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Gasto público para controlar artificialmente tarifas de energia já soma R$ 63 bilhões

aecio-neves-foto-george-gianni--780x340O isolamento nunca fez bem aos governantes. Quem se afasta do contato popular e confia apenas num séquito de aduladores, tende a desenvolver, na clausura da poder, uma aversão crescente à realidade.

Temo que estejamos vivendo algo semelhante no Brasil. Isolada em seu palácio, se alimentando de estatísticas e informações oficiais, não raro, distorcidas, a presidente da República se distancia cada vez mais da pulsação intensa da vida diária. A palavra empenhada de aproximação com os movimentos sociais e um maior diálogo com a sociedade não conseguiu vencer as portas sempre fechadas, o acesso restrito, a redução dos canais de escuta e diálogo.

O governo se mostra acuado, temeroso de se expor. A figura da presidente tem sido poupada nos eventos mais populares, como o Carnaval. Até mesmo os discursos de abertura e encerramento da Copa do Mundo foram providencialmente suspensos, por medo das vaias que poderiam constranger as autoridades presentes.

É forçoso reconhecer que algo saiu errado no script minuciosamente montado para apresentar ao país uma versão edulcorada de sucesso, otimismo e crescimento. Não há enredo fantasioso que se sustente diante de uma realidade que teima em driblar as maquinações mais criativas. A economia cresce pouco. A inflação caminha célere. A inadimplência das famílias bate no teto. A indústria patina e produz o equivalente a 2008. A carga tributária é das mais altas do mundo e a conta dos erros no setor elétrico começa a ser cobrada de empresários e consumidores.

Nas áreas essenciais, os números são vergonhosamente ruins. Na saúde e na segurança, as crises se acumulam, denunciando diariamente a crônica precariedade dos serviços públicos. A anunciada austeridade fiscal não convence nem o próprio governo, que a atropela sistematicamente.

Há visível descompasso entre o Brasil real e o da propaganda. Em algum momento, eles deverão se encontrar frente a frente. Até lá, seria prudente distender a estratégia de confronto e isolamento em vigor.

Em tempos de crise, é preciso baixar a guarda, ouvir e conversar mais. A intolerância com os adversários, a ojeriza ao debate transparente e a arrogância no trato com interlocutores de vários segmentos chegou ao cúmulo de atingir agora os próprios aliados.

O debate democrático foi substituído por um discurso ufanista e autoritário, retrato de uma gestão encastelada em suas quimeras.

O Brasil merece mais. Acima da agenda eleitoral, os brasileiros clamam por boa governança. Para tanto, é preciso abrir as portas e sair às ruas para ver a realidade em movimento e ouvir as vozes que, hoje, não conseguem ultrapassar as antessalas do poder.

*Aécio Neves é senador e presidente nacional do PSDB

“O lugar da política”, por Aécio Neves

aeccioO isolamento nunca fez bem aos governantes. Quem se afasta do contato popular e confia apenas num séquito de aduladores, tende a desenvolver, na clausura da poder, uma aversão crescente à realidade.

Temo que estejamos vivendo algo semelhante no Brasil. Isolada em seu palácio, se alimentando de estatísticas e informações oficiais, não raro, distorcidas, a presidente da República se distancia cada vez mais da pulsação intensa da vida diária. A palavra empenhada de aproximação com os movimentos sociais e um maior diálogo com a sociedade não conseguiu vencer as portas sempre fechadas, o acesso restrito, a redução dos canais de escuta e diálogo.

O governo se mostra acuado, temeroso de se expor. A figura da presidente tem sido poupada nos eventos mais populares, como o Carnaval. Até mesmo os discursos de abertura e encerramento da Copa do Mundo foram providencialmente suspensos, por medo das vaias que poderiam constranger as autoridades presentes.

É forçoso reconhecer que algo saiu errado no script minuciosamente montado para apresentar ao país uma versão edulcorada de sucesso, otimismo e crescimento. Não há enredo fantasioso que se sustente diante de uma realidade que teima em driblar as maquinações mais criativas. A economia cresce pouco. A inflação caminha célere. A inadimplência das famílias bate no teto. A indústria patina e produz o equivalente a 2008. A carga tributária é das mais altas do mundo e a conta dos erros no setor elétrico começa a ser cobrada de empresários e consumidores.

Nas áreas essenciais, os números são vergonhosamente ruins. Na saúde e na segurança, as crises se acumulam, denunciando diariamente a crônica precariedade dos serviços públicos. A anunciada austeridade fiscal não convence nem o próprio governo, que a atropela sistematicamente.

Há visível descompasso entre o Brasil real e o da propaganda. Em algum momento, eles deverão se encontrar frente a frente. Até lá, seria prudente distender a estratégia de confronto e isolamento em vigor.

Em tempos de crise, é preciso baixar a guarda, ouvir e conversar mais. A intolerância com os adversários, a ojeriza ao debate transparente e a arrogância no trato com interlocutores de vários segmentos chegou ao cúmulo de atingir agora os próprios aliados.

O debate democrático foi substituído por um discurso ufanista e autoritário, retrato de uma gestão encastelada em suas quimeras.

O Brasil merece mais. Acima da agenda eleitoral, os brasileiros clamam por boa governança. Para tanto, é preciso abrir as portas e sair às ruas para ver a realidade em movimento e ouvir as vozes que, hoje, não conseguem ultrapassar as antessalas do poder.

*Aécio Neves é senador e presidente nacional do PSDB

“Dilma, discurse na Copa!”, análise do ITV

dilma-sSerá uma pena se Dilma Rousseff não fizer, como é habitual, o discurso de abertura da Copa do Mundo de Futebol, que começa daqui a 87 dias. A presidente teria muito a explicar a respeito da enorme frustração que o evento deixará entre os brasileiros em termos de benefícios duradouros que, esperava-se, fossem gerados. O governo petista transformou o que era sonho em pesadelo.

 O Brasil foi escolhido para sediar a Copa em outubro de 2007. Lá se vão, portanto, seis anos e meio, período mais que suficiente para construir o que quer que fosse. Mas não para o PT. Nunca antes na história, um país-sede indicado pela Fifa tivera tanto tempo para se preparar. Nunca antes na história, um país-sede chegou às vésperas do torneio tão despreparado.

Quando o Brasil foi escolhido, criou-se em torno da realização da Copa do Mundo no país a fantasia de que o torneio traria uma miríade de benefícios para a população, ajudaria a impulsionar a economia, a modernizar nossa infraestrutura e, sobretudo, a melhorar a vida de quem mora nas nossas metrópoles. Basta olhar em volta para perceber que tudo não passou de devaneio.

A infraestrutura continua tão em frangalhos quanto estava em 2007, sendo os aeroportos por onde transitarão os torcedores a melhor imagem do caos que cerca a véspera do evento futebolístico. Neste caso, o atraso médio é de seis meses, com metade das obras ainda pendentes – nos terminais de Fortaleza, Salvador, Confins e Galeão, elas não ficarão prontas a tempo do torneio. Não é só: portos, sistemas para fornecimento de energia e infraestrutura para comunicações também estão fora do cronograma.

A Copa é um dos eventos economicamente mais excitantes do planeta, mas encontra no Brasil a sua antítese. Chegamos ao torneio com a economia em debandada – apenas para ilustrar, no início do ano passado, as previsões dominantes davam conta de que o PIB brasileiro se expandiria à taxa de 3,5% em 2014, prognóstico que hoje está em menos da metade (1,7%). Ou seja, desperdiçados a oportunidade de gerar emprego e renda para os brasileiros.

O mais grave, contudo, é o que aconteceu com a preparação das cidades-sede para com vistas à Copa. A expectativa de transformação dos grandes centros com importantes obras de mobilidade passou longe de se efetivar. Metade das obras inicialmente previstas foi deixada de fora. Mas, ainda assim, uma de cada quatro intervenções de mobilidade programadas não serão entregues a tempo da Copa.

custo com a Copa já bateu em R$ 26 bilhões e pode chegar a R$ 33 bilhões, quase 40% acima do inicialmente previsto. Cerca de um terço disso será torrado com reforma e construção de estádios, cujo orçamento triplicou desde o início da preparação até agora.

Os estádios do Mundial de 2014 serão os mais caros da história no quesito custo por assento: R$ 13,1 mil. Para se ter ideia da fortuna despendida, Alemanha e África do Sul gastaram R$ 5,5 mil por assento nas Copas de 2006 e 2010, respectivamente, segundo o Sinaenco. E, ao contrário do que costuma dizer o governo federal, quase todo o dinheiro gasto nos campos de futebol é oriundo de cofres públicos.

A má preparação do Brasil para a Copa virou até motivo de chacota ao redor do mundo, como foi o caso da revista francesa So Foot, que alertou aqueles que se dispõem a vir assistir o torneio in loco a se preparar para encontrar um “bordel”, palavra que em francês pode designar tanto casas de prostituição quanto bagunça.

Na semana passada, ficamos sabendo que, infelizmente, Dilma Rousseff, que tanto gosta de exercitar sua capacidade oratória, será poupada de falar aos brasileiros e ao mundo na abertura da Copa. A versão oficial é de que a decisão foi da Fifa, ciosa de que se repetisse em junho próximo o vexame de um ano antes, quando nossa presidente foi fragorosamente vaiada em Brasília. Mais certo é que se trate de jogo jogado, a pedido do Planalto.

Mas seria muito interessante ver Dilma dar sua versão desta triste história, da qual participou desde o início – primeiro como ministra-chefe da Casa Civil, depois como “mãe do PAC” e, finalmente, como presidente da República. No mínimo, ouviríamos mais um de seus rompantes, como o que protagonizou sexta-feira, ao ser vaiada em Tocantins. Ou o mais provável é que escutaríamos a torcida canarinho cantando em uníssono, a plenos pulmões: “Êh, ôh, a Dilma é um horror”.

Reunião de tucanos em Barra de São Francisco

Guerino Balestrassi, lideranças e militantes em Barra de São Francisco
Guerino Balestrassi, lideranças e militantes em Barra de São Francisco

Com objetivo de promover o debate com lideranças de diversos segmentos, militantes e pessoas que se identificam com o projeto do partido, o PSDB-ES realizou um encontro na manhã deste sábado (15), no município de Barra de São Francisco.
Coordenado pelo vice-presidente do PSDB-ES, Guerino Balestrassi, o encontro contou com a participação de diversas lideranças do município. Dentre elas, o presidente do Diretório Municipal, João Batista de Jesus, e do tucano Quenídio Gomes de Oliveira, que é ex-vereador da cidade e filiado ao PSDB-ES.
O presidente do PSDB de Vila Velha e ex-prefeito do município Max Filho e o presidente da Câmara Municipal de Colatina, vereador Olmir Castiglione, também compareceram, juntamente com diversos pré-candidatos do partido.
Os participantes falaram da importância de participar da política com compromisso, levando em conta os intresses da população. “Somente através da política vamos conseguir fazer as transformações necessárias no nosso País. É isso que me inspira”, afirmou o tucano José Carlos Bufon.
“Quando nos filiamos a um partido, temos que refletir sobre como podemos contribuir e de que forma o partido também pode ajudar a construir um País melhor, quais os projetos e propostas”, ressaltou o ex-vereador de Barra de São Francisco Quenídio Gomes de Oliveira, filiado ao PSDB-ES.
Guerino Balestrassi destacou que um projeto de qualidade política e administrativa precisa envolver a sociedade. “É preciso que haja descentralização e envolver a sociedade nas decisões. Não se pode ter unanimidade, é preciso ter quem governe e quem fiscalize, senão há cooptação e quando isso acontece ninguém tem pressa de resolver os problemas”, afirmou.

O encontro aconteceu na Câmara Municipal de Barra de São Francisco.

Encontro regional em São Mateus reúne lideranças e militantes tucanos

Coordenado pelo presidente do PSDB-ES, César Colnago, o primeiro encontro regional do ano aconteceu em São Mateus
Coordenado pelo presidente do PSDB-ES, César Colnago, o primeiro encontro regional do ano aconteceu em São Mateus

Mais de 150 pessoas participaram do primeiro encontro regional do PSDB de 2014, que aconteceu em São Mateus, na noite da última sexta-feira, dia 14.
Lideranças tucanas do Estado e do município, representantes de outros partidos, representantes de entidades comunitárias, lideranças religiosas e demais moradores interessados em conhecer e debater as propostas e ideias do PSDB compareceram ao evento.
Coordenado pelo presidente do PSDB-ES, deputado federal César Colnago, o encontro regional contou com as presenças do ex-prefeito de Colatina Guerino Balestrassi, o secretário-geral do PSDB-ES, Ruy Marcos Gonçalves, o ex-prefeito de Vila Velha Max Filho e presidente do Diretório Municipal da cidade canela-verde, e muitos outros militantes da região Norte e de diversos municípios capixabas, como Itarana, Aracruz e outros.
“No ano passado, nos reunimos em várias regiões do Estado e neste ano retomamos aqui em São Mateus. Esses encontros nas cidades são muito importantes, pois nos aproximamos das pessoas e temos a oportunidade de falar das ideias e projetos do partido e do que queremos para o Brasil”, afirmou César Colnago, abrindo o encontro.
Aos presentes, Guerino Balestrassi destacou a importância da política como instrumento de transformação. “Grande parte da população está triste e descrente com a política e, por isso, não participa dela. E quando existe a falta da política, o que manda é a cooptação”, ressaltou.
Um dos anfitriões do encontro, o presidente do Diretório Municipal de São Mateus, Paulo Roberto Martins, reforçou um ponto importante: o compromisso de estar perto da população em todos os segmentos da sociedade. “Se queremos representar a sociedade, precisamos saber o que ela sente, sente e deseja. As manifestações do ano passado mostraram o quanto a classe política, em sua maioria, está distante da população, que por sua vez faz reivindicações muito justas”, disse.
Interativo e democrático, o encontro deu oportunidade aos participantes de expressarem suas sugestões e análises acerca do cenário político e social do Espírito Santo e do País. Gargalos na saúde, infraestrutura e descaso do governo federal com o Espírito Santo foram alguns temas abordados durante o debate, onde lideranças e o público em geral trocavam ideias e informações.
“Parece que o governo federal só lembra do Espírito Santo na hora de cobrar impostos. Não queremos alternância de poder simplesmente para uma simples troca, mas porque queremos governantes que olhem para as áreas mais importantes da vida do povo”, afirmou o ex-prefeito de Vila Velha Max Filho.
O tucano Diogo Romanov, de Itarana, lembrou que ecolheu o PSDB inspirado no exemplo de gestão de Fernando Henrique Cardoso. “Ele fez a transição mais democrática da história. Um político age pensando nas próximas eleições e um estadista pensa nas futuras gerações e foi isso que ele fez, afirmou.
Outro anfitrião do evento foi o tucano Clóvis Araújo, que aproveitou o encontro para falar das dificuldades que São Mateus enfrenta na área da saúde e segurança. As reivindicações citadas por Clóvis foram aplaudidas e apoiadas pela população local presente no encontro.

Atual governo impõe agenda da ditadura, diz Fernando Henrique

fhc-foto-alessandro-carvalho-agencia-de-noticias-psdb-mg-300x200O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso  observou a crise na base aliada do governo no Congresso Nacional como avaliar a relação da presidente Dilma Rousseff e os correligionários, segundo a Folha de S. Paulo desta quinta-feira (13). De acordo com ele, o governo da petista toma decisões “à revelia da sociedade e do Congresso”.  Para o ex-presidente, a administração Dilma esvaziou o debate público e levou a agenda política “a ser como no regime militar”.

“É necessária uma radicalização da democracia. E isso implica uma revisão do Estado, porque esse Estado não é democrático. É autoritário. Há eleições, há liberdade de expressão, mas o processo de tomada de decisão se faz à margem do Congresso e da sociedade”, afirmou.

As afirmações ocorreram durante discussões sobre os 20 anos do Plano Real. Do seminário participaram os principais idealizadores do plano e alguns dos economistas mais renomados do país. Cerca de 250 pessoas compareceram ao debate.

“O Congresso perdeu sua voz política e agora está dizendo eu existo”, disse o ex-presidente, questionado sobre a crise na base aliada do governo. “Não temos coalizão. O que temos é cooptação. Não estão brigando por um projeto, mas por espaço. O resultado é o esvaziamento da agenda pública”, sustentou. “A agenda voltou a ser como no regime militar: projetos de impacto, feitos dentro do gabinete para surpreender a sociedade”, concluiu FHC.

O ex-presidente afirmou ainda que queria convidar os presentes a “transformar em prática o que ouvimos aqui”. “É falsa a ideia de que não há alternativas. Já tem outro caminho. É preciso simplesmente que cada um esteja imbuído dele. Tem que ter convicção, sobretudo a liderança política. Quando não tem convicção não passa nada”, encerrou.

“Dilma degrada a diplomacia”, editorial do Estado de S. Paulo

venezuela2-300x199A presidente Dilma Rousseff definitivamente rebaixou o Brasil à condição de cúmplice de regimes autoritários na América Latina. Não bastasse a reverência (e o vasto financiamento) à ditadura cubana, Dilma agora manobra para que os atos criminosos do governo de Nicolás Maduro contra seus opositores na Venezuela ganhem verniz de legitimidade política.

Em vez de honrar as tradições do Itamaraty e cobrar do regime chavista respeito aos direitos humanos e às instituições democráticas, a presidente desidratou a única iniciativa capaz de denunciar, em um importante fórum internacional, a sangrenta repressão na Venezuela, que já matou duas dezenas de pessoas. Mandou o representante do Brasil na Organização dos Estados Americanos (OEA) votar contra o envio de uma missão de observadores à Venezuela e impediu que a entidade reunisse seus chanceleres para discutir a crise.

Como todos os líderes populistas da região, Dilma considera que a OEA é quintal dos Estados Unidos. O falecido caudilho Hugo Chávez costumava referir-se à organização como “instrumento do imperialismo”, entre outros nomes menos simpáticos. Para o governo petista, contaminado pelos ares bolivarianos, uma decisão da OEA sobre a Venezuela poderia ser considerada inoportuna e com potencial para acirrar as tensões. Assim, a título de não melindrar Maduro, premiam-se a brutalidade e a indisposição para o verdadeiro diálogo democrático.

Manietada pelo Brasil e por seus parceiros bolivarianos, a OEA limitou-se a emitir uma nota cuja anodinia mal disfarça a tentação de apoiar Maduro. O comunicado manifesta “solidariedade” ao presidente e dá “pleno respaldo (…) às iniciativas e aos esforços do governo democraticamente eleito da Venezuela” no “processo de diálogo nacional” – como se fosse autêntica a pantomima a que os chavistas chamam de “Conferência de Paz”. Estados Unidos, Canadá e Panamá votaram contra essa nota, pela razão óbvia de ela não refletir os compromissos da OEA com a democracia e os direitos humanos.

O passo seguinte da manobra, este ainda mais escandaloso, foi convocar uma reunião de chanceleres da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) para acertar o envio de um grupo de “mediadores” para a Venezuela. A Unasul, como se sabe, é instrumento dos governos bolivarianos – desimportante, ela hoje só existe para dar reconhecimento a governos claramente antidemocráticos, em nome de uma certa “integração latino-americana”.

Assim, os tais “mediadores” da Unasul não farão nada além do que deles se espera, isto é, fazer vista grossa às ações violentas de Maduro. Ao anunciar a iniciativa, Dilma explicou, em seu linguajar peculiar, que a ideia é “fazer a interlocução pela construção de um ambiente de acordo, consenso, estabilidade, lá na Venezuela”. Ora, que “diálogo” é possível quando não se pretende exercer a necessária pressão diplomática sobre Maduro, que reprime manifestantes usando gangues criminosas e encarcera dissidentes sem o devido processo legal?

Portanto, a constituição de uma comissão na Unasul para a Venezuela tem o único objetivo de deixar Maduro à vontade, sem ser constrangido a recuar e a ouvir as reivindicações da oposição – que basicamente protesta contra a destruição da Venezuela pelo “socialismo do século 21″.

Percebendo o truque, os oposicionistas venezuelanos trataram de enviar uma carta à Unasul em que pedem aos países-membros que observem os acontecimentos no país “com objetividade” e que a entidade “não seja usada como um instrumento de propaganda”. Mas é justamente disso que se trata: se tudo ocorrer conforme o script bolivariano, a Unasul vai respaldar o governo Maduro, revestindo-o de legitimidade – o que, por conseguinte, transforma a oposição em golpista.

Ao tratar de forma leviana este grave momento, em respeito a interesses que nada têm a ver com a preservação da ordem democrática na região, o Brasil torna-se corresponsável pela consolidação de um regime delinquente.

Aécio Neves critica relação do governo do PT com partidos aliados

aecionO presidente do PSDB, senador Aécio Neves, criticou, nesta quarta-feira (12/10), a relação política mantida pelo governo federal do PT com os partidos que compõem sua base de apoio. Em entrevista coletiva concedida à imprensa no Senado Federal, Aécio Neves afirmou que a crise que atinge os trabalhos do Congresso Nacional nos últimos dias é resultado da ação autoritária de um governo que quer aliados para obter vantagens eleitorais, e não desenvolver um projeto para o Brasil.

Para Aécio Neves, o grande objetivo do governo do PT é obter maior de tempo na propaganda eleitoral gratuita, que vai ao ar durante as eleições, por meio da distribuição de dinheiro e cargos públicos para aliados.

“Essa crise é consequência daquilo que anunciávamos há muito tempo, de um governo autoritário que não quer aliados, quer vassalos. Um governo que não quer partidos para compartilhar um projeto de Brasil, quer aliados para vencer as eleições. Isso tudo é consequência da arrogância com que o PT vem conduzindo o governo até aqui, e agora colhe esses frutos. Todo esse esforço do governo, à custa de cargos públicos e dinheiro público, especialmente através de emendas, para manter o PMDB na base, pode ter um ganho para o governo, que são os minutos a mais no tempo de televisão. Porque a base do PMDB, do PMDB histórico, da resistência, da democracia, do PMDB que quer ver avanços no Brasil, essa o PT já perdeu”, disse o senador.

Aécio Neves cobrou que o governo e o Congresso retomem a discussão de assuntos de interesse da sociedade brasileira, como as deficiências em áreas sociais e o baixo crescimento da economia.

“É preciso propostas, uma discussão séria sobre a crise no setor elétrico, sobre o crescimento pífio da nossa economia, sobre a tragédia da nossa segurança pública, com a omissão e a passividade do governo, a crise na saúde. Não há espaço no Brasil para essa discussão mais. A agenda do governo é a agenda eleitoral única e exclusivamente. É ela que toma conta da presidente da República. E o Brasil tem problemas seríssimos a serem enfrentados que, infelizmente, não vêm tendo a atenção que deveriam estar tendo por parte do governo. É um final triste de um governo que perdeu a capacidade de ousar e de transformar para se contentar única e exclusivamente com um projeto de poder”, disse o presidente tucano.

A presidente da República foge do povo, diz Aécio

O senador Aécio Neves também destacou a decisão da presidente Dilma Rousseff de não discursar nas partidas de abertura e de encerramento da Copa do Mundo, como divulgado pela imprensa ontem. Durante o carnaval, a presidente já havia cancelado agenda anunciada em Salvador (BA) com receio de receber vaias. Para o senador, ambas as decisões demonstram que presidente tem evitado ficar frente a frente com a população.

“Na verdade existem dois Brasis. O Brasil virtual, da propaganda virtual, onde distribui-se fotografias com sorrisos da presidente da República, e o Brasil real, aquele em que a presidente da República foge do povo, como fugiu no carnaval e pretende, ou de alguma forma prepara-se, para aparecer camuflada nos jogos da Copa do Mundo. Esses dois Brasis serão colocados frente a frente na propaganda eleitoral. O Brasil tem problemas seríssimos a serem enfrentados que, infelizmente, não vêm tendo a atenção que deveriam estar tendo por parte do governo. É um final triste de um governo que perdeu a capacidade de ousar e de transformar para se contentar única e exclusivamente com um projeto de poder”, afirmou Aécio Neves.

“Repúdio integral à Marta Suplicy”, por Meirinha Valle

meirinhavalle-300x205A atitude da ministra da Cultura, Marta Suplicy, de permitir que seu motorista use uma vaga destinada às pessoas com deficiência em São Paulo é no mínimo intolerável. A ministra deveria dar o bom exemplo e não o contrário, como houve.

Como parlamentar, ex-prefeita, ex-secretária estadual e agora ministra, Marta Suplicy sabe exatamente quais são suas obrigações e deveres. Também tem plena noção moral e ética dos seus atos.  Marta Suplicy deveria ser consciente. Mas demonstrou que não tem consciência.

Nós, pessoas com deficiência, lutamos diariamente para o reconhecimento dos nossos direitos e o respeito. Infelizmente atitudes como a da ministra contribuem para fragilizar e atrapalhar nossos esforços. Porém, não minam nossa luta nem nossa força.

É inadmissível que as pessoas com deficiência sejam desrespeitadas e ainda mais por aqueles que deveriam lutar ao nosso lado e por nós. É lamentável que o Brasil ainda tenha de assistir cenas como a protagonizada por Marta Suplicy, no shopping em São Paulo.

Registro aqui o nosso repúdio integral e absoluto à Marta Suplicy!

*Meirinha Valle é presidente do PSDB-Mulher de Goiás e cadeirante

“O volta, Lula não é tão simples assim”, por Alberto Goldman

Alberto-Goldman-foto-Divulgacao-300x200No discurso oficial, governistas comemoram as pesquisas que mostram Dilma Rousseff (PT) reeleita no primeiro turno nas eleições deste ano. Ainda assim, o brado de petistas, aliados e demais aproveitadores da era PT –”volta, Lula”– começa a ecoar em Brasília.

Os mais experientes em processos eleitorais sabem que intenções de voto meses antes do pleito nada valem. Mesmo considerando-as hoje, o cenário não é bom para Dilma.

A presidente é a única candidata com alta taxa de conhecimento, e 56% não declaram voto nela neste momento. Entre os que conhecem bem os três principais candidatos, o cenário é menos favorável para a presidente. Isso sim é relevante, assim como a avaliação de seu governo.

O desgaste da presidente e o futuro melancólico vislumbrado na economia levam muitos governistas à procura da salvação de seus interesses pessoais. A solução seria chamar o ex-presidente Lula (PT) para assumir a candidatura e garantir mais quatro anos de retrocesso.

Para muitos –empresários inclusive–, seria a chance de deixar o barco que está afundando para se agarrar a um novo candidato que lhes pareça ter possibilidades de vitória e que garanta a manutenção de seus privilégios e benefícios. Lula seria o candidato –segundo eles, imbatível– de Dilma e da continuidade. No entanto, uma retrospectiva da história recente mostra que as coisas não seriam assim tão fáceis.

Após a redemocratização, nas eleições de 1989, tínhamos um governo José Sarney (PMDB) mal avaliado, o que levou a um segundo turno entre dois oposicionistas, Fernando Collor (então PRN) e Lula. Venceu Collor, que sofreu o impeachment e deu lugar a Itamar Franco. Este, bem avaliado devido ao sucesso do Plano Real, lançou Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em 1994, que venceu Lula no primeiro turno naquele pleito e no seguinte, de 1998, por um FHC bem avaliado.

Em 2002, com a má avaliação de FHC, José Serra (PSDB) foi derrotado por Lula. Este, bem avaliado, foi reeleito em 2006 e, em 2010, conseguiu eleger Dilma Rousseff. Os bem avaliados venceram.

O mesmo padrão se repete nas eleições estaduais em São Paulo. Em 1982, Franco Montoro, do PMDB, de oposição ao regime militar, se elege contra o candidato da situação, Reinaldo de Barros (PDS). Em 1986, Montoro com boa avaliação elege Orestes Quércia (PMDB). Em 1990, Quércia, com boa avaliação, elege Luiz Antônio Fleury Filho (PMDB), contra a oposição de Paulo Maluf (então PDS). Em 1994, Fleury, mal avaliado, lança Barros Munhoz (PMDB), que é derrotado por Mario Covas (PSDB). Em 1998, Covas, com avaliação razoável, se reelege, derrotando Maluf e Marta Suplicy (PT). Em 2002, após assumir o governo com a morte de Covas e administrar bem, Geraldo Alckmin (PSDB) é reeleito, derrotando José Genoino, da oposição (do PT). Em 2006, Alckmin, com boa avaliação, elege o sucessor, José Serra (PSDB), e este, em 2010, bem avaliado, elege o sucessor, o próprio Alckmin.

Em praticamente todos os casos, seja com candidatura à reeleição ou com candidato de continuidade, vence o governo que tem boa avaliação. Perde quem não a tem.

Vai daí que, se a avaliação negativa de Dilma se confirmar –e já se esgotaram os efeitos especiais–, ela não se reelegerá nem terá condições de eleger sua continuidade, qualquer que seja o nome. Não é matemático, mas é um padrão dos processos eleitorais.

Lula está louco pra voltar, mas teme que os efeitos do reconhecimento do insucesso de Dilma coloque em risco o prestígio que adquiriu.

De uma coisa temos certeza: o PT vai cair atirando. Seu nível de escrúpulos é baixo e o seu compromisso com a democracia é tênue. Teremos muitas emoções.

Alberto Goldman é vice-presidente nacional do PSDB nacional