Por Ruy Marcos Gonçalves, membro da Executiva do PSDB-ES
Comoção, revolta e indignação! Esse foi o saldo percebido ontem (15) após a execução da Mulher Guerreira e de luta, que não por acaso se tornou representante no Parlamento dos excluídos cariocas – Marielle Franco.
Assusta-me, apesar de não surpreender, ver autoridades de todas as esferas referirem-se a Marielle como representante de uma minoria. Que minoria é essa???
As mulheres são maioria da população, o negro é maioria da população e mesmo assim, numa tentativa sutil de desqualificar a representação, nos chamam de minoria. Impossível não associar, como fez a imprensa no mundo inteiro, a exceção da grande imprensa brasileira, que a execução está ligada ao combate que a mesma fazia a ação violenta da policia contra a comunidade.

Pouco importa se a vereadora era uma radical de esquerda, pois antes de tudo ela era uma cidadã em pleno direito do exercício da ação política e ainda respaldada por um mandato concedido por quase 50 mil cariocas.
Fico preocupado que, num período pré-eleitoral onde discursos que fazem a apologia à violência ganham cada vez mais espaço, um assassinato como esse possa expor definitivamente a verdadeira guerra civil que se trava no Rio e que pode se estender para o Brasil.
Mas não se trata de uma guerra civil como as que vermos pelo mundo afora. Essa guerra no Brasil tem um alvo preferencial que os números oficiais comprovam: ele é negro, pobre e de periferia. O alvo tem cor. Tem raça. É mais que um genocídio da Juventude Negra Brasileira, que sempre foi denunciado pela vereadora, agora temos uma ação organizada para calar todos aqueles que se colocarem contra essa guerra.
Aqueles que lutam pela democracia precisam ir às ruas e exigir um basta à violência, que infelizmente, se vê alimentada pela hipocrisia dos agentes públicos que insistem em minimizar, e mesmo negar, o racismo existente no Brasil e que reserva ao negro o gueto, a favela a periferia, onde o Estado, quando chega, o faz para tratar a todos como bandidos.
Bandidos negros e pobres!
Não podemos esquecer Marielle!!!