O veto da presidente Dilma Rousseff a artigos da Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO), sancionada no final do ano passado, pode abrir uma brecha para que o controle sobre o custo de obras públicas seja afrouxado. O veto excluiu do texto enviado ao Congresso pontos que definiam tabelas oficiais da Caixa e do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) como referência de preços para projetos de construção e de rodovias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo do dia 6 de janeiro.
Na avaliação do secretário-geral do PSDB-ES, Ruy Marcos Gonçalves, o veto deixa claro a falta de comprometimento do governo em conter gastos. ‘Não nos resta dúvida que, ao não controlar os gastos das obras públicas, o governo petista estará beneficiando alguns, onde não se incluem o povo brasileiro e nem a seriedade coma coisa pública”, afirmou.
E completou: “O que temos à vista é a transformação do País em um grande canteiro de obras inacabadas e superfaturadas, o que já se tornou uma prática comum no governo do PT”.
O ex-prefeito de Colatina e ex-presidente do Bandes, Guerino Balestrassi, teme que o veto favoreça ainda mais a corrupção. “O que já era fácil para as grandes empresas, agora irá favorecer muito mais a corrupção dentro do governo”, opinou.
Para o deputado federal Antonio Imbassahy (PSDB-BA), que assume a liderança do partido na Câmara em fevereiro, a verdade é que a presidente Dilma não consegue fazer as obras que o país necessita.
“É uma incompetência própria do governo federal. Com essa decisão, ela procura suprir essa deficiência a qualquer custo. Essa decisão facilita, abre grandes possibilidades de obras sem a devida qualidade e com custos elevados”, lamenta.