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“O Missouri é aqui”, por Ruy Marcos Gonçalves

ruyAcabei de ver com destaque num jornal de rede de televisão nacional, matéria comentando  a  revolta  da  população  de  Ferguson,  estado  do  Missouri,  nos Estados Unidos da América, onde a população se revoltou por conta da morte pela polícia  de um jovem negro,   dando-se início  a um quebra-quebra  de grandes proporções com incêndios de destruições.

Mesmo condenando todo e qualquer ato de violência como forma de protesto, é inevitável compararmos o fato com a realidade brasileira onde situações deste tipo  se  repetem  diante  da  omissão  absoluta  das  vítimas  –  que  temem  se manifestar abertamente – e da complacência dos algozes através do silêncio do Estado que ausente, não oferece a devida proteção ao cidadão.

A cada dia os dados se mostram mais evidentes e os números de estatísticas diversas denunciam uma sociedade brasileira onde, passados 126 anos do fim da escravidão,  negros se encontram reféns de um quadro de exclusão que,mesmo com os ganhos e avanços da economia, não conseguiram responder com equidade às demandas colocadas e fazer valer a verdadeira igualdade.

Apenas para citar, temos que: A cada três assassinatos no País, dois vitimam negros;A possibilidade de o negro ser vítima de homicídio no Brasil é maior inclusiveem grupos com escolaridade e características socioeconômicas semelhantes.A chance de um adolescente negro ser  assassinado é 3,7  vezes maior  emcomparação com os brancos.Assassinatos  atingem negros  numa proporção  135% maior  do  que  os  não-negros.

Enquanto a taxa de homicídios de negros é de 36,5 por 100 mil habitantes, nocaso de brancos, a relação é de 15,5 por 100 mil habitantes;Há uma perda na expectativa de vida devido à violência letal 114% maior parapessoas negras.

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