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Dilma tenta firmar-se como líder, mas não consegue, diz líder do PSDB

aloysio-nunes-foto-george-gianni-psdb--300x200A presidente Dilma tentou firmar-se como líder do país e não conseguiu: faz campanha mais uma vez sob a tutela de Lula.  A fama de gestora foi desmentida pela mediocridade do seu governo. Que faxineira é essa que traz de volta ao seu regaço os que haviam sido dele excluídos com estardalhaço?

Às favas com as razões éticas alardeadas à época da faxina: agora vale tudo em troca de alguns segundos de propaganda na TV. Para esse mesmo fim, Dilma, nos últimos dias, raspou o tacho do fisiologismo para aplacar o apetite insatisfeito de aliados descontentes, prestes à defecção.

Líder, gestora, faxineira: nada disso ela é.

Pois não é que agora pretende posar de moralista?

Discorreu hoje sobre as virtudes da sinceridade e da lealdade na ação política. Nem bem concluiu os últimos retoques de uma vasta e subterrânea operação de aliciamento

eleitoral com recursos públicos exalta, na convenção do PSD, a prevalência das convicções sobre as conveniências.

E tudo isso ao lado do ex-prefeito Gilberto Kassab, aliado correto que, há dois dias, fora impiedosamente vaiado na convenção do PT na presença da mesma presidente Dilma.

Na final de sua homilia, a falsa moralista saiu-se com uma surra do aforismo: a esperteza tem pernas curtas. Tem razão. E é por isso que seu governo também tem perna curta: vai acabar no próximo 31 de dezembro, sem direito à prorrogação.

Aloysio Nunes Ferreira (SP)
Líder do PSDB no Senado

Brasília, 25 de junho de 2014

“Contabilidade criativa usa a Petrobras”, opinião O Globo

petrobras-sede1-foto-divulgacao--300x169É difícil acreditar que tenha sido absolutamente técnica a decisão do governo de estender as áreas hoje exploradas pela Petrobras, sob a forma de cessão onerosa, na camada do pré-sal da Bacia de Santos. Considerando- se os precedentes de uso de técnicas de contabilidade criativa para que as contas públicas atinjam os parâmetros que o próprio governo se compromete a alcançar nas diretrizes orçamentárias, tudo indica que tal recurso esteja sendo novamente utilizado pelas autoridades, para que, no exercício de 2014 — um ano de eleições gerais —, os números apareçam bem na fotografia. Afinal, a ampliação das áreas implica a transferência de recursos da estatal para o Tesouro a título de bônus de assinatura — R$ 2 bilhões, para oxigenar combalidas contas públicas.

A Petrobras alega que faz bom negócio. E, de fato, a potencialidade dos campos que vêm sendo explorados na camada do pré-sal da Bacia de Santos indica que a empresa poderá ampliar significativamente suas reservas — seria um acréscimo de 10 bilhões a 14 bilhões de barris. A justificativa técnica para a decisão do governo é que os campos da cessão onerosa estão entrando na fase de desenvolvimento, e os reservatórios contêm volumes de óleo e gás muito superiores aos previstos inicialmente.

Faria, então, sentido que a Petrobras já planejasse a instalação de equipamentos e infraestrutura prevendo aumento futuro da produção. Para que a União seja remunerada por esses volumes que deverão ser extraídos no futuro, o governo se baseou nas condições do leilão do campo de Libra (arrematado pelo único consórcio que ofereceu lance na licitação).

Mas há outras questões que devem ser observadas. A Petrobras não tem sobra de caixa. Ao contrário, a empresa já reconheceu que este ano precisará aumentar o já elevado endividamento para levar adiante seu plano de negócios. Somente a partir do próximo exercício, com o esperado aumento de produção, é que os investimentos serão financiados pela geração de caixa, sem necessidade de recorrer a mais endividamento. É o que se diz oficialmente.

Depois do leilão de Libra, a avaliação dos analistas é que a Petrobras ficou sem condições financeiras de assumir novos grandes riscos. Mesmo assim, montou-se a arquitetura financeira da transação anunciada na terça para atender às necessidades de curto prazo do Tesouro (daí as ações da estatal terem caído com o anúncio da operação). É sintomático que Graça Foster, presidente da empresa, ao comentar a medida, tenha deixado claro que mais do que nunca a companhia precisa que os preços internos dos combustíveis sejam alinhados aos externos. Em suma, a Petrobras está transferindo para o Tesouro recursos que hoje não tem, e não há previsão, ou promessa, de que os terá.

Fica óbvio que a decisão foi muito mais política do que técnica. Ainda com outra decorrência negativa, a de representar um aprofundamento da ingerência do Estado no setor.

*Publicado em O Globo – 26/06/2014

“Palavra dada é palavra empenhada”, análise do ITV

planalto-psdb-foto-george-gianni-300x200Dilma Rousseff é uma pessoa de palavra. Quatro anos atrás, apresentou-se ao eleitorado como gerente gabaritada. Eleita, correu para vestir uniforme de faxineira. Há algumas semanas, assegurou que não mudaria sua equipe ministerial apenas em troca de alguns minutinhos a mais no rádio e na TV. As circunstâncias e o figurino podem mudar, mas Dilma Rousseff mantém a coerência: não cumpre nada do que fala.

Dilma havia dito há algum tempo que “faria o diabo nas eleições”. Mas, vê-se agora, é muito mais que isso: a candidata-presidente está disposta mesmo é a vender a alma ao diabo. Os lances mais recentes da montagem do palanque reeleitoral são pródigos neste sentido. No balcão de negócios, o céu é o limite.

A presidente da República trocou ontem mais um de seus ministros para assegurar o apoio de mais um partido à sua elástica coligação eleitoral. Dilma dissera que estava muito satisfeita com César Borges no Ministério dos Transportes – e, convenhamos, pelo histórico de inoperância da pasta na era petista ele até vinha bem – e jamais o tiraria do cargo.

A palavra dada pela presidente, contudo, não foi honrada. O partido do ministro, o PR, cobrou a substituição de Borges e Dilma prontamente atendeu. Entregou sua cabeça e trouxe de volta para o cargo o mesmo ministro afastado há menos de 15 meses. Se isso não é ser coerente, o que mais pode ser? A Borges, restou a Secretaria dos Portos como prêmio de consolação.

Em 2011, o mesmo partido e o mesmo Ministério dos Transportes estiveram no centro da “faxina” – aquela em que a sujeira é varrida para baixo do tapete – promovida pela presidente. Se havia alguma dúvida do artificialismo do figurino ético de Dilma, não remanesce nenhuma mais. Na alça da mira agora estão a diretoria-geral do Dnit e o comando da Valec, também num movimento de desfazer a limpeza que, embora timidamente, fora feita.

A coerência administrativa da presidente ao nomear sua equipe é de dar gosto. Basta lembrar, também, o que aconteceu no Ministério da Pesca três meses atrás. Lá o ministro que não sabia o que era uma minhoca deu lugar a seu suplente no Senado, um teólogo e jornalista que, possivelmente, não faz ideia do que seja pescar com caniço e samburá.

Em todos estes episódios, salta aos olhos a falta de autoridade da presidente e sua total ausência de controle e critérios para compor uma equipe. Já não bastassem os maus resultados que ela tem a exibir em termos de obras e realizações, cabe a pergunta: Que espécie de gerentona eficiente é esta?

No seu vale-tudo pelo poder, o PT faz uso de suas armas mais típicas, como a também odienta caça aos que ousam não compactuar com os planos eleitorais do partido. O Globo noticia hoje que o Planalto foi em busca dos nomes de cada um dos prefeitos do PMDB fluminense que hipotecaram apoio a Aécio Neves. Para que será?

Pego no flagra, o ministro de Relações Institucionais disse que pretendia apenas convidá-los para um convescote no Planalto. “Prefeito, quando você chama para almoçar, para conversar sobre algum assunto, ele vem. Isso é do jogo”, disse Ricardo Berzoini, de notáveis atuações no submundo da guerrilha petista em eleições passadas. Não parece um fidalgo?

A uma presidente sem autoridade e com um currículo de parcas realizações para mostrar ao eleitorado como justificativa para merecer um novo mandato, junta-se um partido disposto a tocar o terror para vencer as eleições e perpetuar-se no poder. Nem com todos os arranjos e malandragens do mundo isso vai dar certo. O vale-tudo tem limite.

PT usa máquina do Planalto para identificar apoiadores de Aécio

denuncia-banner-780x340-300x130O jornal O Globo trouxe mais uma grave denúncia que comprova o uso da máquina pública em favor dos interesses eleitorais do PT.

Depois de a justiça identificar o uso de servidores da prefeitura petista de Guarulhos e de computadores da Eletrobrás na disseminação de calúnias contra o presidente do PSDB, Aécio Neves, na internet, surge agora comprovação de que funcionários do Planalto, pagos com recursos do contribuinte, ao invés de servir ao governo e ao país, são utilizados para servir ao PT monitorando atividades políticas de adversários do partido.

A nova “lista” buscada pelo Planalto provavelmente serviria para perseguição ou tentativa de aliciamento, duas práticas condenáveis no regime democrático e que revelam a incapacidade do PT de conviver e respeitar as diferenças naturais numa sociedade democrática.

A reportagem demonstra que o assessor Cássio Parrode Pires, que trabalha na Presidência da República, tentou identificar o nome dos prefeitos do PMDB que participaram de evento de apoio à candidatura de Aécio Neves no Rio de Janeiro. O servidor trabalha no Núcleo de Gestão da Informação, da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, que deveria reunir dados sobre os estados e municípios para ajudar o ministro e a presidente no processo de tomada de decisão em temas relacionados à Federação.

Proposta do PSDB para Educação valoriza professores e prevê mais recursos para estados e municípios

Educação-Goias-Velho-Foto-Angela-Scalon-15-300x212Brasília – Mais recursos do governo federal para estados e municípios, política de valorização da carreira e mudanças na formação dos professores, universalização da pré-escola e integração do ensino infantil com as áreas da saúde e da assistência social. Esses são alguns dos pontos defendidos pelo candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves, no programa de governo que o partido apresentará ao país na eleição deste ano.

A proposta contempla professores, primeira-infância, pré-escola, ensino básico, juventude, ensino profissionalizante, garantia da expansão de programas federais como o Fies e Pro-Uni, entre outros pontos. As diretrizes do programa educacional do PSDB vão ao encontro e aprimoram as metas estabelecidas no Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado nesta quarta-feira (25) pela Presidência da República.

Pelo texto publicado hoje, O Brasil terá de ampliar os investimentos públicos no setor dos atuais 6,4% do PIB para 7% até 2019, e para 10% até 2024. Em números absolutos, isso significa saltar de R$ 338,6 bilhões para R$ 370,3 bilhões nos próximos cinco anos, e para R$ 529 bilhões até o fim do decênio, com base no PIB estimado para 2014.

Na teoria, a injeção desse montante significativo de recursos é uma das principais conquistas do plano sancionado hoje, na avaliação de quase todos os especialistas em educação. Já na prática, o cumprimento da meta exigirá das autoridades um grande esforço.

Um dos desafios, na avaliação da socióloga Maria Helena Guimarães de Castro, uma das responsáveis pelo programa de governo que o PSDB apresentará ao país na eleição deste ano, é ampliar a participação do governo federal no Fundeb, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação.

“A União não está se comprometendo a ampliar o volume que aplica. Para chegar a 7% será fundamental a complementação da União ao Fundeb, porque os municípios estão sobrecarregados e com dificuldade de ampliar os investimentos. A União tem melhores condições de aumentar o repasse do que dividir com os municípios. Os estados também estão quase no teto, investindo quase 30% do orçamento em educação, e ainda assim muitos deles não conseguem garantir o piso nacional do magistério”, avalia Maria Helena.

O programa de governo do PSDB para a Educação dará prioridade número 1 à valorização da carreira de professor, com melhores salários para esses profissionais, adianta a pesquisadora. Na visão do partido, dar mais incentivo para atrair bons professores é fundamental para elevar a qualidade do ensino no Brasil. “É nossa prioridade garantir o piso e a melhoria progressiva da carreira e da formação dos professores, e isso requer aumento dos recursos da União ao Fundeb. Precisamos valorizar principalmente a carreira para atrair os melhores talentos para a educação. Se a carreira não for atraente desde o início, não vamos conseguir atrair as pessoas mais interessadas para a área”, afirma.

Infância

Maria Helena também adianta que a proposta do partido para a educação infantil, para crianças de até três anos, passa pela integração com as áreas da Saúde e da Assistência Social. No entendimento da pesquisadora, a integração é necessária para que as crianças tenham mais chances de se desenvolver na pré-escola e no ensino básico.

O PSDB também defende um sistema de monitoramento da qualidade da educação infantil e programas de capacitação e certificação de educadores de primeira infância.“A etapa mais importante de desenvolvimento da criança vai de zero a três anos. Defendemos ações focadas na família. A infância começa desde que a mãe está grávida e é essencial que ela tenha atenção nesta fase”, afirma Maria Helena.

Juventude

A pesquisadora antecipa ainda que o programa do partido terá uma proposta para modernizar o ensino médio, que nos últimos cinco anos sofreu um processo de estagnação, com altas taxas de reprovação e abandono escolar. A ideia é que os alunos tenham acesso a um ensino médio diversificado e mais flexível, com opções de aprofundamento de estudos em áreas de conhecimento ou opções de educação profissionalizante, além de tutoria para orientar os jovens em relação às suas escolhas.

“Vamos apresentar um conjunto de ações para diversificar o ensino médio para deixá-lo mais interessante para a juventude. Queremos enfrentar isso com um projeto chamado Escola Jovem, que envolve ensino médio diversificado, opções de educação profissionalizante e escolas de ensino médio em tempo integral em áreas mais vulneráveis”, adianta.

Outro ponto defendido é a criação de uma base nacional de conhecimentos e habilidades essenciais para os alunos de educação básica (fundamental e médio). “Os alunos aprendem pouco, porque os conteúdos essenciais que todos os jovens deveriam ter não estão claramente definidos e, portanto, as escolas são muito desiguais. A base nacional tem esse objetivo. Está previsto na Constituição Federal na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). Até agora, o Brasil não tinha uma base nacional comum. As crianças terminam o ensino básico com baixo conhecimento. Dados oficiais do MEC mostram que 28% têm o domínio da língua portuguesa e apenas 10% o pleno domínio da matemática ao final do ensino médio”, ressalta Maria Helena.

Lideranças tucanas destacam a importância do PSDB para o Brasil

SAM_5158Com um passado de conquistas e realizações para o País e um presente que se apresenta como alternativa capaz de promover as mudanças que o Brasil tanto clama e precisa, o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) completa 26 anos de fundação nesta quarta-feira, dia 25 de junho.

Seu vasto legado em benefício do País ao longo de sua história faz do PSDB uma legenda forte com um histórico de avanços que marcaram a história recente Brasil.

Para tucanos de todo o Brasil, o partido continua sendo protagonista dessa trajetória rumo aos avanços. O enfrentamento das desigualdades sociais e a modernização da economia e das instituições são algumas das marcas tucanas à frente do governo federal. Em 2014, o Plano Real completa 20 anos.

Presidente do PSDB-ES, o deputado federal César Colnago avalia que o partido está sintonizado com os interesses do Brasil. “São muitas as conquistas alcançadas que mostram isso. Estabilidade econômica, gestões de qualidade, não apenas no governo federal, mas também nos estados e municípios que o PSDB governa. Além disso, também fazemos uma oposição responsável e equilibrada, que nunca se distancia dos interesses da nação”, afirmou.

Filiado do PSDB-ES desde 1994, o deputado estadual Marcos Mansur recorda a “herança bendita” deixada por Fernando Henrique Cardoso ao implantar o Plano Real.

“Nesses 26 anos, há de se lembrar do grande desafio que o PSDB enfrentou ao se deparar com uma inflação de 85% ao mês. O Brasil estava falido e desacreditado. Planos atrás de planos, confiscos de dinheiro da população. Eu, como milhões de trabalhadores, senti na pele o que era receber o salário e ver o dinheiro indo embora. Nada funcionava”, disse.

Na opinião do secretário-geral do PSDB-ES, Ruy Marcos Gonçalves, a legenda chega ao seu 26º aniversário com um saldo muito positivo.

“O partido tem um grande legado que deixou uma marca na história recente do País. Estar afinado com os movimentos sociais também é fundamental para realizar as mudanças que o Brasil precisa e o presidente do partido, senador Aécio Neves tem sido um agente facilitador dessa nova visão”, avaliou.

O presidente da JPSDB-ES e secretário Região Sudeste da JPSDB Nacional, Armando Fontoura, acredita que o partido representa os ideais da juventude e de todos que desejam um Brasil melhor.

“Quando comecei a estudar política e os partidos, me identifiquei muito com a Social Democracia. Grandes nomes do cenário nacional me inspiraram, como Fernando Henrique Cardoso, Aécio Neves, Mário Covas e do Espírito Santo, como Luiz Paulo Vellozo Lucas, César Colnago e outros. Logo percebi que é um partido de grandes quadros e que fez e continua fazendo história. O PSDB é meu primeiro e único partido”, finalizou.

 

História

Fundado em 1988, ano da promulgação da Constituição, o partido já nasceu grande. Poucos meses após sua fundação, elegeu 18 prefeitos, inclusive de Belo Horizonte.

O tempo foi passando e o PSDB foi ganhando mais força. O deputado federal Marco Tebaldi (PSDB-SC) disse que o partido tem uma vasta história de sucesso e de realizações de Norte a Sul. “Podemos ressaltar a questão da estabilidade econômica, os programas sociais, os investimento na educação e o cuidado com a saúde e com a segurança pública”, disse ele acrescentando que esse legado ocorreu durante as gestões de Fernando Henrique Cardoso, que governou o país de 1995 a 2002.

O deputado federal Alfredo Kaefer (PSDB-PR) também recordou a herança bendita do governo Fernando Henrique Cardoso e avaliou que o partido está sintonizado com as vozes das ruas. “Eu diria que há um equilíbrio entre uma situação de esquerda e de direita, mostrando uma social democracia que privilegia a liberdade econômica, fortalece a iniciativa privada, sem deixar de dar atenção à essencialidade do plano social”, resumiu.

O enfrentamento das desigualdades sociais e a modernização da economia e das instituições são algumas das marcas tucanas à frente do governo federal. Em 2014, o Plano Real completa 20 anos.

 

“Empregos a perigo”, análise do ITV

carteira-de-trabalho-foto-ebc-300x200 (1)O governo Dilma sempre se recusou a discutir a sério os problemas da economia. Escuda-se na alegação de que o mercado de trabalho vai bem e que, sendo assim, não há que se falar em fraquezas. O que dirão agora que a geração de empregos despencou no país?

Porta-vozes oficiais têm adotado o mantra de que “PIB não enche barriga” no intuito de criar uma narrativa que – com o fracasso de Dilma Rousseff na promoção do crescimento – desdenha a importância da expansão econômica para o bem-estar da população. Mas, se PIB não enche barriga, é o emprego que põe comida na mesa. Ou não?

Neste sentido, são muito ruins os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados ontem pelo governo. Em maio, foram criadas apenas 58,8 mil novas vagas de trabalho em todo o país.

Parece bom? Uma frase ajuda a qualificar o dado: foi o pior resultado para meses de maio desde 1992, tempo em que Fernando Collor ainda era presidente da República. Lá se vão 22 anos. Nem em tempos de crise brava, como foi 2009, fomos tão mal assim.

Nos cinco primeiros meses deste ano, foram criadas 543 mil novas vagas de trabalho, com queda de 28% em relação ao mesmo período de 2013. Na comparação com os cinco meses iniciais do primeiro ano da gestão Dilma, a queda é bem mais significativa: 55% quando comparadas as médias mensais.

O segmento mais penalizado pelos cortes é a indústria da transformação: em maio, 28,5 mil postos de trabalho foram eliminados. É o segundo mês seguido com quedas no setor – em abril, o saldo fora negativo em 3,4 mil e, no acumulado no ano, a redução no emprego industrial já é de 2% em relação a 2013.

No ano, até maio, a indústria criou apenas 3,6 mil novas vagas de trabalho e caminha para fechar 2014 praticamente no zero a zero, na melhor das hipóteses. O pior é que, em geral, os ciclos de demissões na economia começam pelo setor industrial, o que permite acender luz amarela para o mercado de trabalho em geral nos próximos meses.

Ao mesmo tempo, a atividade industrial deve ter queda no ano (-0,14%), conforme as previsões mais recentes colhidas pelo Boletim Focus do Banco Central. Frise-se que são os empregos industriais justamente os mais bem remunerados e qualificados. O trabalhador brasileiro, portanto, empobrece.

São todos resultados muito ruins para um país em véspera de Copa do Mundo, como era o Brasil em maio passado. Se, dentro de campo, o Mundial de futebol está sendo um espetáculo, fora dele os sinais são frustrantes, como ilustra o mercado de trabalho. Deveríamos estar bombando, mas não.

O governo prefere culpar empresários e seu “pessimismo”, como se humores e não dados da realidade fossem o motor dos investimentos produtivos. Gente como Lula consegue ser ainda mais irrealista, ao dizer que Dilma está “mantendo a inflação na meta com manutenção de salário e emprego”. Só se for em Marte…

A meta de criação de 1,4 milhão de vagas neste ano não deve se confirmar e deve ser oficialmente revista pelo governo já no próximo mês. O governo Dilma diz que criou 5,1 milhões de empregos. Não é verdade. Segundo o Caged, foram apenas 3,6 milhões. É bom, mas é quase 30% menos do que a propaganda oficial apregoa.

A crise na criação de empregos no país é mais um efeito da duvidosa política econômica da presidente Dilma Rousseff. Se já tínhamos a mais perversa das combinações, com inflação alta e crescimento baixo, agora adicionamos uma pitada a mais de pimenta, com a forte perda de dinamismo do mercado de trabalho. O caldo entornou.

“Macartismo às avessas”, por João Bosco Rabello

bandeiradobrasil-300x190O desmentido do ministro Gilberto Carvalho à tese do PT que atribuiu à “elite branca” as vaias e xingamentos à presidente Dilma Rousseff no estádio de futebol, é o retrato mais fiel da inconsistência das construções eleitorais do partido até agora.

A queda da presidente nas pesquisas, que reforça o descontentamento permanente do PT com sua candidata, lançou o partido na busca errática de narrativas que ajudem a reverter a trajetória descendente na aprovação de governo e candidata.

Já se produziu de quase tudo – da tão efêmera quanto ruim campanha do medo à do ódio, a conspiração da mídia , agora com lista negra de jornalistas subversivos, até a tentativa, ainda em curso de criação de conselhos populares para confrontar o Congresso Nacional.

Todas essas iniciativas cumprem um roteiro perigosamente autoritário, desde o patrulhamento ideológico até a versão esquerdista de impatriotismo utilizada pelo regime militar, nos anos em que o PT fazia oposição, para desqualificar seus críticos.

Lá, como cá, os militares tinham suas listas de subversivos, alguns levados literalmente às masmorras do regime , de onde muitos não voltaram às suas casas.

Não há diferença no método, apenas na consecução: quem discordava dos militares era comunista e merecia ser calado; quem discorda do PT e de seu projeto, é de direita reacionária e merece a mordaça das patrulhas.

É de se perguntar o que fariam os autores da lista macartista tupiniquim, se tivessem o poder das armas e a força da ditadura. Como lá, aqui também se tenta a censura à imprensa, sobre o pretexto da regulamentação da mídia.

É de se perguntar, como se materializaria esse controle, senão nos moldes dos censores em redações, como no passado sem liberdades.

A lista do vice-presidente do PT, Alberto Cantalice, é um estímulo a uma militância que já se mostrou, em diversas ocasiões, capaz de tudo, pelo que foi apelidada pelo líder maior, o ex-presidente Lula, de “aloprada”.

É uma lista com uma dezena de jornalistas de grande evidência e profissionalismo reconhecido, mas a ameaça é a todos os que atuam com independência. Se tivesse sido concebida e divulgada às vésperas da morte do cinegrafista Santiago Andrade, o que poderia dizer hoje o PT e seu vice-presidente sobre o episódio?

A oposição, a intelectualidade e as entidades representativas de classe  não se manifestaram a respeito do episódio, que se reveste de gravidade inédita.

Existe para o PT, mais que jornalistas que desagradam ao partido: existem profissionais que precisam ser expostos à sanha de sua militância e desqualificados pelo exercício livre da crítica – não só o bem maior da democracia, mas também a essência da profissão.

Nesse roteiro autoritário, o Supremo Tribunal Federal é político, por isso seu presidente deve ser constrangido nas ruas, o Congresso Nacional não está à altura de seu trabalho, por isso deve ser substituído por conselhos populares, a imprensa conspira contra o governo, por isso deve ser censurada, e a população de um estádio que vaia a presidente é uma “elite branca” que precisa ser eliminada.

Informa O Globo  (20/06) que apenas 25% dos jovens com 16 anos, cujo voto é facultativo, tiraram o título de eleitor, o que não chega a ser uma tragédia, mas revela a alienação política, em grande medida decorrente da cooptação financeira de entidades sindicalistas e estudantis, caso da União Nacional dos Estudantes.

De promover a alienação da juventude, pela censura imposta à força, os militares também foram acusados pela oposição, da qual fazia parte o PT, muito embora ausente dos principais movimentos que resgataram a democracia, entre os quais a eleição de Tancredo Neves e a Constituinte de 88.

Nesse diapasão, se viáveis de materialização, os sonhos petistas o condenariam à solidão, pois não restaria pedra sobre pedra das edificações democráticas.

O partido reage da pior forma ao declínio do modelo que escolheu para governar, que exclui todos aqueles que pensam diferente de seu ideário – que, a essa altura, não se sabe mais o que seja.