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FHC ironiza Dilma em foto com cédula de Real: “Foi FHC”

#FoiFHCDepois de Dilma Rousseff se basear na delação premiada de Pedro Barusco para atribuir o início da corrupção na Petrobras ao governo de FHC, as redes sociais não perdoaram a presidente.

As piadas diziam que a culpa pela extinção dos dinossauros caberia a FHC, assim como os atentados ao World Trade Center, a morte de Ayrton Senna, a derrota na Copa de 1950, a Gripe Espanhola, entre outros.

Além de responder Dilma dizendo que a atitude dela era a de quem “bate a carteira e grita ‘pega ladrão”, FHC resolveu entrar na brincadeira. Com uma cédula de dois reais à mão, o ex-presidente foi fotografado pelo senador Cássio Cunha Lima fazendo referência ao Plano Real e ironizando: “Foi FHC”.

Por Lauro Jardim

“Os brasileiros”, por Aécio Neves

aecioneves-durante-reuniao-psdb-foto-georgegianni2-300x199Após nove meses de ausência provocada pela campanha presidencial, agradeço à Folha o convite para retornar a este que é um dos mais importantes espaços da imprensa brasileira.

Como já fiz antes, recebo esta responsabilidade como uma oportunidade para refletir sobre o Brasil, respeitando as diferenças de pensamento e os princípios democráticos, sem, no entanto, me omitir diante dos graves problemas que dominam o quadro político nacional.

Certo é que, desde a minha última coluna, em junho de 2014, a nossa situação se agravou muito.

Há hoje, dispersa, uma sensação preponderante de que o país vai mal e piora. São visíveis as contradições do governo central e seu crescente distanciamento da realidade.

Fatos consumados, como o aumento do preço da energia, da gasolina, de impostos e dos juros; o flagrante descrédito internacional; a inflação que torna mais custosa a sobrevivência; a precariedade dos serviços públicos, em especial da segurança e do atendimento à saúde, além da tentativa de, sem qualquer diálogo com a sociedade, cortar direitos dos trabalhadores –medida feita justamente pela presidente que disse que jamais o faria– geram forte indignação e tornam o cenário ainda mais delicado.

A esta altura, o governo não tem respostas para suas próprias incoerências e vive grave paralisia diante das múltiplas crises –de gestão, econômica, política e ética. Ao final, são problemas demais e providências de menos, confirmando a ausência de rumo.

A inquietação e o temor pelo futuro se traduzem no risco evidente da perda de conquistas importantes, como a estabilidade econômica e os avanços sociais. Está claro que as grandes causas nacionais foram deixadas pelo caminho.

As oposições no país têm consciência dos seus deveres, enormes e intransferíveis. Sabem que é crucial impedir que se fragilizem as instituições e que se coloquem em risco a democracia, a liberdade e os direitos de cada cidadão.

Nunca as atenções estiveram tão voltadas para o mundo político, mas a verdade é que quem estiver olhando só para ele não terá uma visão completa da realidade.

Um outro protagonista está assumindo, cada dia mais, um papel relevante: o sentimento do povo brasileiro, que começa a transbordar nas conversas em casa, nas ruas, no trabalho.

Ele reflete inquietude, que pode gerar mais participação e responsabilidade coletiva. Sinaliza a existência de um povo se apropriando do que lhe pertence: o seu presente e os rumos do seu futuro.

Neste trecho de história, diante de tudo o que está acontecendo, essa é a melhor notícia.

*Artigo do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, na Folha de S. Paulo – 02/03/2015

“A mãe do petrolão”, análise do ITV

dilma-antonio-cruz-abrDilma Rousseff finalmente deixou de lado um silêncio que já durava dois meses. Diante do que falou na última sexta-feira, porém, melhor teria feito se tivesse continuado calada. Se ainda havia dúvidas, a presidente da República mostrou não estar à altura do cargo que ocupa e dos desafios que precisa vencer. Mais parece uma marionete, num momento em que o país clama por um líder.

Depois de seu mutismo, esperava-se que Dilma reaparecesse para dar ao país sua visão sobre os rumos que pretende imprimir ao governo para superar as enormes dificuldades que ela mesma criou para os brasileiros. Mas não; o que se viu foi uma presidente se comportando como animadora de auditório, líder de torcida, chefe de facção.

Afirmar que o problema da roubalheira da Petrobras repousa no que supostamente aconteceu na empresa quase duas décadas atrás é afrontar a inteligência dos brasileiros, desrespeitar a nação e zombar das instituições. Mais que isso, desnuda a inaptidão de Dilma para estar na função que exerce. Dilma não está à altura do Brasil.

Culpar o passado é a saída mais óbvia de quem está mergulhado num presente de apuros. Como presidente do conselho de administração da Petrobras por quase oito anos, Dilma foi uma espécie de mãe do petrolão. Cabe a ela e ao PT responder pelos 12 anos de assalto do partido à empresa, durante os quais, segundo revelações da Operação Lava Jato, meio bilhão de reais foram desviados para os cofres petistas.

O PT teve três mandatos para apurar o que supostamente teria acontecido de errado no Brasil antes da chegada do partido ao poder, em especial na Petrobras. Se não o fez, das duas uma: ou não encontrou nada errado, o que é mais provável, ou não quis investigar e punir eventuais culpados, o que constitui crime de prevaricação. O óbvio: os problemas não estão no passado; estão no presente, vivíssimos.

A tática do “pega, ladrão”, tão bem caracterizada pelo presidente Fernando Henrique, é usual no petismo. Sempre que flagrados com a boca na botija, o que tem sido cada vez mais comum, os partidários do mensalão e do petrolão dão um jeito de acusar seus acusadores e de culpar os mensageiros pelo teor ingrato das mensagens. Não cola.

O banditismo petista há muito deixou de ser novidade. O estarrecedor é a inépcia que a presidente da República demonstra para desempenhar suas funções e defender o interesse público. “Se não entendeu a dimensão e a natureza do ataque à Petrobras, como poderá sanear e proteger a empresa?”, sintetizou Miriam Leitão no domingo.

Dilma cumpre papel num script que lhe foi ditado pelo marketing e pelo seu tutor. Definitivamente não sabe o que fazer diante da roubalheira sistêmica que se espalhou no aparato estatal como cancro, sob seu nariz e com o seu beneplácito, institucionalizada pelo PT. Revela-se espectadora e não protagonista de seu governo.

“Dias piores virão”, análise do ITV

dilma-rousseffA avaliação que os brasileiros fazem da situação econômica e social do país está degringolando a olhos vistos. Infelizmente, porém, o pior ainda está por vir. O quadro atual está distante do que deverá ocorrer no país nos próximos meses, quando as maldades do governo petista estiverem valendo de verdade.

Por ora, os brasileiros vivem a ressaca de uma eleição vencida à base de muita mentira, promessas frustradas e uma prática de governo diametralmente oposta à discurseira dos palanques. Desde a reeleição, lá se vão cento e poucos dias de desmentidos quase cotidianos às promessas de campanha. O povo não aceita.

O corte de benefícios sociais, o aumento de impostos e tarifas públicas, a alta dos juros e da inflação, a elevação do desemprego apenas começaram a despontar no horizonte. Só irão se manifestar com cores realmente fortes daqui a algumas semanas. Aí o que hoje está no campo das expectativas passará a ser constatação: a vida no país está mais difícil.
Se o governo avalia que sua situação atual é ruim, é melhor estar preparado para enfrentar a tormenta que virá. Enquanto para os petistas o que está em jogo é popularidade e preservação de um projeto político, para a população o buraco é muito mais embaixo: o que está ameaçada é a sobrevivência diária.

Não surpreende o pessimismo dos brasileiros. Crescimento, investimentos e consumo estão se retraindo. Diante da avalanche de corrupção, cresce a sensação de desalento. Na eleição, Dilma Rousseff dizia que tudo isso não passava de esperneio artificial da oposição.

O mau humor se nutre de uma realidade que se deteriora a olhos vistos. A inflação de janeiro passado foi a maior em 12 anos e as previsões para este ano pioram a cada semana. Os prognósticos para o crescimento do PIB afundam e agora já estão zerados.
Segundo o Datafolha, para 55% da população a situação econômica do país irá piorar nos próximos meses. Trata-se do mais alto nível de pessimismo em relação à economia desde que a questão começou a ser abordada pelo instituto, em dezembro de 1997.
Oito em cada dez brasileiros esperam que a inflação vá aumentar; há dois meses, eram 54%. Desde que o país reconquistou a estabilidade com o Plano Real em 1994, nunca o temor diante da carestia foi tão agudo entre os brasileiros quanto agora. Pessimismo similar afeta as expectativas quanto ao desemprego: 62% acham que ele vai subir.

O governo apostou todas as suas fichas na sua capacidade de iludir os cidadãos. Fiou-se na preservação do emprego, que logo começará a ratear. O suposto poder ilimitado do marketing petista de manipular a realidade não é capaz de fazer frente ao duro dia a dia enfrentado pela população. O país está mergulhado num universo de desencanto, mas ainda vai piorar bastante.

“Acabou a graça”, análise do Instituto Teotônio Vilela

fostersenado1A impropriedade de manter Maria das Graças Foster na presidência da Petrobras era flagrante há meses. Mas Dilma Rousseff, com sua peculiar inaptidão, a preservou no cargo, sangrando ainda mais a empresa. É mais uma das irresponsabilidades cometidas pela presidente da República contra a estatal, pelas quais ela terá logo, logo que responder.

A saída de Graça e de toda a diretoria da Petrobras pode representar novo alento para a empresa. Mas a simples substituição da presidente, da direção e também do conselho de administração não dará jeito no descalabro que levou a companhia a erigir uma dívida de R$ 331 bilhões e a perder, em apenas cinco meses, R$ 205 bilhões, ou 2/3, de seu valor de mercado.

A Petrobras está vergada sob o peso da corrupção, de um modelo de negócios falido e do fardo regulatório que lhe embaça os horizontes. Dona de uma das maiores reservas de petróleo do mundo, não tem capacidade para extraí-lo – segundo Graça, com a crise em que a estatal se meteu, a exploração terá de ser reduzida “ao mínimo necessário”.

Sob a direção de Graça e o controle direto de Dilma, a Petrobras tem desempenho sofrível perto de suas concorrentes. Desde que as cotações de petróleo mergulharam em todo o mundo, as petroleiras têm tido dificuldades, mas nada que se compare com a empresa brasileira.

Segundo o CBIE, entre setembro e o fim de janeiro, o barril havia caído 44% (nos últimos dias, ensaiou uma recuperação), enquanto a Petrobras perdera 55% de seu valor. Suas principais concorrentes globais resistiram: Exxon, Shell e Chevron encolheram, em média, apenas 13%. Ou seja, mais do que à crise global, a Petrobras sucumbe a seus próprios erros e aos equívocos da política local.

O fundo do fundo do poço em que a Petrobras foi metida pelas escolhas do PT e as barbeiragens de Dilma suscitam a necessidade de se rediscutir o modelo de negócios adotado para o setor de petróleo no Brasil desde 2007. Não basta apenas profissionalizar a gestão da companhia.

É preciso também acabar com a obrigatoriedade de a estatal participar de todos os consórcios de exploração do pré-sal e ser a operadora única dos poços de águas ultraprofundas. Menos recomendável ainda é perseverar no modelo de partilha e na política de conteúdo nacional que torna os negócios de petróleo no país ainda mais custosos.

Em seu discurso de posse, Dilma Rousseff disse que a Petrobras é vítima de “predadores internos” e “inimigos externos”. A presidente não precisa dar sequência à sua teoria conspiratória. Basta que não faça com o resto do país o que tem feito com a estatal: esperar que ela chegue, degringolada, à beira do abismo antes de tomar alguma atitude.

“Acabou a graça”, análise do Instituto Teotônio Vilela

fostersenado1A impropriedade de manter Maria das Graças Foster na presidência da Petrobras era flagrante há meses. Mas Dilma Rousseff, com sua peculiar inaptidão, a preservou no cargo, sangrando ainda mais a empresa. É mais uma das irresponsabilidades cometidas pela presidente da República contra a estatal, pelas quais ela terá logo, logo que responder.

A saída de Graça e de toda a diretoria da Petrobras pode representar novo alento para a empresa. Mas a simples substituição da presidente, da direção e também do conselho de administração não dará jeito no descalabro que levou a companhia a erigir uma dívida de R$ 331 bilhões e a perder, em apenas cinco meses, R$ 205 bilhões, ou 2/3, de seu valor de mercado.

A Petrobras está vergada sob o peso da corrupção, de um modelo de negócios falido e do fardo regulatório que lhe embaça os horizontes. Dona de uma das maiores reservas de petróleo do mundo, não tem capacidade para extraí-lo – segundo Graça, com a crise em que a estatal se meteu, a exploração terá de ser reduzida “ao mínimo necessário”.

Sob a direção de Graça e o controle direto de Dilma, a Petrobras tem desempenho sofrível perto de suas concorrentes. Desde que as cotações de petróleo mergulharam em todo o mundo, as petroleiras têm tido dificuldades, mas nada que se compare com a empresa brasileira.

Segundo o CBIE, entre setembro e o fim de janeiro, o barril havia caído 44% (nos últimos dias, ensaiou uma recuperação), enquanto a Petrobras perdera 55% de seu valor. Suas principais concorrentes globais resistiram: Exxon, Shell e Chevron encolheram, em média, apenas 13%. Ou seja, mais do que à crise global, a Petrobras sucumbe a seus próprios erros e aos equívocos da política local.

O fundo do fundo do poço em que a Petrobras foi metida pelas escolhas do PT e as barbeiragens de Dilma suscitam a necessidade de se rediscutir o modelo de negócios adotado para o setor de petróleo no Brasil desde 2007. Não basta apenas profissionalizar a gestão da companhia.

É preciso também acabar com a obrigatoriedade de a estatal participar de todos os consórcios de exploração do pré-sal e ser a operadora única dos poços de águas ultraprofundas. Menos recomendável ainda é perseverar no modelo de partilha e na política de conteúdo nacional que torna os negócios de petróleo no país ainda mais custosos.

Em seu discurso de posse, Dilma Rousseff disse que a Petrobras é vítima de “predadores internos” e “inimigos externos”. A presidente não precisa dar sequência à sua teoria conspiratória. Basta que não faça com o resto do país o que tem feito com a estatal: esperar que ela chegue, degringolada, à beira do abismo antes de tomar alguma atitude.

“Loucuras com o dinheiro público”, análise do ITV

charge-0411-sem-dataO governo petista promoveu uma verdadeira farra do boi no ano passado com recursos públicos. O meu, o seu, o nosso dinheirinho foi usado e abusado para reeleger a presidente Dilma Rousseff. O exame dos resultados fiscais revela o tamanho da loucura e da irresponsabilidade.

Comecemos pelo aumento astronômico da dívida bruta do governo, melhor parâmetro para indicar a saúde financeira de um país. Em apenas um ano, a alta foi de 6,7% do PIB. O percentual, porém, diz menos que a cifra correspondente: a dívida cresceu incríveis R$ 504,4 bilhões em apenas 12 meses. Não é assustador?

Considerando os quatro anos do primeiro mandato, a dívida bruta saiu de 53,4% para 63,4% do PIB. Em termos nominais, subiu R$ 1,24 trilhão. A questão que fica é: onde foi parar toda esta dinheirama?
A escalada não deve parar aí: segundo o próprio governo, a relação entre dívida bruta e PIB deve subir para 65,2% até o fim deste ano, em função de um monte de esqueletos fiscais que estão sendo tirados dos armários onde foram guardados pela contabilidade criativa de Dilma e seus economistas de segunda linha.

As contas públicas fecharam o ano passado no vermelho, pela primeira vez desde que o país passou a adotar regras mais rígidas de responsabilidade fiscal. Com isso, o déficit nominal atingiu 6,7% do PIB. A maior parte do rombo deve-se a dinheiro gasto para pagamento de juros: em apenas um ano, foram R$ 311,4 bilhões, o maior valor da história.
Só com desonerações tributárias, o governo abriu mão de R$ 104 bilhões. A medida seria até bem-vinda num país de carga tributária recorde. Mas ninguém sabe, ninguém viu aonde foram parar estes benefícios, já que nem mais emprego nem mais renda produziram.

Tudo no desempenho fiscal da petista nos últimos anos é de amargar. Há R$ 226 bilhões lançados em restos a pagar no Orçamento da União para este ano. Ou seja, é como se houvesse um orçamento para o ano e outro vagando paralelo na estratosfera. Contas assim não fecham nunca.

Este verdadeiro descalabro administrativo e financeiro teve sua razão de ser: o governo abriu as torneiras dos gastos públicos para manter artificialmente políticas e programas destinados a gerar dividendos eleitorais na campanha pela reeleição de Dilma. A recessão de agora paga a gastança de outrora. É assim que governa o PT.

É preciso dar um basta a isso e começar a impor limites mais rígidos ao gasto público e ao endividamento do governo. A propaganda oficial pode até querer convencer a população de que ela sai ganhando quando a despesa aumenta. Mas no fim das contas é o contrário: o que sobra para o cidadão é a conta, e cada vez mais salgada.

“Uma cunha no poder do PT”, análise do ITV

CongressoA vitória de Eduardo Cunha na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados é mais um fator de instabilidade para o governo Dilma Rousseff. Não bastassem as ameaças que vêm da economia em recessão e dos temores das investigações na Justiça sobre o petrolão, falta-lhe também sólido apoio político no Congresso.

A derrota sofrida ontem na Câmara foi acachapante. Arlindo Chinaglia, o petista candidato do Planalto, recebeu apenas metade dos votos do pemedebista: 267 a 136. Parte dos deputados do bloco que o apoiou formalmente – que tem 180 parlamentares – sequer votaram nele.

Por pouco o candidato oficial não ficou atrás do nome do PSB, Julio Delgado, que obteve 100 votos, provando a coerência do apoio do PSDB ao socialista – praticamente toda a bancada dos quatro partidos que apoiavam o socialista, com 106 votos, votou nele. A disputa acabou em primeiro turno, com a vitória de Cunha.

A derrota petista revela-se ainda mais fragorosa em razão do empenho do entorno da presidente pela eleição de Chinaglia. Mais uma vez, métodos espúrios foram utilizados, com pressão de ministros, promessas de liberação de verbas orçamentárias e acenos de cargos. Como resposta, o candidato vitorioso prometeu aprovar o orçamento impositivo para emendas parlamentares.

O time de articuladores de Dilma, com Aloizio Mercadante à frente, padece dos mesmos males da presidente: a arrogância, a inabilidade, a inexperiência no trato político. Com o resultado colhido ontem na Câmara, parece claro que a petista terá dificuldades para fazer caminhar seus pleitos entre os parlamentares. No Senado, uma bancada de oposição fortalecida também não lhe dará refresco.

Dilma inicia este segundo mandato como uma presidente envelhecida. Não há vigor algum a impulsionar-lhe nos próximos quatro anos. Pelo contrário. O que há é o desgaste de uma administração que tem se mostrado inepta, corrupta e irresponsável. Os descalabros nas mais diversas áreas são reflexo disso.

O resultado da eleição na Câmara também permite alimentar a expectativa de uma relação mais equilibrada entre os poderes da República, sem a preponderância dos interesses do Executivo sobre o Legislativo, como tem sido a norma nos anos de poder petista. Para completar, da Justiça espera-se máximo rigor na apuração dos malfeitos que têm aflorado.
Há uma lista enorme de projetos de interesse da sociedade brasileira que precisam ser encaminhados e discutidos no Congresso, e que agora poderão ter tramitação mais desimpedida sem a ascendência excessiva do Planalto sobre a pauta legislativa. A começar por uma nova investigação sobre os descalabros na Petrobras.

Renan deve ao PT sua vitória, mas o Senado não pode ser um ‘puxadinho’ do Planalto, diz Aécio Neves

aeciocoletiva0102O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou, neste domingo (1º/02), que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), deve agradecer ao PT por ter sido reeleito. Apesar do resultado, Aécio disse que foi a maior vitória da oposição no Senado devido à pequena diferença de votos entre os dois candidatos. Aécio alertou que o peemedebista não pode permitir que o Senado continue a ser um “puxadinho” do Palácio do Planalto.

“O PSDB votou fechado contra a candidatura do senador Renan, a favor da candidatura do Luiz Henrique, e me parece que o PT votou fechado com o Renan Calheiros. Por isso, essa diferença [de votos]. Eu acho que o senador Renan deve uma palavra especial de agradecimento à bancada do PT, mais do que à do PMDB, seu próprio partido que, garantiu a sua vitória”, afirmou o senador.

Aécio se referiu à vitória de Renan Calheiros, com 49 votos, na disputa com o senador Luiz Henrique (PMDB-SC) – que obteve 31 votos.

Força da Oposição

Aécio afirmou que a oposição fará um trabalho articulado e revigorado com crítica e reação às medidas que contrariam os interesses da população e às irregularidades cometidas pelo governo da presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, a oposição se guiará em conexão com a sociedade e seus anseios. O objetivo, destacou o senador, é fiscalizar e denunciar as irresponsabilidades.

“O governo federal pode esperar uma oposição articulada, uma oposição revigorada pelos votos que teve nessas eleições, e conectada com a sociedade, algo que nós não vemos na base do governo”, reiterou Aécio, destacando que nesta semana começa a coleta de assinaturas para a instauração da nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras.

“Existe hoje é algo novo. Existe uma oposição conectada com a sociedade. Os brasileiros estão cobrando vigor em relação ao governo. Nós vamos fiscalizar, denunciar as irresponsabilidades do governo e vamos começar esta semana a começar a colher as assinaturas para uma nova CPI da Petrobras”, disse Aécio após a eleição da Mesa Diretora do Senado.

Constrangimento e Vergonha

Aécio ressaltou que a base do governo está constrangida e envergonhada pela série de medidas impopulares adotadas pela presidente da República, assim como pelas denúncias que têm surgido. Para o senador, é fundamental que Renan Calheiros assuma o papel de presidente do Senado e não de “aliado” do Palácio do Planalto.

“O que eu espero é que o senador Renan seja neste seu mandato mais presidente de um Poder e menos aliado do Poder Executivo. O Congresso Nacional não pode continuar sendo um ‘puxadinho’ do Palácio do Planalto, a fazer aqui as suas vontades, como fez de forma melancólica no final do ano passado ao anistiar a presidente da República de um crime de responsabilidade que ela havia cometido e tendo como preço a pagar a flexibilização da Lei de Responsabilidade Fiscal, o maior dos avanços que nós tivemos nas últimas décadas nessa Casa”, ressaltou o senador.

Aécio criticou a irresponsabilidade do governo em relação ao setor elétrico, à decisão de aumentar impostos e também de suprimir alguns direitos trabalhistas. “O que nós estamos vendo hoje, as ações do governo, que contrariam imensamente tudo aquilo que foi dito na campanha eleitoral, faz com que dentro da própria base de governo haja uma grande frustração”, disse o senador.

Alvaro Dias assume liderança da oposição no Senado

alvarodiasO senador Alvaro Dias (PSDB-PR) é o novo líder do Bloco da Minoria no Senado, conforme decisão das bancadas do PSDB, formada por 11 senadores, e do DEM, com 5 parlamentares.

Conforme anunciado por Alvaro Dias, o grupo formado pelos dois partidos passará a ser denominado Bloco da Oposição, para ampliar a visibilidade da atuação de seus parlamentares frente ao governo federal. O senador do Paraná toma posse neste domingo (1º) para seu quarto mandato no Senado.

Alvaro Dias disse à imprensa que o papel da oposição em 2015 vai girar em torno principalmente da fiscalização e controle das ações do Poder Executivo, com críticas responsáveis e buscando a responsabilização das pessoas envolvidas em casos de corrupção.

Segundo ele, é possível serem criadas, ainda este ano, comissões parlamentares de inquérito (CPI) para dar continuidade às investigações na Petrobras e também em outros órgãos públicos, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Alvaro Dias também afirmou que a oposição vai fazer pressão para que sejam concretizadas reformas, como a política, a do sistema federativo e a tributária. Ele acrescentou que as novas medidas econômicas do governo merecerão atenção por parte de todo o Senado, em especial pela oposição.​

*Da Agência Senado