PSDB – ES

É cação ou tubarão?

lpDo lado de fora do hotel onde se realizava o leilão do campo de Libra, as bandeiras vermelhas dos manifestantes comunistas coloriam a cena. Protestavam contra a privatização do pré – sal. A presidente Dilma convocou, pela 16ª vez, cadeia de radio e TV para se gabar do resultado do leilão sem concorrência que vendeu Libra pelo preço mínimo para um único consórcio liderado pela Petrobras. A presidente afirmou que não houve privatização porque o estado brasileiro ficaria com a maior parte da riqueza que seria gerada na exploração do petróleo de Libra.

Me lembrei da história do turista que foi comer moqueca de cação e perguntou qual a diferença entre cação e tubarão. O garçom respondeu com calma e sabedoria: “quando a gente come ele é cação, quando ele come a gente é tubarão”. O PT faz exatamente a mesma coisa com a privatização. Quando são eles que fazem é chamado de parceria público-privado, contrato de partilha, concessão para gerar riquezas, e quando se trata do PSDB é privatização, venda do patrimônio publico, entreguismo, subserviência ao egoísmo do mercado.

Privatizar é fazer com que empresas privadas realizem investimentos em um determinado setor sendo remuneradas pelos lucros futuros a serem por elas obtidos. Existem muitas formas de modelar estas operações, mas sempre que qualquer governo quiser envolver empresas privadas na realização de um investimento considerado importante para o país em troca de lucros futuros estará promovendo uma privatização. Para produzir petróleo no pré – sal será preciso investir muito dinheiro e a primeira gota deverá ser vendida somente daqui a dez anos. A Petrobras não tem todo esse dinheiro, nem o governo brasileiro, e, por isso, realizou-se um leilão para trazer investidores. É claro que a presidente Dilma faltou com a verdade quando disse que não estava privatizando. A turma de vermelho que não gosta de privatização estava no lugar certo.

A última administração do PT em Vitória ficou famosa pelas desapropriações. Deu escândalo na mídia e processo na justiça, além de muita desconfiança sobre as aquisições de imóveis e terrenos realizadas pela prefeitura. Questionava-se tanto sua necessidade quanto o preço pago. Adquirir patrimônio sem necessidade e por um preço abusivo pode ser uma maneira bastante eficiente de dilapidar e desviar dinheiro publico. Mais até do que vendendo ativos abaixo do preço.

De qualquer maneira, comprar e vender ativos faz parte da vida. O setor público deve fazê-lo em função do interesse da sociedade e não do agente privado que está na outra ponta da transação. Privatizações e desapropriações podem, sim, serem bem modeladas e executadas corretamente, tanto atendendo ao interesse público quanto atraindo e remunerando adequadamente os agentes privados.

É só querer fazer sem tentar enganar. Acreditem, é fácil!

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