Brasília (DF) – Com o aumento do desemprego, os juros altos e a inflação em 8,5%, o cenário crítico da economia brasileira foi tema da análise do comentarista econômico Carlos Alberto Sardenberg na edição da última quarta-feira (3) do Jornal da Globo. Sardenberg reforçou a ideia de que a taxa básica de juros (Selic) deve ainda aumentar 0,25% e atingir 14% até o fim do ano, o maior patamar em nove anos.
O comentarista lembrou que a escalada dos juros começou em outubro do ano passado e, depois de seis subidas consecutivas, deve continuar em alta. Para ele, o Banco Central vive um dilema muito difícil. “Se a economia está tão devagar e o desemprego aumentando, você deveria estar reduzindo os juros para ativar a economia. Mas, como a inflação está muito alta, tem que subir os juros”, afirmou.
Sardenberg apresentou quatro gráficos comparativos das taxas brasileiras com os principais países da América Latina.
De acordo com os dados, em relação aos juros, o Brasil apresenta a maior taxa entre México, Chile, Peru e Colômbia – 13,75%. No quesito inflação, o país também está na liderança, com 8,5%. Já na comparação sobre o desemprego, a taxa brasileira está em 8%, só perdendo para a Colômbia, que está com 8,5%. No entanto, para o comentarista, é capaz do Brasil ultrapassar a Colômbia.
Ainda segundo Sardenberg, o cenário é difícil e vai demorar para a situação ser revertida. “Foi um pecado ter deixado a inflação escapar aqui no Brasil. Para sair deste enrosco, ainda demora algum tempo de situação de desequilíbrio que temos hoje, bem diferente dos vizinhos da América Latina”.
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