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Nestes dias, milhares de textos estão sendo escritos, em diversas partes do mun- do, celebrando Nelson Mandela. O amplo reconhecimento e a reverência a ele não ocorrem sem razão.
Mandela tornou-se um dos mais expressivos líderes do nosso tempo, um símbolo à democracia e à igualdade de direitos, ao se dedicar à construção de uma obra política excepcional, que colocou fim ao “nós e eles” que caracterizava a violenta e injusta organização social da África do Sul.
Assim como alguns outros líderes da história, ele teve a consciência de que o ódio e a hostilidade, transformados em instrumento de luta política, aprofundam a intolerância e a perpetuam, impedindo que a nação floresça e se realize em sua integridade e significado.
O impressionante na obra de Mandela não é apenas o que ele foi capaz de fazer, mas como o fez. Foi surpreendente e exemplar a sua posição pacificadora, superando ressentimentos naturalmente existentes sobre um regime que roubou parte importante da sua vida, encarcerando-o injustamente por quase três décadas, e dominou o seu país, dividindo-o em privilégios e castas, opressores e oprimidos, brancos e negros, ricos e pobres, mantendo milhares subjugados pelo execrável apartheid.
Em sua saga, ele ultrapassou os limites do seu país e ensinou ao mundo. Ninguém pôde ficar indiferente à sua incomparável generosidade. Diante dela tombaram adversários incrédulos e aliados de toda vida, movidos, naquele primeiro momento de ascensão, por um estéril –embora compreensível– revanchismo.
Por isso, o significado de Mandela é ainda maior.
É absolutamente admirável o sentido que ele soube dar ao exercício da política, libertando-a da conflagração tradicional que alimenta o dissenso e também das suas obviedades e mesquinharias.
Seu amplo olhar ultrapassava o curto horizonte das circunstâncias. Cerziu, pacientemente, naquele cubículo sob grades, durante anos a fio, uma consciência clara acerca do futuro. Ele sabia que o seu país só seria capaz de abrigar igualmente todos os seus concidadãos se fossem rompidas poderosas amarras e superadas divisões abismais que fraturaram durante tanto tempo a alma sul-africana. Ele conseguiu. E nos deixou o mais importante legado: a política a serviço do bem comum, a que o mundo inteiro se curva agora.
São especialmente comoventes as celebrações que ocorrem nas ruas da África do Sul. Elas reavivam em cada um de nós uma rara confiança na política, como instrumento transformador da sociedade e habilitador da plena cidadania.
Num mundo em que ainda há espaço para a tirania, onde rotineiramente a conveniência se sobrepõe a valores, o exemplo de Mandela é a exceção que enobrece a humanidade.
No Encontro Regional da Amazônia Oriental, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), ressaltou, nesta quinta-feira (05/12), que os tucanos tratam e respeitam o Brasil de forma justa e sem discriminação.
A reação dele foi uma resposta aos apelos feitos por lideranças de que a região tem isso desprezada pelo governo federal. Para um público de cerca de três mil pessoas, Aécio destacou que as mudanças, que o Brasil deseja, devem começar com a inauguração de um novo ciclo.
“O Brasil merece um governo mais justo e eficiente”, afirmou Aécio. “Política é para quem tem coragem, espírito público e dignidade. Venho de uma história de homens públicos. Nós temos a responsabilidade de apresentarmos uma alternativa a um modelo que fracassou”, afirmou em discurso.
O presidente do PSDB destacou que há exemplos dentro do próprio partido que servem como referência para uma nova etapa política para o país. “Os brasileiros precisam readquirir a confiança nos seus governantes. Se vocês estão descrentes na política, deem um Google e olhem o que está acontecendo no Pará”, disse ele.
Aécio lembrou que os tucanos dispõem de aliados especiais. “Temos aliados extraordinários. O Brasil quer de nós a postura que sempre tivemos de respeito ao dinheiro público. O nosso desafio é fazer renascer, do fundo da alma, a esperança”, ressaltou.
Políticas públicas
O senador afirmou que as políticas públicas a serem propostas ao país pelo PSDB serão preparadas com o apoio e a ajuda da população. “As políticas não devem ser formuladas em gabinetes fechados em Brasília. Quem vai desenvolver essa região são vocês”, disse.
Respondendo aos apelos dos paraenses que se queixaram de discriminação por parte do poder central, Aécio disse que falta generosidade ao governo federal para com os estados e municípios brasileiros.
“O Brasil vai ser tratado de forma justa”, afirmou. “Queremos fazer uma convocação definitiva da luta com decência e dignidade”, disse.
Novo código mineral
Ao lado do governador do Pará, Simão Jatene, de deputados, vereadores e lideranças como prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, e os senadores Flexa Ribeiro e Mário Couto, o presidente do PSDB criticou a decisão do governo federal de adiar para o ano que vem a votação do novo código mineral. Reivindicação histórica de estados e municípios que sofrem exploração de recursos naturais, o novo código estabelece mudanças nas leis e no cálculo dos royalties minerais.
“Há muito anos, temos lutado por um novo marco regulatório do setor mineral. Infelizmente o governo do PT vem adiando isso sucessivamente. Apenas agora, há pouco tempo, enviou uma proposta ao Congresso e voltou a adiar a votação dessa proposta. Infelizmente, mais uma vez, a maioria governista já parece que manda para o ano que vem. Já há um novo período de perdas para os nossos estados. Enquanto os royalties de petróleo beneficiaram estados e municípios produtores de petróleo no ano passado R$ 35 bilhões no ano passado, os royalties minerais distribuíram apenas R$ 1,8 bilhões, sendo que apenas 500 e poucos milhões vieram para o Estado do Pará. Isso é injusto, isso é inaceitável. E essa é uma questão que, para o PSDB, é crucial”, afirmou.
Lideranças tucanas se reuniram na noite desta quinta-feira, dia 5 de dezembro, em mais um encontro do seminário “PSDB Pensa o ES”. A reunião aconteceu na Câmara Municipal de Cariacica.
O encontro teve como anfitriões o presidente do diretório de Cariacica, Nilton Basílio, e a vereadora tucana Ilma Chrisóstomo, também contou com as presenças do vice-presidente do PSDB-ES, Guerino Balestrassi, do ex-prefeito de Vila Velha, Max Filho, dentre outras lideranças.
“Estou há anos na vida pública e defendo uma política comprometida com a ética e a moralidade e em todos os lugares aonde vou, tenho mostrado como o PSDB faz política. Procuro representar a população da melhor maneira, pois o vereador é o que está mais próximo do povo e conhece bem de perto a sua realidade”, afirmou a vereadora Ilma.
O ex-prefeito de Vila Velha Max Filho defendeu a valorização dos municípios. “Acredito na política de base para o povo. Cariacica possui uma renda per capita muito pequena e esse é um problema que também enfrentei em Vila Velha”, afirmou.
Guerino Balestrassi, que também é a favor de um modelo mais municipalista, acredita que esse é um dos grandes desafios a serem enfrentados. “Precisamos de parlamentares com um perfil municipalista forte para mudar a nossa legislação”, avaliou.
Balestrassi avaliou o debate de Cariacica como positivo. “É mais uma oportunidade para conhecer as pessoas, ouvir as lideranças e fortalecer nosso projeto”, disse.
Declaração do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, sobre a morte de Nelson Mandela
“Nelson Mandela foi um homem extraordinário, um líder que dedicou sua vida a lutar pelos direitos do seu povo, pela liberdade e contra a discriminação racial. Uma luta que todos nós devemos honrar, fazendo-a nossa também. Essa será a melhor forma de homenageá-lo e manter vivo seu exemplo, que engrandece toda a humanidade.”
Senador Aécio Neves
Presidente nacional do PSDB
A percepção generalizada é de que a situação da educação brasileira é sofrível. Nos últimos dias, porém, o que apenas se intui foi constatado em números. O Brasil apareceu pessimamente classificado nos principais rankings educacionais globais. No caminho atual, não capacitamos nossos jovens para o exercício da cidadania, nem para competir no mercado de trabalho. Minamos o seu futuro. A nossa educação está reprovada!
Tem sido dito, quase diariamente, que a situação da educação brasileira é sofrível. Trata-se de percepção generalizada. Nos últimos dias, porém, o que apenas se intui foi constatado em números. O Brasil apareceu pessimamente classificado nos principais rankings educacionais globais. Se há um desafio que precisa ser, urgentemente, enfrentado no país é este.
Na terça-feira, saíram os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (o Pisa, coordenado pela OCDE). Como foi divulgado no mesmo dia em que ficamos conhecendo mais um pibinho produzido pela linha de desmontagem da gestão da presidente Dilma, o desempenho lastimável dos alunos brasileiros no teste acabou merecendo menos atenção do que deveria.
Comecemos pelo que aconteceu com a média geral dos estudantes brasileiros. O Brasil figura em 58º lugar numa lista formada por 65 países. Se isso serve de consolo, ganhamos de nações como Albânia, Colômbia, Peru, Jordânia e Tunísia. Mas estamos bem atrás de países como Cazaquistão, Vietnã, Malásia e Costa Rica, para ficar apenas nos exemplos mais aberrantes.
A prova, aplicada pela OCDE a alunos de 15 a 16 anos, mede conhecimentos e habilidades em três dimensões do conhecimento: matemática, leitura e ciências. Nos três casos, continuamos nas rabeiras do ranking: o Brasil ocupou a 55ª posição em leitura, a 58ª em matemática e a 59ª em ciências. Nas três áreas avaliadas, nenhum dos nossos estudantes atingiu o nível 6, o mais avançado de aprendizado.
Apesar de o Brasil ter sido apontado como o país onde os alunos mais avançaram em matemática nos últimos nove anos, 67% dos nossos estudantes estão no menor degrau de notas na matéria em todo o mundo e somente 0,8% conseguem alcançar os níveis mais altos, sem, contudo, chegar às notas máximas.
Para se ter ideia do abismo que nos separa do resto do mundo, em Xangai, primeiro país no ranking geral do Pisa, 3,8% e 55% dos alunos ocupam cada um destes patamares de conhecimento matemático, respectivamente. Na média da OCDE, são 23% e 12,6%.
O ritmo de melhoria em matemática caiu bastante nos últimos três anos. De 2006 para 2009, o avanço foi de 16 pontos e nos três anos seguintes – esta é a periodicidade da prova – caiu para 5. É uma característica da estatística: quando menor o patamar, mais fácil é acelerar. O problema é que, mesmo ainda lá em baixo, nosso motor já dá sinais de ratear.
“Como comemorar os pontos ganhos no Pisa se o aumento na nota brasileira se deu com maior força entre os piores alunos, cuja nota média na edição de 2003 equivalia a zerar na prova, e hoje, quase dez anos depois, esse mesmo grupo ainda não é capaz de ler uma única informação em um gráfico de barras?”, resume Paula Louzano, pesquisadora da USP na Folha de S.Paulo.
O que o Pisa revela em relação ao ensino fundamental, o Enem demonstra para a educação de nível médio. A avaliação, que o governo do PT transformou num sucedâneo do vestibular, comprova a distância que ainda a separa a qualidade oferecida pelos estabelecimentos privados das escolas públicas e o fosso que aparta o ensino nas regiões Sul e, principalmente, Sudeste do restante do país.
Completando o quadro, recentemente também foram divulgadas avalições de em âmbito global referentes ao ensino superior. No ranking que considera todas as instituições do mundo, o Brasil não tem nenhuma entre as 200 melhores, de acordo com a consultoria britânica Times Higher Education. Entre os emergentes, temos apenas quatro entre as 100 melhores e somente a 11ª de uma lista encabeçada por chineses e asiáticos.
Sobram diagnósticos para comprovar o que se percebe a olhos vistos: a educação brasileira está reprovada! No caminho atual, não capacitamos nossos jovens para o exercício da cidadania, nem para competir no mercado de trabalho. Minamos o seu futuro. Quem sabe o Plano Nacional de Educação, que deverá ser aprovado nos próximos dias no Senado, ajude a desbravar novos rumos e a descortinar dias melhores.
Aécio Neves defende projeto que inclui Bolsa Família no conjunto de direitos sociais dos brasileiros
No próximo sábado, acontece o último encontro do seminário “PSDB Pensa o ES”, no município de Colatina. Pré-candidatos, vereadores, militantes, recém-filiados e lideranças tucanas estarão presentes no evento, que será realizado na Câmara Municipal da cidade, às 9 da manhã.
Presença confirmada e também anfitrião do encontro, o vice-presidente do partido, Guerino Balestrassi, é ex-prefeito de Colatina. Ele destaca a o significado de encerrar a série de encontros políticos do partido “em casa”.
“É uma grande alegria poder encerrar o ciclo de encontros do ano em Colatina, minha terra. É o momento também de mostrar como funciona o PSDB no município”, ressaltou.
Sobre os encontros realizados pelo partido neste ano, Guerino acredita que eles serviram para agregar e fortalecer o projeto do PSDB no Estado. “Temos um projeto, o que nos realiza muito. O que fizemos com esses seminários foi estruturar esse projeto e hoje temos uma base muito mais sólida. Os encontros nos permitiram conhecer as demandas regionais, as potencialidades e a abrangência foi excelente. Ano que vem daremos continuidade aos encontros nas regiões onde ainda não fomos”, disse.
O presidente do diretório do PSDB de Colatina, Geraldo Magela Gobbi Martins, destacou que o encontro do próximo sábado será um dos mais importantes do partido já realizados no município.
“É um momento único termos um evento do PSDB aqui com a presença de Guerino, que já foi prefeito da nossa cidade. Isso significa um fortalecimento que nunca tivemos antes e vamos aproveitar essa oportunidade para avançarmos ainda mais. É um orgulho fazermos um evento com a presença de Guerino e outras lideranças tucanas também”, avaliou Geraldo.
Os encontros regionais do partido serão retomados em fevereiro.
Na semana passada, em entrevista ao jornal espanhol El País, a presidente Dilma Rousseff disse que o PIB de 2012 seria revisado pelo IBGE de 0,9% para 1,5%. Ontem o instituto divulgou o índice revisado, mas ao invés de 1,5%, conforme previa a presidente, o novo resultado ficou em 1%.
Pelo visto, Dilma pegou emprestado a bola de cristal de Guido Mantega, já famosa por não acertar uma previsão sequer. Aliás, o ministro apostava numa expansão do PIB de 2,5% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período de 2012. O resultado até ficou próximo, mas caiu 0,5% se comparado ao segundo trimestre deste ano. Estamos retrocedendo.
Chama atenção a sucessão de fracassos na área econômica e a passividade do governo diante do agravamento dos indicadores. A indústria e o setor de serviços praticamente estacionaram, o agronegócio encolheu 3,5% e os investimentos caíram 2,2%. Fora as desculpas de sempre, nada tem sido feito.
A inflação só não estourou ainda o teto da meta devido ao controle dos preços administrados. Serve de exemplo a Petrobras. Sacrificada pelo governo para segurar a inflação, desde janeiro a estatal amarga um rombo de R$ 12,7 bilhões por ser obrigada a vender gasolina abaixo do preço que paga na importação.
Com a indisfarçável interferência política na empresa, os investidores perderam a paciência e se desfizeram em massa das ações da estatal, que despencaram 10%. Endividada e com dificuldades de levar adiante seu plano de investimentos, a Petrobras perdeu R$ 24 bilhões em valor de mercado em um único dia.
O risco do Brasil ser rebaixado pelas agências de risco, segundo analistas, é real. O coquetel é inquietante: os juros voltaram aos dois dígitos, a inflação pressiona o teto da meta, o crescimento é pífio, investimentos não saem do lugar, despesas crescem acima da receita e o superávit fiscal de outubro foi o pior em 12 anos.
Não bastasse a baixa expectativa com os resultados da economia, há tempos não se observava tamanho descrédito em relação à condução da política econômica no Brasil. A interferência política, as manobras contábeis e maquiagens fiscais, a falta de transparência e a série de bravatas não ajudam a reverter o quadro.
Enquanto isso, o governo segue em campanha, atribuindo seus erros aos outros, fazendo vista grossa para a realidade, vendendo fracassos como grandes vitórias e trombeteando suas projeções invariavelmente furadas. A verdade é que o sucessor de Dilma pegará o país numa desorganização econômica complicada.
José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares creem que podem continuar caminhando pelo lado pantanoso da vida para se dar bem. Suas tentativas de se safar da cadeia revelam o pouco caso que devotam às instituições do país, em especial ao nosso Judiciário. Parece até escárnio, e é. Mas os mensaleiros presos não agem como solistas. Há uma orquestra inteira do PT a lhes fazer coro. São parte de uma triste história que faz o Brasil afundar num mar da corrupção.
Há 20 dias os mensaleiros foram recolhidos ao presídio da Papuda para começar a pagar pelos delitos e pelas práticas criminosas cometidas por eles no maior escândalo de corrupção da nossa história recente. Desde então, os presos petistas protagonizaram uma série de tentativas de se livrar deste inevitável encontro de contas. Parecem tratar com escárnio os desígnios da Justiça brasileira.
Pelo jeito, José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares creem que podem continuar caminhando pelo lado pantanoso da vida para se dar bem. Suas tentativas de se safar da cadeia revelam o pouco caso que devotam às instituições do país, em especial ao nosso Judiciário. Só isso é capaz de explicar seus atos nos últimos dias. Parecem até chacota. E são.
Comecemos por Dirceu. Ele se acha um detento especial, mais especificamente um “preso político”, embora seja apenas um político preso. Nesta condição, partiu em busca de um emprego que o livrasse do xadrez, pelo menos durante o dia, e, melhor ainda, lhe pagasse R$ 20 mil em salário, com registro em carteira e tudo. Instalado na gerência de um hotel no coração de Brasília, frequentado por parlamentares e lobistas, Dirceu seria a própria raposa cuidando do galinheiro. Não conseguiu.
Ainda por cima, o hotel em questão não é um estabelecimento qualquer. Seu dono é dirigente de um dos partidos da base aliada de Dilma, o PTN, e também proprietário de redes de rádio beneficiadas por polêmicas decisões tomadas pela Anatel há poucos dias, quase no mesmo momento da contratação de Dirceu. Recorde-se que esta mesma área, a de comunicações, era um dos alvos prediletos das “consultorias” que o ex-ministro deu nos últimos anos. A fome das galinhas se junta à vontade de comer da raposa…
Nesta semana, soube-se mais: o estabelecimento que quer escalar Dirceu como gerente tem na sua composição acionária um panamenho que não faz nem ideia do que seja ser dono de um negócio no Brasil. Ou seja, é um laranja, como mostrou o Jornal Nacional anteontem. O hotel brasiliense reproduz em tudo o ambiente pantanoso em que o ex-todo-poderoso ministro de Lula move-se com desenvoltura.
Mas Dirceu quer mais. Quer ter vida normal na cadeia, usar computador, escrever em blog, receber jornal, revista e até viver dando entrevista e recebendo visita de amigos petistas (sem pegar fila no sol, é claro!), como mostra a Folha de S.Paulo hoje. Parece se sentir numa temporada de veraneio – como aquela em que estava quando teve sua prisão decretada pelo STF. É escárnio ou não é?
Dirceu não está sozinho. José Genoino também protagonizou uma pantomima dos diabos para se livrar das grades. Tudo bem que o presidente do PT à época em que o mensalão correu solto para sustentar o projeto de poder de Lula e do partido é, de fato, um cardiopata. Mas uma penca de médicos de várias origens atestou que seu estado nem de longe inspira os cuidados e riscos que o mensaleiro preso tentou fazer crer.
Ainda assim, Genoino conseguiu escapulir da Papuda, não sem antes estampar capas de revistas posando como preso político e militante imbatível. Ato contínuo, vendo-se na iminência de ter seu mandato de deputado federal cassado pelos seus pares em função da sua condenação e prisão por corrupção ativa e formação de quadrilha, renunciou.
Delúbio Soares, por sua vez, se inspirou em Dirceu e também tentou logo achar logo uma boquinha para empregar-se e livrar-se do incômodo das grades da Papuda. O ex-tesoureiro do PT na época de ouro do mensalão quer exercer um cargo com salário de R$ 4,5 mil no setor de formação da CUT, a central sindical petista que também já teve o mensaleiro como responsável por suas finanças. É mais uma raposa na granja ou é só escárnio mesmo?
Mas Dirceu, Genoino e Delúbio não agem como solistas. Há uma orquestra inteira do PT a lhes fazer coro. A ponto de o partido dos mensaleiros preparar para a próxima semana um “ato de desagravo” em favor de seus presidiários mais ilustres. Há uma plena sintonia de sentimentos: afinal, o partido também se sente “prisioneiro de um sistema eleitoral que favorece a corrupção”, segundo resolução que pretende aprovar em seu congresso.
José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares e a turma do mensalão condenada pelo Supremo são parte de uma triste história que faz o Brasil afundar num mar de lama e nos coloca em péssimas posições nos rankings mundiais de corrupção, como o divulgado nesta semana pela Transparência Internacional. O escárnio que os mensaleiros petistas exibem deve ficar guardadinho, bem trancado num pavilhão do presídio da Papuda. É lá, e não à solta, que eles devem pagar pelos crimes que cometeram.