Uma nova má notícia para o bolso dos trabalhadores brasileiros: a conta de luz pode ficar de 10% a 20% mais cara no ano que vem, mesmo sem alterações no consumo.
Apesar das propagandas do governo federal anunciando exaustivamente a redução na tarifa de energia, a realidade é que os consumidores terão que gastar mais. Isso porque será empregada a chamada bandeira tarifária, nova fórmula para calcular a conta com base na utilização da energia das usinas térmicas, mais caras do que as hidrelétricas. Segundo o método, as faturas trarão uma bandeira verde, amarela ou vermelha, que indicará o grau de uso da energia e o adicional que incidirá na conta.
Atualmente, a diferença entre gasto e receita é absorvida pelas distribuidoras durante o ano e repassada aos consumidores na época de reajuste.
Na avaliação do ex-prefeito de Vitória e ex-deputado federal, Luiz Paulo Vellozo Lucas, a política energética do governo do PT é equivocada, demagógica e irresponsável com o consumidor.
“Quando o governo mudou a Lei do Petróleo, achei que já tinha visto todos os erros desse governo. Até chegar 11 de setembro, quando o governo desorganizou o setor elétrico, que já vinha enfrentando problemas. O dinheiro que era para ser utilizado em manutenção, rede, incentivo à geração de fontes alternativas e outras melhorias foi usado para promover uma política demagógica”, analisou.
E completou: “Estamos chegando perto do verão atemorizados com essa política energética cheia de equívocos. O PSDB tem alertado a sociedade sobre isso, denunciando os erros ocorridos nesse setor”.
Para o deputado federal Antonio Imbassahy (PSDB-BA), a presidente tentou instituir uma medida eleitoreira que saiu pela culatra.
“Dilma anunciou a medida já com o pé no palanque, de olho em outubro de 2014. Era absolutamente possível promover a redução da tarifa, mas a maneira desastrada e incompetente do governo federal acabou desestruturando o setor energético, afastando o investidor e obrigando o Tesouro Nacional a cobrir o rombo das contas das termoelétricas”, disse.
O tucano, membro da comissão de Minas e Energia da Câmara, criticou ainda o uso excessivo das térmicas, que “queimam óleo e dinheiro”, mas são necessárias para contornar a crise iminente instaurada pelo PT.
“Os aumentos tarifários ao longo dos meses e o atraso das obras de geração de energia para o aumento da capacidade, das quais apenas 30% ficaram prontas, obrigam as térmicas a funcionarem”, explicou.