O senador Ricardo Ferraço anunciou voto em separado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) contra o reajuste do salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), teto do funcionalismo. Ele reiterou o caráter “inconveniente e intempestivo” do aumento, com efeito cascata sobre orçamentos de estados e municípios, ao impulsionar salários de parlamentares, desembargadores e juízes.
Durante audiência pública conjunta na CAE e Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) com o ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, Ferraço lembrou que em ao menos sete estados (TO, PB, ES, RJ, CE, PI e MA) os gastos com folha de pagamento de tribunais locais já superaram limites prudenciais fixados pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Por outro lado, o senador ressaltou que a economia do país expressa números iguais ao de um pós-guerra, exigindo compartilhamento de sacrifícios. “A profunda deterioração fiscal mostrou ser totalmente despropositado um esforço para ampliar vencimentos do topo do funcionalismo, ignorando a realidade de 11 milhões de desempregados”, sublinhou.