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“Quem teme, doa”, análise do ITV

petrobras-sede1-foto-divulgacao--300x169Parece que os diretores da Petrobras, em especial sua atual presidente, Graça Foster, sabiam que boa coisa não fizeram ao levar adiante negócios ruinosos como a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA. Qual explicação terão a dar por terem, no auge do escândalo, doado seus bens a parentes, possivelmente para livrar o patrimônio da Justiça?

Ontem à tarde, a Agência Globo revelou que Graça e Nestor Cerveró – ex-diretor da empresa responsável pelos pareceres que deram base à aquisição de Pasadena classificados como “falhos” por Dilma Rousseff – passaram apartamentos e imóveis para o nome de filhos e netos quando o Tribunal de Contas da União já investigava a aquisição da refinaria do Texas. Pelo jeito, vale a máxima: quem deve, teme. E quem teme, neste caso, doa.

As duas primeiras doações de Graça aconteceram em 20 de março, um dia depois de vir a público a manifestação de Dilma dizendo que, como presidente do conselho de administração da Petrobras, comandara a compra de Pasadena com base em parecer “técnica e juridicamente falho”. A terceira operação aconteceu menos de 20 dias depois.

Cerveró – que, como diretor, preparou os pareceres depois condenados por Dilma – doou três imóveis a seus parentes em 10 de junho, ou seja, 45 dias antes de o TCU determinar o bloqueio de seus bens e de mais nove gestores da Petrobras.

As movimentações do governo para livrar os dirigentes da empresa do encontro de contas com a Justiça têm sido frenéticas desde que, em julho, o TCU apontou dez gestores da Petrobras como responsáveis por prejuízo de US$ 792 milhões na compra da refinaria de Pasadena e bloqueou seus bens.

O ex-presidente Lula, o ministro da Justiça e o advogado-geral da União já foram a campo para evitar que o TCU também arrolasse a hoje presidente da República entre os atingidos pela decisão. Já Graça ficou fora da lista por um “erro”, segundo a versão oficial: esqueceram que ela era diretora da estatal na época da lambança.

Tudo continua muito nebuloso na operação envolvendo a compra de Pasadena. Em 2006, a refinaria foi comprada por uma empresa belga, a Astra Oil, por US$ 42,5 milhões e revendida à estatal brasileira por valor total de US$ 1,2 bilhão, umas 30 vezes mais caro. Pela operação, a Petrobras já reconheceu perda de mais de US$ 465 milhões em seu balanço de 2012.

Ontem, o plenário do TCU apreciaria proposta do relator, ministro José Jorge, para que os bens de Graça Foster também fossem bloqueados, criando situação inédita na companhia e levando, caso confirmada a decisão, à possível demissão dela do cargo. Com as novas revelações, a sessão foi suspensa. Talvez ainda dê tempo de esconderem mais algumas coisas comprometedoras…

Controle rigoroso em fronteiras impedirá entrada de armas e drogas, diz Aécio Neves

aecio-jnO candidato à Presidência da República pela Coligação Muda Brasil, Aécio Neves, afirmou, nesta terça-feira (19/08), que em seu governo não vai tolerar que haja “vista grossa”nas fronteiras brasileiras.  Para Aécio, somente com um controle rigoroso o país poderá combater o tráfico de armas e de drogas.

“Nós temos que ter uma relação de alto nível, de Estado para Estado, com os governantes desses países, porque não podemos permitir que continue havendo o que acontece hoje no Brasil: o tráfico de drogas e de armas, tirando a vida de 56 mil brasileiros [número de homicídios registrado no país em 2013]. Portanto, uma política de fronteiras em parceria com os Estados, com o financiamento da União, será também prioridade no nosso governo.”

A declaração foi feita por Aécio ao chegar a Sinop (MT) para ato político que reuniu cerca de mil pessoas, entre candidatos aliados, líderes políticos e simpatizantes. Estavam presentes o senador Pedro Taques, que concorre ao governo de Mato Grosso, e o candidato ao Senado Rogério Salles, entre outros.

O candidato anunciou que destinará mais recursos à Polícia Federal para fortalecer o controle nas fronteiras. De acordo com ele, a PF teve em 2014 o menor orçamento desde 2009. “Não houve a menor atenção do governo federal para com a necessidade de equipar adequadamente a nossa Polícia Federal”, afirmou.

Clínicas especializadas

O candidato reiterou, em Sinop, o projeto de criar no país 500 clínicas médicas especializadas. “Serão grandes centros, e aqui em Sinop certamente haverá um, como haverá vários em Mato Grosso, onde o cidadão chega, consulta com o especialista, sai dali já com os exames a serem feitos e podendo fazê-los naquele mesmo local físico e sair dali com os remédios.”

Para Aécio, é preciso dar “um salto de qualidade” na saúde pública no Brasil. Ele descartou a necessidade de volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) para ampliação dos investimentos em saúde. “O governo tem colhido recordes de arrecadação a cada ano, mas gasta muito e gasta mal. Nós vamos gastar melhor.”

“Saúde: razoável não, péssima'”, análise do ITV

novo-equipamento-podera-detectar-casos-de-dengue-em-20-minutos-e-reduzir-filas-em-hospitaisEm meio a seus típicos rompantes de prepotência e agressividade, Dilma Rousseff teve um raro momento de sinceridade durante a entrevista que concedeu ao Jornal Nacional anteontem. Foi quando reconheceu, ainda que muito a contragosto, que a saúde brasileira não é “minimamente razoável”.

Ainda assim, a presidente foi condescendente com o que ela e seu partido fizeram ao longo destes últimos 12 anos para cuidar dos serviços oferecidos pelo poder público à população. Foi quase nada. Na realidade, a situação da saúde está distante do razoável. Está péssima.

Atualmente, 57% dos brasileiros veem a saúde como tema prioritário da agenda nacional, segundo pesquisa divulgada ontem pelo Conselho Federal de Medicina. Nem sempre foi assim: quando a gestão petista começou, em 2003, apenas 6% tinham a mesma preocupação. Sinal de que os anos recentes foram de franca deterioração.

A reprovação à qualidade dos serviços é ampla, geral e irrestrita. Segundo a mesma pesquisa, 93% dos brasileiros desaprovam os serviços de saúde, tanto públicos, quanto privados, oferecidos no Brasil. Para cerca de 60%, eles são ruins ou péssimos.

A tão acachapantes constatações, a candidata-presidente retruca dizendo que seu governo agiu e implantou o Mais Médicos. “50 milhões de brasileiros não tinham atendimento médico, hoje têm”, disse ela ao telejornal da TV Globo.

A partir do que Dilma afirmou na entrevista, duas constatações se impõem: 1) até um ano atrás, ou seja, ao longo de 11 anos, o PT nada fez para enfrentar o problema e, 2) um programa que tem prazo de validade é tomado como se solução definitiva fosse.

A realidade é que o Mais Médicos foi convenientemente sacado da algibeira da alquimia petista para fornecer bom discurso em época de campanha eleitoral. Seus resultados continuam sendo uma incógnita, apesar de o governo sustentar que resolveu a vida de dezenas de milhões de brasileiros num passe de mágica.

Se o programa é incerto, é absolutamente evidente e demonstrável que o que Dilma prometeu na campanha de 2010 para melhorar a saúde dos cidadãos passou longe, muito longe, de se tornar realidade. Apenas para ficar nos mais emblemáticos, eram 500 UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) e 6.800 UBSs (Unidades Básicas de Saúde). E o que foi feito? 23 UPAs e 2.057 UBSs, segundo o mais recente balanço do PAC. Será que Dilma espera ter mandados infinitos para cumprir suas promessas?

O SUS vinha estruturando uma belíssima estratégia para cuidar de maneira continuada da atenção básica aos brasileiros: o Saúde da Família. Mas o PT preferiu deixá-lo na geladeira e segurar sua expansão. Hoje sua cobertura limita-se a pouco mais da metade da população. Não surpreende que, com os petistas no comando, a saúde tenha ido parar na UTI.

Aécio Neves propõe política “audaciosa” de segurança pública

aecioencontro-politico-acao-45-igo-estrela17-1024x682Em visita a Dourados, cidade do Mato Grosso do Sul próxima à divisa com o Paraguai e a Bolívia, o candidato à Presidência da República pela Coligação Muda Brasil, Aécio Neves, disse nesta quarta-feira (19/08) que terá uma “política audaciosa” para a segurança pública, que eliminará o atual “trânsito livre de drogas e armas nas fronteiras”.

 O candidato afirmou que equipará a Polícia Federal, transformará o Ministério da Justiça em Ministério da Segurança Pública e da Justiça e, ao contrário do que acontece hoje, proibirá o contingenciamento de recursos do Fundo Penitenciário e do Fundo Nacional de Segurança.

 Aécio criticou a falta de uma política do governo federal para a segurança pública. “A omissão do atual governo na área é criminosa”. Para ele, as consequências disso são as fronteiras abertas e o aumento da criminalidade no país. “O governo federal transfere essa responsabilidade exclusivamente para os Estados, como se não tivesse nada a ver com isso, mas tem.”

 Aécio Neves observou que, de 550 mil homens que trabalham na área de segurança, 15% estão desviados para atividades administrativas. Prometeu corrigir essa distorção, com a contratação de mais profissionais. Ele afirmou ainda que firmará parceria com os Estados, para estabelecer pela primeira vez uma política nacional de segurança pública articulada pelo governo federal.

 O candidato também anunciou que dará “atenção enorme” para a modernização do Código Penal e do Código de Processo Penal, “para que a impunidade não continue a ser um estímulo à criminalidade crescente”.

 Por fim, Aécio citou a experiência no governo de Minas Gerais. Lembrou que foi o governador que mais investiu em segurança proporcionalmente à receita do Estado. “Com gestão e prioridades, levei Minas Gerais a ter hoje a melhor educação fundamental do Brasil, a melhor saúde de toda a região sudeste e o maior conjunto de parcerias com o setor privado.”

Max Filho lança candidatura em Vila Velha

DSC0334Cerca de 2 mil pessoas prestigiaram o lançamento oficial da candidatura de Max Filho (PSDB-4500) a deputado federal. O evento realizado na noite desta segunda-feira (18), na Praça Duque de Caxias, no Centro de Vila Velha.

O encontro contou com a presença de líderes políticos de todo o Espírito Santo, como o deputado federal César Colnago, candidato a vice-governador do Estado e presidente regional do PSDB, o vereador de Vitória e candidato a deputado estadual Luiz Emanuel e muitos outros candidatos a deputados.

Recebido com palmas e palavras de apoio pela multidão que compareceu ao local do encontro, Max Filho ressaltou, em seu discurso, que um político precisa saber propor pautas importantes para a sociedade e também enfrentar as irregularidades.

“Na hora de enfrentar a corrupção que afeta a política, não pode ter medo e nem dever nada a ninguém. Fui prefeito oito anos dessa cidade e sei que Vila Velha tem problemas crônicos que, com recursos só da prefeitura, não vamos conseguir resolver. Quero ser o deputado federal de todo o povo capixaba e também de Vila Velha. Quero pedir a vocês que me deem essa oportunidade” , afirmou Max.

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Candidato a vice-governador do Estado na chapa de Paulo Hartung, o deputado federal César Colnago destacou a importância de se escolher pessoas que irão representar o povo com respeito.

“Max tem uma história pautada na dignidade. Já foi vereador, deputado, prefeito,  tem uma boa formação mas, muito mais que isso, é preciso ter currículo do povo.  Quanto mais instrução, melhor, mas é preciso ter compromisso com o povo porque tem muita gente com boa formação, mas depois de eleito trai o povo. Está nas nossas mãos escolher quem vai nos representar”, afirmou Colnago.

Durante o evento de lançamento da  sua candidatura, Max Filho pediu aos presentes que fizessem um minuto de silêncio em homenagem ao falecimento do ex-candidato a presidente da República Eduardo Campos (PSB), morto na semana passada em um acidente aéreo, em SAntos, São Paulo, com mais seis ocupantes da aeronave.

UPPs serão levadas para outras regiões do país, afirma Aécio no Rio

aecio_santamarta_orlandobrito_16-300x200O candidato à Presidência da República pela Coligação Muda Brasil, Aécio Neves, anunciou, nesta segunda-feira (18/08), que vai levar a experiência das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), do Rio de Janeiro, para outras regiões do Brasil que enfrentam problemas de criminalidade. Em visita à Comunidade Santa Marta, na capital fluminense, a primeira a receber uma UPP, Aécio afirmou que a atuação das UPPs será ampliada para além da segurança, passando a contemplar áreas como emprego, saúde e educação.

“Quero reiterar o meu compromisso de ampliar esse tipo de iniciativa para outras regiões metropolitanas do Brasil, outros aglomerados urbanos que vivem problemas de criminalidade, áreas controladas pelo tráfico, e isso em várias dessas comunidades deixou de acontecer. Meu governo vai planejar e articular uma política nacional de segurança e vai aproveitar de forma muito positiva essa experiência das UPPs, conduzida pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro”, disse o candidato.

Ao lado do secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, do comandante da Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), coronel Frederico Caldas, e do coordenador do AfroReggae e da área de Juventude do programa de governo da Coligação Muda Brasil, José Júnior, além dos deputados Otávio Leite (PSDB-RJ) e Luiz Paulo Corrêa da Rocha, presidente do PSDB-RJ, Aécio destacou que a experiência é “extraordinária”.

“Precisamos dar o segundo passo, que é, em primeiro lugar, garantir renda para as famílias que vivem nessas comunidades, para as mulheres, através da qualificação. Precisamos ampliar as creches, levar serviços de melhor qualidade. O governo federal tem que coordenar um trabalho que permita que as UPPs vivam a sua segunda etapa: geração de renda, equipamentos de saúde pública, educação. Isso é possível fazer, desde que o governo federal assuma a sua responsabilidade”, salientou.

Aécio ressaltou ainda a importância de desenvolver políticas específicas para a juventude, como forma de controlar o aumento violência. Ele criticou a atuação do governo federal, “que até hoje tem sido omisso na questão da segurança pública”.

Programa Família Brasileira
Para o candidato à Presidência da República, a ampliação dos serviços oferecidos nas UPPs passa por investimentos na melhoria da qualidade da educação, na empregabilidade dos jovens, em políticas de habitação, ressocialização e geração de renda. Para isso, em seu governo Aécio criará o programa Família Brasileira.

“Vamos classificar principalmente essas famílias mais dependentes dos programas de transferência de renda em cinco níveis, para que elas possam a cada ano alterar, diminuir o seu nível de carência”, afirmou.

Os níveis serão definidos levando em consideração as particularidades de cada família – se tem acesso a saneamento básico, algum membro no sistema prisional brasileiro, jovens adolescentes grávidas, por exemplo – sendo o quinto nível o mais preocupante.

“Esse nível de detalhamento vai atuar em várias frentes, para que as carências sejam superadas. Diferente do PT, que defende a pobreza somente como a ausência de renda, nós vemos a pobreza como a ausência de serviços de qualidade, dignos, e também de oportunidade. Há muito a ser feito. Não queremos apenas conviver e administrar a pobreza. Queremos superá-la”, acrescentou.

Incentivos
A instalação da UPP na comunidade de Santa Marta foi um momento decisivo para seus moradores. Desde 2008, a região registra taxa zero de homicídios. Além das instalações policiais, o prédio abriga ensaios da ONG Ação Social pela Música, idealizada pela instrumentista Fiorella Solares. O projeto existe há 18 anos e atende 800 jovens e crianças em 19 comunidades pacificadas do Rio de Janeiro.

“Nosso objetivo é educar crianças e jovens através da música”, afirmou Fiorella. “Essa pacificação é tudo para eles. Foi o que fez com que o nosso trabalho crescesse nas comunidades nos últimos cinco anos. Tem que ter cultura e sensibilidade para abraçar um projeto como esse”.

Em sua visita à UPP, Aécio foi recepcionado por uma orquestra de jovens, formada por crianças e adolescentes de 6 a 18 anos de idade, de várias comunidades do Rio de Janeiro. O candidato à Presidência da República ouviu, emocionado, a uma seleção de composições, entre elas a Quinta Sinfonia, de Beethoven, e Mourão, de Guerra-Peixe.

Voz ativa
Após a visita à UPP, Aécio desceu os 788 degraus do morro Dona Marta, cumprimentando e conversando com moradores. Alzenira Carvalho, de 80 anos, moradora da comunidade há mais de meio século, disse que a passagem de Aécio ao morro dá voz à população.

“É muito bom alguém aqui para escutar a gente, ouvir nossos problemas. Precisamos de alguém que lute pelos direitos dos mais velhos”, considerou.

O presidente da Associação dos Moradores de Santa Marta, José Mário Hilário Santos, destacou que a pacificação permitiu que os seis mil moradores da comunidade pudessem “comprar e investir nas suas casas”.

Cláudia Amorim, que trabalha em uma oficina mecânica e mora na comunidade há dez anos, destacou que a UPP “trouxe paz e tranquilidade” aos moradores.

“O que a gente quer é a continuidade dessa mudança maravilhosa que tivemos com essa UPP. Acredito que Aécio vai trazer melhoras para mim e para todos os brasileiros, dar um basta àquela violência que tínhamos por aqui. É isso que eu quero para os meus filhos, os filhos dos meus vizinhos, meus sobrinhos, para todo mundo”, afirmou Cláudia Amorim.

Seguido por moradores, alguns com bandeiras do PSDB, Aécio recebeu de presente uma camiseta que simboliza a comunidade. O candidato à Presidência da República passou ainda pela banca do Edvaldo, pelo bar do João e pela Laje do Michael Jackson, local onde o ídolo pop gravou parte do clipe da música “They don’t care about us”, de 1996.

“Dilma continua não sabendo”, análise do ITV

dilma-foto-fabio-pozzebom-abr1-300x199Há algumas semanas, Dilma Rousseff foi questionada a respeito das razões de a economia brasileira estar se saindo tão mal no seu governo. Não pensou duas vezes antes de responder ao correspondente internacional que a questionara: “Não sei”.

Ontem, a candidata-presidente manteve a cantilena, dizendo, na bancada do Jornal Nacional, que “não sabe” de onde vem a profusão de indicadores que mostram a debacle em marcha na atividade econômica. A questão que fica é: qual país, afinal, ela está governando?

Como sempre, a estratégia da presidente para fugir do constrangimento de admitir que sua gestão fracassa em fazer o país crescer, gerar mais oportunidades de emprego e renda e melhorar as condições de vida da população foi acenar com um futuro venturoso. O problema é que, com ela, ele nunca chega.

Dilma irá se notabilizar por entregar a seu sucessor um país pior do que recebeu. O crescimento do PIB mergulhou de 7,5% no ano de sua vitória nas urnas – número, reconheça-se, inflado pelo vale-tudo promovido por Lula para elegê-la – para menos de 1% previsto para este ano.

Pela primeira vez desde a estabilização conquistada com o Plano Real, a inflação no fim do mandato presidencial será mais alta que a do início. Aliás, em nenhum dos quatro anos de sua gestão, Dilma sequer se aproximou de cumprir a meta fixada. Os juros também já estão mais altos do que estavam quando a petista sucedeu Lula.

Dilma repete que o Brasil enfrenta a crise mundial sem desempregar. Mas o total de empregos gerados no país caiu à metade entre 2010 e 2013, de acordo com números da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho.

A presidente finge ignorar que o ovo da serpente do desemprego já está sendo chocado. Desde 2010, só a indústria já reduziu seu estoque de empregos em 400 mil vagas. No primeiro semestre do ano, 12 mil pessoas tiveram seu contrato de trabalho suspenso, na antessala da demissão – nível só visto antes no auge da crise de 2009.

Daqui a menos de duas semanas será conhecido o resultado do PIB do segundo trimestre. É quase certo que a economia terá recuado, e não crescido, no período. Novamente, segundo o que disse ontem na TV Globo, parece clara a explicação que Dilma dará para o insucesso: esqueçamos o passado, porque o porvir será uma maravilha.

Não dá para passar a borracha em quatro anos de retrocessos, em quatro anos de escolhas equivocadas, em quatro anos de insistência no erro. Dilma Rousseff parece convicta de que seguiu o caminho correto e que, uma vez reeleita, irá perseverar nele. Se isso acontecer, será a vez de todos os brasileiros dizerem que não sabem aonde o desastre vai dar.

Entrevista com Aécio Neves no Recife

2014-739107986-2014-737535969-2014072863882.jpg_20140728.jpg_20140803 (1)O candidato à Presidência da República da Coligação Muda Brasil, Aécio Neves,  foi ao Recife neste domingo (17/08) para a cerimônia de despedida do ex-governador Eduardo Campos, candidato à Presidência da República pelo PSB.

Seguem trechos da entrevista:

 Durante toda a convivência eram parceiros [Eduardo Campos e a mulher Renata], todo o tempo. Quando eu falava com ela [Renata Campos] pelo telefone, logo depois do acidente, ela falou: ‘Olha, isso o Eduardo não tinha combinado comigo’. Ele sempre foi força e alegria e é o que tem que continuar movendo a nossa vida. A força dele e alegria de viver. Acho que a união da família é o que ele tem de mais valioso, de mais precioso para suportar uma dor que ela não diminui. Os próximos dias, semanas, meses, é uma dor crescente.

 Então é um dia de muita tristeza. Eu não estou como candidato como candidato à Presidência da República. Estou como amigo, alguém que sabe a dimensão da perda do Eduardo e fará falta. Faz hoje para as discussões do Brasil e fará no futuro a construção de um projeto novo.

Sobre a possibilidade de Marina Silva ser candidata à Presidência da República

 Não quero comentar. Hoje apenas vocês vão me permitir não entrar nessas análises políticas porque não me caberia porque seria uma intromissão indevida. Hoje eu estive com a Marina e desejei a ela muita paz e muita força. Conversei com a presidente também. É importante que nós tenhamos capacidade de compreender talvez até seguindo uma velha lição Tancrediana: ‘Quem deve brigar são as ideias e não as pessoas’. Então vamos manter. Espero que possamos ter uma campanha civilizada e debatendo propostas.

 Essa talvez seja a maior de todas as homenagens que qualquer um de nós possa fazer ao Eduardo. É uma campanha que pense o Brasil. Cada um com suas convicções e ideias, mas permitindo que a discussão se dê em torno do futuro dos brasileiros.

 É uma perda enorme e pessoal, eu e a minha família toda estamos sentindo imensamente essa perda de um homem de bem. E que tinha a alegria de viver. Ele queria fazer algo muito digno para o Brasil.

 Conversa com Marina Silva

 Desejei muita paz e muita força nessa hora.

“Mais do mesmo”, análise do ITV

ITVHavia um tempo em que as palavras do ministro da Fazenda eram cruciais para que os agentes econômicos se orientassem e tomassem melhores decisões. Esta clareza deixou de ser a tônica com o posto ocupado por um especialista em prognósticos que nunca se confirmam.

Ainda assim, a entrevista de Guido Mantega publicada ontem pela Folha de S.Paulo lança alguma luz sobre temas dos quais o governo da presidente Dilma Rousseff vem, de resto, se esquivando de abordar.

Na conversa, o ministro petista admite reajustes nos preços administrados, reconhece a alta presente das tarifas de energia e diz que os combustíveis devem ficar mais caros ainda neste ano. Para um governo que até então vinha negando problemas em todas estas áreas, já é um avanço.

Há, na entrevista, a admissão tácita de que os preços praticados pela Petrobras estão defasados: “O aumento de preço não pode ser exagerado, porque senão causará prejuízos a todo mundo. Os preços vão subir”. O consenso entre os analistas é de que a defasagem é bastante grande, conforme publica hoje o Valor Econômico.

A parte mais preocupante da entrevista, porém, é aquela em que Mantega reforça a aposta no atual receituário econômico praticado por Dilma. Se suas palavras valem – e a força do cargo nos leva a considerá-las desta maneira – a conclusão é de que teremos mais do mesmo pela frente caso a atual presidente conquiste novo mandato em outubro. 

A única mudança possível é alguma alteração nos limites de tolerância da inflação, tendo claro que até 2016 elas já estãosacramentadas pelo Conselho Monetário Nacional.

Segundo a visão do ministro, só o Brasil acerta, enquanto economias como a americana e as da União Europeia enveredam por descaminhos. 

Faltou apenas ele explicar por que o PIB de lá já se recupera, enquanto o nosso está na rabeira dos rankings mundiais: confirmadas as projeções para este ano, o resultado acumulado desde 2011 figurará apenas na 134ª posição entre todos os países do mundo.

As típicas mistificações de Mantega não poderiam deixar de estar presentes na entrevista. O ministro achou conveniente jogar na Copa do Mundo a culpa pelo pibinho que o IBGE anunciará dentro de dez dias. Sim, o Brasil foi paralisado para que a bola rolasse, mas as razões da provável recessão vão muito além dos 30 dias de Mundial e são anteriores a ele.

É curioso que, pouquíssimo tempo atrás, o mesmo Guido Mantega tinha visão muito diferente. Quando o IBGE divulgou o resultado do primeiro trimestre, em 30 de maio, o ministro disse que a Copa ajudaria a turbinar a economia e levá-la a produzir resultado melhor entre abril e junho. Mais uma previsão furada. Mas isso já não é nenhuma novidade.

“A recessão vem aí”, análise do ITV

agenciabrasil300712_abr0296-copiaA Copa do Mundo deu um tombo na economia brasileira só comparável ao chocolate que a seleção de Luiz Felipe Scolari sofreu da Alemanha. Com os péssimos resultados registrados em junho, já é praticamente certo que o PIB nacional caiu no segundo trimestre. A recessão pode estar a caminho.
Hoje pela manhã, o Banco Central divulgou seu indicador referente ao nível de atividade da economia brasileira em junho. A queda foi estrondosa: 1,48% sobre maio e 2,68% na comparação com junho do ano passado.

Desde os meses que se seguiram à deflagração da crise financeira mundial, em fins de 2008, a economia brasileira não ia tão mal. No trimestre, a atividade caiu 1,2%, segundo o BC. O indicador serve para antecipar os números oficiais que o IBGE divulga no fim do mês, embora nem sempre coincidam.

Com a divulgação de diversos indicadores referentes a junho e julho, vai ficando claro que a Copa teve efeito danoso sobre o desempenho econômico do país. Na prática, o Brasil simplesmente parou para que os jogos acontecessem.

Mais certo seria dizer que o país foi deliberadamente parado, uma vez que medidas excepcionais, como a decretação de feriados, acabaram sendo a tábua de salvação para que a infraestrutura precária que o governo não deu conta de aprontar a tempo do Mundial não naufragasse.

Com isso, sofreram os mais diversos setores. O varejo, por exemplo, teve em junho sua maior queda em dois anos, com recuo de 0,7% em relação a maio. Quando se computam também as vendas de veículos e material de construção, o tombo foi bem maior: 3,6%, na mesma base de comparação.

Os trabalhadores estão entre os grandes prejudicados pela paralisia que se abateu sobre o país nas semanas da Copa. A geração de empregos em junho foi quase 80% menor que um ano antes e o total de empregados com contratos de trabalho temporariamente suspensos (em layoff) é o mais alto desde 2009.

Daqui a duas semanas, o IBGE divulgará o resultado do PIB do segundo trimestre. O consenso entre os analistas é que ocorreu uma retração no nível de atividade no período. Se confirmado, o número pode levar à revisão do PIB do primeiro trimestre também para o terreno negativo. O país estaria, assim, tecnicamente em recessão.

Trata-se da crônica de um desastre anunciado. Há meses a trajetória cadente da economia vem sendo apontada por analistas e críticos como decorrência de decisões equivocadas ditadas por Brasília, que manejou mal a política monetária, explodiu o resultado fiscal e jogou gasolina na inflação, por meio do incentivo desmesurado ao consumo. Esta tragédia poderia ter sido evitada.