PSDB – ES

“Dilma e Alice”, por Antônio Marcus Machado

antonioitvA presidente Dilma, depois  de se mostrar pública e oficialmente surpresa com a deterioração do quadro econômico, político e social do nosso país, quer agora incluir a China no rol dos culpados por essa situação. Transformá-la em um bode expiatório. Ora, na verdade, foi a China quem nos salvou nos momentos de crise – não oficialmente reconhecida pelo governo petista, diga-se de passagem – comprando substancialmente nossas commodities e garantindo nossa receita de exportações nos últimos anos. Enquanto isso, como se Houdini fosse, o governo  Dilma criava perspectivas ilusórias, alimentando a classe humilde com as migalhas da desilusão.

Não podemos cair nessa armadilha de explicar nossa imensa e ampla crise interna pelas condições internacionais. Até porque a China vai muito bem, com uma elevada escolaridade aplicada ao mundo tecnológico, uma consistente reserva cambial e uma competência geopolítica marcante. Ao contrário, o Brasil se fragiliza em termos de ensino-aprendizagem no meio educacional, tem pouco mais de 350 bilhões de reservas cambiais e perde importância na geopolitica latino americana. Especialmente, no cone sul.

A politica econômica é tão controversa, com uma mistura de boa técnica do Levy com a má politica do Alvorada, ao ponto de construir contraposições evitáveis entre a politica fiscal e a politica monetária. Agora, por exemplo, anunciou que bancos públicos como a CEF e o Banco do Brasil vão irrigar o mercado – aqui entendido como setores em dificuldade – com empréstimos remunerados com taxas abaixo do mercado, como fez ao financiar o BNDES desde 2010.

O que o empresariado quer não é isso, essa pretensa “bondade” que tanto prejudica o equilíbrio fiscal público e se contrapõe às ações de politica monetária na tentativa de organizar os preços e combater a inflação. Ele quer é ética na gestão publica, segurança jurídica em seus contratos e competência na criação de condições para um crescimento econômico sustentável. O governo faz discursos vazios como “cortar ministérios” sem dizer quais e que economias gerariam, e “colocar imóveis à venda” para obter recursos financeiros. Porém, ao mesmo tempo sinaliza que vai construir mais seis prédios anexos à Esplanada dos  Ministérios.

Dilma, como pessoa e governante, lembra Alice, de Carrol, quando esta pergunta à Lagarta: quem é você?

“Eu…eu…nem mesma eu sei, senhora, nesse momento…eu…enfim, sei quem eu era, quando me levantei hoje de manhã, mas acho que me transformei várias vezes desde então.”

Presidente estadual do Instituto Teotônio Vilela – ITV

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