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Ministro terá que explicar encontro secreto em Portugal, alertam tucanos que integram CPI

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Para Izalci, a conversa entre os chefes dos poderes Executivo e Judiciário, com a participação do ministro da Justiça, precisa ser passada a limpo.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, terá que explicar aos deputados da CPI da Petrobras as razões que motivaram um encontro extraoficial entre ele, a presidente Dilma Rousseff e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, na semana passada, em Portugal. O assunto será um dos temas a serem abordados na quarta-feira (15) pelos parlamentares do PSDB que integram o colegiado durante a oitiva com Cardozo marcada para as 14h30.

De acordo com os deputados Izalci (DF) eAntonio Imbassahy (BA), o ministro terá a oportunidade de dizer por que os chefes de dois poderes da República escolheram outro país para fazerem uma reunião que não constava da agenda de nenhum deles e ainda com a participação do titular da Justiça.

“O Planalto tentou manter sigilo, mas a reunião foi descoberta”, destacou Imbassahy, ao lembrar, em seu Facebook, que Cardozo afirmou à imprensa que o encontro foi casual e o assunto tratado foi aumento dos salários do Judiciário. “Não acreditamos em coincidência”, afirmou Izalci nesta segunda-feira (13). Para ele, a Operação Lava Jato e o risco de cassação do mandato da presidente da República podem ter sido a pauta da reunião. “Ela tinha essa escala em Portugal, dizem que aproveitaram para ver a questão do aumento do Judiciário, mas com essas pendências todas no TSE e no Supremo, com certeza trataram deste assunto. É o que queremos saber”, avisou o tucano.

Há alguns dias o governo tem alertado que recorrerá ao Supremo caso o Tribunal de Contas da União (TCU) rejeite as contas do governo Dilma referentes ao exercício de 2014. Além disso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) analisa a prestação de contas da campanha da petista. Uma ação movida pela oposição pode ainda levar a cassação da diplomação da presidente por abuso de poder e outros crimes eleitorais. “Por isso precisamos aproveitar para questionar o ministro da Justiça sobre essa reunião em Portugal”, reiterou Izalci.

Agenda – O deputado destaca que Cardozo terá ainda que prestar esclarecimento sobre o grampo encontrado na cela do doleiro Alberto Youssef na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. O tucano destaca que a agenda da CPI possui outras importantes oitivas marcadas para esta semana. Hoje (14), a partir das 9h30, a comissão colherá os depoimentos de Stael Fernanda Janene, viúva do ex-deputado José Janene; Shinji Tsuchiya, presidente da Mitsui & Co. e J. W. Kim, presidente da Samsung.  Na quinta-feira serão ouvidos Luis Inácio Adams, advogado-geral da União, e Waldir Moyses Simão, ministro da Controladoria Geral da União.

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