Artigo publicado em A Gazeta neste sábado (26)
As incontáveis denúncias de práticas ilícitas, envolvendo corrupção e improbidade, transformaram a República em um teatro de 5ª categoria, cujo espetáculo em cartaz assemelha-se a uma ópera bufa, sem classificação.
O cidadão brasileiro assiste estarrecido ao pífio espetáculo, tomado de manifesto sentimento de indignação e decepção proporcionado por “agentes públicos”, nos quais depositou a certeza da materialização de dias melhores.
A torpe tentativa do Congresso Nacional em descaracterizar a PL 4.850/16, visando dar “anistia” à caixa 2 é de literal inconstitucionalidade, por violar o Art.37 da Constituição Federal, atacando aos princípios da moralidade ao beneficiar atos explícitos de corrupção e vis a vis de impessoalidade por legislar em causa própria, atendendo aos ignóbeis interesses de muitos parlamentares e agremiações que se locupletaram por meios escusos.
A vida nacional esta se encontra moralmente manchada de forma indelével, nódoa também produzida a partir da investidura em função pública de governantes despojados dos compromissos que os elevaram ao poder, estando identificados tão-somente com a conciliação de interesses pessoais e ilícitos.
Infeliz é um país, que tem seus desígnios decididos por poucos e para poucos, com recursos públicos jogados no ralo da corrupção, enquanto em hospitais da rede pública faltam medicamentos de custo baixo, ficando comprometido o atendimento de urgência, conseqüentemente levando a óbitos, brasileiros de diferentes idades.
Desgraçado é um país, em que crianças ainda revolvem lixo para se sustentar enquanto ironicamente se elegem projetos sociais sem o devido alcance e eficácia, inclusive, como subterfúgio para o desvio ilícito de verba pública.
Portanto, a sociedade deve cobrar a efetiva aplicação dos mecanismos legais existentes, para que sejam restabelecidos os princípios da moralidade e da ética, bem como, pugnar pela expropriação de bens visando restabelecer o erário público.
Que os ímprobos sejam condenados e apenados nos limites de suas responsabilidades, seja com restrição de liberdade, sejam com a perda dos direitos políticos.
O mais importante é não perder a confiança no País, pois democracia e liberdade são conquistas valiosas e inegociáveis não esquecendo que “um povo de cordeiros sempre terá um governo de lobos.”
Michel Minassa Jr, advogado, membro da Executiva Estadual do PSDB ES e conselheiro do ITV Nacional