Desde o século passado se dedica a conhecer mais dos átomos e das estrelas que saber do próprio entendimento humano. Saberão os humanos que dominarem o genoma e explorarem os planetas lidarem uns com os outros?
Afinal, acredito eu, que antes mesmo de chegar a Marte, é possível que o homem retorne, tal qual o símio, para a copa das árvores.
Nós que somos a esperança, muitas vezes não podemos esperar nada nem de nós mesmos.
Na definição perigosa de política como arte de ocupar espaços, acabamos por esbarrar no outro e em um reductio ad absurdum dominar espaços para dominar o mundo, mesmo que este mundo seja o outro. Eu não quero dominar o mundo! Tampouco, dominar o outro.
Não tenho ambições políticas, aqueles que me conhecem de perto sabem que meu sonho é a diplomacia. Em suma: ser útil ao outro. Viver com a felicidade do outro, não planejando a destruição de alguém.
Sempre que escutar: “vou destruir alguém” , feche os ouvidos. É melhor passar por ignorante onde o tolo tem poder.
Desenvolvemos estradas e nos fechamos em nós mesmos. Nosso conhecimento nos fez cínicos e nossa inteligência é capaz de nos fazer cruéis.
Mais do que estrutura, nas próximas eleições precisaremos uns dos outros. As redes nos aproximam, mas a natureza destas mesmas plataformas denunciam o medo, o isolamento, a covardia de se confrontar. É o que o antropólogo Bauman chama, hoje, de “amores líquidos em tempos sólidos.”
Os ditadores passaram. E sempre vão passar. E o poder, de nós tomado, retornará á nossas mãos. Cabe a nós saber o que fazer com ele.
Por isso, encerro com Carlos Drumond de Andrade:
“Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.”
Pedro Paulo Biccas Junior, Relações Públicas da JPSDB ES