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Governo faz liberação recorde de emendas parlamentares no “balcão de negócios” contra impeachment

gl_sessao-solene-abertura-dos-trabalhos-do-ano-legislativo-2016-em-brasilia_02022016002-300x197Após a tentativa fracassada de negociar cargos e verbas em troca de votos contra o impeachment na Câmara, a presidente Dilma Rousseff persiste na estratégia do “balcão de negócios”. A oito dias de seu possível afastamento, a petista apressou a liberação de verbas orçamentárias de interesse direto de deputados e senadores, conhecidas como emendas parlamentares – o que comprova que a presidente usou da liberação de verbas para tentar conquistar votos contrários ao impeachment.

Na última sexta-feira (29), o Executivo autorizou gastos de R$ 55,7 milhões destinados ao atendimento de despesas da cota individual de cada congressista no Orçamento de 2016, como revela a matéria publicada nesta terça-feira (3) pelo jornal Folha de S. Paulo.

O valor é muito maior do que o registrado nos exercidos anteriores. Em 2015, os gastos até abril somavam apenas R$ 4,8 milhões. Os principais contemplados pelas verbas autorizadas no último dia útil de abril deste ano pertencem a partidos que apoiam a petista, numa demonstração de que o Executivo promoveu o “balcão de negócios” com os deputados.

O deputado federal Paulo Martins (PSDB-PR) avalia o ato da presidente como uma atitude de sabotagem do próximo governo. “Se comprometer com despesas e liberar recursos para estourar ainda mais o caixa do governo tem o objetivo de que o próximo governo tenha o maior número de dificuldades possível. É essa a estratégia dela. Tudo que ela puder de fazer de ruim para o país nos próximos dias ela vai fazer”, afirmou

O tucano diz não se surpreender com atitudes “grosseiras e infantis” vindas do PT. “Eles não estão preparados para deixar o poder. A radicalização está no DNA dos petistas, que não reconhecem a legitimidade da existência de outras forças políticas”, disse.

Martins criticou a liberação de recursos para emendas como instrumento de negociação entre o governo e o Congresso. “Esse é um dos males da relação do parlamento brasileiro com o poder Executivo. Não existe uma discussão profunda, o compromisso com a fiscalização e o equilíbrio entre os poderes. A consequência é um jogo de “toma lá dá cá” do nível mais baixo possível. Isso torna urgente a reforma política e a adoção do voto distrital, que vai melhorar consideravelmente a qualidade da representação. Sem isso, nós vamos avançar a passos de tartaruga”, concluiu.

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