. A vantagem mais larga é obtida pelo senador Aécio Neves.

Dilma, Lula e o PT colhem hoje a reprovação da população por escolhas equivocadas, por práticas danosas e, sobretudo, pela propaganda enganosa que venderam aos brasileiros nos últimos anos, culminando com a sórdida campanha eleitoral que deu mais quatro anos de mandato à presidente. O sentimento presente nas pesquisas de opinião – a da CNT/MDA é apenas mais uma a coadunar a mesma percepção – são a expressão legítima de repúdio da população ao modo petista de governar.

Governo da presidente Dilma atinge pior nível de aprovação revela pesquisa

dilma-foto-george-gianni-1Pesquisa divulgada pelo Instituto MDA, encomendada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), nesta terça-feira (21), mostra que 7,7% dos entrevistados consideram avaliam o governo Dilma como ótimo ou bom; e 70,9% consideram ruim ou péssimo.
Os dados do levantamento constam em matéria publicada na edição online do jornal Folha de S.Paulo.”Mesmo diante da tentativa do governo para recuperar a sua popularidade, a avaliação do governo da presidente Dilma Rousseff atingiu o menor nível histórico na pesquisa CNT/MDA, superando o resultado da última avaliação”, diz a reportagem.Segundo a Folha, “outros 20,5% consideram o governo apenas regular, e 0,9% não souberam responder.Na pesquisa anterior, de março, 64,8% dos entrevistados consideram o governo da petista ruim ou péssimo, contra 10,8% que o avaliam como ótimo ou bom.”

Na avaliação do deputado federal Caio Nárcio (PSDB-MG), o resultado é reflexo de um governo desorganizado, que não tem compromisso com a verdade e que deixou suas principais bandeiras para trás, como a defesa da ética.

O tucano cita a questão da educação, com as dificuldades enfrentadas pelos estudantes no Fies, retardando o sonho de muitos alunos, bem como a questão da economia, com inflação e aumento do desemprego.

E conclui: “Não há perspectiva de melhora e sim, perda de credibilidade.”

“Sinais da crise”, análise do ITV

Banco-Central-Foto-BC-300x191É mais que sabido que as perspectivas para a economia brasileira para este ano não são nada boas. Mas a crise tem se revelado mais grave do que se previa e anuncia-se agora mais extensa do que se temia. É a pior recessão que o país atravessa em mais de duas décadas, sem que se consiga enxergar qualquer lume no fim do túnel.

Assim como o primeiro, o segundo trimestre foi perdido em termos de atividade econômica. Ainda não se conhecem os dados oficiais do IBGE, que só virão a público em fins de agosto, mas a prévia divulgada pelo Banco Central na semana passada, cobrindo o período até maio, mostra que a situação do país é bem ruim.

Nos cinco primeiros meses do ano, o PIB brasileiro ficou 2,6% menor em relação ao mesmo período do ano passado. Em 12 meses, a queda é de 1,7%. De janeiro a maio, houve três quedas mensais e duas altas – a última em maio, de irrisório 0,03%.

Na decomposição do paradeiro, constata-se que todos os setores estão andando para trás, algo que há muito tempo não ocorria no país. A indústria – também não é novidade – derrete, com baixa de quase 9% na produção registrada no ano; há 44 meses, o emprego no setor cai. As vendas do varejo diminuem 2%, indicando a penúria da crise no bolso dos consumidores. E os investimentos, tanto públicos, quanto privados, minguam.

Com isso, a aposta predominante é de que a economia brasileira recue até 2% neste ano. O resultado fará com que o Brasil seja um dos poucos países do mundo a registrar recessão, de acordo com levantamento feito pelo FMI. Trata-se de seleto clube do qual ninguém gostaria de ser sócio.

Ele é composto por: Guiné Equatorial (-15,4%), Serra Leoa (-12,8%), Venezuela (-7%), Ucrânia (-5,5%), Vanuatu (-4%), Rússia (-3,4%), Belarus (-2,3%), Iêmen (-2,2%), Brasil (-1,5%), Libéria (-1,4%), Moldávia (-1%), Armênia (-1%), Brunei (-0,5%), Sérvia (-0,5%), Argentina (-0,3%) e Guiné (-0,3%).

Diante do tamanho do estrago deste ano, um grupo de bancos e consultorias ouvidos por O Estado de S. Paulo na semana passada passou a projetar recessão também no ano que vem, com queda de até 0,6% no PIB.

Na prática, o país se ressente das escolhas equivocadas dos governos petistas, iniciadas por Lula e aprofundadas com Dilma. A correção de rumos em marcha não se mostra capaz de modificar as perspectivas para melhor, uma vez que se baseia num arrocho fiscal rudimentar, calcado no corte de benefícios sociais, diminuição de investimentos públicos e aumento de impostos.

A economia brasileira clama por reformas que oxigenem o ambiente de negócios no país, ampliem a participação do investimento privado nas necessárias obras de infraestrutura e reatem as empresas sediadas aqui às cadeias de produção de caráter global. Trata-se de uma agenda que, sem sombra de dúvida, os governos do PT não têm atributos para cumprir.