Inicialmente este texto teria outro título, trazendo como destaque somente a política, mas seria restringir algo que acontece em todos os nichos da sociedade. Ainda temos uma grande desigualdade, entre gêneros, quando discutimos liderança. Não há uma proporcionalidade correta entre homens e mulheres, em cargos de direção, sejam na iniciativa pública ou privada.
Em relação a política, tivemos uma ligeira melhoria na representação feminina na câmara dos deputados, mas ainda assim é vergonhosamente desproporcional, se formos pensar que 51,5% dos brasileiros são mulheres. Hoje temos apenas 51 deputadas eleitas, o que representa menos de 10% do total, isto porque tivemos uma evolução, na legislatura anterior este número era 46. Precisamos pensar o que leva a termos este cenário, afinal obviamente isto não reflete a nossa sociedade.
Em muitos casos os partidos políticos se interessam pela participação feminina somente nos anos eleitorais, pois há na legislação a obrigatoriedade de o mínimo de 30% de representantes mulheres nas chapas eleitorais. Para piorar, muitas estão na listagem para “cumprir tabela”, sem ter um real incentivo e apoio que possa viabilizar a sua eleição. Para termos uma noção, na capital do meu estado, Vitória, temos somente 1 (uma) vereadora entre os 15 parlamentares.
No último congresso da juventude do PSDB, realizado há pouco mais de 1 (um) mês, em Brasília, tive a grata surpresa de ver a manifestação das nossas jovens tucanas. Expuseram algo importante, a urgência em temos um aumento da presença feminina, não só nas nossas executivas partidárias, mas em cargos de destaque na sociedade. Já passou da hora de termos uma profunda discussão dos motivos que levam as mulheres a não conseguirem alcançar as lideranças do nosso partido.
Se formos levar em conta que temos 25 juventudes tucanas estaduais formadas no país e apenas 6 mulheres presidindo, vemos que é uma situação que realmente exige a discussão deste cenário, a representação feminina nestes cargos de liderança, não atinge ¼ do total. As mulheres precisam ocupar espaços na política, buscando cada vez mais a igualdade de gênero. Se isso acontecesse tenho certeza de que teríamos um país mais organizado, uma sociedade mais justa e igualitária porque a mulher é mais sensível às questões sociais.
A Frente das Jovens Tucanas tem todo o nosso apoio em suas ações, pois traz um tema de extrema relevância que não mais podemos deixar para debaixo do tapete: a participação das mulheres na política. Os líderes das executivas municipais, estaduais e nacional, tem que ter o comprometimento em discutir esta realidade e buscar mudanças, não podemos mais adiar esta discussão, este tem que ser um dos pontos desta nova política que estamos buscando.
Vitor Otoni é o Secretário-geral da JPSDB Nacional