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“Limites éticos para a pesquisa com animais”, por Luiz Emanuel Zouain

luzzzAssim como vale para os humanos, os animais não existem para serem explorados, confinados e torturados

Que os animais de estimação têm sentimentos é uma convicção que a maioria de donos de cachorros e gatos já tem há muito tempo. A novidade, neste caso, é a comprovação científica de que estão certos, conforme apontam as constatações de recentes estudos da Neurociência. Philip Low, cientista que criou o iBrain, aparelho que fez leitura das ondas cerebrais do físico Stephen Hawking, fez a seguinte declaração à revista Veja: “Podemos afirmar que os animais são conscientes com a mesma certeza que outro ser humano é consciente”.

De acordo com a mesma revista, Gregory Berns, professor da Universidade de Emory, nos EUA, afirmou em artigo publicado no “The New York Times”: “A capacidade de experimentar sentimentos, como o amor e o apego, significa que os cães têm um nível de sensibilidade comparável ao de uma criança. Essa capacidade sugere que devemos repensar a forma como os tratamos”.

Não é sem razão, portanto, que vejo com enorme reserva o uso de animais em pesquisas científicas. As ações dos ativistas são fundamentais e a elas muito se deve do que existe sobre as regras éticas que hoje balizam as pesquisas que envolvem a utilização de cobaias.

O Brasil dispõe de uma legislação atualizada, equiparada à que existe na maior parte dos países desenvolvidos: a Lei Arouca (2008), que institui o Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), órgão que tem por zelar e colaborar para que o uso de animais para propósitos científicos e didáticos, quando necessários, sejam realizados de maneira ética, respeitando-se a vida, opondo-se a práticas cruéis e ao uso desnecessário de animais.

Reconheço que grande parte dos cientistas estão empenhados em cuidar da vida, como também entendo que a pesquisa científica constitui-se em processo de acúmulo de conhecimento, cujo avanço depende sempre do ponto a que chegou, ou seja, não é possível pular etapas.

Contudo, afirmo: a ciência já dispõe de recursos tecnológicos que dispensam completamente o cruel e ultrapassado uso de animais para experimentação.

Assim como vale para nós humanos, os animais não existem para serem explorados, confinados e torturados. Os direitos animais precisam ser respeitados, ou nunca saberemos o que é um mundo pacífico e evoluído.

Luiz Emanuel Zouain é vereador de Vitória pelo PSDB

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