O deputado Cesar Colnago voltou a cobrar do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) transparência em suas operações. Em pronunciamento, o parlamentar também questionou a política da instituição de fomento de privilegiar “gigantes” em seus empréstimos milionários, a exemplo das empresas de Eike Batista, que receberam cerca de R$ 11 bilhões nos últimos anos. A estimativa é que só neste ano R$ 14,8 bilhões sejam transferidos para megaempresários.
“Não dá para admitir se emprestar o dinheiro do povo, dos trabalhadores, não ter transparência e ficar protegido atrás de sigilo bancário”, alertou o tucano. Segundo Colnago, os inúmeros incentivos que o Executivo concede ao setor privado na forma de renúncias tributárias e subsídios financeiros e creditícios não constam da programação de despesas do governo federal. Isso dificulta a análise do custo-benefício de cada iniciativa, completa o parlamentar.
O deputado citou estudo segundo o qual os benefícios fiscais concedidos e mensurados pela gestão petista atinge R$ 323 bilhões neste ano. “Caro brasileiro, isso significa que se juntar o orçamento da Educação com o orçamento da Saúde. Esses valores ficam em 67% de subsídios que este governo está dando, que nem por esta Casa passa para análise. O total só é inferior à despesa da Previdência Social”, comparou Colnago, que também é presidente do PSDB-ES.
O tucano já pediu ao BNDES informações sobre os empréstimos do banco, mas as informações não chegaram como o nível de transparência esperada pelo deputado. “Este banco é público, tem que se sujeitar à Lei da Informação, tem que se sujeitar à transparência”, reiterou. Ainda de acordo com Colnago, o banco não pode se submeter a interesses de grandes empresários em negócios que muitas vezes fracassam, deixando muitas vezes as áreas mais estratégicas do país a ver navios.