A política esportiva no Brasil é desastrosa. As políticas públicas desportivas da grande maioria das cidades e estados brasileiros redundam em atendimentos mínimos. Os atletas e clubes mendigam apoio em todo o país. Isto sinaliza para a baixa prioridade dessas políticas por parte do poder público.
Falta uma política esportiva de Estado. O esporte não é prioridade em nosso país. A afirmação de que o desporto ocupa espaço importante na agenda pública não encontra aderência. Essa é mais uma falácia do PT. O discurso é muito distinto da prática.
Em 2003 o Governo Federal criou o Ministério do Esporte. Nada foi feito. Na realidade muito dinheiro dos Correios, Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, convênios e repasses do Governo Federal foi desperdiçado.
Observa-se, claramente, a ausência, pelo menos nos últimos dez anos, de uma Política Pública de Esporte e Lazer em nosso país. A omissão e a incompetência estatal são gritantes. A grande preocupação é acomodar companheiros de partido. É necessário profissionalizar a gestão pública. Infelizmente o que se vê com nitidez é o aparelhamento estatal. Trocam-se cargos por apoios políticos.
Nunca antes na história desse país fomos tão mal administrados. A população nunca foi consultada sobre a Copa do Mundo de Futebol e os Jogos Olímpicos de 2016.
Desde 17 de março de 2004 sabíamos que a sede seria aqui, pois o Brasil era candidato único. Houve dez anos de antecedência para preparar o País. Mesmo se contando como data oficial a ratificação da FIFA, houve quase sete anos até a realização do evento. O Governo Federal previu que gastaríamos 2,5 bilhões. Os gastos atuais, segundo as autoridades de governo e empreiteiras envolvidas nas obras somam aproximadamente US$ 40 bilhões.
As copas do mundo do Japão e Coreia (2002), Alemanha (2006) e África do Sul (2010) consumiram, juntas, US$ 30 bilhões (US$ 16 bilhões, US$ 6 bilhões e US$ 8 bilhões, respectivamente), enquanto todas as Copas da história juntas teriam consumido US$ 75 bilhões. Percebe-se que sozinho o Brasil gastou próximo a todas as outras sedes.
Os Jogos Panamericanos de 2007 no Rio de Janeiro não deixaram legado algum para o esporte brasileiro e até hoje não sabemos quanto gastamos no evento. Sabe-se que pagamos sempre bem mais que o planejado. As obras nunca terminam no prazo. Talvez para que seus custos aumentem 2, 3, 10, 20 vezes o valor previsto.
As contas dos eventos não fecham. O próximo presidente e nós brasileiros pagaremos uma conta, certamente, altíssima. Precisamos de Ministros e Secretários de Esportes que entendam de esportes. A partidarização e o loteamento dos cargos públicos só prejudicam a administração pública brasileira.
O Brasil precisa de menos seleções simplificadas e mais concursos públicos. Menos apadrinhamento político e mais meritocracia. Menos clientelismo e mais ética. Menos nepotismo e mais respeito ao povo. Mais transparência e menos corrupção.
Temos que estabelecer uma política esportiva de Estado. É preciso investir na base, fomentar a massificação, estruturar as escolas em todo o país, enfim trazer a população para discutir ideias e propostas para uma Política Esportiva no Brasil. A comunidade esportiva espera, com urgência, providências dos administradores públicos brasileiros.