A reunião da comissão executiva estadual do PSDB, na quarta – feira (29/1) , foi o momento de destaque. O livro de pré- candidaturas para as eleições deste ano foi aberto com Guerino Balestrassi confirmando sua disposição de disputar o governo do estado, e com o Coronel Aurich também assinando como pré – candidato ao senado.
Na discussão de conjuntura, todas as intervenções reafirmaram a linha de atuação nacional do PSDB, centrada na candidatura presidencial de Aécio Neves, que vai condicionar a política de alianças em todos os estados. No Espirito Santo, ainda não se sabe se o projeto de reeleição do governador Casagrande terá a face oposicionista do seu partido, o PSB, que também enfrenta o PT nacional com Eduardo Campos, ou se segue apresentando-se como um projeto pretensamente “neutro” nas eleições presidenciais, disposto a abrigar também os “dilmistas” estaduais.
Conhecido pelo apurado pragmatismo, o PMDB capixaba ainda não sabe se quer acompanhar Casagrande, se deseja liderar junto com o PT o palanque regional da Dilma ou, ainda, se pretende tentar um caminho alternativo, em composição com o PSDB, como aconteceu nas eleições municipais de 2012. Nós sabemos que a aliança nacional do PMDB com o PT é desconfortável regionalmente para ambos, mas, aparentemente, não parece haver disposição para uma ruptura e um comprometimento de Hartung, Ferraço e cia. com o palanque “aecista”.
Enquanto o cenário politico estadual não estabiliza sua articulação com a disputa presidencial, não se pode saber ao certo como as alianças locais poderão acontecer. Por isso estamos preparados, com chapa completa, para disputar as eleições de 2014 sem alianças majoritárias nem com Casagrande nem com o PMDB de Ferraço e Hartung. O palanque da oposição vai existir no Espirito Santo com visibilidade e não ficará diluído por acomodações de natureza exclusivamente local.
Na reunião do PSDB de quarta – feira, a intervenção do professor Majeski foi especialmente importante. Ele vocalizou com sensibilidade e inteligência o sentimento de descrença da população na política, nos políticos, nos partidos e no próprio processo eleitoral. Como mostrar `a população desacreditada que somos diferentes e melhores que os outros? Como mostrar que somos a mudança de verdade que o Brasil reclama?
Não deu pra responder ao professor na reunião, até por que penso não haver uma resposta única à altura do seu questionamento duro e verdadeiro. Lembrei-me de um episódio que aconteceu comigo quando visitava um primo esquizofrênico num hospital psiquiátrico. Na saída, o ascensorista, que deveria impedir a entrada de internos no elevador, não me reconheceu e os doentes excitados se aglomeravam na porta e forçavam a entrada dizendo que também eram visitantes. O funcionário, apavorado, olhava para mim misturado no meio dos internos querendo entrar no elevador e tentava distinguir quem era visitante e quem era paciente sem, no entanto, conseguir. Ele fechou a porta sem deixar entrar ninguém para voltar só depois com dois enfermeiros experientes que me reconheceram e me deixaram sair.
É assim que me sinto como político disputando eleições no Brasil de hoje. Embolado entre os loucos dizendo ser apenas um visitante do hospital e tentando desesperadamente mostrar para o porteiro um comportamento normal.
Talvez, uma resposta ao professor Mageski seja simples. Vamos agir e falar de acordo com nossas convicções mostrando o que achamos de errado no governo do PT e sua forma de fazer política. Vamos dizer o que vamos fazer se ganharmos as eleições e o que já fizemos quando estivemos no poder, mesmo sabendo que muitos eleitores não vão acreditar. Vamos insistir, mostrar depoimentos de outras pessoas e de testemunhas. Vamos mostrar fatos e evidências dos erros e mentiras dos nossos adversários, mesmo que muitos achem semelhança com as calúnias inventadas contra nós. Vamos nos preparar para ofensas e acusados de ser iguais a eles e não vamos desistir. Vamos fazer política enquanto 90% das pessoas não se interessam e não prestam atenção. Vamos nos preparar trabalhando desde já para os poucos dias que antecedem ao dia das eleições, quando todos vão, enfim, decidir como votar.
Não é fácil. Nunca foi nem nunca será. Ter um cidadão e um ser humano da qualidade do Professor Majeski conosco é fundamental e nos ajuda muito.