Há 50 anos, o Brasil entrava num longo período que, por 21 anos, culminou em privação das liberdades civis, cerceamento das manifestações políticas, forte controle do governo sobre a atividade econômica e violentas reações a qualquer atividade democrática, cujas marcas permanecem até hoje. Sem falar na desigualdade, que ganhou grandes proporções.
No dia 31 de março de 1964 acontecia o golpe militar, que marca a história contemporânea do País e reforça o compromisso de se lutar pela democracia e pela igualdade. “
O presidente do PSDB-ES, deputado federal César Colnago, recorda-se da sua participação no movimento estudantil que culminou com a reconstrução do DCE da Ufes, no final da década de 1970. “Hoje não temos o que comemorar, mas também não podemos esquecer aqueles anos de chumbo. Quando participei do movimento estudantil, lutávamos em favor do ensino público e gratuito, mais verba para a saúde, abaixo o AI-5 ( ato institucional que dava excesso de poderes ao governante da época) e à censura, pela liberdade de expressão, anistia ampla, geral e irrestrita e, claro, abaixo à ditadura militar. Essas eram as principais bandeiras da época”, lembra.
Passadas quase três décadas desde o fim da ditadura, além das conquistas alcançadas, nota-se que alguns equívocos cometidos pelos governos militares são hoje repetidos hoje por lideranças que estão no atual governo. Muitos deles, inclusive, lutaram pelo regime democrático durante os anos de chumbo.
“Atores que se diziam esquerdistas na época da ditadura, hoje defendem a censura, a manipulação de informações e um estado com a dimensão maior que o necessário. Vemos que alguns desses deles não foram capazes de entender de forma diferente os problemas do País, que hoje apresenta altos índices de violência, saúde ruim, educação ruim e corrupção altíssima. Um país que o PT tem se mostrado incapaz de gerir”, avaliou.